"Não houve semáforo vermelho, também não houve semáforo azul, houve semáforo amarelo.
Deveria haver semáforo negro para as declarações do presidente e do treinador portista no termo da igualdade. Como é possível tamanho desplante?
Houve, porventura, algum golo irregular?
Houve foi um lance infeliz de Artur e uma intervenção imprevista de Cardozo que terão obstado a que o Benfica chegasse ao triunfo no clássico da Luz.
A que se deve o topete dos responsáveis azuis às riscas, naquele jeito calimero, só que assanhado?
A memória não lhes faz recordar as incidências do jogo na pretérita temporada, que decidiu o Campeonato, quando Pedro Proença validou o terceiro tento portista, obtido num escandaloso e plural fora-de-jogo?
A táctica é recorrente. Feliz com o empate, sabedor que esta vai ser uma competição extremamente renhida, de forma mais ou menos sub-repticia o FC Porto inaugurou o ciclo da pressão.
Vai sustentar que foi prejudicado na Luz, tentando colher benefícios subsequentes e danos arbitrais para o nosso Benfica.
É assim há cerca de trinta anos. Eles não mudam.
Até aquele episódio pachola, dir-se-ia digno de quem o trouxe à colação, foi paradigmático. Verdade que o sujeito exibiu o telemóvel, perante o silêncio cúmplice de alguns jornalistas subservientes.
Tratou-se de um erro da empresa que presta serviços à Liga. "Queriam que o resultado fosse a vitória do Benfica", ouviu-se.
Uma minudência sem ponta por onde se lhe pegue. Já o fito é claro. Mais pressão, pressão sobre a Liga de Clubes, que até é presidida por um dirigente com anos de serviço no covil do dragão.
A tentativa de viciar a verdade desportiva já começou, importa levantar atalaia."
João Malheiro, in O Benfica