Últimas indefectivações

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Sabe quem é? Goleador da primeira vez - Palmeiro


"Com furúnculo numa perna fez o primeiro golo europeu do Benfica; Guttmann não o quis, foi vender jornais e tabaco

1. Nasceu em Arronches, algures por 1932. O pai era dono de uma empresa de camionagem - e não o queria a jogar à bola: «Cresci a ter de fugir dele antes de ter de fugir dos defesas, escondendo-me, às vezes, em casa do meu avô - para escapar aos tabefes que me esperava...»
2. Ainda com a ajuda do avô apareceu no Atlético Clube de Arronches. Tinha 13 anos - logo dando nas vistas pela habilidade e pela velocidade com que incendiava o flanco onde jogasse.
3. Aos 16 anos tirou a carta de motorista - e passou a trabalhar na camionagem do pai. Ao pai apareceu, certo dia, o presidente da Câmara de Arronches a pedir-lhe o «favoritismo» de o deixar ir para o Portalegrense - «que é desejo forte de amigos meus de lá!». A primeira resposta, despachou-a, assim, de rompante: «O futuro do rapaz não é a bola, são as camionetas, senhor presidente. Ainda se fosse o Benfica...»
4. O presidente insistiu na solicitação - e por ser quem era, o sr. Rodrigues acabou por aceitar que o seu Chico fosse, então, para o Portalegrense. Ao darem-lhe a ficha a assinar, exigiu 00 escudos na mão - mas não, não ficou nem com um tostão, os 500 escudos entregou-os, sentimental, ao Atlético de Arronches.
5. Sem que o pai o percebesse, meses antes dera salto ao Campo Grande, para uma «experiência». Cândido Tavares aprovou-o na ora. Levou, comprometido, a boa nova ao pai, ele largou-lhe, taxativo, o aviso: «Só o permitirei se te arranjarem bom emprego em Lisboa». O Benfica disse que o emprego não seria problema - mas foi: (tardou semanas e meses). Estreara-se pelos cadetes com vitória sobre o Sporting - e como a promessa do emprego não se cumpriu, regressou, desgostoso, às camionetas.
6. Do Portalegrense, ainda saltou agora para O Elvas - quando o chamaram à tropa em Lisboa consertou-se que o seu destino seria o Atlético. A caminho da Tapadinha, o coração trocou-lhe as voltas: foi fazer novo teste ao Benfica e Ribeiro dos Reis não deixou que voltasse a escapar ao seu destino: «Tive a sorte que poucos têm, a sorte de entrar duas vezes num palácio encantado - e lá ficar, enfim...»
7. A estreia no Benfica deu-se contra o Independiente de Bueno Aires - por lesão de Águas. Rasgou a história com hat-trick à Espanha, em Junho de 56 - só não foi o primeiro jogador da selecção a fazer três golos num jogo porque, 28 anos antes, o Valdemar Mota (que entrara num filme com a Beatriz Costa) marcara três à Itália.
8. Também marcara o primeiro golo do Benfica no Estádio da Luz - e por isso o tratavam como o «goleador da primeira vez». Fazendo mais jus ao cognome foi dele o primeiro golo do Benfica na Taça dos Campeões, em Setembro de 1957. A viagem para Sevilha iniciou-se na madrugada do próprio dia de jogo. Após 10 horas de caminho, comeram à pressa - e correram para o Nervion. O Sevilha venceu por 3-1 - ele jogou com um furúnculo numa perna, Silva Resende escreveu-o em A Bola: «Rápido, fulgurante, desconcertante, é jogador feliz contra os espanhóis que o temem e se apavoram com a sua presença». Antes do seu fulgurante remate deixara, estonteado com um drible Campanal, o Campanhal que ao sair do campo, afiançou a seu respeito: «É o elemento mais extraordinário do Benfica. (E, nesse Benfica já havia Coluna, Águas, Cavém, Caiado, Ângelo, Santana, Bastos, Zezinho).
9. Era capitão de equipa, na segunda mão em 0-0 acabou o Benfica-Sevilha - e ele contou: «Otto Glória metei o Zezinho à frente para travar Campanal, defesa que limpava tudo e ainda saiu a jogar. Depressa se pegaram e lembrei-me de um truque: fui pedir ao árbitro para expulsar os dois - o Zezinho não nos fazia falta nenhuma, queríamos era o Campanal na rua. O truque não resultou - e fomos eliminados».
10. Só não esteve também na primeira vez do Benfica campeão europeu - porque, nessa época, Béla Guttmann decidira não apostar nele (e o sinal levou-o ao adeus à Luz). Até 1966 ainda jogou no Pescadores e no Monte da Caparica - na Costa já abrira, de sociedade com Salvador (seu colega no Benfica) um estabelecimento de venda de tabacos e jornais (quase até ao fim da vida o manteve - e, em tempos, quem nele entrasse via-lhe fotos de glória nas paredes, coladas...)."

António Simões, in A Bola

Marcha-atrás?

"De imediato, o dérbu! Benfica favorito como há muito não era... E as consequências se houver derrotado. Ah!, raio de penáltis!

