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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Colinhos: uns têm a fama e outros o proveito

"A campanha do colinho
1. Quando o Benfica ganha - o que tem sido, ultimamente, a regra, com os que estavam habituados a ganhar, a qualquer custo, como se sabe, a excepção - nunca é por mérito próprio...
Para eles, que já não ganham há algum tempo, o Benfica tem sido «levado ao colo», por ser alegadamente beneficiado nas arbitragens... É a tese do colinho!
De facto, daquilo que se tem visto no campeonato português, só os que têm má fé ou são tontos... deixam que lhes atirem areia para os olhos... Quanto ao passado, não é preciso recuar muito no tempo! Todos nos lembramos daquele que foi o maior escândalo do futebol português... Ou já não se lembram do Apito Dourado e dos seus acusados de corrupção?! Altura em que, curiosamente, os mesmos -, exactamente, esses mesmos... - ganharam quase sempre!
Não me canso de lembrar e de me bater por aquele que é o escândalo desportivo que mais nos envergonha, apesar de saber que se trata de um esforço (quase) inglório, que não dá Campeonatos... mas dá autoridade moral para lutarmos por aquilo em que acreditamos e para combatermos os que só assim os conseguiram ganhar!
Até porque, sempre acreditei na existência de árbitros abençoados... Por eles, poderia o sistema estar descansado... para se equilibrar (ou inclinar, dependendo das circunstâncias concretas) um campeonato!
À imagem do que tem vindo a acontecer nos últimos 30 anos...
Mas, ainda assim, não se cansam de recorrer aos mais baixos truques de comunicação para tentarem fazer passar a ideia que o Benfica é que é beneficiado!!!
Por nós, e por muito que isso lhes custe, continuaremos a ganhar, porque nunca precisamos de ser levados ao colo, nem... de nomeações para vencer! Ao contrário do que quererem fazer crer... E ao contrário dos outros... e dos que pensam que para ganhar não é preciso ser melhor, mas, apenas, fazer muito... barulho! 

Os tempos do pós Apito Dourado
2. No futebol (no futebol dos que o inundaram com droga, prostituição e corrupção) há coisas que nunca mudam... E, mais uma vez, não é preciso recuar muito... Para reavivar a memória de alguns e alertar os mais distraídos...
Lembram-se da forma como o Porto ganhou o campeonato na época 2011/12, na Luz? Com um (outro) escandaloso golo em fora-de-jogo!
Estávamos na 21.ª jornada, a 2 de Março de 2012, num clássico que foi dirigido por Pedro Proença, actual Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Maicon marcou ao minuto 87 o golo da vitória (2-3) em... fora-de-jogo... do tamanho dos Clérigos. Isso sim foi um roubo de catedral, como diria alguém. Numa entrevista, dada em Março de 2014 - curiosamente, dois anos depois desse episódio -, Pedro Proença assumiu a responsabilidade do seu erro, tendo mesmo afirmado que ele poderia ter marcado o título nacional. O próprio árbitro-assistente desse jogo assumiu, ainda nesse ano (em Setembro de 2012), tratar-se de um... «erro de avaliação»... provocado por um «momento de desconcentração». O mais grave de tudo é que esse tipo de erros custam, por vezes títulos e campeonatos... Nesse caso, custou o campeonato nacional ao Benfica!
Mas, mesmo assim, passe-se uma esponja por cima disso e continuemos alegremente e anunciar o Benfica é que é beneficiado!

