Últimas indefectivações

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Lixívia (23/24) 4 (-1 jogo)


Tabela Anti-Lixívia
Benfica.........9 (-3) = 12
Sporting......10 (+6) = 4
Corruptos...10 (+7) = 3
Braga...4 (+2) = 2 (-1 jogo)

Todas as semanas alertamos que o Tugão está a bater no fundo, todas as semanas, o fundo, é cada vez mais fundo!!!

Na Luz e na Pedreira, não houve grandes Casos:
- o Benfica beneficiou duma expulsão óbvia, o Bah levou um dos Amarelos mais absurdos do Campeonato (será difícil ultrapassar o nível de absurdo desta decisão), e no penalty assinalado já nos descontos a favor do Benfica e depois revertido, dou o benefício da dúvida ao árbitro, já que o defesa do Vitória tem o braço encostado ao corpo, apesar dum movimento no momento do contacto que eu considero duvidoso!!!
- em Braga, nada de especial, a não ser o critério Lagarto, do Lagarto Godinho! Seria interessante, aparecer uns mapas com a localização das faltas assinaladas, na estatísticas dos jogos. No caso deste jogo por exemplo, poderíamos provar que as decisões do Godinho junto da área do Sporting foram sempre tomadas a favor do Sporting!


Agora a vergonha do Dragay... mais uma!!!
Primeiro um aspecto que tem passado ao lado da discussão: a arbitragem até ao golo do Arouca, até estava a ser 'razoável'! Na minha opinião já tinha ficado um penalty por marcar, cometido pelo Wendell, mas num lance no limite... De resto, notou-se claramente uma tentativa de resistir pelo jovem árbitro, à pressão das simulações e dos protestos, dos animais da casa!!!
Mas quando o Arouca marcou a 5 minutos dos 90', tudo mudou... aquilo que já era uma pressão grande, ultrapassou todos os limites, e a coação atingiu os píncaros!!! O árbitro deve ter começado a pensar no Vítor Ferreira e da despromoção anunciada em pleno relvado pelo anão gordo do banco dos Corruptos na última época!
- Primeiro os 17 minutos são completamente absurdos: substituições, um golo e dois VAR's (não houve muitas interrupções para assistências médicas), dariam cerca de 8 ou 10 minutos de compensação, no máximo, tendo em conta as recomendações recentes!
- Aos 49' o Jason é empurrado com os dois braços pelo Wendell na área dos Corruptos. Podem discutir a intensidade, mas a queda do avançado do Arouca não foi 'forçada', caiu devido ao contacto do adversário... Admito que é no limite, mas para mim é penalty!
- A rábula do Taremi vai ganhando episódios, a cada jogo! Os videos que estão a mostrar por todo o mundo, a falta de vergonha do Iraniano são deliciosos!!! O facto dos árbitros continuarem a marcar penalty's supostamente cometidos sobre o Taremi, é a prova provada, da coacção!
Surpreendentemente o VAR Rui Oliveira, mesmo com as dificuldades de comunicação conseguiu mudar a decisão do árbitro...
- Segundo penalty, mais um mergulho houve contacto no ombro, mas a queda é completamente teatral... Árbitro e VAR, cheio de medo da sua carreira, poder acabar naquele momento... e assim deixaram passar!
- Golo aos 119', em fora-de-jogo: o Navarro está claramente em fora-de-jogo, não toca na bola, mas tem interferência no lance, já que o posicionamento do guarda-redes do Arouca, é afectado pela presença de dois avançados na linha da bola, e sem perceber qual deles irá tocar na bola, o guarda-redes não pode fazer a 'mancha'... Interferência, óbvia!

Outro nota interessante sobre estes jogos com os Corruptos:
A pressão que eles metem nos árbitros, nestas fases finais, quando não estão a ganhar, passa por muitos protestos e muitos mergulhos, uns atrás dos outros!!! Mas existe outras 'fases' desta pouca vergonha!!
Por exemplo o Benfica, em situação idêntica no Bessa, acabou por perder o jogo! Porquê?!
Porque, no lance do golo do Boavista, existem dois momentos, onde aparecem jogadores do Benfica no chão, e o árbitro nada marcou... Na mesma situação, num jogo dos Corruptos, seria sempre falta a favor dos Corruptos!!! E não interessa, se a falta existe ou não, bastaria a aparência de falta, e o contra-ataque do adversário seria imediatamente parado...!
Além do tal mapa de faltas, que falei na análise ao jogo de Braga, outra estatística interessante, seria os minutos de cada falta... Nos jogos dos Corruptos, quando eles em modo 'desespero' porque não estão a ganhar, nos minutos finais, as faltas contra os Corruptos, praticamente deixam de ser assinaladas!!!

Mais uma jornada, onde somam pontos, exclusivamente devido aos árbitros, e mais um jogo, onde terminam a partida a chorar... e inclusive a protestar o jogo, pedindo uma repetição da partida, quando como todos já perceberam foi algum funcionário dos Corruptos, a desligar a corrente, para o VAR não funcionar... tal como já tinha acontecido no passado, onde marcaram um golo em fora-de-jogo, com o VAR desligado!!!

Outro pormenor 'espetacular' deste Circo, é o tom inaudível com que os adversários, altamente prejudicados, chegam ao fim do jogo, e parecem inclusive pedir desculpa pelo incomodo causado!!!
Medo, muito medo...

Anexos (I):
Benfica
1.ª-Boavista(f), D(3-2), Nobre, (Narciso, A. Campos), Prejudicados, (-3 pontos)
2.ª-Estrela(c), V(2-0), Correia, (Rui Costa, Rui Silva), Nada a assinalar
3.ª-Gil Vicente(f), V(2-3), Pinheiro, (C. Pereira, P. Ribeiro), Prejudicados, (2-4), Sem influência
4.ª-Guimarães(c), V(4-0), Almeida, (Narciso, V. Marques), Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Vizela(c), V(3-2), Melo, (Narciso, V. Marques), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
2.ª-Casa Pia(f), V(1-2), Almeida, (Hugo, R. Soares), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
3.ª-Famalicão(c), V(1-0), Narciso, (Nobre, N. Pereira), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
4.ª-Braga(f), E(1-1), Godinho, (Melo, S. Jesus), Nada a assinalar