Ia tão bem o Benfica... Venceu V. Guimarães e Boavista - no Bessa, com absoluta firmeza e clareza - e eliminou Fenerbahçe, sugerindo colocação de um pé na tão ambicionada fase de grupos da Champions. E eis que, ao quinto jogo no duro ritmo de 3 em 3 dias, sai da Luz tropeçando no PAOK - o tal pé fica descalço e o Benfica arrisca-se a ver, por algo insólito canudo grego, Champions e brutalidade de imediatos €43 milhões.
Não muito bem tem andado o Sporting... Ganhou em Moreira de Cónegos e, em Alvalade, ao V. Setúbal, mas num jeito tem-te-não-caias, pálido no sofrimento das atribuladas dores de parto de nova temporada após devastadora ponta final da anterior.
E ei-los imediatamente no dérbi!
Nos confrontos entre os mais históricos rivais, a lógica amiúde vira batata. Tirando esse pormaior... favoritismo benfiquista, e com nitidez há muito não percepcionada. Porque ao facto casa se soma, com superior vigor, ampla ideia de pontual desequilíbrio de forças.
Sporting ainda luta por precioso bem: estabilidade. Na equipa e fora dela, notório nervosismo - ainda mais inevitável pelo horrendo egocentrismo de quem, perentoriamente destituído por enorme maioria dos sócios, se mantém no destrambelho de ser mais importante que o Sporting! Contrarelógio para reconstruir das herdades cinzas pós-terramoto. Nada tem de fácil substituição rápida/eficaz de núcleo duro com o calibre de Patrício, William, Gelson (noutro plano, ainda Coentrão e Piccini). Sporting na Luz com acrescida grave ausência, a de Bas Dost?...
Benfica... estabilidade tem mostrado. Resta ver se não abanada pelo empate consentido ao PAOK... Mesmo do desconsolo dessa noite, o Benfica voltou a jogar globalmente bem. Tal como reincidiu em gritante lacuna: finalização. Enorme saudade de Jonas - e, neste jogo tão importante, também de Salvio (os jogadores com mais consistente classe no plantel; Pizzi em grande forma, e Gedson, em espectacular crescimento, não podem ultrapassar toda a ineficácia dos avançados - embora, recorde-se, nos últimos 8 golos, 6 foram desta dupla de médios: 5 de Pizzi(!) e Gedson marcou a decisiva diferença frente ao Fenerbahçe...). Escassa acutilância no trio da frente; não só, mas sobretudo, como é tão óbvio!, por inexistência de ponta de lança pujante e goleador. Recém-contratados Ferreyra e Castillo (esse agora lesionado) estão (por enquanto?) a léguas de... Bas Dost - ou de Soares-Marega-Aboubakar, até, imagine-se!, do tosco Mitroglou.
Problemão neste dérbi: eventual derrotado engrenará marcha-atrás. O Sporting por mais estremecer no tal tem-te-não cais (embora perder na Luz nada tenha de anormal). Ainda mais grave para o Benfica, porque em casa, levando brutal rotura anímica - e a 4 dias do crucial sim ou sopas em Salónica. Empate, nos actuais circunstâncias, fará sorrir sportinguistas.

Penáltis. Vítor Serpa ganhou-me em antecipação - num vigoroso editorial, pôs a nu e desancou o atentado ao futebol no recente absurdo de se inventarem máximos castigos porque o defensor não é maneta! Ainda assim, batido em antecipação, tenho de desabafar...
Confusão! E monumental! Eis o que árbitros, ou quem lhes traça regras, estão a lançar - nos jogadores, nos técnicos, nos adeptos, nos jornalistas e... neles próprios, árbitros de futebol. Evidentíssimo, sobre o(s) motivo(s) de penálti por mão, ou braço, na bola: já ninguém entende! A lei sempre foi claríssima (e, na sua base, continua a ser): punir intencionalidade na projecção de braço, ou mão, contra a bola - e basta essa análise para, algumas vezes, a decisão ser complexa. Agora, , acrescentaram o raio volumetria! O que nem sequer foi fácil tornou-se berbicacho - apurado estudo de geometria em anatómico movimento! Querem que futebolistas se movimentem, saltem, ou girem o corpo em oposição a remate à queima roupa, utilizando cola tudo para braços não se mexerem?!!!
Registei elogios à coerência nos penáltis assinalados no Belenenses-FC Porto, um para cada lado. Para mim, coerência houve... no duplo erro. Mas, se árbitro e VAR tiverem estado certíssimos, uma de duas, a partir daqui: ou haverá penáltis em banda em todos os jogos, ou passaremos a profunda incoerência.
Albert Camus, senhor Prémio Nobel de Literatura, teve lapidar definição: «Futebol é inteligência em movimento». O que estão a fazer na cegarrega de medir volumetria para penáltis é... obtuso!"

Santos Neves, in A Bola

Na grande área, o tamanho conta

"É ideia generalizada de que o Benfica não precisava de ter jogado tanto para empatar a um golo com o PAOK. Fica a sensação de um desperdício no esforço, de uma classe que sobeja na igualdade do marcador e até de uma superioridade exibicional que faz a qualidade extinguir-se, de forma cruel, na quantidade precária.
O adepto comum e imediatista assegura: foi falta de sorte! A estes se juntam os mais fatalistas: foi azar a mais! Ora, o adepto pode perfeitamente pensar assim que não vem mal ao mundo, nem à equipa. Pior seria se a equipa técnica e os jogadores também assim pensassem. Não me parece que tenham essa visão demasiado simples e linear do jogo com os gregos.
O Benfica já tinha dado sinais e, agora, confirmou ter alguns problemas sérios nas bolas altas. Especialmente, nos livres que façam sobrevoar a bola nas grande áreas. Na sua a na do adversário. Acredito que esse seja um problema já identificado por Rui Vitória e que o treinador tenha vindo a trabalhar com rigor. Porém, há uma questão de natureza humana que torna as soluções mais difíceis: o Benfica tem, de facto, alguns jogadores de muito baixa estatura. Por exemplo, Cervi e Zivkovic, que jogaram nas alas, não chegam ao metro e setenta. Zivkovic foi rendido por Rafa que conta, para efeitos estatísticos, com um metro e setenta certos. Quanto ao lateral-esquerdo, Grimaldo, indiscutivelmente, um jogador com classe acima da média, atinge um metro e setenta e um.
São demasiados jogadores que perdem no confronto directo nos lances em que muitos se juntam num pequeno espaço. Nenhuma equipa sobrevive assim em alta exigência."