Marco Ferreira
3. Por falar em arbitragem e em... benefícios...
Marco Ferreira é o ex-árbitro do principal escalão de futebol do momento! Depois de alegadamente ter acusado Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, de contactar os árbitros antes dos jogos do Benfica... E de vir desmentir posteriormente... dizendo que Vítor Pereira nunca lhe pediu para beneficiar o Benfica...
Não obstante o diz que disse, trata-se do árbitro que foi despromovido no final da época passada, por ter ficado em último (ou num dos últimos???) lugar na lista da Federação Portuguesa de Futebol... curiosamente!
É, por isso, no mínimo estranho que as denúncias de supostas pressões coincidam com a sua desproporção. No entanto, não posso deixar de constatar que a despromoção se deveu a uma questão de mera... incompetência! Uma denúncia nesses termos, de ninguém que não teve a coragem de o fazer enquanto esteve na primeira categoria ou, até, aquando da sua nomeação para arbitrar a final da Taça de Portugal, vale o que vale...
Ainda assim, deixo um desafio (e, até, um conselho de amigo!) a todos aqueles que, como Marco Ferreira, pretendem denunciar alegadas pressões de Vítor Pereira: façam-no antes de descerem divisão! Só para não correrem o risco de serem mal interpretados...
Tenho para mim que se trata de (mais) uma estratégia para destruir, não o Benfica em si, mas para pressionar as arbitragens para... arbitrarem contra o Benfica e beneficiarem os adversários! Até porque não são os árbitros que vêm falar, são as fontes!
Mas vamos ao histórico de Marco Ferreira na época 2014/15, em jogos do Benfica: Na época passada o Benfica perdeu três jogos...
E foi arbitrado 3 vezes por Marco Ferreira. Dessas 3 vezes que Marco Ferreira arbitrou jogos do Benfica, perdeu, curiosamente dois: Braga vs. Benfica, da 8.ª jornada (2-1) e Rio Ave vs. Benfica da 26.ª jornada (2-1). Mas, ainda assim, o Benfica é levado ao colo... como é evidente!

Curiosidades desta época...
4. Esta época o Sporting, e só para dar alguns exemplos recentes, ganhou ao Estoril, em casa por 1-0, em jogo arbitrado por Jorge Ferreira. O golo da vitória, que valeu três pontos, foi marcado através de grande penalidade... que, por sua vez, foi precedida de fora-de-jogo... Um lance irregular, portanto!
Coincidências!
Mesmo assim, diz-se, o beneficiado é o Benfica!
Na última jornada, no Arouca-Sporting, arbitrado por Cosme Machado, terminou em 0-1. Curiosamente, e antes desse golo, houve uma grande penalidade - pelo menos e para não me alongar muito! - por marcar contra... o Sporting! E o Benfica é que é beneficiado... De facto, e em conclusão, uns têm a fama e outros o proveito... Mas quanto a nós... nada temos a temer! Além de lutar diariamente e jogo a jogo pela verdade desportiva - embora isso não seja mais do que a nossa obrigação moral! -, temos, apenas, de nos focar no essencial, para que, no fim de cada jogo, a equipa esteja grata aos adeptos pelo apoio dado... e que os adeptos estejam gratos à equipa pelo resultado final!
Porque o colinho... dos nossos adeptos... é o que lhes dói!
E o que nos orgulha!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Mudança de cores

"Hoje falo de cores. No desporto, onde elas sinalizam história, respeitam memórias (embora menos) e andam de braço dado com o merchandising em danças coloridas, nem sempre compreensíveis à luz da tradição que lhes deveria estar implícita.
A evolução das cores vai sendo sensível às modas, à mudança compulsiva, à globalização até. Camões, nos seus Sonetos, falou da mudança. Quase apetece adaptar os primeiros versos, dizendo:
Mudam-se os tempos,
mudam-se as vontades,
Muda-se o ser,
muda-se a confiança:
Toda a cor é composta
de mudança,
Tomando sempre novas
qualidades.
Quem, há poucos anos, imaginaria equipamentos com algumas das 212 cores que a Wikipedia assinala, mesmo assim uma amostra na infinitude de tons, intensidades, parceiras ou incestos coloridos?
No desporto português, três cores sobressaem, como é óbvio: duas são compostas: o azul-e-branco e o verde-e-branco. A terceira é o inigualável encarnado, eufemismo para que, outrora, os benfiquistas não fossem todos chamados de comunistas e que hoje serve para distinguir a região de onde se é natural: encarnado para o lisboeta, vermelho para parte do país.
Ora, é a propósito do encarnado benfiquista que termino esta crónica. É que há uma situação (colorida) que me faz confusão. Todas as modalidades têm a sua camisola com o bem vivo vermelho (tão próprio que o distingue de outros, como os do Liverpool, Man United, Arsenal, Bayern, etc.). Excepto o basquetebol que usa uma cor algo indefinida entre o vermelho do SLB e o grená, uma espécie de vermelho mais tinto. Estranho... Porque será? Gostaria de saber a resposta."