Corruptos
1.ª-Moreirense(f), V(1-2), Malheiro, (Rui Costa, C. Martins), Nada a assinalar
2.ª-Farense(c), V(2-1), C. Pereira, (Martins, A. Campos), Beneficiados, (1-2), (+3 pontos)
3.ª-Rio Ave(f), V(1-2), Veríssimo, (Correia, J. P. Afonso), Beneficiados, (1-0), (+3 pontos)
4.ª-Arouca(c), E(1-1), Nogueira, (Rui Oliveira, P. Ribeiro), Beneficiados, (0-2), (+1 ponto)

Braga
1.ª-Famalicão(c), D(1-2), Veríssimo, (Rui Costa, T. Costa), Beneficiados, Sem influência
2.ª-Chaves(f), V(2-4), J. Gonçalves, (Esteves, Felisberto), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
4.ª-Sporting(c), E(1-1), Godinho, (Melo, S. Jesus), Nada a assinalar

Anexos(II)
Penalty's (Favor/Contra):
Benfica
1 / 1

Sporting
0 / 0

Corruptos
2 / 1

Braga
0 / 0

Anexos(III):
Expulsões (Contra/Favor)
Minutos (Contra-Favor = Superioridade/Inferioridade):
Benfica
2 / 1
Minutos:
57 - 92 = 35m (superioridade)

Sporting
0 / 0
Minutos:

Corruptos
0 / 0
Minutos:

Braga
1 / 0
Minutos:
24 - 0 = 24m (superioridade)

Anexos (IV):
Com influência (árbitros ou Var's):
Benfica
Nobre - -3
Narciso - -3

Sporting
Melo - +2
Almeida - +2
Narciso - +2
Narciso - +2
Hugo - +2
Nobre - +2

Corruptos
C. Pereira - +3
Veríssimo - +3
Martins - +3
Correia - +3
Nogueira - +1
Rui Oliveira - +1

Braga
J. Gonçalves - +2
Esteves - +2

Anexos(V):
Árbitros:
Benfica
Nobre - 1
Correia - 1
Pinheiro - 1
Almeida - 1

Sporting
Melo - 1
Almeida - 1
Narciso - 1
Godinho - 1

Corruptos
Malheiro - 1
C. Pereira - 1
Veríssimo - 1
Nogueira - 1

Braga
Veríssimo - 1
J. Gonçalves - 1
Godinho - 1

Anexos(VI):
VAR's:
Benfica
Narciso - 2
Rui Costa - 1
C. Pereira - 1

Sporting
Narciso - 1
Hugo - 1
Nobre - 1
Melo - 1

Corruptos
Rui Costa - 1
Martins - 1
Correia -1
Rui Oliveira -1

Braga
Rui Costa - 1
Esteves - 1
Melo -1

Anexos(VII):
AVAR's:
Benfica
A. Campos - 1
Rui Silva - 1
P. Ribeiro - 1
V. Marques - 1

Sporting
V. Marques - 1
Rui Soares - 1
N. Pereira - 1
S. Jesus - 1

Corruptos
C. Martins - 1
A. Campos - 1
J. P. Afonso -1
P. Ribeiro - 1

Braga
T. Costa - 1
Felisberto - 1
S. Jesus - 1

Anexos(VIII):
Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
Nobre - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Narciso - 0 + 1 = 1
C. Pereira - 0 + 1 = 1

Sporting
Almeida - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Hugo - 0 + 1 = 1
Melo - 0 + 1 = 1

Corruptos
Malheiro - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Correia - 0 + 1 = 1

Braga
J. Gonçalves - 1 + 0 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1

Anexos(IX):
Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
Narciso - 0 + 2 = 2
Nobre - 1 + 0 = 1
Correia - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Almeida - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
C. Pereira - 0 + 1 = 1

Sporting
Melo - 1 + 1 = 2
Almeida - 1 + 0 = 1
Narciso - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Narciso - 0 + 1 = 1
Hugo - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1

Corruptos
Malheiro - 1 + 0 = 1
C. Pereira - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Nogueira - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Martins - 0 + 1 = 1
Correia - 0 + 1 = 1
Rui Oliveira - 0 + 1 = 1

Braga
Veríssimo - 1 + 0 = 1
J. Gonçalves - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1
Melo - 0 + 1 = 1

Anexos(X):
Jornadas anteriores:

Anexos(XI):
Épocas anteriores:

Manifestação...

Premeditado, ou não! Santa ingenuidade...!!!

Coitado do Jonas…


"Estes fdp sempre com o seu nome na boca…mas quem mama pênaltis são todos os outros!"

🔴 Coação, intimidação e incentivo à violência 🔴


"A impunidade em que vivem já lhes permite fazer publicações deste tipo em redes sociais públicas.
Já não é só em grupos fechados de WhatsApp ou Telegram. Isto não vai acabar bem...
Esperemos que as autoridades competentes estejam atentas!!"

Poleiro!





"Alguns adeptos mais conhecidos do FC Porto, começam a abrir os olhos e já não comem toda a palha que lhes colocam à frente dos olhos.
É o caso de Rui Moreira - Presidente da Câmara do Porto e membro do Conselho Superior do FC Porto.
Ainda vão dizer que é do Centralismo e da imprensa de Lisboa afeta ao clube do Regime!!
A casa está a arder cada vez mais 🔥🔥🔥"

