Últimas indefectivações

quinta-feira, 16 de maio de 2013

«...a nossa hora vai chegar!»

"Há momentos em que devemos ter memória e gratidão e este é um deles. Tenho orgulho na equipa do Sport Lisboa e Benfica, mas é impossível não ficar emocionado e orgulhoso depois do que assisti ontem [quinta-feira], no ArenA de Amesterdão, com a forma como os milhares de benfiquistas que estiveram presentes no estádio apoiaram, ao longo de todo o jogo, nos bons e nos maus momentos, a nossa equipa. 
Sei que muitos deles, com sacrifício da sua vida pessoal, procedentes de toda a Europa, mas também de África e da América do Sul e do Norte, não quiseram perder a oportunidade de estar presentes. A eles o meu muito obrigado não apenas pela presença, mas pela forma como mostraram ao Mundo o que é o Sport Lisboa e Benfica.
Os cânticos, a coreografia das bancadas e as lágrimas no final são imagens que marcam e que têm de servir de exemplo a todos nós. O Benfica é único! Este meu obrigado segue também para todos aqueles que por uma ou outra razão não puderam viajar até Amesterdão mas não deixaram de vibrar e apoiar a equipa num jogo, por todos, reconhecido de alto nível. Obrigado a todos pelo vosso exemplo e pela vossa dedicação ao Clube.
Vamos continuar com esta vontade, determinação e humildade, com pensamento positivo e unidos na certeza de que a nossa hora vai chegar!"



Benfica, Benfica, Benfica!

"O maldito número: 92. Igual a 90+2. Tempo para jogar: 1%. Outra vez. Desgraçadamente. A sorte virou costas ao Benfica numa época de grande qualidade futebolística. O Benfica foi a melhor equipa em Amesterdão. O Chelsea foi feliz. Mas as finais são sempre a soma do jogo jogado e da imponderabilidade da sorte ou azar.
Eu que - menino e moço - chorei de alegria, com os meus 13 anos com as duas vitórias na Taça dos Campeões Europeus, que vi nas outras finais a malapata dos 'penalties' e a circunstância de ter disputado duas delas nos países ou cidades dos adversários, sinto a desilusão do que, nas 9 finais europeias disputadas, ainda não tinha experimentado: o anátema do 92.
Gostei da equipa. Alguns jogadores foram notáveis. Enzo Pérez brilhante. Matic contra o seu antigo clube foi o que tem sido toda a época: um jogador que faz o trabalho de dois ou três. Garay, um enorme defesa-central saiu lesionado num momento crítico. Cardozo, Salvio, Luisão, Gaitan, muito bem. Jorge Jesus foi competente e reanimou a equipa para esta final com sabedoria e lucidez.
Depois da lancinante imagem do treinador de joelhos, foi doloroso ver o choro e a frustração de dignos profissionais do maior clube português. Um jogo leal, um final de jogo de grande elegância e correcção no relvado e nas bancadas. Uma partida sem obsessões e recriminações doentias. E sem esses insuportáveis mind games que entretêm o circo. E com uma boa arbitragem, sem a vaidade, e manhosice de Proenças & Cia.
Dividido entre a profunda frustração da derrota e o orgulho de um Benfica que honrou Portugal, digo bem alto: Benfica, Benfica, Benfica!"

Bagão Félix, in A Bola

Que grande lição, a dos adeptos do Benfica!

"Muito se discute se são os adeptos que puxam pela equipa ou se é a equipa que puxa pelos adeptos. A noite de ontem em Amesterdão não vai ajudar a resolver esta dúvida metódica porque os adeptos do Benfica e a sua equipa estiveram em comunhão perfeita. Surpreendente foi a forma como a claque encarnada abafou completamente a do Chelsea. Os ingleses, quiçá envergonhados pelo banho de bola que estavam a levar, foram parcimoniosos nos cânticos e só festejaram a sério quando chegou a hora de Frank Lampard levantar a Taça. Em muitos anos de futebol não tenho memória de uma equipa sair vencida e ao mesmo tempo ser vitoriada de forma tão expressiva e expansiva pelos seus adeptos. Esse é outro dos ensinamentos de Amesterdão, uma cidade onde o Benfica foi muito feliz em 1962 e de onde saiu agora de cabeça bem levantada e com o prestígio internacional em alta. Perdeu o Benfica? Sim. Mas nem tudo se perdeu..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Benfica: o Príncipe Encantado vai chegar um dia!

