Últimas indefectivações

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Juniores - 2.ª jornada - Fase Final


Alverca 0 - 4 Benfica
H. Araújo(3), Dias(a.g.)


O 1.º levou algum tempo a entrar, mas depois foi como o Ketchup!!! O 'nosso' Madeirense continua a marcar...

Derrota...

Sporting 3 - 2 Benfica
Duk(2)


A ganhar por 0-2 ao intervalo, tínhamos que ter segurado o resultado de outra forma...É verdade que chegámos à vantagem, a jogar no erro, mas tínhamos que ser mais inteligentes!

Tal como o ano passado, estamos a dar prioridade aos Juniores, mesmo assim, jogámos hoje com 3 sub-19 no onze titular... 

Dito isto, no nosso 0-2, o jogador do Sporting tinha que ver o Vermelho; o penalty que deu o 2-2 ao Sporting é um mergulho; e no 3-2 sem repetição, parece que o jogador está fora-de-jogo... e não é pouco!!!
Nota final para atitude dos Lagartos depois do 3-2, uma autêntica palhaçada, em 20 minutos, deve-se ter jogado no máximo 5 minutos, valeu tudo, com o palhacito do árbitro a deixar... e com o treinador do Sporting, que já tem idade para ter juízo, a festejar o apito final da mesma forma como o Raul Silva 'festejou' na Luz...!!!

Play: Cristina...

As Águias #55 - Shakhtar...

Tudo bons rapazes



"Viva a hipocrisia.
Publicamente, fazem campanhas anti-racismo e anti-xenofobia, lançam comunicados a apelar ao combate ao ódio, à corrupção, ao centralismo e metem peões nas redes sociais e comunicação social a manipular as massas. Oficiosamente, é vê-los em vídeos com armas ilegais, droga e dinheiro - cuja proveniência se desconhece, mas se adivinha - enquanto disparam para o ar e cantam “Porto, Porto, Porto” e “e quem não salta é lampião olé”.
O FC Porto já se demarcou? O Marcelo já se pronunciou? O governo já repudiou? A polícia já identificou o elemento do vídeo com a arma ilegal?
Andamos todos a brincar ao faz de conta. Continuem, por favor."

Riscos diferentes...!!!

Benfiquistão!


Os 5 jogadores made in Seixal que teriam lugar no XI do SL Benfica

"Ao longo da última década, o Benfica Futebol Campus tem sido uma fábrica de produzir jogadores de qualidade reconhecida por todos no panorama do futebol de alta competição europeu. Grande parte desse talento tem sido aproveitado para o reforço da equipa principal – especialmente após a saída de Jorge Jesus, que resultou numa mudança de paradigma na estrutura encarnada -, enchendo os benfiquistas de orgulho por ver os meninos do Seixal a dar os primeiros passos a nível profissional. 
Tendo em atenção as lacunas do atual plantel das “águias”, esta semana, e após novas declarações de Bernardo Silva – onde este reafirma o desejo de regressar, um dia, ao Benfica -, elegemos cinco jogadores formados no Seixal que, sem dúvida alguma, teriam lugar na equipa principal do Sport Lisboa e Benfica.

1. João Félix A pérola das pérolas. A venda mais cara da História do futebol português. A principal figura da reconquista do campeonato por parte das “águias”. A importância de João Félix no estilo de jogo de Bruno Lage tem sido ainda mais visível actualmente, já que os encarnados não têm, no plantel, um jogador que consiga desempenhar as funções que este desempenhou. Os encarnados debatem-se com a dificuldade de ligar o sector intermediário e o sector atacante e, por esse motivo, o estilo de jogo a que Bruno Lage habituou os adeptos na época passada tem sido praticamente inexistente na presente temporada.

2. Bernardo Silva O único jogador neste top que, devido a vários motivos, não teve lugar na equipa principal do Benfica. Bernardo Silva é um mago com a bola nos pés e elevaria o futebol dos encarnados. Com uma visão de jogo e qualidade de passe acima da média, o craque português tem deslumbrado os amantes de futebol ao serviço do Manchester City FC e é, actualmente, bicampeão da Premier League. O seu regresso à casa que o formou é algo muito aguardado pelos benfiquistas, não fosse também esse cenário alimentado pelo médio ala português.

