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quarta-feira, 2 de março de 2022

Gilberto vs Lázaro: Qual a melhor opção? | SL Benfica


"Para ti, qual é a melhor opção: Gilberto ou Lázaro?

A ala direita do SL Benfica, que foi ocupada nos últimos anos por André Almeida, está nos dias de hoje sem dono, pelo menos oficialmente. Após a lesão grave do lateral-direito luso, no encontro contra o Rio Ave em outubro de 2020, Gilberto foi o jogador em que Jorge Jesus apostou para o lugar.
O brasileiro fez, nessa época, 32 jogos de águia ao peito, tendo feito nesse período 2 assistências. Uma época um pouco abaixo das expectativas, se é que essas existiam, já que grande parte do universo benfiquista não conhecia muito bem o jogador.
Uma época depois foi contratado Valentino Lázaro, por empréstimo do Inter de Milão. O austríaco, também com nacionalidade angolana, não chegou com rótulo de craque, mas esperava-se mais de um jogador que ficou conhecido pelo golo escorpião que marcou em 2020 ao serviço do Borussia Mönchengladbach.
Depois de ter a oportunidade de observar ambos os jogadores com a camisola encarnada, deu para concluir que Gilberto é uma aposta mais acertada para o antigo lugar de André Almeida.
Curiosamente, ambos os jogadores têm virtualmente o mesmo número de jogos esta época – embora Gilberto tenha começado mais vezes a titular que o austríaco – e o brasileiro leva clara vantagem no que ao nível de exibições diz respeito.
Após uma primeira época em que os adeptos olhavam com desconfiança para o jeito trapalhão com que Gilberto se ia apresentando pelo SL Benfica, neste segundo ano, as suas exibições aumentaram de nível e em muitos jogos já é até considerado um dos melhores em campo, como foi o caso deste último embate contra o Vitória SC, em que fez duas belas assistências.
Outro fator que joga a favor do lateral vindo do Fluminense foi o rápido entrosamento com o resto da equipa. Gilberto parece ter percebido mais rapidamente o que lhe é pedido pelo treinador e colegas, e às vezes dá até a sensação de que já anda por aqui há imenso tempo.
Por último, algo que falta claramente a Lázaro, é a intensidade e raça demonstrada pelo carioca. Um espectador atento aos jogos do SL Benfica percebe que Lázaro muitas vezes não consegue acompanhar o seu marcador direto, saindo muitas vezes de posição, sem conseguir depois disso compensar esse movimento. Algo que Gilberto, que também sofria do mesmo mal, tem vindo a melhorar jogo após jogo.
Concluindo, podemos não estar perante um grande lateral direito, algo que o SL Benfica já não tem há muitos anos, mas Gilberto cumpre perfeitamente esse papel, e, na minha opinião, não é por ele que o clube da Luz está numa senda de más exibições. Já Lázaro pode ser devolvido ao Inter quando a época terminar, porque, a meu ver, nada acrescentou ao plantel."