Rui Costa: à BTV os pontos essenciais sobre as explicações do mercado


"Dados a reter
> Mais um passo no objetivo de diminuir ativos
> Massa salarial não aumentou
> Plantel com 25 jogadores, que é o número ideal, dos quais 9 formados no clube
> Encaixe de 92.4 + 22.9 por objetivos e investimento de 69.0 + 11.0 por objectivos
Excertos sobre jogadores:
> OTAMENDI quis ficar apesar de ter muito mercado
> JOÃO NEVES a renovação mais fácil, só queria saber por quantos anos ia renovar e focar-se no próximo jogo
> KÖKCÜ teria vindo em janeiro se a venda de Enzo tivesse sido concretizada mais cedo
> ARTHUR CABRAL Schmidt quis levá-lo para o PSV
> JURÁSEK precisa de tempo de adaptação
> TRUBIN quase inalcançável, referenciado por toda a Europa, será um dos melhores da Europa nos próximos tempos, jogada de antecipação sem esperar pelo fim do contrato, se não seria impossível
> DI MARÍA esteve perto de assinar na época passada, não veio por pouco, mas meteu-se a Juventus pelo meio com condições superiores e o argentino quis experimentar a Serie A. Veio este ano sem prémio de assinatura e sem ultrapassar o teto salarial. Nem quis confirmar esse valor, assinou imediatamente.
> GONÇALO GUEDES teve grande influência no título, dentro e fora do relvado. Ninguém sabe como aguentou 15 minutos em Alvalade com o joelho a precisar de ser operado - e ainda ganhou a falta que originou o segundo golo. No final do mês estará a 100% para trabalhar com a equipa.
> BERNAT tem perfil diferente de Jurásek, mais maduro, jogador de Liga dos Campeões. Vai libertar Jurásek da pressão de substituir Grimaldo.
> VLACHODIMOS toda a gente sabe o que se passou. Também quis sair. O ano passado teve excelente oportunidade do Ajax, mas não havia tempo para o substituir.
> LUCAS VERÍSSIMO sem jogar foi dos elementos mais importantes no balneário na fase final da época. Se não se tivesse lesionado seria titular. Foi sem opção de compra. Ja está a jogar no Corinthians, e bem.
> GONÇALO RAMOS é impossível não vender jogadores e a sua venda permitiu segurar vários outros jogadores. Não estava em condições de jogar a Supertaça.
> GRIMALDO um dos jogadores mais experientes, com papel fundamental dentro do campo. Fez-se tudo para o manter no clube, mas ele queria outro desafio e representou-nos até ao fim com patamares altíssimos.
> CHER N'DOUR entendeu que o futuro dele não passava pelo Benfica, queríamos muito que ficasse, mas ele quis sair - nem todos são João Neves..."

Só quero jogar!!!


""O João Neves foi a renovação mais fácil desde que estou no Benfica. Só queria saber o dia em que renovava, quantos anos ficava e qual era o próximo jogo". Rui Costa."

BI: Tema Quente - Rui Costa...

5 minutos: Diário...

Rui Costa...

Odysseas...

Canto Curto #47 - 4.ª jornada...

Mauro on fire!

Coisas que não mudam


"1. Fernando Pimenta, João Ribeiro e Messias Baptista. Três nomes de ouro do desporto português, três nomes de ouro do Sport Lisboa e Benfica. Nem mais nem menos do que três campeões do mundo. Pimenta, Ribeiro e Baptista, excelências do projeto olímpico do nosso clube.

2. Dos mundiais de canoagem que decorreram em Duisburgo, na Alemanha, três benfiquistas saíram campeões do mundo. Fernando Pimenta em K1 1000, João Ribeiro e Messias Baptista em K2 500. Pimenta, não satisfeito, trouxe ainda a medalha de prata em K1 5000 e a medalha de bronze em K1 500. Que campeões.

3. A equipa de futebol do Benfica somou a sua segunda vitória no Campeonato no decorrer de um jogo em que se apresentou com duas caras. Foi com naturalidade que o Benfica chegou aos 0-2 no campo do Gil Vicente e, depois, foi com ansiedade, enorme ansiedade, que o Benfica consentiu a reentrada do Gil Vicente na discussão do resultado. Que a vitória tangencial em Barcelos encerre várias lições da maior e iminente utilidade. O próprio treinador do Benfica se referiu a isso mesmo no final do encontro: 'Penso que podemos aprender com este jogo, pois tivemos de lutar até ao fim'. Neste jogo e em todos os próximos jogos, lutar até ao fim é a receita.

4. O presidente do FC Porto assinou num dia destes o editorial de uma publicação oficial do seu clube onde se reproduzia a seguinte frase de sua alegada autoria: 'Há coisas que nunca mudam'. Não há como não lhe dar carradas de razão. Há coisas, de facto, que nunca mudam.

5. Como, por exemplo, a ocorrências do jogo Rio Ave - FC Porto da última jornada do campeonato que nos abstemos de descrever em nome da paz mundial e, também, porque as ocorrências verificadas (e, felizmente, televisionadas) já foram amplamente descritas em todas as plataformas de comunicação. E, sim, há coisas que nunca mudam. Até um dia, naturalmente. Mas quando? Quando?

6. Este campeonato nacional de futebol de 2023/2024 tem a rodeá-lo um conjunto de circunstâncias que o tornam especial e especialmente importante para o seu vencedor. Essas circunstâncias são do conhecimento geral. Em 2024/2025 só haverá uma equipa portuguesa qualificável para o Liga dos Campeões, o futuro campeão deste campeonato já em curso. Toda a gente sabe o que isto significa. Sabem os adeptos, sabem os jogadores, sabe a imprensa, sabem os dirigentes, sabem os tratadores da relva e sabem os árbitros.

7. No sábado, o Benfica volta à Luz para receber o Vitória Sport Clube. Receber, respeitar, ganhar. É isto, não tem mais nada que saber. É o Benfica."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Um estímulo ao voleibol português


"Na sua primeira viagem ao estrangeiro, o voleibol benfiquista saiu invicto de dois torneios, em França e no Luxemburgo

Em Março de 1959, o Benfica foi convidado a deslocar-se a França e ao Luxemburgo para participar em dois torneios de voleibol. Na comitiva alinharam os jogadores António Augusto, José Brum da Silva, José Magalhães, Fernando Monteiro, Vítor Rodrigues de Carvalho, Francisco Freire, Artur Monteiro e Fernando Montalvão, estes dois estreando-se internacionalmente. A comandar seguia o treinador-capitão, o professor Nuno de Barros, 'a alma da equipa'.
Com esta deslocação, os voleibolistas de águia ao peito perspectivavam retirar ensinamentos das táticas adversárias, considerando que o voleibol francês era superior e as equipas que iam defrontar eram 'melhores que a maioria dos adversários nacionais'. Para o primeiro jogo, frente a uma seleção de Lorena, região da cidade anfitriã, Metz, a expectativa era a de não conseguir vencer.
No dia 21 de Março, 30 quilómetros a norte de Metz, no pavilhão do liceu de Thionville, onde o torneio teve lugar, o Benfica esteve a perder 0-2. Contudo, o clube de Lisboa deu uma empolgante reviravolta, tendo vindo a triunfar por 3-2 sobre os selecionados.
Ainda no mesmo dia, o Benfica jogou contra o Natation de Messine (V 2-0) e, no dia seguinte, contra o CV Terville (V 2-0). Disputou a meia-final com o Yutz-Thionville (V 2-0) e, finalmente, a final com o Racing de Estrasburgo (V 3-1), recuperando depois de ter começado em desvantagem. Na sua primeira prova internacional fora do país, o Benfica saía invicto e vencedor!
O público francês reagia com grandes manifestações de simpatia e calorosos aplausos. Nos jornais da Lorena sublinhava-se nunca se ter visto 'um festival de voleibol tão bem disputado'.
No dia 25 de Março, a equipa dirigiu-se ao Luxemburgo o Torneio dos Canadianos, defrontando o Matériel (V 2-0), uma equipa da NATO (V 2-0) e o Canadian (V 2-0). Oito jogos, oito vitórias, sem um único Set perdido no segundo torneio.
A equipa que em Julho se sagraria tricampeã regional de Lisboa saiu homenageado pelos adversários e respetivo público, que os via como 'jogadores atléticos e inteligentes'. Em 31 de Março, em Lisboa a comitiva foi recebida pelo presidente e pelo vice-presidente da Direcção, que lhe agradeceu e a congratulou.
Para os jogadores, que entregavam agora os seus troféus e lembranças de França e do Luxemburgo, a promessa de voltar a repetir o feito soava como prémio e estímulo pela dedicação ao voleibol e ao Benfica.
Conheça outras histórias do voleibol encarnado na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