Vítor Serpa, in A Bola

As pontas soltas do dérbi

"O primeiro clássico da época está encostado aos próximos dias do calendário e os rivais que também são vizinhos vão abordar o jogo com níveis diferentes de certezas e dúvidas. O Benfica incorporou poucas novidades, mantém um sistema táctico trabalhado desde a época passada e parece ter um projecto de jogo mais consolidado para desafios de nível alto de dificuldade. No Sporting mudou quase tudo e o nível exibicional ainda não está nos mínimos que José Peseiro quer impor. Mesmo assim, de um lado e do outro há pontas soltas, que não soltam as equipas.
O encontro com o PAOK é o espelho da influência que um único elemento pode ter no jogar de uma formação. O nome de Jonas deverá ter ecoado entredentes, nas bancadas cheias do Estádio da Luz, sempre que Pizzi, Ferreyra ou Seferovic abanavam na hora de finalizar.
O Benfica caminhou pelo jogo frente aos gregos com um domínio quase sempre amplo, muitas oportunidades de golo e um índice medíocre de eficácia. Mas este apagão ofensivo não está ligado apenas à ausência de Jonas, porque Rui Vitória também não pôde contar com Salvio, um dos jogadores encarnados em melhor forma neste início de temporada. Apesar de se ter conseguido impor no encontro, o Benfica atacou menos do que devia com muitos jogadores, mesmo contando com as aparições de Gedson Fernandes nas alas e com as inúmeras chegadas de Pizzi à grande área.
Ferreyra surge agora quase como um pequeno réu neste caso de ineficácia, quando o currículo recente do avançado sugere exactamente o inverso. Aquilo que se percebe é que ainda não há uma química táctica perfeita com o resto da equipa e que a forma de jogar do argentino contraria, em certa medida, alguns princípios que Jonas aporta ao Benfica. Com o brasileiro há muito mais exploração do corredor central e uma ligação mais natural à linha de médios, enquanto Ferreyra potencia movimentos mais diagonais. Sem Castillo e sem Jonas e com Seferovic na segunda linha, Facundo Ferreyra não deixará de ser o plano inicial para o ataque no dérbi da próxima jornada.
Quanto à decisão frente ao PAOK, depois de desbaratar oportunidades que garantiriam um sono tranquilo em Salónica, o Benfica vai agora encontrar mais um ambiente hostil, à semelhança do que aconteceu em Istambul, frente ao Fenerbahçe. Mas a diferença entre as duas equipas não se cava em decibéis. Em relação aos turcos, o PAOK tem a vantagem de manejar melhor a bola, por isso Rui Vitória precisará de evitar a perda de agressividade e a concessão de espaço no meio campo de que o adversário grego beneficiou em algumas fatias do segundo tempo. Foi nesses momentos que o Benfica perdeu o controlo do jogo, aparecendo o golo grego como consequência da quebra encarnada, mais do que da exuberância ofensiva do PAOK.
O Sporting vai abraçar o dérbi com várias soluções de recurso e um nível de pressão mais baixo que o habitual. Olhando para o “onze” de José Peseiro, basta juntar alguns nomes que partiram para se perceber quais são os problemas que assombram esta nova versão: Rui Patrício, Fábio Coentrão, William Carvalho.
Na baliza, seria sempre difícil substituir o titular da Selecção Nacional, mas Emiliano Viviano (apesar do bom currículo em Itália) parece não dar garantias mínimas. A solução imediata encontrada por José Peseiro foi dar tempo de jogo e confiança a Romain Salin, mas o brasileiro Renan Ribeiro (que defendia as redes do Estoril-Praia na época passada) poderá ser a melhor opção.
O regresso de Jefferson a Alvalade está a ser demasiado envergonhado. As exibições sem cor do lateral-esquerdo brasileiro devem obrigam o treinador a completar a defesa com outra opção. Marcos Acuña é uma solução credível dentro do plantel, mas o recuo no relvado afastará o argentino de outras funções, mais ofensivas e igualmente fundamentais.
No meio-campo, a presença tutelar de William Carvalho é uma saudade quase sem remissão para os adeptos do Sporting, que dificilmente voltarão a ter, nos tempos mais próximos, um médio com a mesma qualidade, capacidade de passe e inteligência táctica. Apesar de tudo, a iminente chegada de Nemanja Gudelj conseguirá dar outra qualidade àquela zona do corredor central do Sporting, entregue nesta altura a Battaglia, Petrovic e Misic.
Não há dérbis decisivos em Agosto, mas o encontro da Luz será um barómetro importante às candidaturas de Benfica e Sporting. Os encarnados já iniciaram mais cedo a escalada da época e somam sinais de vantagem sobre a equipa de José Peseiro, mas o trabalho de recuperação (até psicológica) do novo técnico pode começar a dar resultados já neste clássico. E retirar pressão será, nesta altura, a melhor política para um Sporting que tenta reinventar-se depois da tempestade."

Optimismo sem reservas

"Começando pelo campeão, o FC Porto, tem mostrado continuar na linha de rumo que vem trilhando e está, seguramente, no bom caminho; o Benfica, que teve de começar mais cedo, tem vindo a praticar um futebol de qualidade, com novos solistas (especialmente jovens) e resultados a condizer, com excepção do último compromisso europeu, ainda reversível; e o Sporting, passado que foi o período de grandes convulsões, voltou a ser dirigido por quem privilegia os altos valores que sempre foram apanágio do clube e a que a equipa de futebol tem dado preciosa ajuda, com empenhamento e resultados positivos.
Pena foram os desaires do Rio Ave e do Sporting de Braga, prematuramente afastados dos palcos europeus por manifesta incapacidade de confirmarem, em casa, prometedores arranques fora de portas.
Ao fim de duas jornadas, a I Liga promete, com muitos golos (58), marcados em todos os 18 jogos, média acima do habitual (3,22 por jogo) e disciplina dentro do normal (88 cartões amarelos, menos de 5 por jogo e 5 vermelhos).
Quanto às novas tecnologias, evidente benefício da experiência já acumulada, com melhor entrosamento entre os Árbitros e os VAR, a reflectir-se na avaliação dos comentadores, agora com campos bem definidos: ex-árbitros a apoiarem as decisões tomadas, contra pareceres contrários de outros. E, apesar das recomendações para evitar a "banalização dos penaltis", aí estão nove marcados em 18 jogos, com perfeita consonância entre Árbitro e VAR.
Na II Liga, com apenas 41 golos em 18 jogos (média 2,3), a estranha posição das equipas B, com apenas o Benfica em situação confortável (2 vitórias, embora sofridas) e as restantes (FC Porto, Sp. Braga e V. Guimarães) no fundo da tabela, só com derrotas e, no cômputo geral, 13 golos sofridos e apenas 1 marcado.
Embora apenas com uma jornada incompleta, a "Liga Revelação" promete, com muitos golos: 26 em 6 jogos, só uma equipa não marcou, média de 4,3.
Voltando ao Sporting Clube de Portugal, a esperança de que as eleições, dentro de duas semanas, se traduzam em manifestações do mais elevado espírito leonino, com sete grandes sportinguistas a serem pontualmente adversários, mas que no final aceitem o veredicto soberano dos Sócios, para voltarem a conduzir o Clube ao prestígio de sempre, unindo-se na consecução das excelentes ideias que têm sido veiculadas nas campanhas de todos eles.
A minha condição de Sócio, há mais de 40 anos, leva-me a terminar este singelo escrito com uma manifestação de franco optimismo, sem reservas."

