"O que nos vale, ainda, são os excelentes resultados conquistados nas épocas 2012/13 e 2015/16, mas importa multiplicar as alertas.
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2. Sérios alertas, mesmo. No Colégio Militar, de que me orgulho ter sido aluno, aprendi a dizer, em certas situações, «alerta está»! Ora em razão dos resultados dos quatro cubes portugueses que resistem na Europa na presente época desportiva caminhamos para nos fixarmos, sem prazer e com imensa dor, no sétimo lugar do ranking da UEFA. Caímos, assim, do quinto lugar para o sétimo. E esta queda significa que passamos a ter direito a apenas uma equipa com acesso direito à fase de grupos da Liga dos Campeões e uma outra com participação na terceira pré-eliminatória da prova que gera e proporciona milhões! Alerta está! A luta com a França e a Rússia, respectivamente quinto e sexto classificados, é uma luta bem difícil e bem renhida. A França mantém, como nós, três equipas na Liga dos Campeões. Mas tem, ainda, duas equipas na Liga Europa (Nice e Saint-Étienne). A Rússia mantém, também como nós, e nas duas competições, quatro equipas, se bem que duas na Liga dos Campeões e as outras duas na Liga Europa. E o que é ainda mais preocupante é que, por ora, e na presente época desportiva, Portugal ocupa, tão só, o 17.º lugar do ranking da UEFA. O que nos vale, ainda, são os excelentes resultados conquistados nas épocas 2012/13 e 2015/16 para nos fixarmos no sétimo lugar. Mas importa multiplicar os alertas. Para o médio prazo e tendo presente a reformulação que pode ocorrer na Liga dos Campeões com as quatro principais ligas a conquistarem de forma directa metade dos trinta dois clubes com participação na atractiva fase de grupos da Liga dos Campeões. E importante acompanhar, igualmente, a Bélgica e a Turquia, respectivamente nono e décimo classificados daquele ranking que dá milhões. Ambos os países estão a somar mais pontos e estão a aproximar-se do oitavo lugar que é, por ora, ocupado pelo Ucrânia. Que somou pontos, por exemplo, com a derrota do Sporting de Braga esta quinta feira. Cada jogo europeu de um clube português deve ser encarado como um jogo decisivo. E onde não há solidariedade há solidão. Como escreveu Aristóteles «quem encontre prazer na solidão, ou é fera selvagem ou é Deus». E mesmo que alguns, na sua intensa clubite, se julguem, consoante os casos, ou selvagens ou, até, deuses, importa assumir que é bem diferente, a todos os níveis, ter dois clubes com acesso directo à fase de grupos da Liga dos Campeões ou ter, tão só, um. A diferença é de, pelo menos, 15 milhões de euros o que, neste tempo de escassez, não é coisa pouca...
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Fernando Seara, in A Bola