Critérios muitos criteriosos


"Ainda o campeonato mal começou e já os casos de arbitragem se sucedem a um ritmo vertiginoso, embora tão português que não surpreenda.
Convém dizer, no entanto, que em jogos do Benfica não se pode dizer, para já, que haja uma tendência de óbvio prejuízo. Um possível penálti por assinalar a favor, uma eventual expulsão perdoada a um adversário e o vermelho mostrado a Musa que, havendo margem para discussão, entende-se perfeitamente. Não é nada mau face ao que estamos habituados. Afinal, nas últimas dez épocas em que ganhámos seis campeonatos, tivemos menos 21 penáltis do que o FC Porto e menos 25 do que o Sporting. Jogámos claramente mais tempo em inferioridade numérica e espantosamente muito menos tempo em superioridade numérica. São factos.
Mas os jogos de FC Porto e Sporting têm sido repletos de erros, sobretudo se fossem aplicados os mesmos critérios usados em jogos do Benfica. O que mais precisará de fazer Eustáquio ou Gyokeres, só para citar um jogador de cada adversário na luta pelo título, para verem um vermelho? Musa pisou a bola, escorregou, embateu violentamente de sola num adversário e foi expulso, jogadores há do FC Porto que, sem terem pisado a bola nem escorregado, cometeram faltas com igual perigo para oponentes e os cartões ficaram no bolso. Ou Gyokeres, cujos cotovelos são especiais, pois parecem adquirir imunidade a partir do primeiro amarelo admoestado.
E houve ainda um golo em fora de jogo porque o vídeoárbitro se enganou a colocar as linhas, outros, que valeram pontos, para lá dos descontos e um penálti conveniente, que ajudou o FC Porto a conseguir a reviravolta no resultado já no tempo adicional do jogo em Vila do Conde. Este último é um bom exemplo do que são critérios muito criteriosos.
Erros haverá sempre, mesmo com VAR, e por isso fiz questão de enunciar decisões prejudiciais ao Benfica que, apesar de darem azo a críticas, são aceitáveis. O que não pode acontecer é o que se tem visto nestas três jornadas em partidas de FC Porto e Sporting: critérios tão díspares em relação aos aplicados em lances do Benfica que, por beneficiarem sempre os mesmos, parecem muito criteriosos.
É evidente que o Benfica poderia ter tido mais sorte e feito um pouco mais no Bessa, mas tal não pode escamotear os evidentes benefícios a FC Porto e Sporting neste início de temporada."

João Tomaz, in O Benfica

Se eu tivesse 20 anos...


"... e talento para jogar futebol, se fosse profissional da equipa principal de futebol do SL Benfica, pouco mais poderia desejar na vida. Felizmente, todos temos sonhos diferentes e formas distintas de ver o mundo, por isso vamos continuar a fazer de conta que este simples adepto seria um predestinado a nível mundial. E que, de repente, um clube qualquer pagaria a cláusula de rescisão do meu contrato, multiplicava por dois dígitos o meu salário e teria de fazer as malas para um campeonato mais competitivo do que a miséria, semana após semana, que é a liga portuguesa, qualquer que seja o patrocinador escolhido. A escolha parece fácil: sair.
Mas será uma decisão assim tão óbvia? Pelo exemplo de João Félix, foi óbvio, foi fácil, mas não resultou como todos gostaríamos, em especial o próprio.
As escolhas de carreira não são fáceis para ninguém. Um professor aceitar a proposta de um colégio mais endinheirado, um mecânico de ser empregado e passar a patrão, trocar o certo pelo incerto, passa-nos a todos. E quanto maior o passo, maior o risco de alguma coisa não correr bem. E também maior a possibilidade de se acertar em cheio.
Nesta roleta russa, há muitos prós e contras e ponderar, como a futura equipa, o seu projeto, estilo de jogo e treinador que vamos ter pela frente. Claro que podem ocorrer lesões ou a concorrência por um lugar ser tão feroz, que, nos primeiros tempos, quase nem se calçam as chuteiras. Tudo faz parte do processo, mas aquilo que se tem aprendido é que, na imensa maioria dos casos, o dinheiro não deveria ter sido tudo. Chamem-me inocente à vontade (ou pouco ambicioso num tempo que só se pensa em likes e cifrões), mas eu, se tivesse 20 anos e talento para ser jogador profissional do SL Benfica, dificilmente sairia. E, se saísse, teriam de estar reunidas todas as condições financeiras e desportivas. Não se sair por 'dá cá aquela palha'. E mais dois ou três anos de crescimento fazem a diferença. Com o nível já atingido pelo Glorioso, uma carreira apenas de vermelho ao peito até é possível. Já sei, sou um romântico."