"Carta a Jorge Jesus
Caro Jorge Jesus, muitos parabéns pelo grande jogo que ontem o Benfica fez. Muitos parabéns pela forma desassombrada, corajosa, intensa e vibrante como ontem o Benfica jogou. Assim, sim, assim o Benfica é grande, mesmo quando perde.
Ontem, talvez pela primeira vez em toda a minha vida, senti que Portugal inteiro se orgulhou do Benfica. Mesmo os nossos adversários, portistas e sportinguistas, admiraram o nosso fantástico jogo, e o nosso maravilhoso público em Amesterdão, e mesmo eles sentiram a crueldade que foi perder assim.
A derrota custa, custa muito, mas caro Jorge Jesus, não deixes que esta derrota ensombre o quanto fizeste este ano e a grande temporada que o Benfica fez. Jamais me vou esquecer de muitos momentos bons deste ano. Das vitórias em Leverkusen e Bordéus, da forma magnífica como jogámos em Nou Camp, Newcastle ou nesta final; das excelentes vitórias nacionais em campos tão difíceis como Alvalade, Braga, Madeira e Paços de Ferreira.
E, sobretudo, jamais me vou esquecer daquele que foi o melhor jogo da época que o Benfica fez, na Luz, contra o Fenerbahçe, na meia-final.
Além disso, também não me vou esquecer do que diziam da equipa no início do ano, quando tínhamos acabado de vender Witsel e Javi Garcia e não havia meio-campo, pois Aimar e Martins estavam fora de combate. Ou quando diziam que não tínhamos defesa, pois Luisão estava castigado para meses e supostamente não havia lateral esquerdo.
Ainda te lembras do que disseram de ti? Pois, meu caro Jesus, a ti se deve a grande construção desta equipa. A invenção de um meio-campo excelente, com Matic e Enzo Pérez; o nascimento de um jovem lateral chamado Melgarejo; a afirmação de um grande avançado chamado Lima; e ainda uma aposta em jovens portugueses, os dois Andrés.
Quem fez tudo isto em apenas um ano, e conseguiu tanta coisa boa e bonita para alegrar os nossos corações, não pode pensar em desistir só porque perdeu dois jogos nos descontos.
Os grandes homens não são os que estão sempre no topo, lá no alto, mas sim aqueles que sabem que vão cair muitas vezes e que se vão tornar a levantar do chão muitas vezes mais, e recomeçar tudo outra vez.
A história não acaba aqui, a vida não acaba hoje nem amanhã, e no Domingo ainda temos de lutar por um milagre.
Sim, um dia vai acontecer um milagre ao Benfica. Ninguém sabe quando, mas um dia a famosa maldição de Bela Gutman também vai acabar. Ontem não foi esse dia, mas ele vai chegar. 
Sabemos todos, desde crianças, que todas as maldições acabam com a chegada de um Príncipe Encantado. Quem sabe se um dia não serás tu?"

Sou do Benfica e isso me envaidece

"O minuto 92 do Dragão e o minuto 92 de Amesterdão, em menos de uma semana, dão uma dimensão sobrenatural a este maio benfiquista.