3. Renato Sanches A definição ipsis verbis de um médio box to box. Um portento de força e de qualidade no transporte de bola, Renato foi o motor do tricampeonato vermelho e branco e, com a ausência de Gabriel até ao final da época, seria a peça que poderia voltar a equilibrar a máquina encarnada. Apesar de Adel Taarabt preencher esse papel, o marroquino não tem a disciplina defensiva necessária para jogar num miolo com apenas dois jogadores, pelo que os homens de Bruno Lage têm apresentado uma transição defensiva débil, permitindo aos adversários criar mais oportunidades de golo – e capitalizar as mesmas.

4. Victor Lindelof A par de Rúben Dias, Victor Lindelof foi um dos melhores defesas centrais formados no Seixal. Com gelo nas veias e uma capacidade de construção de jogo acima da média, o Iceman somou várias exibições de luxo de águia ao peito e seria, sem dúvida alguma, titular indiscutível na equipa orientada por Bruno Lage, que atravessa, actualmente, uma fase negativa em termos defensivos, com Ferro a tornar-se protagonista pelos piores motivos.

5. Nélson Semedo Porventura, o último grande lateral direito a passar pela equipa principal do SL Benfica. Nas duas épocas que jogou de águia ao peito pela equipa principal, Nélson deslumbrou o universo benfiquista com as suas arrancadas supersónicas pela ala direita, formando, juntamente com Salvio, uma dupla temida pelas defesas adversárias."

Racismo e Festa nas Bancadas

"Não é o fanatismo que gera a loucura, mas a imaginação e a consciência é que geram a maior das insanidades.

A tribo do futebol é o génio da sociedade sem as inibições da civilidade comum. A comunidade imaginária senta-se nas bancadas como quem ocupa território conquistado e agride física e moralmente todos os inimigos. Entre tochas, estandartes, bandeiras e fumos luminosos, os cânticos são disparados numa barragem de artilharia verbal e fatal – matar o inimigo, humilhar o adversário, desprezar a sua humanidade. Os cânticos racistas ecoam pelas arquivoltas do estádio como uma afirmação de superioridade pelo sacrifício simbólico do outro. Brancos na bancada do topo, negros no limiar extravagante de uma espécie inferior. Não é o fanatismo que gera a loucura, mas a imaginação e a consciência é que geram a maior das insanidades.
As palavras são uma arma e este artigo pode e deve ser lido como uma arma. Uma arma porque o desporto desafia todas as velhas questões da pureza, da superioridade, da habilidade, da inteligência, tudo no contexto de uma indústria de milhões regularmente difundida na grande arena dos plasmas sofisticados, com assinaturas mensais em vários canais da especialidade, estrategicamente colocados em bares e salas particulares. Neste contexto, não existe uma reflexão calma e ponderada, uma análise séria e desapaixonada, existe só e apenas a febre de um clima cultural em que a vitória e os milhões ditam as regras e onde o atributo da raça ganha uma importância a tocar a obsessão.
As raças existem porque os indivíduos definem as suas identidades a partir da cor da pele; as raças existem porque os indivíduos agem em função de estereótipos associados a uma dimensão étnica; as raças existem porque as pessoas são diferentes e entendem-se no contexto social da diferença. Mas muito antes do Colonialismo, a ideia de raça é também uma construção histórica e intelectual que vem do Iluminismo, uma época em que Voltaire e Kant invadiam a Europa com as Luzes das Ideias e as Aspirações do Progresso. São os Europeus que começam a categorizar e a classificar as raças, utilizando para tal os recursos da Ciência com o intuito de sistematizar as diversas configurações da Humanidade, uma aventura implacável que gera uma espécie de taxonomia das raças associada a uma clara hierarquia – no topo da pirâmide evolutiva está o homem branco europeu. O projecto reclama-se parte do prodígio da Ciência Moderna.
Na pluralidade das Sociedades Contemporâneas, a questão das diferenças, a configuração das raças, deve continuar a ser objecto de estudo e de investigação, uma obrigação moral face à apropriação política do elemento étnico como justificação legítima para a discriminação e para a agressão. No dilema de ter de convencer um racista declarado, na evidência da raça como a manifestação de uma dimensão natural e biológica, mas também de uma evidência social e de uma construção cultural, é necessário afirmar que não existe qualquer perpetuação de um determinismo biológico de matriz científico. A interacção entre o natural e o social é um domínio demasiado complexo para poder ser resolvido com cânticos de bancada e preconceitos repetidos acriticamente. Deixar estes elementos ao arbítrio da máquina política das ideologias representa a propagação sem limite de uma Política da Identidade, uma política em que o indivíduo é avaliado pelas características naturais ditadas pela lotaria da raça, um óbvio risco para a consolidação do Pluralismo no contexto do Contrato Social.
Na lógica imprescindível do contexto, nenhuma afirmação poderá ser convenientemente entendida e interpretada de modo isolado e dogmático. Veja-se esta imagem do quadro de Banksy intitulado “Devolved Parliament”. Por que razão não existe uma projecção violentamente racista na composição do artista? No entanto, os cânticos que reproduzem o ruído dos chimpanzés nos estádios da Europa são expressões óbvias de uma manifestação racista. Considerando a final dos 100 metros nos Jogos Olímpicos desde o ano de 1980, dos 56 finalistas apenas um atleta era branco. Em toda a história dos Jogos Olímpicos, a prova de natação dos 50 metros em estilo livre teve apenas um único finalista negro. A explicação para estes factos desafia a lógica política da dominação e do dominado, do racismo e do determinismo biológico, desafia a simplicidade da consciência tranquila perante a complexidade da Humanidade e as exigências do politicamente correcto. A conformidade, o silêncio e o fatalismo, são o refúgio de quem não tem opinião."