Pinto da Costa elogiado pelo mesmo que Bruno de Carvalho foi criticado

"O FC Porto não deixou Moussa Marega ir para a Premier League receber muito mais do que aquilo que recebe em Portugal e ainda o castigou por forçar a saída. A estrutura azul e branca afastou o maliano do grupo de trabalho e obrigou-o a pedir desculpa caso quisesse voltar a fazer parte da equipa. A posição de força de Sérgio Conceição e Pinto da Costa vai merecendo os maiores elogios da generalidade da opinião pública, ao contrário do que aconteceu quando Bruno de Carvalho defendeu os interesses do Sporting nos últimos grandes negócios dos leões.
A ver se nos entendemos: não quero fazer, aqui, a defesa de Bruno de Carvalho, até porque o antigo presidente do Sporting tem deixado bem claro, nos últimos meses, que não precisa de apoio alheio, porque é ele o primeiro a atacar-se a si próprio com atitudes e tomadas de posição que o afastam, irremediavelmente, do futuro próximo do clube de Alvalade. Bruno de Carvalho tornou-se matéria tóxica para o Sporting e para o futebol português, mas uma coisa o caso Marega deixa bem claro: Bruno de Carvalho incomodou muita gente quando ousou defender intransigentemente o Sporting.
O FC Porto fez-se valer do seu direito e do contrato assinado com Moussa Marega e disse, para quem estivesse interessado, que só se discutiria uma eventual saída do maliano se algum clube batesse os 40 milhões da cláusula de rescisão estipulada entre clube e jogador. E com razão. Pese embora eu acredite que Marega não vale o valor da cláusula, a verdade é que o jogador, e os seus representantes, aceitaram as condições aquando da assinatura do contrato, provavelmente, com um enorme sorriso no rosto e felizes da vida. Como, aliás, tem sido prática no FC Porto desde que a moda das cláusulas de rescisão pegou, os jogadores só saem mediante o pagamento da cláusula liberatória. E muito bem.
Os jogadores têm direitos, ambições e objectivos, mas os clubes também têm. Muitos desses jogadores são apostas em fases precoces da carreira, são riscos que os clubes correm e compromissos assumidos pelas estruturas das sociedades que têm naqueles futebolistas o património de clubes centenários. Mais. A pressão que os líderes destes clubes sofrem no sentido de cederem às ambições pessoais de cada jogador chega de todos os lados: da entourage que gravita em torno do jogador em questão e até da opinião pública, que geralmente se coloca do lado dos atletas. E é aqui que faço o meu caso.
A posição intransigente e irredutível do FC Porto, perante a vontade de Marega em rumar à Premier League onde iria auferir um ordenado muito superior ao que aufere na cidade Invicta, tem sido consentida, aplaudida e vista como um exemplo, ou seja, um basta às exigências dos jogadores, empresários e pais. Acontece que quando Bruno de Carvalho ousou fazer o mesmo no Sporting a coisa foi diferente. Ninguém percebeu porque não deixava, o presidente dos leões, que os jogadores mais valiosos do plantel saíssem por dá cá aquela palha. Bruno de Carvalho foi criticado por se fazer valer dos contratos que assinou com os jogadores e seus representantes.
A questão é simples. A generalidade do pessoal que comenta futebol por esses programas televisivos que inundam os canais portugueses não gostava de Bruno de Carvalho, porque o homem é arrogante, presunçoso e faz caretas, pensou que era tudo dele e a malta não gosta disso. Ou seja, o problema não era o que Bruno de Carvalho fazia na defesa do Sporting, o problema era mesmo Bruno de Carvalho. A Sousa Cintra é permitido dizer que “há jogadores no plantel que não fazem falta nenhuma ao Sporting” porque a malta gosta do actual líder da SAD sportinguista, fosse Bruno de Carvalho dizer tal coisa e a chuva de críticas era imediata.
Cheguei a ouvir num desses programas, um comentador afirmar que “uma coisa era Pinto da Costa não deixar sair Marega e exigir os 40 milhões de euros, outra foi o que Bruno de Carvalho fez, porque pedia 20 e depois 30”, por jogadores como Adrien, Slimani e João Mário. Afirmação que não foi seguida por qualquer explicação que justificasse a separação de posições. A questão ficou clara, o problema era mesmo Bruno de Carvalho e o seu jeito intromissor, prepotente e conflituoso. O pessoal não está para isso.
Volto a dizer, em jeito de conclusão, não estou a fazer a defesa de Bruno de Carvalho. O homem perdeu as estribeiras, é realmente arrogante, presunçoso e pensou que isto era mesmo tudo dele. Enganou-se, e 71 por cento dos sócios do Sporting explicaram-lhe que ele está a mais e que tem de se afastar. O que condeno é a hipocrisia generalizada dos comentadores que não admitem que nunca foram à bola com Bruno de Carvalho, porque o homem é realmente inconveniente."


PS: Admito, 'postei' esta opinião devido ao seu valor humorístico!!!
Os apoiantes do Babalu andam escondidos, mas ainda andam por aí...
Em relação à comparação com o Mafioso, em alguns aspectos até é verdadeira a parcialidade dos juízos que são feitos, mas agora em relação à 'inconveniência' (positiva) do Babalu, é só rir...!!!