Sexta-feira, 10 de Maio
LÊ-SE na imprensa que cada jogador do FC Porto receberá 200 mil euros em caso de vitória sobre o Benfica. Se o Benfica ganhar quer isto dizer que já haverá dinheiro no Dragão para a reabertura da secção de basquetebol.
Outra coisa do dia:
«Francamente, o que te dá mais gozo? Ganhar ao Benfica com um golo em posição irregular já nos descontos ou com um golo limpinho?» – eis uma questão que hoje ouvi ser frequentemente colocada entre os nossos adversários de amanhã.
As opiniões dividiram-se, naturalmente. No entanto com nítida vantagem para os desejos de uma vitória com um golo irregular.
Ninguém pode saber a preferência de Vítor Pereira, o do FC Porto (não o dos árbitros), nesta matéria porque ninguém lhe colocou a questão directamente na conferência de imprensa de antecipação do clássico, hoje realizada. Mas a verdade é que, indirectamente, Vítor Pereira acabou por responder dizendo que “os títulos de campeão não se dão nem se compram”. E ninguém o desmentiu.
Aliás, para desmentir neste ponto tão particular Vítor Pereira não há ninguém em Portugal. Só em Inglaterra. E só um cavaleiro da rainha da envergadura de um Sir Alex Ferguson.
Em 2004, em declarações à BBC nas vésperas de defrontar o FC Porto, o treinador do United afirmou taxativamente que «lá no seu país o FC Porto compra os campeonatos no supermercado». E se acham que isto é o Sir Alex Ferguson com a sua ironia do costume, atentem no remate da frase: «Sempre que compram um pacote de leite somam mais 3 pontos.» Chega, Sir Alex! Em 2004 já o Sir Alex estava com muito boa idade para a reforma que, ainda assim, tardou nove anos.
Sobre este assunto dos títulos que se compram ou que não compram em supermercados nada mais há a acrescentar. É uma questão filosófica entre o Vítor Pereira e o Sir Alex. Eles que se entendam.

Sábado, 11 de Maio
À tarde: o Braga espalhou-se em casa com o Nacional e o Paços foi a Coimbra selar a sua mais do que merecida qualificação para a Liga dos Campeões. Não é difícil de imaginar que a malta do Paços passe a semana em festejos pelo sucesso europeu pelo que, se o Benfica precisar do Paços a ganhar ao FC Porto na última jornada, dificilmente acontecerá por razões amplamente justificadas.
À noite: Pronto. Já não vai ser reaberta a secção de basquetebol do FC Porto. Quanto ao golo que decidiu o jogo e poderá ter decidido o campeonato aconteceu no período de descontos mas em posição regular. Sem grandes ocasiões de golo, foi bom o clássico em termos do espectáculo. Correcção exemplar dentro de campo, equilíbrio entre as equipas e golpe de teatro final sorrindo a um FC Porto que já se arrastava penosamente pelo campo no último quarto de hora.
A imagem que vai ficar desta Liga é a de Jorge Jesus ajoelhado no momento em que Kelvin fugiu a Roderick e bateu Artur. Gosto dessa imagem e não é por masoquismo. Gosto de um treinador que sofre com a gente. De resto, nada a apontar.
Agora, resta ganhar ao Moreirense e ter fé no Paços da capital do móvel. Força bicho carpinteiro! 

Domingo, 12 de Maio
POR cá: o Beira-Mar perdeu no Estoril e vê a sua vida complicada. O treinador dos aveirenses, Costinha, não gostou do trabalho do árbitro que terá sido muito permissivo com Steven Vitória, o capitão do Estoril. E o bom do Costinha, que jogou no FC Porto, não se conteve: «O Steven Vitória lembra-me o Jorge Costa, faz tudo em campo, tudo lhe é permitido e nada lhe acontece. Só lhe faltou dar uma chapada ao árbitro.» Ora aqui está uma situação histórica que se não fosse o Costinha a falar teria passado completamente despercebida.
Lá fora: com uma vitória por 2-1 sobre o Swansea fez, esta tarde, a sua festa o Manchester United, o novo campeão inglês. Foi bonito de se ver. E especialmente tocante porque Alex Ferguson sentou-se pela última vez no banco do United em Old Trafford.
Como toda a gente sabe, o treinador que todos os treinadores gostavam de ser anunciou na semana passada que tinha chegado ao fim da sua mitológica caminhada como manager do clube.
No que nos diz respeito, por duas vezes, em 2005 e em 2011, o Benfica eliminou o Manchester United de Sir Alex Ferguson na fase de grupos da Liga dos Campeões, o que só nos ficou bem.
Vai-se embora o Sir Alex e demorará muitos anos até que um qualquer outro treinador lhe possa chegar aos calcanhares. Com o adeus de Sir Alex some-se de cena a maior autoridade mundial do futebol contemporâneo.
Aliás, se o Sir Alex não tivesse metido os papeis para a reforma no princípio da semana duvido muito de que o Vítor Pereira viesse hoje falar em campeonatos comprados. Assim com o velho arrumado, deu-lhe para o desmentir.