Contas feitas


"A SAD do Benfica divulgou, esta terça-feira, o Relatório e Contas relativo ao primeiro semestre da temporada. O resultado líquido negativo de €31,7 milhões apresentado, justificado com a diminuição de €69,4 milhões nas transações dos direitos de atletas, no período homólogo, tem dado azo a muita conversa e alguma inquietação nas hostes benfiquistas.
Com a chegada da Covid-19, os portugueses - em geral - tornaram-se especialistas em epidemiologia e saúde pública. Na contenda Rússia-Ucrânia, rapidamente se especializaram em geopolítica e táticas de guerra. Agora, após a divulgação das contas da Benfica SAD no primeiro semestre, são todos gestores financeiros. É sempre assim. Que não haja dúvidas de que somos realmente um povo muito versado...
Todavia, é importante ser minimamente sério nas análises que se fazem. Neste caso em concreto, que é o que nos importa, é preciso ver onde é que está a sair dinheiro, onde é que está a entrar, e - o mais importante - onde é que saiu e que só agora é que é contabilizado. No geral, isto é um daqueles casos onde a montanha pariu um rato. Não quer no entanto dizer que não haja aqui uma situação em particular que mereça a nossa atenção. Passemos a explicar.
Começamos com um exemplo. Nós temos uma empresa. Compramos um prédio de escritórios por 10 milhões. Nos gastos da empresa não vão aparecer 10 milhões gastos num prédio de escritórios, vão aparecer os gastos normais: salários, papel, eletricidade, entre outros. Nem o estado quer isso, porque significa que não teríamos de pagar impostos sobre os nossos rendimentos. Os 10 milhões entram no ativo e em cada ano vão depreciando/amortizando. E é essa depreciação que entra efetivamente nos gastos. Uns 500 mil euros por ano, durante 20 anos, até perfazer os tais 10 milhões. Isto permite distribuir o investimento ao longo do tempo do ponto de vista contabilístico e, assim, normalizar os impostos sobre o rendimento.
Com um jogador de futebol é praticamente a mesma coisa. Se contratamos um jogador por 20 milhões e lhe damos um contrato de 5 anos, ele não entra nos gastos no imediato, vai entrando com o passar do tempo nas depreciações. Neste exemplo dos 20 milhões - 5 anos, vai entrar 4 milhões por ano só deste jogador (20/5=4).
O que é que o SL Benfica fez nos últimos dois anos? Gastou, em cada ano, cerca de 100 milhões de euros em reforços. Qual é a rubrica responsável pela maior parte destes 31,7 milhões de prejuízo? As amortizações de direitos de atletas. 23,9 milhões. Isto na realidade é algum custo? Não. Isto foi um investimento que vai amortizando anualmente.
Ou seja, aqueles 200 milhões de euros gastos nos verões de 2019 e 2020 estão agora a entrar nas amortizações. E vão continuar a entrar enquanto os jogadores permanecerem no Benfica. Isso, naturalmente, está a influenciar o apuramento dos resultados. O que na verdade até é bom para o Benfica, porque pode pagar um pouco menos de impostos.
Então, perguntam vocês, está tudo bem?
Mal não está, seguramente.
Mas podía estar melhor?
Podía.
O Benfica gastou 59 milhões em gastos com pessoal. A fatura no segundo semestre irá, garantidamente, ser menor. Por exemplo, Pizzi e Gedson saíram. Dois jogadores que tinham algum peso na massa salarial. Mas, ainda assim, é muita coisa, particularmente para aquilo que a equipa tem conseguido apresentar em campo. E pior é o aumento de 10 milhões em relação ao ano passado, sendo que, na verdade, à volta de 4,5 milhões são remunerações variáveis que terão vindo – acreditamos nós - do apuramento para a Liga dos Campeões. Estes 59 milhões - que são referentes a apenas metade da época e, como tal, na segunda metade serão à volta de 113-116 milhões (já descontando Pizzi e Gedson) - não são sustentáveis para o Clube.
Este desequilíbrio entre aquilo que a equipa produz - através de direitos de televisão, patrocinadores, bilhética, entre outros - e aquilo que a equipa gasta, é um buraco que depois tem de ser tapado através das poupanças passadas, da alienação de passes de jogadores ou de empréstimos obrigacionistas.
No apuramento do resultado no final da época teremos que contabilizar duas vezes as amortizações. Ou seja, já não vão ser 23,9 milhões, mas sim 47,8 milhões - que já saíram nos verões de 2019 e 2020, mas vão contar para o sensacionalismo das manchetes dos jornais. No entanto, mais grave do que isso irá ser o resultado operacional sem direitos de atletas, que neste primeiro semestre foi um prejuízo de 1,7 milhões e que no segundo semestre poderemos estar a falar de algo na ordem dos 30/40 milhões. E esses vão mesmo sair. Esses 30/40 milhões, mais 47,8 milhões das amortizações (que não contam para quem analisa o R&C, mas contam para quem lê apenas as manchetes), mais cerca de 10 milhões de euros em juros. O SL Benfica, neste momento, está a caminho de ter um prejuízo anual na casa dos 100 milhões. Em boa verdade, metade não é prejuízo real, mas vai contar para as manchetes dos jornais...
Concluindo.
É uma herança pesada em termos de custos que precisa de tempo para ser reduzida. Ainda há muito a fazer, mas a trajetória já começou: no pouco tempo de Rui Costa já conseguimos “despachar” - entre empréstimos, rescisões e vendas - 32 jogadores.
A Benfica SAD tem ativos para aguentar a massa salarial nesta ordem durante mais alguns anos, mas não é sustentável."

Alzheimer?!