Racismo ou clubismo?

"Marega foi atacado por ser negro ou por se ter passado para o ‘inimigo’?

Os insultos ao futebolista Marega no jogo Vitória de Guimarães-FC Porto levantaram uma onda de indignação no país inteiro, que me pareceu não só exagerada como contraproducente.
Com o devido respeito a quase todos os comentadores que falaram ou escreveram sobre o assunto, não perceberam bem o que se passou nem reagiram da melhor forma.
Relativamente ao que se passou, pergunto: os insultos a Marega tiveram uma origem ‘racista’ ou ‘clubista’? Ou seja, Marega foi atacado pelo facto de ser negro ou por ter, segundo aqueles adeptos do Guimarães, ‘traído’ o seu clube, transferindo-se para um rival? Os ataques a Marega deveram-se à ‘cor da pele’ ou ao facto de se ter passado para o campo do ‘inimigo’?
Se fosse um fenómeno racista, isto é, de ódio ao negro por ser negro, Marega também teria sido molestado quando jogava em Guimarães. Os sócios não o teriam querido no clube. O racismo é isto. Ora, em Guimarães, Marega era aplaudido e até endeusado. Assim, o que está em causa não é ser ‘negro’ – é ser ‘infiel’.
A cor da pele não foi o ‘fim’ do insulto – foi apenas o ‘meio’ usado para insultar o jogador.
Os ataques a Marega foram equivalentes aos dos adeptos que chamam «filho de p…» ao árbitro (e que não estão nada preocupados com a honradez ou falta dela da progenitora do senhor). Ou dos sportinguistas que chamam todos os nomes a Frederico Varandas, porque ele é o homem a abater. Ou dos portistas que gritam no Estádio do Dragão «SLB, FdP…», referindo-se ao Benfica.
Se Marega, por absurdo, regressasse ao Guimarães, os mesmos que o atacaram no domingo voltariam a aplaudi-lo.
Vamos agora à reacção dos comentadores. A esmagadora maioria aplaudiu a atitude de Marega ao sair do campo. Porquê? Porque obrigou toda a gente a falar do assunto. Mas eu pergunto: será melhor falar ou não falar? Falar muito de racismo é bom ou é mau? Falar de racismo a propósito de tudo e de nada é bom ou é mau?
Recordo apenas que os episódios racistas têm aumentado exponencialmente desde 2012. Até aí, eram negligenciáveis; a partir daí têm crescido a pique. Porquê? Porque se tornaram um ‘rebuçado’ para os media. Os media adoram falar de racismo. Dá audiências.
Quando liam as notícias sobre Marega, os jornalistas das televisões acentuavam a palavra, davam-lhe ênfase, diziam «insultos racistas»
Só que, quanto mais se fala de racismo mais se banaliza o racismo e mais se fomenta o racismo. Tal como acontece nos incêndios florestais, quanto mais os jornalistas falam deles, mais incendiários há. E com os suicídios sucede o mesmo: sempre que há um suicídio muito mediatizado, verifica-se a seguir uma onda de suicídios.
As pessoas que estiveram melhor a falar deste assunto foram António Costa, Pinto da Costa e Pacheco Pereira.