Segunda-feira, 13 de Maio
A UEFA anunciou o nome do árbitro para a final de depois de amanhã. Trata-se do holandês Bjorn Kuipers. Medida ajuizada de contenção da UEFA visto que a final se disputa na Holanda e assim não há que pagar viagens nem ajudas de custo à equipa de arbitragem. Sabe-se como estas coisas saem caras.
De Kuipers não se pode dizer que é um velho conhecido do futebol português porque não é especialmente rico de incidentes o seu historial de apito com equipas nossas. Mas pode-se dizer que é um cliente das famosas marisqueiras de Matosinhos. Foi com Kuipers que nasceu aquele conflito entre o FC Porto e a Marca que levaria a SAD portista a mover uma acção contra o diário desportivo madrileno. Por difamação, obviamente.
Passou-se a coisa em Maio de 2011 e porque a Marca noticiou uma jantarada numa marisqueira matosinhense entre o dito árbitro holandês e gente oficial ou oficiosa, como preferirem, do FC Porto antes do jogo (ou depois, de novo como preferirem) com o Villareal no Dragão para a meia-final da Liga Europa. 
Lembram-se?
Tomei conhecimento da nomeação de Kuipers através de um benfiquista alarmado com que me cruzei esta manhã na rua e que, de chofre, me apresentou as suas lamentações por até na Europa termos de levar com árbitros «da órbitra do Porto». Tentei sossega-lo com palavras de bom senso. Não resultou. Fui por outro caminho retórico. Em Amesterdão não há marisqueiras, portanto não há nada a temer em relação ao senhor Kuipers, percebes? Nem assim…
Entretanto, a imprensa do dia dá conta do milionésimo centésimo octagésimo sexto comunicado do Sindicato dos Jornalistas em trinta anos lamentando maus tratos a seus filiados no recinto do FC Porto.
O Sindicato dos Jornalistas podia um dia editar em livro todo o seu acervo de três décadas de comunicados de repúdio. Pensando melhor, é melhor não. Era uma vergonha para as autoridades.

Terça-feira, 14 de Maio
SENDO quatro anos mais velho do que o Sir Alex, vimo-lo dançar na tribuna do estádio quando Proença apitou para o fim do jogo no sábado. E continuou a dançar pelos dias que se seguiram em palavras e em actos para meter nojo ao Benfica.
Aparece pelos jornais a desejar a vitória do Benfica amanhã. Por causa do Jesus de quem se diz admirador. São estas coisas que fazem de Pinto da Costa uma bênção do céu para os portistas e para alguns sportinguistas órfãos de identidade própria. Aos benfiquistas mete nojo. Tudo, afinal, está no sentir.
O presidente da república convocou o Conselho de Estado. Percebe-se bem porquê. Se o Benfica perder amanhã a final da Liga Europa teme-se que a revolução comece mais cedo.

Quarta-feira, 15 de Maio
AMESTERDÃO. Na primeira parte foi melhor a exibição do que o resultado. Na segunda parte aconteceu a mesma coisa. Conclusão: o Benfica perdeu a sua nona final europeia. Tal como acontecera no Porto no sábado, hoje em Amesterdão o minuto fatal voltou a ser o 92 e com requintes de crueldade. O problema não é do treinador, nem dos jogadores, nem do presidente. Temos um problema de bruxo, lamentam-se até os benfiquistas mais virados para a ciência.
O Benfica fez uma excelente e, face ao passado recente, surpreendente exibição face ao campeão europeu em título. O Chelsea esteve quase sempre atado e só foi superior ao Benfica na finalização que é o que conta. Os ingleses ganharam esta Liga Europa com a mesma super-estrelinha com que ganharam no ano passado a Liga dos Campeões. São fases…
Domingo há jogo com o Moreirense. No quer diz respeito ao jogo de Paços de Ferreira, venha de lá então esse bicho-carpinteiro!"

