"O supino presidente do FCP foi distinguido com um prémio de dirigismo pelo jornal 'O Jogo'. É sempre bom que os da casa distingam os da casa. Prémio dado, entrevista a condizer com a dignidade do prémio e do premiado, recadinhos enviados e os subsequentes encómios ao premiado e à sua 'fina ironia'. De relevante ficámos a saber que o dirigente premiado quer o regresso aos sorteios dos árbitros, porque não gosta desta coisa das nomeações. Eu, jovem inocente, confesso que fiquei surpreendido. Sempre pensei que já fazia parte da tradição finamente irónica nomear árbitros da categoria de um Donato Ramos para ajudar a decidir Supertaças. Cresci com a convicção de que, sempre que um Donato não chegava, arranjava-se um Pratas em passo apressado (há quem lhe chame fuga).
Para campeonatos julgara ter aprendido que nada melhor do que a nomeação de Pedro Proença para os tais jogos decisivos em Contumil e Hugo Miguel em território amigo e adjacente. Para aqueles joguitos de meio de campeonato e que acabam por ir com a espuma dos dias, pensara eu que bastava um qualquer Fortunato Azevedo ou Martins dos Santos ou, mais recentemente, um Olegário de ocasião. Se tudo isto falhasse nomeava-se um Augusto Duarte para uma visita domiciliária (para assuntos sérios e não para poucas-vergonhas). Mas não! O dirigente que, a julgar pelo que se ouviu nas ironias finas das escutas do processo Apito Dourado, mais percebe de nomeações de árbitros, afinal, quer sorteios. A vida é feita destes estranhos e inexplicáveis paradoxos. Tal como o paradoxo do premiado Dirigente que, falando sistematicamente de árbitros, afirmava que apenas 'os burros é que falam de arbitragem'.
Neste paradoxal mundo do futebol até temos uma espécie de Paradoxo de Fermi: 'a impossibilidade de um sorteio ser maculado e os testemunhos que falam de bolas frias dentro de sacos opacos'."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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