O primeiro-ministro apelou aos presidentes dos clubes para conterem a violência no futebol; Pinto da Costa disse que o caso Marega, «mais do que racismo, foi estupidez». E Pacheco Pereira adiantou que o racismo foi um instrumento e não a raiz do problema – que, para ele, também é a violência no mundo do futebol.
A reacção de Marega, sendo espontânea (e por isso não criticável), não foi a melhor. A melhor maneira de reagir a estes ataques é não lhes ligar. Como a melhor maneira de desfazer um insulto é ignorá-lo. Reagir de modo indignado é dar importância ao agressor. É mostrar que este atingiu o seu objectivo: magoar, ferir.
Como Vítor Rainho escreveu no i, a reacção mais inteligente neste campo foi a de um jogador brasileiro do Barcelona, Daniel Alves, a quem atiraram uma banana para a relva – e que, impávido e sereno, pegou nela, descascou-a e comeu-a. Isto sim, humilha quem pretende agredir. A reacção de Marega teve o efeito contrário.
E com os comentadores passou-se o mesmo: insurgiram-se, indignaram-se (com sinceridade ou não), exigiram a prisão dos desordeiros, apelaram à repressão da Polícia. Ora o que deviam é ter explicado ao ‘povo’ que o melhor nestes casos é não ligar, ignorar, fingir que não se percebe. Assobiar para o lado. Ao fim de algum tempo, após ataques sem consequências, os agressores cansam-se, veem que as ofensas não tiveram efeito e buscam outra forma de insultar. Inversamente, neste caso, como os insultos produziram efeito, a tendência é para repetirem a dose.
O ataque a Marega foi um episódio equivalente a tantos outros de violência no desporto. E há que pensar bem na melhor forma de lidar com este fenómeno. O futebol para muita gente é um tubo de escape. As pessoas gritam, insultam, e saem do campo mais aliviadas. Menos agressivas do que entraram, depois de deitarem a agressividade cá para fora.
Assim, a solução inteligente será reprimir esses impulsos primários ou deixar as pessoas desabafarem?
A bancada dos sócios de um clube é uma panela de pressão em tamanho gigante. Perante isto, o que será preferível: permitir que o gás se liberte um pouco ou obrigá-lo a ficar preso lá dentro? Deixo isto à consideração do leitor.
Caso diferente é o das claques, em relação às quais seria necessário tomar medidas duríssimas. Essas não vão ao futebol para ‘desabafar’. Como se viu em Alcochete, são grupos organizados que podem transformar-se em seitas perigosas. Mas aí ninguém quer agir. Os presidentes dos clubes têm medo. Frederico Varandas tem feito de D. Quixote, enfrentando quase sozinho a claque do seu clube.
Mas um homem sozinho não consegue vencer forças tão poderosas."

Marega colocou-nos frente ao espelho

"Não tivesse Marega abandonado o terreno de jogo e o país não se teria indignado com o racismo de que foi vítima.

