"Jogo com o Tondela à porta fechada
“O Benfica e a Benfica SAD têm estado a acompanhar a todo o momento as recomendações da Direcção-Geral de Saúde (DGS), da Liga e Federações das diversas modalidades, e têm vindo a implementar as acções para irem de encontro às recomendações, nomeadamente – soube-se nas últimas horas – desta recomendação da realização da próxima jornada à porta fechada. É o que está a ser trabalhado para sabermos quem pode ou não estar presente, em termos profissionais e não público, pois isso é impossível, mas também estamos a analisar o processo de ressarcir quem comprou o bilhete previamente ou os detentores de Red Pass para que possamos dar toda a informação nas próximas horas. Estamos a falar de futebol e das outras modalidades, porque temos diversas situações. Temos as competições suspensas nas próximas duas semanas – camadas jovens –, os jogos adiados e os jogos à porta fechada. Estamos, ainda, em reuniões para perceber se, em termos preventivos, deveremos adoptar medidas mais restritivas.”
“Consequências há sempre: financeiras e outras. A prioridade para toda a comunidade é criarmos medidas de contingência para que o vírus não se alastre. Grandes concentrações podem motivar isso. Temos de estar conscientes da gravidade da situação, mas sem alarmismo. Ainda assim, temos de tomar as medidas adequadas definidas pela DGS, pela Liga e pelas federações, porque todos os clubes têm de obedecer às regras das entidades que supervisionam as competições.”
Suspensão da venda de bilhetes
“De imediato, foi suspensa a venda de bilhetes para os jogos aqui [Estádio da Luz] realizados. Cada clube adotará as suas medidas, por forma a satisfazer as recomendações. Em relação a outras medidas, nas próximas horas vão ser analisadas para se tomarem decisões. Tendo em conta a dimensão do Benfica, a tempo e horas, os próprios Recursos Humanos adoptaram um conjunto de procedimentos adequados por forma a evitar a propagação. Até agora não há casos conhecidos.”
Contas históricas da Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD
“Efectivamente há um resultado extraordinário de 104,2 milhões de euros [lucros], que vem na sequência de um trabalho realizado a médio/longo prazo, e que ao longo dos anos tem permitido ciclos de resultados positivos do ponto de vista financeiro. É claro que este semestre beneficiou da venda histórica de João Félix. De qualquer maneira há aqui um trajecto muito sólido. O Benfica marca pela diferença e esperamos que outros clubes – nomeadamente os nossos rivais – possam aproveitar o nosso exemplo para adoptar medidas de médio/longo prazo que lhes permita recuperar da situação mais difícil em que se encontram. Ao nível do futebol português, já se vê clubes, que não têm a dimensão dos grandes, a realizar um trabalho profundo e estruturante, de médio/longo prazo e sem entrar em loucuras, que lhes permite ter bons resultados. O efeito prático destes bons resultados é aquilo que permite, em termos de estrutura, ao nível de infraestruturas, de Recursos Humanos e de qualidade de plantel, fazer outros investimentos e encarar o futuro com muito optimismo.”
“Isto está assente num plano estratégico desde há 15 anos que teve várias fases. Uma 1.ª fase de recuperação do Clube, uma 2.ª fase de consolidação e agora uma 3.ª fase de expansão do Clube. Isto vai permitir ao Benfica ter outra capacidade de resposta, até em termos internacionais. A solidez que isto permite para o Clube encarar o futuro é que é de salientar. Ainda esta semana teremos oportunidade de anunciar, em termos de infraestruturas, os próximos investimentos.”
Muita confiança para as 10 “finais” da Liga NOS
“No Benfica encaramos este momento com muita exigência. Temos noção que estamos a passar uma fase muito difícil em termos de resultados e exibições. É nestes momentos que temos de encarar os problemas de frente e assumir os próprios erros, e, a partir daí, com a exigência que se pede a um clube como o Benfica, olhar para o futuro com confiança. Temos muita confiança nesta equipa de trabalho, treinadores e jogadores, que, no passado, deram provas inequívocas, através de resultados – basta lembrar a Reconquista –, da capacidade de superação, de dar uma reposta positiva e de conquistar títulos para o Benfica. É bom não esquecer que este foi o grupo que alcançou resultados históricos. Nada é apagado de um momento para o outro, mas não podemos pôr a cabeça debaixo da areia. Este ciclo de jogos tem sido terrível. Acredito perfeitamente, como todos os Benfiquistas, que este grupo de trabalho, pela qualidade que tem, pela união que tem, saberá dar uma resposta. O título está em aberto, faltam 10 jornadas, cada ronda vai ser uma final para nós e para o nosso mais directo competidor, como já tivemos oportunidade de ver neste fim de semana, que foi rico em estados de alma.”