Circum Bruno

"Bruno de Carvalho é um problema e a comunicação social não deveria dar guarida a esta personagem histriónica que encarna, parece o Circum Bruno. As audiências destroem a qualidade da informação e esta personagem se não tivesse tempo de antena não existia e deixava de ser um problema.
A comunicação social dá importância a esta personagem de forma desmesurada em que a instituição Sporting sai prejudicada, onde deveria ser respeitado um passado com mais de cem anos. A massa associativa do Sporting tem tido uma paciência de santo, se algo semelhante se tivesse passado noutro clube, por exemplo, o Porto as coisas já teriam tomado outro rumo.
Todos vivemos num palco na vida, mas esta personagem atingiu o impossível e tudo que venha dali é possível. Sousa Cintra chamou-lhe palhaçada, talvez um circo.
Temos, por vezes, todos um pouco de palhaço, e isso, não impede a auto-crítica, pelo menos rimo-nos de nós próprios e todos uns dos outros. Todavia, Bruno de Carvalho já passou as marcas há muito tempo e é preciso alguém fazer-lhe ver as coisas, custa-me a acreditar que ele seja assim. Na sua presidência teve coisas boas, principalmente nas modalidades amadoras, e isso, com esta postura vai ser apagado rapidamente. Bruno de Carvalho está a construir uma das piores páginas da história do Sporting Clube de Portugal.
Os media vivem disto, Bruno gera audiências e consequente publicidade. Todavia, não pode valer tudo e, devemos subir o nível e deixar de ser repetitivos, pois parece que as notícias são uma mão cheia de nada e, fazem parte de um circo mediático.
O problema deste folhetim é que parece que estamos numa ala de psiquiatria em que todos parecemos atrasados mentais.
O Sporting merece melhor e não entendo o que motiva Bruno de Carvalho com estas atitudes, este circo mediático parece uma comédia sem-fim! Todos os dias estamos à espera de novos episódios. 
Bruno de Carvalho tem que se convencer que já é passado no Sporting, teve tudo na mão e deitou tudo a perder, enquanto lhe derem cobertura o circo não vai acabar.
Já ninguém se lembra de Godinho Lopes vítima de Bruno de Carvalho que está acometido de uma doença incurável "síndrome leonino".
Bruno vai cair nas pedras da rua e depois ninguém lhe liga, o nosso sistema jurídico funciona mal e pactua com todo este circo. Às vezes penso que o deveriam deixar ir a votos, perdia e acabava o mito, assim vai sempre alegar que não o deixaram ir a votos com medo de que poderia vencer.
O problema foi de quem o pôs lá, agora amolem-se, culpa de parte da massa associativa. Um presidente, de um clube como o Sporting, tem que ter uma postura consentânea com o lugar que ocupa e ser um exemplo para os mais jovens e portugueses em geral.
Tudo isto acabará quando deixarem de lhe dar tempo de antena, mas isso só acontecerá quando os portugueses se cansarem de ver o circo e não ligarem.
Todavia, o problema do Bruno de Carvalho é ele próprio."

Alvorada... do Júlio

Benfiquismo (CMXXVIII)

Outros tempos...

Lanças... Jogos atrás de jogos...

Futebol literalmente não literal

"Pressinto que este vai ser mais um campeonato com poucos pontos perdidos por estas 4 melhores equipas

1. Ainda vamos na segunda jornada do campeonato e a apoplexia futebolística já engoliu todos os outros desportos e as televisões - canais noticiosos - oferecem-nos em doses cavalares análises, comentários, repetições, discussões, suposições, estratégias, tácticas, funcionalidades, basculações, automatismos, mercados e mercadores, denúncias anónimas, expostas e impostas, fake news sobre quase tudo, conferências de imprensa tipo «a minha equipa entra em campo para ganhar», flash interview tipo «agora há que levantar a cabeça» (que diabo, ainda não será muito cedo para, antes, a ter baixado?). Tudo servido antes, durante e depois dos jogos, entre sismos e cheias, incêndios e praias, temperaturas e gastronomia, discursos e rentrées, visitas e inaugurações, impostos e greves, sem esquecer, evidentemente a cor das cuecas de Cristiano Ronaldo ou o bronzeado da dona Georgina.
Nestes últimos tempos, tudo isto tem sido reforçado com as eleições de uma importante instituição, como é o Sporting Clube de Portugal, e que vão animar, em progressão geométrica, a malta até ao dia do voto. E, claro, essa aparição constante do ex-futuro presidente ex-destituído (ou ex-destituído futuro ex-presidente), que nos surge a toda a hora com a comunicação pessoal em peso a ajudar à festa. Não sei mesmos se alguma figura pública conseguiria ter um décimo do seu tempo de antena!
Literalmente, o país noticioso é o que gira à volta do futebol e pouco mais. Eu que sempre gostei de futebol, que gosto de sobre ele escrever e conversar, cheguei a um tal ponto de saturação que faço coincidir, quase sempre, o apito final do árbitro com um descansativo zapping a que a televisão portuguesa, também inundada das telenovelas A, B, C, D e E, nos obriga. Felizmente, ainda há programas resistentes a este tsunami futebol-novela na RTP, menos sujeita às impiedosas leis de mercado e de obsessão das audiências, ainda que nos cravando a taxa de audiovisual com o insólito IVA sobre a dita taxa na factura de electricidade. lembram-se do 'f' do futebol do Estado Novo? Uma insignificância comparada com o 'F' maiúsculo de agora, ainda que considerando a força dos novos meios de transmissão e comunicação.
Repito: o futebol tem hoje como desporto, actividade, espectáculo, negócio uma magnitude que não se pode desvalorizar. É uma área a que quase ninguém está agora indiferente e percebe-se a sua importância quer global, quer nacional. Todavia, estamos em tempos em que mais parece que o país vive só de e para o futebol. Tudo o resto se parece diluir na espuma dos dias e na voragem deste desporto totalizante.
Seria interessante fazer-se uma investigação cuidadosa e rigorosa sobre o tempo que os media reservam ao 1) futebol jogado; 2) futebol falado; 3) outros desportos; 4) teatro; 5) literatura; 6) cinema; 7) música (excluindo a pimba dos fim-de-semana); 8) ciência; 9) natureza... etc., etc. Se o resultado for uma cabazada futebolística, mais me preocupo com as novas gerações que adormecem e acordam no meio deste cabaz.
Nem oito, nem oitenta. Tudo com conta, peso e medida. Temos boa imprensa desportiva, temos canais dedicados, que gosto de acompanhar e até colaborar num contexto de legítima e sã rivalidade. Mas não transformem canais generalistas e noticiosos em albergues da futebolândia.