Ricardo Santos, in O Benfica

Benfiquistas, um povo fiel


"Estamos a poucas horas do encerramento do mercado de transferências de verão, e acredito que o principal objetivo foi mais uma vez conseguido: os benfiquistas vão continuar com o Benfica. Ainda não fecharam as inscrições, mas, ao que tudo indica, os nossos adeptos vão prosseguir a carreira de bancada a vestir de vermelho e branco. O verde é enjoativo, o azul fica facilmente desbotado, e o branco, sozinho, nem sequer tem cor. O preto pode parecer demasiado escuro, o amarelo, demasiado claro. O código de cores do manto sagrado, lingo e imutável com o águia no emblema, ajuda a explicar o porquê de ninguém estar disponível para trocar. Depois de se vestir uma camisola do Benfica, qualquer peça da Lacoste parece um farrapo.
Neste ano, nos equipamentos alternativos, até se junta mesmo o restante colorido, em homenagem aos benfiquistas que, espalhados pelos cinco continentes, se mantêm fiéis ao Glorioso. Esta permanência significa uma janela de transferências que nos deixa meio caminho feito para a época ser de sucesso.
Quanto às caras novas, já perceberam o que as espera. Chegaram ao melhor clube do mundo, pelo que é natural que encontrem também os melhores adeptos do mundo. O ambiente em Barcelos foi arrepiante. Amanhã, não tenho dúvidas de que a atmosfera nas bancadas da Luz vai causar também pele de galinha. Eu sou apaixonado por isto, mas, se já me sinto pressionado quando me falha a voz e ao meu lado percebem que não estou a apoiar, nem consigo imaginar a sensação de ter a bola nos pés e saber que a felicidade de milhões depende do que eu vou fazer com ela. Na dúvida, o melhor seria passar ao Kokçu - o turco sabe sempre o melhor destino para lhe dar."

Pedro Soares, in O Benfica

Aberração


"No momento em que escrevo estas linhas, o mercado de transferências ainda permanece aberto. Porém, já se realizaram três jornadas do campeonato português (e até há ligas com mais rondas disputadas), sem falar nas fases de qualificação das provas europeias - inclusivamente da milionária Champions League, que pode decidir o futuro desportivo e financeiro de muitos clubes. Haverá certamente razões importantes para esta conflitualidade de datas. Confesso que nunca as vi devidamente explicadas.
Há uns anos, em 2012, o Benfica defrontou o SC Braga na primeira jornada do campeonato. O resultado foi um empate 2-2, tendo Lima participado no lance de um dos golos da equipa minhota. No final desse mês, o avançado brasileiro transferiu-se para a Luz. O Benfica perderia esse campeonato por apenas 1 ponto, o que significa que sem esse golo seria campeão, e o próprio Lima também. Um lance seu, em Agosto, evitou um título para a equipa que representou durante o resto da época. Ora, isto é o mundo de pernas para o ar. E, no limite, pode até pôr em causa a verdade desportiva.
Se a imposição é internacional, a(s) liga(s) tinha(m) bom remédio: começar o(s), campeonato(s) apenas no primeiro fim-de-semana de Setembro (o que ainda me recordo de acontecer num passado já longínquo, quando não havia mercado de transferências e vivíamos muito felizes sem ele). O mês de Agosto, além da Supertaça, podia servir também, por exemplo, para a fase de grupos da Taça da Liga - mas quando tivesse início e competição principal, os plantéis estavam definidos.
Não sei se os jogadores ganham alguma coisa com isto. Os treinadores, seguramente não. E os adeptos, que são quem paga a festa, ainda menos.
A quem interessam estas calendários é, pois, uma questão que, certamente por falta minha, ainda não vi respondida."

Luís Fialho, in O Benfica

Recomeçar


"É fim de verão: é tempo de regressar ao trabalho para preparar o recomeço dos projetos plurianuais e o arranque dos que chegam de novo. Mas recomeçar tem que se lhe diga, não é simplesmente voltar a fazer o mesmo de forma cíclica e irrefletida. Tal como o Benfica em cada época, a cada nova temporada queremos sempre fazer mais e melhor, evitando os erros do passado e usando todas as aprendizagens na melhoria de processos e resultados. Por aqui, na Fundação, monitorizamos e fechamos avaliações, afinamos estratégias e focamos nas prioridades e nos objetivos que nortearão os próximos 12 meses para que possamos dar mais alguns passos na longa caminhada definida pelo nosso plano estratégico até 2030.
É um tempo motivador e criativo! A cada ano que passa renovamos votos e enfrentamos novos desafios. É assim em tudo na vida, e muito especialmente no nosso querido Benfica, por isso assim na obra social para que os benfiquistas nos mandataram ao instituírem uma fundação.
Que venha de lá mais um ano, com os seus desafios e oportunidades: cá estaremos para dar o máximo e 'comer a relva' se necessário!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Núm3r0s d4 S3m4n4


"3
São 3 os jogadores do Benfica no Campeonato do Mundo de basquetebol: Ivan Almeida e João Gomes por Cabo Verde; Eduardo Francisco por Angola;

4
No Campeonato do Mundo de velocidade de canoagem, 4 medalhas conquistadas por canoístas do Benfica. A dupla constituída por João Ribeiro e Messias Baptista foi prata em K2 500 metros. E Fernando Pimenta conseguiu o ouro em K1 1000 metros, a prata em K1 5000 metros e o bronze em K1 500 metros, passando a ter 18 medalhas (5 ouro; 7 prata; 6 bronze) na competição;

5
Nos 4 primeiros jogos oficiais da temporada, Rafa é o líder no plantel benfiquista na participação direta nas finalizações de golo, com 3 golos e 2 assistências. Esteve em 5 dos 9 golos marcados pela equipa. Segue Di María (3 golos), Musa (2 golos) e Neres (2 assistências);

8
Até ao fecho da edição, são 8 os elementos do plantel chamados para trabalhos das seleções: Aursnes, Bah, Di María, Morato, Musa, Otamendi, Schjelderup e Trubin;

12
Isaac Nader participou, pela 1ª vez, na final dos 1500 metros do Campeonato do Mundo de atletismo, classificando-se no 12º lugar;

31
Rafa é o 31º futebolista a atingir a marca de 75 golos em jogos oficiais pela primeira equipa do Benfica. Está a 4 do 30º, Humberto Coelho. No Campeonato Nacional soma 53 e integra o quarteto dos 26º mais goleadores do Benfica na prova (com Lima, Isaías e Diamantino);

50
Musa atingiu a meia centena de jogos pelo Benfica, incluindo particulares, nos quais apontou 15 golos. Nas 44 partidas oficiais em que participou (6 a titular, 38 como suplente utilizado), marcou 13 golos, estando em campo durante 1445 minutos (inclui tempos adicionais) e marcando um golo a cada 111 minutos de utilização."