Arbitragem e a crítica desajustada do FC Porto
“Foi uma intervenção desajustada, injusta e muito artificial [entrevista de Pinto da Costa ao Porto Canal]. Desajustada, porque, se verificarmos o campeonato da época passada, o FC Porto foi beneficiado – é unânime e reconhecido – em 10 pontos. Já nesta temporada, todas as análises levam a demonstrar que, no equilíbrio existente entre ganhos e perdas, o FC Porto é a equipa mais beneficiada. Tem cerca de sete pontos a mais. Inclusive, a forma como se apurou para a final da Taça de Portugal, em que ganhou ao Santa Clara e ao Académico de Viseu graças a erros de arbitragem. É perfeitamente desajustada esta intervenção, mas isto obedece a uma estratégia que vem dos adeptos, passa pelos jogadores, treinador e agora o presidente. É uma pressão constante sobre as arbitragens simbolizada nos bonecos pendurados no Estádio do Dragão [antes do FC Porto-Benfica]. É uma pressão constante antes, durante e depois dos jogos. Isto visa condicionar as equipas de arbitragem.
Por outro lado, é injusta porque… é preciso ter uma grande lata para falar de Artur Soares Dias. O FC Porto não tem razões de queixa de Artur Soares Dias e é estranho que só tenha acordado porque Artur Soares Dias não esteja a ter uma época feliz. Está a ter uma época negativa. Em termos internacionais, basta recordar o Real Madrid-PSG. No campeonato grego, ainda muito recentemente, teve uma actuação infeliz e para a Liga NOS basta recordar três momentos: no Santa Clara-Benfica não marcou um penálti claro sobre o Cervi, no Moreirense-FC Porto validou um golo completamente ilegal ao FC Porto e invalidou um golo legal ao Moreirense, que desvirtuou o resultado do jogo, no último FC Porto-Benfica, o penálti é procedido de falta do Soares [sobre Ferro], há as agressões de Pepe e do Marega ao Adel [Taarabt]. Aí houve silêncio. Agora é que houve revolta de que o Artur Soares Dias e o Vasco Santos [VAR no FC Porto-Rio Ave] os prejudicaram. Falam dos três centímetros [golo anulado por fora de jogo de Soares], mas o Benfica também teve um golo anulado por quatro centímetros [no P. Ferreira-Benfica] e não falou. Neste jogo, contestam um eventual erro num penálti. No Benfica-Moreirense foi consensual para a Comunicação Social que houve uma grande penalidade para o Benfica aos 61 minutos, e o Benfica não fez grande barulho porque considerou que a exibição não tinha sido particularmente feliz e entendemos que não era o momento ideal para nos desculparmos com a arbitragem.
E é artificial. Porquê? António Oliveira, reconhecido adepto do FC Porto, disse que poderia estar em causa, em virtude dos resultados financeiros, a presença do clube nas competições europeias. Não sei se é verdade. O que é verdade é que os resultados financeiros são complicados. A avaliação feita pelos analistas e sócios com intervenção pública vai no sentido de considerar que a gestão deixa muito a desejar. O futuro do clube está hipotecado e, nesta altura, interessa sempre criar factos que permitam desviar as atenções. Ainda sobre arbitragem… depois do clássico, que foi uma das poucas vezes em que falámos sobre a arbitragem porque tínhamos razões de queixa, o FC Porto disse que essa intervenção teve a ver com o facto de o Benfica sentir que a equipa não estava tão bem. Se usarmos a mesma argumentação, o Benfica pode dizer que Pinto da Costa fez esta intervenção sobre a arbitragem porque sente que o FC Porto não está assim tão bem preparado para as 10 finais que faltam. Tudo se pode dizer, mas é totalmente injustificado.”
“Esta é uma estratégia desde há muitos anos do FC Porto. Não vale a pena regressarmos aos tempos dos anos 1980 e 1990. Mesmo recentemente, há uma procura do clube em justificar as suas falhas. É natural que o adversário jogue mais em alguns jogos. Mas o FC Porto utiliza sempre: levanta suspeitas sobre os jogadores das equipas adversárias que cometem erros; levanta suspeitas sobre o empenho das equipas, basta lembrar o SC Braga, que vinha sempre perder à Luz, mas nesta época até ganhou, o que é natural; levanta suspeitas sobre as arbitragens. O que é verdade é o seguinte: nunca se ouviu o treinador do Benfica falar em problemas de união ou unidade. É claro que há problemas no FC Porto. Seja as contas ou união, e é preciso criar o inimigo externo – o Benfica ou as arbitragens – para desviar as atenções do que se passa lá dentro.”