2. No campeonato, duas jornadas apenas e alguns pontos curiosos. A começar pelas arbitragens sem grandes polémicas, ainda que certos programinhas de confronto para entreter a populaça vejam lances vezes sem conta com critérios variados em função das preferências. Em segundo lugar, os penáltis assinalados tendo por fundamento um braço, antebraço ou variantes. Deparamos com uma grande confusão: O Conselho de Arbitragem recomendou que os penáltis resultantes de bola nos braços e mãos só deveriam ser assinalados quando houver intencionalidade (elemento altamente subjectivo) no seu movimento. Mas, agora, verifico que está a ser assinalada a falta desde que haja aumento da volumetria do corpo de jogador. Em que ficamos, afinal? Referindo-me, em particular, ao que foi marcado a favor do Belenenses e, ao cair do pano, ao Porto, reconheço alguma coerência da arbitragem (ainda que não tenha visto a intencionalidade, em especial na falta do jogador do Belenenses que estava a um metro do rematador e de costas voltadas!). Apetece-me perguntar se não será melhor alguns jogadores serem especializados em atirar para os braços de adversários na grande-área, em vez de alvejar a baliza? Ou, então, transformar os defensores em manetas provisórios ou jogar com uma camisa de forças com braços cingidos ao corpo. É que agora tanto faz jogar com o braço na bola propositadamente, como deixar a bola bater no braço inadvertidamente. De frente ou de costas. Com a bola a ser chutada a meio metro, como a 10 metros. Com o braçinho a 15cm do peito, como em posição de 'asas abertas'. Com a bola a bater no braço quando o jogador o tenta evitar, como quando o jogador tenta cortar a jogada. Até anatomicamente, continuamos a dizer «mão na bola» quando é muito menos comum do que o braço e antebraço. Podem dizer-me que assim as regras são mais facilmente equitativas e objectivas (o que carece de prova, como certamente, ao longo das jornadas iremos verificando). Com o argumento pretensamente objectivo dos árbitros e VAR, o futebol perde na capacidade humana de ser ajuizado. Por que não pôr um infalível computador-robot a julgar estes lances e libertar a intervenção humana?

3. Duas jornadas que bastaram para os três grandes já estarem isolados na frente, ainda que com a magnífica companhia do Feirense, única equipa que ainda não sofreu golos. Com maior ou menor dificuldade ou brilho, ultrapassaram os seus obstáculos. O Braga, tão precocemente eliminado por uma equipa ucraniana desconhecida na Europa, esteve lá perto, mas a sua defesa está a meter muita água (sempre começando a vencer as partidas, foram 7 golos em 3 jogos!). Pressinto que este vai ser mais um campeonato com poucos pontos perdidos por estas 4 melhores equipas. Tal como se verifica na Europa do futebol, acentua-se o fosso em Portugal. Os três rivais em duas jornadas, marcaram 18 golos, embora sofrendo 6. Tive pena de ver o meu segundo clube, os Belenenses, fora do Restelo, no Jamor num ambiente impessoal, distante, como se estivesse jogando em casa do adversário. O Benfica e o FCP ganharam agora com duas equipas que os haviam derrotado no ano passado. O SCP teve sorte no minuto final em que houve 'mais penálti' a favor dos sadinos (e se fosse ao contrário?) do que, há um ano, houve também no fim do jogo contra o Vitória, num penálti assinalado a favor dos leões que lhe garantiu o 1-0. Um ponto interessante destas jornadas, foram algumas (quase) notáveis recuperações: falo do Vitória contra o Benfica, do Santa Clara contra o Sp. Braga (aqui com um preciso empate) e do Belenenses recuperando dois golos de desvantagem e só sucumbido pela nova jurisprudência 'penaltista'.

Contraluz
- Equipamentos I: refiro-me aos alternativos. Já vai o tempo em que estes respeitavam, em geral, a tradição e as cores principais dos clubes. As exigências comerciais têm levado a mudanças radicais na esperança de aumento de vendas de equipamentos. Nesta última jornada, vi um Vitória de Setúbal vestido à Fiorentina (bem bonito por sinal), um FC Porto trajado quase como esteve em jogo (cinzentão) e um Sp. Braga que mais parecia o Estoril-Praia. Proibidos estão o vermelh para o SCP e FCP, o verde para o Benfica (não estou tão seguro quanto ao FCP) e o azul para o Benfica (o SCP tem tido aproximações...).
- Equipamentos II: Os dos Benfica este ano que optou (e bem) pelas três cores que estão ligadas à história do clube: vermelho, branco e preto. Assim, deixámos de ver os amarelados envergonhados, os cinzentos pardos, o rosa de Palermo e os 'café-com-leite', sem açúcar. No jogo com o Boavista, li neste jornal que houve quem não gostasse dos calços pretos. Eu gostei, embora tenha ficado na dúvida se eram mesmo pretos ou de um azul escuríssimo (azul meia-noite). Não sei se é da minha vista e cá em casa, visto na TV, houve quem achasse uma coisa e houve quem achasse outra. Pode o SLB esclarecer?
- Indumentária: Se apreciei muito os equipamentos dos jogadores (o principal e alternativos), achei de manifesto mau gosto o do traje oficial do SLB: um fato cinzento-claro desenxabido, um emblema do SLB sem cores (!) e, sobretudo, uma gravata que mais do que do Benfica, sendo listada, parece ser do Barreirense ou do Leixões, além de ter uma cor que nem é vermelho, antes parece qualquer coisa entre o grená seco e bronze ferrugem."

Bagão Félix, in A Bola

Rúben Dias até 2023

Recordo que o Rúben ainda estava a 'receber' segundo o contrato que tinha assinado como jogador da equipa B !!! Portanto, com o fim da novela de Verão com o Lyon, era óbvio que teria que haver uma renovação, premiando o nosso jovem titular...
Com as boas indicações do Conti, e com o Rúben a chegar atrasado após a chamada ao Mundial, até parecia que o Rúben ia mesmo ser vendido, mas ficou... e nestes últimos jogos, creio que se nota uma clara evolução...

Creio que nas próximas semanas vamos ter notícias idênticas com outros jogadores: Jardel, Salvio, Gedson, Félix....

Futsal 2018/19

Hoje, tivemos o jogo de apresentação da nossa equipa de Futsal, contra uns Belgas tenrinhos, com o marcador a marcar 14-0 no final!!!
Estamos mais fortes, parece-me claro... A única saída 'importante' foi o Deives, e em contrapartida, entraram o Tolrá e o Fits, que vão ser muito importantes durante toda a época... e ainda teremos, se tudo correr bem, um Chaguinha recuperado!

Duas variáveis importantes: o Roncaglio não pode continuar a ser expulso estupidamente; a integração do Fits...
O Fits é um Pivot, estilo César Paulo e Elisandro... algo que não tivemos o ano passado. Do pouco que vi nestes jogos da pré-temporada, parece-me que vai ser muito útil... a marcar, mas principalmente a assistir...
Também estou curioso para perceber se o critério na marcação de faltas sobre o Fits, vai ser igual ao que foi utilizado no passado, sempre que o Benfica jogou com alguém de características parecidas: basicamente vale tudo para o defesa... e se não for marcada falta ofensiva ao Fits, já poderemos nos dar por satisfeitos!!!!