"O Sporting pondera apresentar queixa devido aos gastos do Benfica com a contratação de João Mário terem rondado 5.5 milhões de euros.
Importa por isso relembrar que, no passado, o Sporting alegou em tribunal que não tinha de pagar qualquer valor à Sampdoria relativo aos 10% da mais-valia do negócio de Bruno Fernandes para o Manchester United.
A Sporting CP Futebol, SAD defendeu, então, que o contexto de Bruno Fernandes ter rescindido o seu primeiro contrato com o Sporting CP e ter assinado um novo tinha extinguido o direito da Sampdoria de auferir quaisquer valores da transferência do jogador e recusou-se a pagar qualquer montante.
Pela própria interpretação do Sporting, o facto de João Mário ter rescindido com o Inter Milão antes de assinar com o Benfica deita por terra a tese sobre quaisquer valores que o Sporting viesse a receber em caso de transferência, algo que não aconteceu pois o jogador estava livre, logo, o Sporting pode ir dar uma volta ao bilhar grande.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Não quiseram pagar, mas agora já querem receber.
Preocupem-se é em pagar o que devem à banca e em atirar areia aos portugueses através da comunicação social. Os capitais próprios leoninos continuam negativos como sempre, todavia o que interessa é desviar atenções com o Benfica."

Fundação do Benfica sempre presente


"A Fundação Benfica, mais uma vez, a atuar onde é necessária, o relatório e contas da Benfica, SAD relativo ao 1.º semestre de 2021/22, o percurso na EHF Europen League de andebol e o decisivo confronto com o Midtjylland na UEFA Youth League são os temas desta edição da News Benfica.

1
O trabalho desenvolvido pela Fundação Benfica é, como se sabe, muito meritório. Os projetos regulares ajudam milhares de pessoas, em particular crianças.
Mas é também por ações pontuais que a Fundação Benfica se notabiliza, com vários exemplos que a todos nos orgulham.
E agora que constatamos, perplexos, a invasão de um país soberano como a Ucrânia, com todas as consequências que daí advêm para o povo ucraniano, a Fundação Benfica já anunciou ter em marcha um plano de apoio aos necessitados resultantes desse conflito.
Muito em breve será anunciado como poderemos ajudar através da Fundação do Benfica, com o apoio das Casas Benfica espalhadas por todo o País. Não hesitemos, vamos ajudar quem precisa!

2
Já está publicado o relatório e contas da Benfica, SAD relativo ao 1.º semestre de 2021/22.
Apesar do pouco habitual prejuízo apresentado, num raro exercício em que não foram registadas mais-valias significativas resultantes da alienação de passes de jogadores, é notória a solidez financeira da Benfica, SAD.
Os capitais próprios continuam muito positivos; constata-se, depois de todas as restrições motivadas pelo combate à pandemia, o regresso progressivo à normalidade no que diz respeito às receitas comerciais; e percebe-se que os aumentos dos custos com pessoal se deveram, em parte, a uma política de alargamento do plantel que já começou a ser reajustada, mas que não pode ser implementada de forma brusca.
A sustentabilidade económica e financeira da Benfica, SAD é um desígnio que continua a nortear a gestão e essa permanece garantida.

3
A nossa equipa de andebol, já apurada para a fase a eliminar da EHF European League, visitou ontem o GOG, que partilhava, à entrada da penúltima jornada, a liderança com o Benfica. A derrota, por 39-38, decidida nos minutos finais com muita controvérsia à mistura devido a decisões de arbitragem infelizes, não deslustra o excelente percurso que temos vindo a fazer na competição.

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Já se joga o Midtjylland–Benfica na UEFA Youth League e disputa-se o acesso aos quartos-de-final da prova. Temos legítimas aspirações a chegar longe na competição, mas cada jogo é uma final. Resta-nos desejar que possamos celebrar a passagem à eliminatória seguinte no final da partida. E à noite, às 21h00, há um Esmoriz–Benfica em voleibol a contar para a Taça de Portugal."