Teria sido "apenas" mais um episódio de provocações e insultos que, infelizmente, trataríamos como normal no futebol.
Foi o gesto radical de Marega, e a surpresa de todos perante isso, que nos obrigou a levar a sério o que se passou. Ainda assim, alguns tentaram esse regresso à normalidade. Seria a habitual reacção de uma claque perante um golo celebrado por um ex-ídolo do clube. Só que uma ofensa que use de forma pejorativa a raça de alguém é uma manifestação de racismo. O racismo é o tratamento preconceituoso de alguém com base na sua pertença a uma raça. Quando a ofensa se faz através desse tratamento preconceituoso é uma ofensa racista. O facto de atletas negros serem bem tratados, e até idolatrados, por essas mesmas pessoas não exclui o racismo, antes o confirma. Demonstra que o facto de conseguirem ultrapassar esse preconceito em relação a algumas pessoas dessa raça não os leva a ultrapassar o preconceito em relação à própria raça. É isto que sentem os que são vítimas de racismo. Que são parte de um grupo que tem de ultrapassar um preconceito de que os outros não sofrem. Podem até ocasionalmente ultrapassá-lo, mas ele está sempre lá. Foi isso que sentiu Marega.
Se o que se passou faz de Portugal um país racista é uma conversa sem grande sentido. Portugal já foi um país racista, quando teve políticas discriminatórias com base na raça. Hoje não é o caso, mas ainda temos pouca diversidade racial nas nossas elites (apesar de um PM de origem indiana e de uma ministra de origem africana). Isso deve preocupar-nos, embora, provavelmente, seja mais resultado da fraca mobilidade social no país do que de políticas racistas que não me parecem existir. Portugal é seguramente um país com racistas, mas é também, e como a solidariedade generalizada com Marega demonstra, um país maioritariamente sem racistas. É essa indignação colectiva que nos deve mobilizar para combater aquilo que me parece bastante mais comum: muitos portugueses, não sendo racistas, têm atitudes racistas. Tal como os brasileiros contam piadas de portugueses não percebendo que o estereotipo que transmitem nos magoa, muitos portugueses brancos contam piadas racistas não percebendo que contribuem para manter vivo um preconceito que magoa outros. Aquilo que para nós é inocente e uma graça para outros pode ser doloroso. Quando muitos esperavam que Marega encolhesse os ombros e continuasse a jogar, ele expos essa dor. Agora que a conhecemos, que tal respeitá-la noutras dimensões da nossa vida?"

Benfiquismo (MCDL)

Jovens prontos...

Castigo

"O melhor Benfica elimina o Shakhtar. O melhor Benfica vence o Gil Vicente. Esperemos pelo melhor Benfica.

A Liga Europa é um objectivo, o Campeonato Nacional é uma prioridade. Bruno Lage (não) respondeu bem às perguntas provocatórias dos jornalistas, colocadas sobre o tema. O Benfica podia (merecia) não ter perdido com o SC Braga, mas perdeu. Não se muda a realidade e, depois de desperdiçar parte importante da vantagem pontual, sabemos que temos a margem que precisamos daqui a 13 jornadas.
O Benfica joga em Barcelos como jogará até ao fim da época, focado em ser campeão. A derrota frente ao SC Braga diminui a vantagem e aumentou o foco. Temos a vantagem que precisamos mas faltam 13 jogos. Se a nossa posição não é boa, devo informar que não há nenhuma que seja melhor nas 18 equipas que disputam o campeonato. O Gil Vicente é uma boa equipa, especialmente forte em casa e superiormente treinada por Vítor Oliveira mas, mesmo em época de entrudo, não há margem para graças. Por um ponto se ganha por um ponto de perde. O Benfica tem de procurar uma série de 13 vitórias para ganhar o título sem dependências.
No jogo de Kharkiv as apostas de Bruno Lage foram as possíveis face aos objectivos. O Shakhtar é uma equipa de Liga dos Campeões, treinada por um treinador que aprecio o trabalho e admito a elegância de postura.
Saímos de Kharkiv com a sensação de que eliminatória podia ter sido decidida a nosso favor na Ucrânia. Levar a decisão para a Luz já um castigo. Não vale a pena ficar a remoer erros individuais porque será colectiva a solução para vencer os ucranianos. O melhor Benfica elimina o Shakhtar. O melhor Benfica vence o Gil Vicente. Esperemos pelo melhor Benfica para seguir uma época rumo aos objectivos.
Como nos ensinava o porta, quem quer passar o Bojador tem que passar além da dor. Estamos nessa fase. Como lembrava Cervi no final do jogo de ontem: «Em casa, com os nossos adeptos, temos de ir com tudo e conseguir».
Esta é a fase da época onde os adeptos não podem faltar como habitual colinho. Estão todos convocados para Barcelos na segunda-feira e para a Luz na próxima quinta-feira. Nesta fase da época esse apoio suplementar também pode ser importante. É o melhor Benfica que se espera mas também são os melhores adeptos que têm de apoiar nesta altura. Saímos de Kharkiv com a sensação de que pode prosseguir o sonho europeu e de que Barcelos é tudo o que nos deve preocupar por agora. Mesmo quem quer tudo sabe que tem de fazer uma coisa de cada vez.
Eu acredito, com o melhor Benfica."