Bagão Félix, in A Bola

Os três Gaitáns do Benfica

"Entre a partida de um e a chegada de outros, pode até vir a dar-se o caso de o Benfica fazer coincidir três Gaitáns no mesmo plantel durante algum tempo. O próprio, que é argentino e dá pelo nome de Nico, e os dois protótipos que estão perto de aterrar na Luz: Franco Cervi, que é igualmente argentino, e Zivkovic, o novo prodígio do futebol sérvio.
Cervi, 21 anos, já é mesmo jogador do Benfica e só falta saber se embarca para Lisboa no final de Dezembro ou apenas em Junho. Já Zivkovic, 19 anos, ainda não está garantido, mas tudo indica, que é uma questão de tempo. Ainda ontem, a revista inglesa 'Four Four Two' dedicava na sua versão digital um alargado espaço ao talentoso jogador do Partizan de Belgrado com um título muito sugestivo: "O Messi sérvio que prefere o Benfica ao Barcelona."
Na sua natureza futebolística, Gaitán, Cervi e Zivkovic são tão semelhantes que se tornam quase inconciliáveis. Tê-los simultaneamente em campo é trocar uma equipa por um parque de diversões. Encaixar dois deles no mesmo onze, aliás, já não deixa(rá) de ser um bom quebra-cabeças para qualquer treinador.
É por tudo isto que se torna óbvio que esta anunciada renovação de Gaitán será mais um prémio de produção do que propriamente um projecto a longo prazo. O número 10 do Benfica, um digno sucessor da camisola que foi de Pablo Aimar e de Rui Costa está destinado a ser estrela, num dos grandes campeonatos europeus. Tem sido uma bênção vê-lo desfilar nos relvados nacionais, mas o ciclo está a chegar ao fim. Há muito tempo que Portugal se transformou numa camisa demasiada apertada para Gaitán."

Desporto doente faz o mundo pior

"Sepp Blatter está suspenso do cargo de presidente da FIFA sob suspeita e desacreditado pelo escândalo de corrupção que rebentou envolvendo toda a organização e uma parte significativa dos seus membros do comité executivo. Os tempos têm sido muito difíceis para aquele que chegou a ser um reizinho universal e, por isso, Blatter tem estado internado num hospital suíço, por sofrer de uma angustiante crise de stress.
Na UEFA, as coisas não estão melhores. Platini desejava suceder a Blatter, mas o ainda presidente da FIFA arrastou o francês para o mesmo terreno movediço das suspeições e da ausência de credibilidade. Até na supostamente incorruptível Alemanha da senhora Merkel surgiu a triste notícia de pagamentos ilícitos com o propósito de garantir o Mundial de 2006 naquele país, o que levou à demissão do actual presidente da federação alemã de futebol.
Não se podem rir, porém, outras modalidades desportivas, nem sequer essa organização que deveria estar acima de qualquer suspeita, o Comité Olímpico Internacional, onde também têm recaído várias suspeitas de favores e de decisões viciadas.
Entretanto, o atletismo mundial ficou exposto a um escândalo de dimensão única, que envolve o ex-presidente da IAAF, Lamine Djack, e todo o estado russo, acusado pela agência mundial antidopagem de fomentar uma política de vitórias a qualquer preço.
O desporto, ao mais alto nível, está profundamente doente. Sofre dos males de uma sociedade insaciável de poderes e privilégios. Logo o desporto, que deveria ser um exemplo para o Homem e para o mundo."

Vítor Serpa, in A Bola