O que ofereceu Meité na ausência de Weigl


"O jogo com o Vitória na Luz veio mostrar ao mundo benfiquista que Meité poderá ser mais vezes opção. Na ausência de Julian Weigl, a posição 6 ficou órfã e sem um substituto natural, a opção recaiu em Meité que acabou por ser uma das boas surpresas do jogo estando envolvido em vários lances positivos do Benfica e acima de tudo nos golos.
Meité fez a sua carreira quase sempre em sistemas de meio campo com 3 elementos onde as suas lacunas ficam mais escondidas e onde os seus atributos técnicos acabam por sobressair. É um jogador que oferece mais ousadia no passe do que o alemão e tem uma compleição física que oferece garantias nos duelos.
Jogando na posição de médio mais recuado no sistema de Veríssimo, acaba por pecar por não ter um raio de ação muito elevado nem ter uma passada larga que o faça deslocar-se para todos os setores do campo rapidamente. Contudo, nesse aspeto, por vezes, Weigl também tem dificuldades quando o adversário obriga a equipa do Benfica a bascular constantemente.
O jogador francês várias vezes fez aquilo que Weigl é criticado por não fazer. Passes verticais para dentro do bloco adversário. Nem sempre com sucesso mas sempre que a bola chegou, o Benfica ficava em condições de empurrar o adversário mais para trás. Mesmo no passe longo acabou por fazer estragos e provocar dois lances de golo onde também Gilberto sobressaiu.


Onde ainda mostra dificuldade é nos níveis de concentração que não são constantes. Várias vezes perdeu a posição ou a referência individual e acabou por deixar o Vitória Sport Clube em condições de começar a sua fase de criação. Taticamente também se percebeu que não tem as rotinas da equipa (o que é normal dado os minutos de competição que tem) e num meio campo com Taarabt as dúvidas de marcação foram surgindo ao longo dos minutos iniciais da partida. Após o Benfica marcar, a equipa acabou por acalmar e corrigir posicionamentos que levaram a uma segunda parte tranquila.
Apesar de preferir jogar na posição 8, Meité acabou por mostrar que com mais minutos e oportunidades pode revelar-se uma opção interessante para render Weigl em vários jogos da liga interna."

Força da Tática | Arrastar para explorar, SL Benfica


"Conseguirão estas novas dinâmicas arrastar as águias para os bons resultados?

Nos dias que correm, o jogar do SL Benfica não é o mais espetacular nem tão pouco o mais eficaz, por isso, Nélson Veríssimo procura formas de dar a volta à situação e parece que a solução para já passa por processos que facilitem a equipa quando procura chegar à frente – inclusive o “arrastar”.
As equipas de quem se diz ter o melhor futebol da Europa são equipas que jogam com um futebol apoiado, entrelinhas, onde o espaço não abunda, mas a capacidade para definir e a confiança faz com que se arranje soluções que pareciam não existir.
No SL Benfica de hoje, essa confiança não existe e forçar esse tipo de jogo poderia levar a várias perdas de bola que iriam resultar em impaciência da parte dos adeptos e que fariam a equipa ir abaixo animicamente como já se viu em jogos num passado recente, onde parecia jogar sobre brasas.
Longe vão os tempos de Saviola e Aimar ou Jonas e Pizzi, onde jogar em espaços curtos não era problema. Como tal, Veríssimo aposta em dinâmicas que permitam criar espaço para que quem tem a bola defina com qualidade, tempo e espaço. E é aqui surgem as dinâmicas de arrasto.
No último jogo, frente ao Vitória Sport Clube, não foi apenas nos golos que foi possível verificar tais dinâmicas. Ao longo do jogo, o SL Benfica procurou arrastar o adversário para um corredor e no momento de variação de flanco, um jogador (Rafa e por vezes Darwin) arrastava o lateral de modo a que Gilberto conseguisse receber no espaço e sem pressão para que o seu rendimento fosse superior.
De lembrar que Gilberto regressou agora aos jogos depois de ter feito uma partida onde em 14 cruzamentos apenas um encontrou um colega. Desta vez, os cruzamentos do brasileiro foram letais por duas vezes – muito por culpa desta dinâmica de arrastar os adversários. Da mesma forma que o Vitória SC sabia que podia “magoar” o SL Benfica com bolas em profundidade nas costas dos centrais encarnados, que normalmente são batidos na velocidade.
O SL Benfica também conseguiu ler o adversário na preparação do jogo e sabia que Rochinha tem evidentes dificuldades no momento defensivo e que poderia ser por ali a solução para um bom resultado.
O papel de Nélson Veríssimo como treinador é este. Reconhecer as dificuldades do atual plantel e neste contexto específico que atravessa e, ao mesmo tempo, arranjar soluções para que os jogadores possam crescer em qualidade e ganhar níveis de confiança que vão empurrar a equipa para melhores resultados, mais consistentes e exibições mais sólidas.
Num jogo que poderia ter sido complicado para o SL Benfica, acabou por ser resolvido ainda na primeira parte, recorrendo a uma boa preparação de Nélson Veríssimo no pré-jogo e dando condições para potenciar as características de jogadores como Gilberto e Meité, que normalmente são “patinhos feios” do plantel."