Sílvio Cervan, in O Benfica

Aqui-d'el-rei

"Marega, como Tomás Tavares, Renato Sanches ou Nélson Semedo, só para evocar casos recentes relacionados com futebolista do Benfica, foi vítima dos impropérios de energúmenos pouco imaginativos que recorreram ao insulto racista para antagonizarem um jogador da equipa adversária. O francês/maliano rejeitou a dupla acusação de ser adversário e ter a tez escura, disse basta e, muito legitimamente, recusou continuar em campo.
De repente, todos reconhecemos que há racismo em Portugal. E, ainda mais subitamente, apercebemo-nos da normalização da cultura do insulto e da violência nas bancadas dos estádios de futebol (e pavilhões). A urgência generalizada de se dizer qualquer coisa vitalizou até alguns espantalhos, como o presidente da Liga, Pedro Proença, ou o secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, obrigando-os a pronunciarem-se sobre o assunto, não obstante, ainda recentemente, à semelhança de muitas outras situações, se terem remetido a um silêncio ensurdecedor acerca dos bonecos, trajados à Benfica e à árbitro, enforcados num viaduto. Mais vale tardíssimo que nunca.
Há muito que grassa o sentimento de impunidade no futebol, prevalecendo a inacção. E, por vezes, lá se estabelecem umas regras draconianas, obviamente impossíveis de serem cumpridas, para que se possa afirmar que alguma coisa se tentou fazer, apesar de ser evidente que apenas se perpetua o que está mal.
Dois pequenos passos: dos Clubes e comunicação social, rejeição dos eufemismos e condenação veemente da violência, incluindo a verbal, sem excepções, atenuantes ou relativizações; Responsabilização individual de quem pratica a violência (expulsão e recusa do acesso aos estádios; denúncia às autoridades)."

João Tomaz, in O Benfica

Somos todos opinadores

"Agora que Odysseas já não é contestado (até ver...), o grego parece ser a única certeza dos milhões de treinadores de sofá e de teclado que desempenham as suas funções em Portugal. São dezenas/centenas de comentadores de futebol e dos milhares/milhões de adeptos que enchem, respectivamente, horas de televisão e caixas de comentários com as suas teorias revolucionárias e visões estratégicas. Movidos pelo diz-que-disse, pelo amigo do amigo que lhe confidenciou uma patranha qualquer ou pelos escritos venenosos e envenenados de potenciais candidatos (que são bastante populares na rua onde moram ou no blogue onde fazem oposição), os contestatários sabem tudo. Sabem que Cwervi é melhor aposta nas alas, quando no início da temporada só o queriam vender bem e para longe. Sabem que Ferro é para sair já do onze, quando há dois meses era visto como titular até da selecção nacional. Têm a certeza de que Florentino é uma nódoa, mas quando o viram jogar a primeira vez até lhe chamaram Makélélé. Acusam Seferovic de ser um flop, mas festejaram cada golo do melhor marcador do último campeonato como se fosse a final da Champions. Insultam André Almeida nas redes sociais, quando há bem pouco tempo lhe gabavam o amor ao clube e a entrega dentro de campo. Enchem a boca com a magia de Taarabt, mas há pouco mais de um ano não aceitavam que vestisse o manto sagrado. E nem Bruno Lage escapa. Elogiaram o tom e o conteúdo das declarações do treinador durante toda a 2.ª volta do ano passado, mas neste ano já andam a espalhar que parece o Rui Vitória e que não percebe nada de futebol. Não é só triste, é incompreensível o que alguns adeptos fazem ao próprio emblema."

Ricardo Santos, in O Benfica

Cultura de ódio ou racismo?