O Tolrá também será importante, pois vai 'rodar' com o André Coelho, permitindo manter uma presença física importante no ringue... O Raul Campos fez uma regular discreta, mas depois nos momentos decisivos foi um dos melhores, espero que esta época, 'aqueça' os motores mais cedo!

A forma como perdemos o campeonato (duplamente nos penalty's), deixou marcas... O treinador tem sido muito criticado, mas o ano passado, acho que não cometeu erros importantes...
Esta época, com o excesso de Não Formados Localmente (7 só podem jogar 5 nas competições internas), vamos ter que gerir a utilização, será importante manter todos os jogadores com ritmo...

Acho que temos equipa, para ambicionar tudo na Europa também...!!!

Guarda-redes:
Roncaglio
Cristiano
André Correia
Martim Figueira (sub-20)

Fixo:
Tolrá (ex-Barcelona)
André Coelho
Afonso Jesus

Ala:
Cecílio
Chaguinha
Tiago Brito
Bruno Coelho
Henmi
Ângelo
Robinho
Fernandinho
Bruno Graça (sub-20)
Silvestre Ferreira (sub-20)

Pivot:
Campos
Fits (ex-Kaos Futsal)

O Sporting entre o PAOK e o PAOK

"Saído de um jogo em que, do ponto de vista do Benfica, o resultado foi muito pior que a exibição, Rui Vitória teve a frase que deve servir de mote para a preparação da segunda mão, em Salónica: «Isto ainda não acabou!» Ao técnico encarnado imputa-se muitas vezes alguma incapacidade de comunicar de forma veemente, refugiando-se em afirmações redondas e politicamente correctas. Ontem, num empate que soube a derrota, Vitória foi precisamente o oposto, mostrando-se assertivo e convencido. Se conseguir passar para dentro da cabina tal convicção, o Benfica ainda terá uma importante palavra a dizer na Grécia.
Do jogo de ontem no Estádio da Luz, para o derby do próximo sábado, no mesmo palco, vai um intervalo curto, mas não há como não ver o Sporting como uma ponte entre Lisboa e Salónica, capaz de influenciar a vida do Benfica dentro e fora de portas. O clássico dos clássicos do futebol português brilha sempre com Luz própria, independentemente das circunstâncias. O próximo não será excepção, embora o PAOK condicione as contas, pelo desgaste físico e psicológico que provocou na equipa de Rui Vitória e pela sombra de dúvida que ficou a pairar sobre as aspirações europeias dos encarnados. E o Sporting, a viver o período mais conturbado da sua história, não deixará de procurar tirar partido das duas cadeiras em que o Benfica procura sentar-se ao mesmo tempo. Certo é que os dois próximos resultados do Benfica terão o condão de influenciar, para o bem ou para o mal, toda a temporada, com Salónica a saltar para o top dos jogos mais importantes da Luz nas últimas épocas."

José Manel Delgado, in A Bola

Amigdalite

"1. Os debates em forma de duelo na campanha eleitoral do Sporting prometem ser o melhor videojogo desde o mítico Mortal Kombat (Arcade).
2. Herman José tem muita piada a imitar Bruno de Carvalho, mas não tanta como Bruno de Carvalho a imitar o famoso sketch de Herman José. «Eu é que sou o presidente da Junta!»
3. O Sporting livrou-se do presidente Bruno de Carvalho, mas ganhou uma carraça para a vida. O homem parece aquele interminável último euro quando abastecemos combustível. Por outras palavras, Vítor Espadinha.
4. As minhas apostas para a Liga Revelação são Artur Moraes (37 anos), do Aves, Danielson (37 anos) e Hélder Sousa (40 anos), ambos do Rio Ave. É como meter crianças num lar.
5. A comunicação pimba do Benfica prossegue a sua cruzada. «Aperta, aperta com eles...», cantou, mais uma vez, Varandas Fernandes, o artista do momento. E o problema é que na Luz e no Dragão ficaram a achar que José Manuel Meirim gostou da música...
6. Independentemente do princípio, meio e fim deste caso, certo é que Brahimi, não sendo médico, não pode fazer o que fez, mesmo que Niltinho estivesse com sintomas súbitos de amigdalite.
7. Ontem cheguei a casa e fui passear o meu cão. Não estava nada bem do estômago, fez dois tweets, um à Benfica e outro à FC Porto. Mas, no caso do meu cão, isso passa.
8. Ver Rui Pedro Soares a sorrir daquele forma no momento em que o Belenenses sofreu o segundo golo do FC Porto faz tanto sentido como ver um veado a festejar o encontro imediato com um tigre. Lamentável.
9. As bolas na mão estão para os penáltis assinalados como os sorrisos para as acusações de assédio sexual. É o maior desafio da actualidade para o International Board.
10. O ambiente no futebol português está cada vez mais parecido com as camisas de William Carvalho"

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Ineficácia prejudica Benfica

"Quem constrói este volume ofensivo de oportunidades só pode estar confiante

Introdução
1. Início muito equilibrado, com a estratégia das equipas a serem muito semelhantes, nomeadamente na pressão alta que exerciam na saída de bola curta do adversário. Muita preocupação por parte do PAOK em realizar forte pressão no corredor lateral, obrigando o Benfica em várias situações a jogar com Vladchodimos, o que originou duas perigosas perdas de bola. A partir dos 15', o Benfica superiorizou-se, destacando-se a grande capacidade e mobilidade ofensiva, baseada numa saída a três com Fejsa em corredor lateral, Grimaldo por dentro e Cervi por fora. E foi com naturalidade que o Benfica chegou em vantagem ao intervalo, realçando a capacidade de Gedson e Pizzi em chegarem a zonas de finalização. Na 2.ª parte o Benfica manteve o controlo e domínio completo, com bola, tendo criado nessa altura mais duas oportunidades de golo. A falta de eficácia acabou por ser prejudicial para o Benfica, uma vez que, nas poucas oportunidades do PAOK, os gregos fizeram golo, num lance de bola parada. Rui Vitória ainda arriscou, passando a jogar em 4x4x2, e fruto dessa audácia quase chegava à vantagem.