João Tomaz, in O Benfica

Editorial


"1. Regresso à Luz depois um apoio imenso no Minho, com os olhos postos nos 3 pontos e um ambiente que será novamente especial. Uma fortaleza vermelha que permitiu ao Benfica assinar as 16 melhores assistências do campeonato na época transata. Apoio imprescindível para a terceira vitória seguida. Vamos, Benfica.

2. Neste jornal O Benfica trazemos-lhe mais uma análise a uma das nossas equipas que se prepara para arrancar a época. O andebol feminino parte com a ambição de conquistar o tri o consolidar a sua afirmação europeia. A reportagem, as razões e os detalhes que nos levam a acreditar em mais um ano vitorioso para ler nestas páginas.

3. No Protagonista da semana, destaque para o notável trabalho desenvolvido por Paulo Almeida, uma das nossas glórias do hóquei e um referencial de vitórias, títulos e sucesso como treinador da equipa feminina. Vencer 10 títulos seguidos reserva-lhe um lugar ainda mais especial neste seu clube de sempre. Merecido protagonismo que aqui relevamos.

4. Projeto olímpico de excelência, que continua a trazer medalhas e prestígio para Portugal e, acima de tudo, para o Benfica. João Ribeiro, Messias Baptista e Fernando Pimenta são um exemplo se superação, talento e um imenso compromisso. Um orgulho para todos os benfiquistas. A homenagem devida em destaque nesta edição."

Pedro Pinto, in O Benfica

Fever Pitch: Domingo Desportivo - Coitado do Arouca... E de nós

Com som...

Apagão como cortina de fumo


"Tal como no início de épocas anteriores, o FC Porto apresenta um futebol medíocre

Era de prever, aliás tive oportunidade de referir-me abundantemente a esse tema, que o Campeonato Nacional de 2023/2024, pela circunstância especial em que iria desenrolar-se, tinha tudo para ser o mais explosivo de sempre. De quatro equipas manifestamente superiores às restantes, todas com a legítima ambição de entrar na Champions dos 100 milhões, apenas o primeiro terá lugar garantido na piscina do ouro, o segundo terá de passar pelo crivo da pré-eliminatória e do play-off, e os outros dois terão como destino a Liga Europa, que paga trocos quando comparada com a irmã rica.
Não é, pois, por acaso que estamos a assistir à histeria do FC Porto, com Sporting e Benfica a sentirem necessidade de marcar uma posição sobre a arbitragem.
Mas sejamos absolutamente claros: a equipa de Sérgio Conceição, que tem o mérito de nunca atirar a toalha, ganhou seis dos dez pontos que tem em sofrimento, com golos marcados no tempo complementar, e está a jogar muito pouco futebol. Poderemos explicar este baixo nível exibicional dos dragões com as saídas de Uribe e Otávio, mas será mais avisado lembrar que em inícios de época anteriores, o FC Porto também escorregou , caindo com estrondo, face ao Krasnodar, e perdendo jogos em Barcelos e Vila do Conde. Os dragões, normalmente, têm feito os campeonatos em crescendo, ou como dizem os espanhóis, de menos a mais, e esta temporada está a começar como muitas outras no já longo consulado de Conceição. A única coisa que difere de anos anteriores é o FC Porto saber que, se falhar a Champions, poderá atrasar-se face à concorrência, daí o nervosismo que se sente na equipa, nos dirigentes e no treinador, protagonista de uma cena inenarrável em Aveiro, um nervosismo que se estende às bancadas do Dragão.
Por mais piscinadas que Taremi tentasse, e numa delas foi premiado, o problema do FC Porto frente ao Arouca não foi a comunicação telefónica do árbitro com o VAR - prevista no protocolo e que repôs a verdade desportiva - aproveitada pela comunicação portista como cortina de fumo para escamotear o essencial, que é o facto da equipa não estar a carburar, as dúvidas serem mais que as certezas, e o facto do Benfica ter ganho a Supertaça só veio agravar o cenário. Deixo uma pergunta: Se isto começa assim, como irá acabar?"

Se não fosse um caso sério, seria apenas para rir!


"É o argumento que torna a situação bizarra!

Coberto ou não pelo sempre tão falado ‘protocolo do VAR’, o que sucedeu no jogo FC Porto-Arouca de domingo à tarde é tão bizarro que se não fosse um caso sério daria, certamente, apenas para rir.
A questão nem está no desfecho, até agora inédito na forma (mas não no conteúdo), de uma decisão do árbitro ter sido tomada (ou validada) no campo, sem recurso à revisão de qualquer imagem e apenas com base na informação, dada por telemóvel, pelo vídeo-árbitro. Esse é apenas o lado estranho, mas absolutamente coberto pelo ‘protocolo’ do VAR’, e, portanto, sem razão para o protesto levado a cabo pelos responsáveis do FC Porto.
Muito difícil é compreender como é possível atribuir a uma falha de energia a impossibilidade de um contacto normal entre árbitro do campo, respetivo monitor no Estádio do Dragão e vídeo árbitro na Cidade do Futebol. É o argumento que torna a situação bizarra!
Ainda no domingo à noite, num programa de comentário desportivo na RTP, o compositor e músico Nuno Gonçalves (da banda The Gift), um dos oradores residentes, fazia a comparação da situação vivida no estádio portista como os espetáculos de música, e lembrava o que toda a gente facilmente entende: num concerto também pode haver uma falha de energia; mas o que não falha é o concerto.
Tão simples como isto: falha o plano A, entra em ação o plano B. Seja por via analógica, fibra ótica, wireless, pombo correio ou sinais de fumo (para usar alguma ironia), ninguém está seguramente a imaginar o megaconcerto dos Coldplay, em Coimbra, por exemplo, poder ser perturbado por uma falha de energia. Pode ser afetado por muita coisa (saúde, condições do tempo, atos de violência ou atentados terroristas, como os que, infelizmente, já levaram à anulação de alguns eventos), mas nunca por falha de energia.
Não foi, assim, propriamente a decisão tomada sem recurso a qualquer imagem que tornou caricato o que sucedeu no Dragão; foi o que levou a isso.
Nos primeiros tempos da chegada do VAR ao futebol, todos nos recordamos de decisões tomadas pelos árbitros de campo apenas confiando nas indicações dos vídeo-árbitros.
Mas como se explica, no mundo tecnológico de hoje, que uma falha de energia afete um jogo de futebol de uma Liga profissional, num dos mais modernos estádios do País, certificado com cinco estrelas pela UEFA, naturalmente com todas as condições estruturais exigidas para qualquer competição de topo?
Como podem não estar previstas, no plano operacional do VAR (com tudo o que isso envolve relativamente a comunicações) as diferentes possibilidades de ocorrências técnicas?
Será que algum de nós (e os responsáveis pela execução de todo o plano da nossa Liga profissional de futebol), como questionava Nuno Gonçalves na RTP, consegue imaginar Chris Martin, vocalista e líder da banda Coldplay, a pedir desculpa a 50 mil pessoas por não poder cantar, ou tocar, por qualquer falha de energia?
O que sucedeu no Estádio do Dragão só parece mentira. A verdade é profundamente desoladora!"