"Não há como fugir ao tema do momento da mesma forma que a comunicação social tantas vezes foge a questões de índole discriminatório.
Nenhum ser humano com o mínimo de bom senso pode tolerar comportamentos racistas. O racismo é indecente, cruel e nojento. Seja no centro comercial, na praia ou na bancada de um estádio de futebol. Seja num jogo do FCP, do Benfica ou do Young Boys. Seja com Marega, o Nélson Semedo ou o Eusébio. Naquele momento, enquanto regressava a Braga de carro pela autoestrada, senti-me mal. Primeiro, porque o comentador disse que o Marega tinha marcado, e percebi que o jogo já não estava empatado. Depois, porque percebi o contexto e senti-me mal pelo jogador - sendo certo que não experimentei nem um pouco da revolta que o dominou. Infelizmente, creio que o verdadeiro problema é ainda mais profundo do que apresenta. No meio deste triste episódio, esta parece-me uma excelente oportunidade para debatermos um assunto tantas vezes ignorado ou, pior, gentilmente consentido: o ódio entre adeptos. É debaixo deste elo nocivo que centenas de cobardes fomentam ofensas verbais e físicas de forma gratuita. O ponto de origem destes incidentes é óbvio, contudo o silêncio e o assobiar para o lado dos agentes que têm o dever de os condenar, leia-se media, não facilita a sua extinção. O Marega não foi insultado por causa da cor de pele. O Marega foi insultado porque um bando de adeptos estava mais preocupado em insultar um adversário do que apoiar a própria equipa. Enquanto este ADN não for reprovado, pouco pode melhorar. O racismo é nojento, tal como a cultura e modo de estar de boa parte dos adeptos de futebol."

Pedro Soares, in O Benfica

Confiança

"Em 2005 perdemos em Penafiel a duas jornadas do fim, resultado que parecia pôr em causa a conquista do campeonato. Após esse jogo, no meio do cepticismo da maioria dos adeptos, o presidente Luís Filipe Vieira, com uma impressionante manifestação de confiança, comprou toda a lotação do Estádio do Bessa - onde disputaríamos a última ronda. Fomos campeões. As suas declarações na passada segunda-feira, pós a segunda derrota consecutiva da nossa equipa (algo a que, manifestamente, já não estávamos habituados), fizeram-me recordar esse episódio. E não podiam ter sido mais sensatas, mais certeiras e mais oportunas.
Lembrou que, tal como nada estava ganho há duas semanas, agora também nada está perdido; recusou depressões, como no passado recusou euforias; e garantiu que estaremos no Marquês, no próximo mês de Maio, a festejar o Campeonato e a Taça.
Eram justamente estas as palavras que precisávamos de ouvir naquele momento para voltar ao mundo
É nestas alturas que se percebe a vantagem de ter um presidente-presidente, e não um simples presidente-adepto. Um presidente-adepto estaria deprimido, sem comer e sem dormir, como eu confesso que fiquei no último sábado após perder em casa com o SC Braga. Um presidente-presidente levanta-nos do chão energicamente, preparando-nos para enfrentar o futuro com confiança. Aquelas palavras, naquele momento, valem só por si um mandato. Sobretudo se, como espero, galvanizarem a equipa, e nos galvanizarem a todos para uma ponta final de temporada em grande.
Para já, há que vencer em Barcelos. A primeira das 13 finais que nos faltam para alcançar o céu."

Luís Fialho, in O Benfica

Hipocrisia

"A hipocrisia é o acto de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui.
A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis, ambos significando a representação de um actor, actuação, fingimento. Essa palavra passou mais tarde a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos. Está tudo a fingir comportamentos!
Uns para ganharem votos, outros para ganharem audiências, outros para se candidatarem a cargos políticos, outros para terem os seus minutos de fama, outros por ressabiamento, outros por voyeurismo, outros porque nunca foram ninguém na vida e nesse momento podem ser, outros por vingança, outros por ódio, outros só porque sim, outros com interesses ocultos, outros para gozarem o 'prato', outros porque são 'Manéis' que vão com todos, outros porque não percebem nada de nada, outros porque querem demonstrar o seu poder, outros porque são parvos, e muitos outros que são apenas isso - outros!
Portugal não é um país racista, nunca o foi e nunca o será!
O futebol é o retrato da sociedade, e a sociedade é o retrato do futebol. Nunca se esqueçam de que todos viemos da mesma sociedade na infância!
Quando se chamam nomes aos árbitros, aos jogadores azuis, ruivos, verdes, amarelos, brancos, ninguém quer saber!
Quando se faz isto... (ver fig.)
Ninguém quer saber!
Quando em nome das audiências, logo mais share, logo mais publicidade, logo mais dinheirinho, se fazem os debates (de debate não tem nada), violentos, agressivos, animalescos; ninguém quer saber!
São todos hipócritas! Virgens ofendidas, apenas por interesses!
Portugal nunca irá a lado nenhum! Apenas está a caminhar cada vez mais para a sua própria destruição!"

Pragal Colaço, in O Benfica