Organização df. vs. transição of.
2. O Benfica posicionou-se num bloco médio alto, exercendo deste início uma forte pressão à saída de bola do PAOK. Destaco a forma como Gedson e Pizzi estancavam o jogo interior (com qualidade) do PAOK, na pressão a Maurício e Cañas. No momento da recuperação, estrategicamente, cerca de 90% das saídas eram realizadas pelo lado direito, procurando o espaço dado pelas subidas constantes de Vieirinha, lateral mais ofensivo, o que resultou em várias situações de golo, protagonizadas por Pizzi, Gedson e Ferreyra.

Organização of. vs. transição df.
3. Em termos de organização ofensiva, o Benfica já apresenta uma dinâmica muito forte, destacando o excelente jogo exterior, em relações muito eficazes. Pelo lado esquerdo, relação Fejsa/Grimaldo/Cervi (mais eficaz na 1.ª parte), com Pizzi por dentro, jogando quase sempre de frente para o jogo e, pelo lado direito, André Almeida, Zivkovic e Gedson. Nessa fantástica envolvência pelos corredores laterais, resultaram as várias oportunidades de golo, através de cruzamentos atrasados (linha defensiva do PAOK fechava demasiado a baliza e o duplo pivô demorava a fechar) tanto para o Pizzi como para o Gedson.
No momento da perda, saliento a forma como a linha defensiva do Benfica se comportava, pois, sempre que o PAOK ligava no espaço entre linhas (referência, Pelkas) recuavam, esperando pela chegada tanto de Fejsa como dos dois médios interiores, tendo sido sempre eficazes nesse momento de transição.

Destaques
4. A forma como Pizzi e Gedson potenciam este jogar do Benfica, mas também como trabalham no processo defensivo.
Uma palavra para a coragem de Rui Vitória que, num jogo desta importância, lançou mais um menino, João Félix, mostrando estar preparado para jogos deste calibre.
Por fim, quem constrói este volume ofensivo de oportunidades, só pode estar confiante para o 2.ª mão, pois demonstrou ser melhor tanto colectiva como individualmente."

Ricardo Soares, in A Bola

Mais jogo interior, menos lucidez na finalização

"Análise ao Benfica-PAOK, primeira mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.

Está longe de ser uma novidade o facto de não haver novidades no “onze” que o Benfica tem apresentado. A alteração forçada desta terça-feira, com a lesão de Salvio e a entrada de Zivkovic, trouxe ganhos e perdas a uma equipa que pode essencialmente queixar-se de falta de competência no momento da finalização e que terá de melhorar a sua relação com a baliza na Grécia. Houve momentos interessantes, à imagem do que se tinha visto no Bessa, mas também uma quebra de intensidade que transformou uma vitória potencialmente confortável num empate perigoso.
A dúvida levantou-se quando foram anunciadas as equipas: Pizzi no meio e Zivkovic à direita ou a solução contrária? Vingou a primeira hipótese e cedo se percebeu que o Benfica ia ter mais jogo interior, dada a tendência do sérvio para derivar para dentro, e menos verticalidade. Menos risco. Menos capacidade de arriscar no drible e forçar o um para um. E houve momentos em que esse predicado fez falta.
Sim, o Benfica foi manifestamente superior durante mais de 70 minutos, também porque o plano estratégico de Lucescu passava por defender em 4x4x2, pressionando em zonas pouco adiantadas, e soltar as “gazelas” Pelkas e Leo Jabá para activar as transições ofensivas, quando a equipa recuperasse a bola. Uma raridade, na verdade, ao longo do primeiro tempo.
No seu habitual 4x3x3, os “encarnados” mostraram alguns dos atributos que já se lhe tinham detectado, com destaque para a capacidade de Pizzi e Gedson irem alternando os movimentos de saída de bola e para a forma como o jovem internacional português, que há poucos meses jogava na equipa B, consegue cair para os corredores laterais e arrastar marcações que abrem espaço para penetrações no corredor central.
Foi, acima de tudo, e como tem sido regra, pela ala esquerda que a equipa se mostrou mais incisiva, com o jogo quase telepático de Grimaldo (um dos melhores, em intensidade e decisão com bola) e Cervi. A capacidade de desdobramento causou problemas de sobra a Leo Matos e companhia e o Benfica fez dessa faixa o seu habitat preferencial.
O golo que chegou mesmo em cima do intervalo foi um parco consolo para o caudal de oportunidades que a equipa conseguiu criar. Muito por força da liberdade que é hoje dada a Pizzi, um jogador que surge com muito mais frequência em zonas de finalização graças à tremenda capacidade de Gedson de recuperar posição e de ser um auxílio importante a Fejsa nas transições defensivas.
Não foi a noite de Pizzi em matéria de concretização de oportunidades (ainda que tenha marcado um golo), mas foi um jogo de alto nível. Criou uma ocasião soberana com um passe de 40 metros logo nos minutos iniciais, variou com precisão o centro do jogo quando se impunha e ofereceu muitas soluções a Cervi, Grimaldo, André Almeida e Zivkovic já no último terço.
O plano de jogo não sofreu nenhuma mudança brusca no segundo tempo, com a nuance de o PAOK ter deixado Prijovic mais solto na frente e de ter passado a ocupar a linha do meio-campo com cinco unidades, sempre com o contragolpe em mira. E o segundo tempo parecia reproduzir o primeiro, com o Benfica a carregar e o guarda-redes Paschalakis a adiar o avolumar do resultado. Paschalakis e não só, já que o central Crespo foi determinante para evitar que Ferreyra, Gedson e mais tarde Seferovic pisassem a área sem serem condicionados.
Tirando um ou outra cavalgada rumo à baliza de Vlachodimos, mais pelo corredor direito, era difícil antever que o PAOK fizesse mais do que assustar o rival. Mas no único lance em que enquadraram remates com a baliza — também por força do seu poderia nas bolas paradas ofensivas — inclinaram a eliminatória a seu favor.
Já com João Félix em campo, voltou a haver mais Benfica, mais critério no último passe mas a mesma desinspiração no momento do remate (que o digam Ferreyra e Seferovic). A equipa de Rui Vitória criou mais que o que tem sido hábito, mas também falhou mais do que tem sido regra, nos momentos capitais."