O poder da palavra: Resumo de tempos recentes


"1. Não ficou bem na fotografia nem vendeu a imagem de credibilidade que o futebol tanto precisa, mas a opção técnica de Miguel Nogueira em anular pontapé de penálti por (alegada) carga sobre Taremi foi correta, apesar de baseada na informação áudio que recebeu do seu VAR. A situação está prevista nas Leis de Jogo e na última versão (a 14) do Protocolo VAR. O problema é que, por ser atípica e muito excecional, era até então desconhecida da maioria das pessoas. A verdade é que o árbitro pode aceitar sempre uma indicação dada pelo seu videoárbitro sem ver as imagens, mesmo que o lance seja de interpretação (como foi) e o protocolo recomende o visionamento in loco. A questão é que as imagens podem não estar disponíveis, por questões de natureza técnica (tal como terá acontecido no estádio do Dragão). Nesse caso, o árbitro tem a prerrogativa de ouvir a indicação oferecida e decidir se a acata ou não. O lisboeta decidiu fazê-lo e ainda bem, porque no fim a melhor decisão foi tomada. É óbvio que o que tornou todo aquele momento pouco realista e algo absurdo foi o facto de Miguel Nogueira ter-se deslocado à zona de revisão e utilizado um dispositivo móvel inesperado para comunicar com o colega. Percebe-se a perceção pública, até porque não é isso que se espera de uma tecnologia que tem vídeo no nome, mas em último recurso a opção é lícita e está prevista. Para que conste, aconteceu há pouco tempo (no Torreense-Nacional) e em tempos na Champions League (no Schalke-Manchester City, em 2019).

2. Um elemento técnico do Benfica teve aparentemente comportamento deplorável em relação a uma jogadora do SC Braga, aquando da realização do jogo de futebol feminino entre as duas equipas. A atitude em questão, bastante visível nas imagens e amplamente partilhada na imprensa e redes sociais, merece ser averiguada de forma rigorosa e célere. Esteve bem o próprio clube ao anunciar que irá apurar responsabilidades (pedindo desculpas formais ao seu adversário), como esteve muito bem, mais uma vez, a APCVD, que de imediato instaurou processo contraordenacional ao referido agente desportivo. Tolerância zero.

3. A equipa de videoarbitragem designada para o último Torreense-Oliveirense cometeu um erro de análise que deve merecer reprovação da classe e de quem gosta de futebol. Apesar da decisão final ter acabado por ser a correta (golo bem anulado à Oliveirense, por fora de jogo de Carter), a definição da respetiva linha tecnológica não aconteceu no momento do último passe, como devia, mas do antepenúltimo (!), sendo depois enviada para o operador e transmitida em casa de milhares de pessoas. Não há justificação para o injustificável e o melhor mesmo é não se proteger o que está à vista. Quem está em sala já tem sobre si o peso de intervenções difíceis, em lances subjetivos. Não pode nunca facilitar naqueles em que a tecnologia assegura a 100% a factualidade da decisão. Quando falha, tem que ser devidamente responsabilizada, porque este é um desporto que merece concentração, empenho e compromisso máximo de todos.

4. O Conselho de Arbitragem prepara-se para cumprir com o que prometeu há não muito tempo, divulgando as comunicações áudios de jogos realizados em agosto, incluindo o da Supertaça Cândido de Oliveira. A estreia acontecerá, sob a forma de programa, às 19.30 h da próxima quinta-feira, num conhecido canal desportivo. Nesta fase, é justo elogiar a iniciativa, sabendo que ela muito dificilmente será agregadora no difícil mundo do futebol. O mais certo até é que seja mais um foco de discussão, porque é sempre isso que acontece quando em causa estão decisões de árbitros. A grande vantagem, já aqui referida noutras núpcias, é o passo em frente que foi dado. Recentemente, a estrutura da arbitragem mudou a sua forma de comunicar e tem tentado aproximar-se mais do adepto, através de esclarecimentos e explicações pontuais e oportunas. Ao fazê-lo abandona uma postura de décadas que a remetia para um silêncio que tantas vezes passou mensagem desvirtuada. Espera-se agora que os menos indefetíveis consigam perceber que, entre quem decide em campo e quem ajuda em sala, nada há de maquiavélico ou premeditado. Pode é haver boas ou más decisões, o que para efeitos de credibilidade, é bem diferente."

Estado de emergência

Mauro Xavier, in Record

Chamemos-lhe o que é: um circo


"Há quem treine ataque organizado [...] jogadas de laboratório, e depois há quem pareça ter treino específico de mergulhos para a piscina