Benfica Poscast #438 - Clean Sheet

Goebbels do Tugão!




"O FC Porto, através do seu diretor de comunicação, a fazer declarações a gozar com a guerra na Ucrânia. É isto que temos em Portugal.
É este o clube que, ano após ano, é levado ao colo para ser campeão.
Ainda bem que o problema é - sempre! - o SL Benfica."


A arte da impunidade!!!

Benfica FM #191 - Ajax, Vitória...

O Cantinho Benfiquista #96 - We Stand With Ukraine

BI: Inês...

Falar Benfica #52

Por pouco...!!!

GOG 39 - 38 Benfica
(20-18)

Depois de uma partida, onde tivemos quase sempre em desvantagem larga, uma boa ponta final deu para recuperar, mas quando parecia ser possível,  mais uma arbitragem vergonhosa, não permitiu a conquista de pontos na Dinamarca, acabámos a partida com 4 jogadores em campo!!!
As ausências do Moraes e do Arnau foram más noticias, no pré-jogo, mas a equipa voltou a conseguir superar-se, e lutámos até à última, contra uma equipa teoricamente superior... Confirmando que o resultado da 1.ª volta, na Luz, foi mesmo um mau dia, num dos piores momentos da época!

Uma carreira exemplar


"Jacinto Marques, apesar de discreto, protagonizou um percurso recheado de êxitos

A qualidade de um atleta é um dos elementos que, à primeira vista, permitem vaticinar acerca de até aonde pode chegar. No entanto, um dos factores mais importantes é a sua mentalidade, se tem ferramentas necessárias para aguentar as críticas ou mesmo para não se perder nos elogios.
Em 1942, José de Castilho, na altura secretário-adjunto da Direcção do Benfica, descobriu Jacinto quase por acaso. O dirigente foi com Antero José Trigo, também integrante da Direcção encarnada, assistir a uma partida da 2.ª categoria do Carcavelinhos. Ambos ficaram maravilhados com a prestação de Jacinto e concordaram que possuía qualidades para jogar no Benfica. 'Modesto, leal e correcto', tinha a alcunha de 'Direitinho'. A celeridade nas negociações fez com que se antecipassem a outros clubes interessados e a quererem pagar mais do que os 10 contos oferecidos pelos benfiquistas.
O defesa integrou, primeiro, a equipa de reservas, e na temporada seguinte foi chamado a alguns encontros da equipa de honra. Em 21 de Novembro 1943, estreou-se frente ao Belenenses e realizou uma boa partida. No entanto, nas exibições seguintes, o jogador foi alvo de crítica dos adeptos, que se dirigiam directamente a José de Castilho, questionando-o: 'Onde é que foste descobrir o Direitinho?'.
Todavia, Jacinto 'era um jogador fora da craveira habitual, modesto, leal, correctíssimo, (...) que nunca deixo de trabalhar'. Progressivamente, conquistou um lugar no onze, convenceu os adeptos e mereceu a braçadeira de capitão. Teve uma carreira de 14 épocas de águia ao peito, em que conquistou quatro Campeonatos Nacionais, quatro Taças de Portugal e o primeiro troféu internacional do Clube, não sendo o primeiro a erguer a Taça Latina porque, com as emoções da partida, 'ficou tão contente, tão feliz, que até se esqueceu de ir buscar o cobiçado troféu. Só na cabina, e depois do Rogério lá o ter ido buscar, é que se deu conta do sucedido'.
Em 1 de Setembro de 1957, Jacinto foi merecedor de uma bonita festa de homenagem na sua despedida dos relvados. Apesar de não, 'ter sido um às de primeira grandeza e sem nunca ter tido a honra de envergar a camisola das quinas na equipa A', o jogador ganhou a estima dos adeptos, colegas e companheiros, pela sua eficiência dentro de campo e postura exemplar, tanto dentro quanto fora das quatro linhas. O público quis prestigiar uma bonita carreira, e o jogador foi alvo de vários tributos.
Saiba mais sobre este fantástico futebolista na área 23 - Inesquecíveis, do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica