"A vitória do Benfica em Moreira de Cónegos foi arrancada da alma em campo na segunda parte, mas também da menoridade intelectual de um hooligan que vestia a camisola do Moreirense. A natural superioridade individual e colectiva do Benfica tardou em chegar e, como no jogo da primeira volta, foram três pontos difíceis. Mas este jogo fica marcado também pelo aumento dos recursos que o famoso anti-Benfica é capaz. Se não vejamos: um suposto equívoco arbitral que transformou um penalty a favor do Benfica num pontapé de canto passou agora para o rol dos chamados benefícios. Por mim, cada vez que haja um canto a favor do Benfica podem passar a assinalar penalty para nos prejudicarem.
Amanhã, contra o Estoril, o favoritismo não ganha o jogo. Basta lembrar o jogo da primeira volta, e aquele outro de Maio de 2013 (onde se começou a perder o título) para perceber que teremos uma batalha difícil. Sete jogos em casa e cinco fora é o que nos separa do objectivo. Em dia de aniversário, a prenda que os adeptos pedem da equipa são os três pontos. No dia em que se comemora Cosme Damião, e mais de um século da generosidade de sucessivas gerações, no dia em que se celebra a mais apaixonada causa colectiva portuguesa, é também preciso vencer.
Esta semana europeia confirmou aquilo que já se sabia, mas que a orientada má fé e a reiterada abstinência de verdade escondiam: o grupo europeu do Benfica era muito forte. Todas as equipas do grupo europeu do Benfica (Mónaco, Leverkussen, Zenit) ganharam com categoria e classe. O Mónaco, que não ganhou qualquer jogo ao Benfica, foi ao Emirates mostrar porque ganhou o grupo.
Por fim o Sporting, numa semana em que o presidente voltou a ser o principal foco de instabilidade, caiu de pé contra um adversário melhor e chegará exausto ao Dragão."
Sílvio Cervan, in A Bola