Foi um bom fim de semana para o Benfica. Foi bom, em primeiro lugar, porque a equipa soube aproveitar a superioridade numérica para realizar uma exibição consistente e quase sempre dominadora frente a uma das equipas mais fortes da liga. Em segundo lugar, não menos importante, voltámos a avistar o carrossel ofensivo da época passada. É certo que o teste contra 10 ainda não permite tirar grandes conclusões, mas é sempre bom quando o estádio enche e os jogadores retribuem, neste caso com alguns momentos de levantar a bancada. É prematuro dizer que a equipa se apresenta ao mesmo nível da primeira volta 2022/2023, como é também cedo para prever até que ponto o plantel será capaz de superar a época passada, mas é bom sentir que o apetite dos jogadores está a aumentar.
Mas foi também um bom fim de semana para o Benfica porque, em apenas 24 horas, conseguiu encurtar a distância que o separa de Sporting e FC Porto. O Sporting empatou em Braga, num dos estádios mais difíceis para qualquer equipa de futebol em Portugal. Já o empate do FC Porto aconteceu na sua casa, um dos estádios mais difíceis para qualquer equipa de arbitragem portuguesa. São dois tipos de empate que definem a modalidade por cá. O futebol português é determinado por aqueles que enfrentam a pressão alta na saída com bola e por aqueles que semanalmente enfrentam a pressão de um treinador expulso 24 vezes ou do administrador da SAD que se levanta do banco para vociferar insultos. Se acham que o problema destes últimos se limita a um défice de competência, experimentem entrar em campo sabendo que vão arbitrar um jogo nestas condições, a não ser que o FC Porto esteja a ganhar ao longo dos 90 minutos, o que tem acontecido muito pouco.
É de notar a forma económica como encurtámos a distância face ao nosso adversário direto, precisando de menos 30 minutos este fim de semana para conseguir mais 2 pontos do que eles. A tendência não é desta jornada. Some-se o tempo extra dos 5 jogos oficiais desta época e o FC Porto passou mais 90 minutos em campo. Esta é uma equipa talhada para jogar prolongamentos como nenhuma outra na Europa, e o fenómeno começa a cativar audiências por esse mundo fora. Como seria de imaginar, o interesse gerado deve-se menos às exibições sofríveis e mais às peripécias de entretenimento que um jogo do FC Porto proporciona. Descrever os acontecimentos da noite de domingo como uma partida de futebol não será adequado. É outro tipo de espectáculo. As palavras nem sempre fazem justiça ao que vemos, mas chamemos-lhe, de ora em diante, circo.
O jogo realizado no Dragão, e as réplicas que se seguiram nas 24 horas seguintes, constituem um extraordinário cartão de visita do nosso futebol. É simultaneamente uma fotografia de onde nos encontramos e um flashback do exato sítio de onde viemos. Para se perceber a magnitude da coisa, coloco as coisas nestes termos: se um adepto de futebol português tivesse passado os últimos 30 anos em coma e desse por si a acordar no domingo, ter-se-ia questionado apenas sobre a remodelação do Estádio das Antas - ou porque é que um jogo do campeonato passara a ter prolongamento.
A boa notícia é que sabemos finalmente como internacionalizar o nosso futebol. Até ver, não conheço melhor estratégia. São milhões de visualizações nas redes sociais. É só repetir a seguinte fórmula todas as semanas: uma equipa vestida de azul e branco, teoricamente mais forte, privada do seu treinador orgulhosamente expulso dezenas de vezes, a jogar essencialmente pedras, põe os reforços todos em campo frente a um adversário teoricamente inferior, continua a jogar essencialmente pedras, e apanha-se subitamente a perder a 5 minutos do fim. Nada do que se passou até aqui interessa realmente. É agora que o espectáculo começa. E felizmente há pelo menos mais meia hora pela frente.
A partir daqui, só três dúvidas permanecem: em que minuto do tempo extra irá o FC Porto marcar o golo do empate ou da vitória, quem irá cavar esse penálti, e quão escandaloso será o penálti assinalado. Desengane-se quem acha que isto é pouco. Serão 30 minutos repletos de emoção. Quando não é Taremi a inventar uma nova forma de ludibriar os árbitros, eis que aparece um daqueles extremos virtuosos que dobram a língua enquanto explicam que o futebol é mesmo assim e há que saber criar estas oportunidades sempre o adversário nos toca com uma unha. Se nada disso resultar, o jogador do FC Porto faz como mandou Samuel Beckett e tenta outra vez, engana melhor, até que o árbitro da partida, torturado por esta persistente negação do futebol, muito provavelmente a lidar com uma emboscada organizada por jogadores de azul e branco, decidir que o melhor é assinalar um penálti qualquer, com VAR, sem VAR, que se lixe, nem que a luz falhe, isto se quiser continuar a exercer esta profissão. Já os jogadores, que têm acumulado ampla experiência nesta arte, sabem como funciona: se o árbitro apitar primeiro e perguntar ao VAR depois, o contacto será quase impossível de negar. Há quem treine ataque organizado, transições defensivas, lances de bola parada, jogadas de laboratório, e depois há quem pareça ter treino específico de mergulhos para a piscina, tirando partido de um protocolo absurdo que premeia o infrator. Mas, apesar de tudo isto, nunca me tinha ocorrido que pudéssemos ir além desta fronteira, até agora.
Confesso que nunca me tinha ocorrido, mas, imaginem que o penálti não é convertido. O que acontece então? Esta era uma pergunta para a qual não tínhamos resposta até este último domingo. Agora já sabemos qual é: o jogo só acaba quando o FC Porto marcar. Escusam de nos dizer quantos minutos extra teremos, porque essa medida exata não depende de nenhuma contabilidade discernível ou dos regulamentos que se aplicam às restantes equipas. E se mais minutos houver, quem sabe não se marca mais um penálti. Não enveredem pela matemática quando a disciplina praticada é a dramaturgia na sua forma tragicómica. Aqui chegados, teremos de suspender qualquer espécie de confiança naquilo que os nossos olhos, ou os do árbitro, veem. Só assim se consegue compreender efetivamente o ambiente asfixiante em que os árbitros são colocados nos jogos do FC Porto, ou a cortina de fumo que agora se segue com debates intermináveis sobre falhas de luz e tentativas risíveis de anular jogos que não foram capazes de ganhar nem com mais mais hora para o fazer.
É certo que os árbitros merecem críticas, mas merece muito mais crítica quem lidera a sua corporação e não os protege, quem, ao invés de encontrar formas de fomentar a competência dos árbitros, forma novas gerações de homens do apito que herdam os mesmos medos e condicionamentos dos anteriores. Aquilo que se passou no domingo é uma situação que não encontra termo de comparação no futebol português, e não é a discutir geradores que se vai resolver o problema. Podem persistir nessa manobra de diversão, mas são somos todos tolos.
Por um lado, compreendo quem exige critérios iguais para todos, como fez a comunicação do Benfica. Por outro, vejo nessas palavras uma certa ingenuidade, ou talvez excesso de boa fé. Por vezes, não havendo palavras bonitas para descrever o que vemos, é necessário recorrer a algumas palavras feias. É que os tais critérios só se podem aplicar a todos se estivermos a falar da mesma modalidade. Não sei exatamente o que é isto a que temos assistido, mas já não é bem futebol. Chamemos-lhe, de ora em diante, circo."