Leonor Pinhão, in A Bola

Benfica não merecia isto

"Derrota (1-2) de novo ao cair do pano.
Impossível não associar o desfecho de Amesterdão ao que aconteceu, sábado, no Dragão. As semelhanças são grandes, se levarmos em conta o "timing" das sentenças, ambas ditadas já nos períodos de desconto, de forma a não permitir quaisquer recursos. Porém, já semelhanças não haverá se quisermos estender a análise ao futebol praticado pelo Benfica nas duas ocasiões. Cauteloso e defensivo, frente ao FC Porto; exuberante e categórico, perante o Chelsea. E se, no primeiro caso, a equipa acabou por pagar a factura de tanto retraimento  desta vez o resultado foi cruel, uma vez que não reflecte o que se passou no terreno.
Nem sequer valerá a pena falar do pragmatismo inglês ou da eficácia que lhe subjaz, argumentos que, face a um qualquer resultado verificado (por mais ilógico que ele seja), sempre se invocam, quando é preciso justificar a ocorrência. Ora, a única verdade é que os ingleses foram claramente dominados pelo Benfica, sobretudo na 1ª parte, e o seu triunfo, embora legítimo, não foi, contudo, o mais justo, se é possível, como penso, fazer a destrinça entre estes dois conceitos.
O Benfica, com o seu trio do miolo mais Matic, entrou mais dominador, fazendo circular mais a bola, com uma maior disponibilidade atacante e, por várias vezes, criou perigo na área contrária. Tudo isso como resultado também de alguma inesperada permeabilidade do Chelsea no seu meio-campo e que se estendia ao seu sector mais recuado, o que determinava a concessão de muitos espaços às iniciativas dos encarnados.
Face a tamanho desequilíbrio territorial, admitia-se que o figurino de jogo pudesse vir a ganhar outros contornos, com a natural reacção do Chelsea, mas o que se assistiu foi, sim, ao prolongamento da situação, apenas interrompida por um remate de Lampard que quase ia traindo Artur. Foi, contudo, um caso isolado, um lance individual protagonizado por um dos mais inconformados e esclarecidos elementos dos "blues", que, a par de Ramires e Mata, procurou sempre contrariar o ascendente do Benfica.
Na 2ª parte, o Benfica voltou à carga e manteve a atitude inicial, mas ficou à vista que, face ao desgaste, seria impossível prolongar essa atitude por muito mais tempo, caso o Chelsea imprimisse maior velocidade ao jogo. E seria numa situação de contra-pé bem explorada pelo Chelsea e a justificar rapidez de reacção por parte do Benfica, que o marcador funcionou. Tudo começou num lançamento manual do guardião Cech (!), que apanhou desprevenida toda a gente. Isolado por Mata, Torres - que até aí fora pouco mais que espectador - fez o seu trabalho de ponta de lança e não falhou. A tal eficácia...
Jorge Jesus respondeu de imediato e bem, fazendo entrar Lima e Ola John para os lugares de Rodrigo (pouco interventivo) e do lateral Melgarejo. O Benfica conseguiu o empate, por Cardozo, na cobrança de um castigo máximo, mas o optimismo que se instalara de novo voltou a ser ensombrado com a lesão de Garay (substituído por Jardel), já depois das queixas musculares de outros jogadores nesta parte final.
Com o jogo a caminho do prolongamento - seria um teste bastante ingrato! - o Chelsea carimbou o 2-1, por Ivanovic, a concluir, sem oposição um canto de Mata. Para trás, ficara mais um grande remate de Lampard, à barra, e uma enorme defesa de Cech a remate de Cardozo. E para que o taco-a-taco neste período fosse um facto, o Benfica ainda teve fôlego para responder ao 2º golo inglês, mas Cardozo - sempre ele, já que Lima não teve oportunidade para se mostrar (talvez pudesse ter entrado mais cedo) - não foi lesto no remate.
Como se adivinhava, o cansaço terá sido o grande inimigo do Benfica, ficando a ideia de que, em melhores condições físicas, tudo poderia ter sido diferente. Mesmo assim, a equipa encarnada exibiu-se em grande plano e deu mostras de grande entrega, chegando em vários períodos de jogo a reduzir à vulgaridade um adversário que está longe de ser vulgar. Mas, como diria Jesus, admirador de Pascal, o futebol tem razões que a razão desconhece."