Últimas indefectivações

domingo, 14 de dezembro de 2025

Antevisão...

Terceiro Anel: React - Antevisão - Mourinho - Moreirense

BF: Miúdos...

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Observador: E o Campeão é... - Quem é Patrick Dippel, o novo homem forte do scouting do Benfica?

A jogada. O golo. 😮‍💨

O Benfica já mudou o mercado audiovisual uma vez. Que o faça novamente


"A centralização discute percentagens, mas o futuro é sobre crescimento. O Benfica tem uma vantagem estratégica única e não pode desperdiçá-la: é hora de aumentar o bolo, não apenas de disputar fatias.

Enquanto na cimeira de presidentes se discutem percentagens, a verdade é que pouco há para decidir. O modelo de distribuição está praticamente definido. Cerca de 5 por cento ficará para a Liga Centralização, 10 por cento para a Segunda Liga e o restante para a Primeira. E dentro da Primeira Liga o consenso aponta para uma fórmula clara: um terço dividido de forma igual por todos os clubes e dois terços atribuídos segundo critérios de classificação e impacto social. É um desenho sensato, mas não é aí que está o desafio. O Benfica não se pode perder na discussão das fatias. O que importa é aumentar o tamanho do bolo.
O Benfica tem, neste momento, uma vantagem estratégica que mais nenhum clube possui. Antes da centralização obrigatória entrar em vigor, pode negociar dois anos adicionais dos seus direitos televisivos. Esta oportunidade é irrepetível. Prolongar o contrato atual, com um crescimento meramente inflacionário, significaria abdicar de ambição. Os direitos audiovisuais são a segunda maior receita operacional do Benfica. Assumir que não podem crescer de forma relevante é aceitar que perderemos competitividade num contexto europeu que cresce entre sete e dez por cento ao ano. E sem uma estratégia que maximize esta oportunidade, o Benfica arrisca-se a ver, já nos próximos anos, adversários diretos na Europa ultrapassarem-no em capacidade de investimento, algo que mais cedo ou mais tarde se reflete sempre dentro de campo. O erro não está apenas na afirmação de que o Benfica não pode receber menos.
O erro está em não apresentar soluções que permitam receber mais. Enquanto uns discutem a chave, poucos se concentram no essencial: como criar valor novo. A centralização só será um sucesso se gerar mais receita para todos do que o modelo atual.
Como defendi no livro A Nossa Camisola, o modelo de subscrição tradicional está esgotado. Para combater a pirataria e ampliar o alcance do produto, o Benfica pode liderar uma mudança estrutural: tornar a BTV exclusiva de um operador e integrada no pacote base, sem custo adicional para o consumidor. A premissa é simples. Um milhão de pessoas mudaria de operador para ter acesso ao canal. Os operadores, por sua vez, pagam hoje cerca de 250 euros de custo de aquisição por cada novo cliente fidelizado. Esse valor existe, é mensurável e está incorporado no modelo comercial do setor. É através dele que o Benfica pode maximizar a sua receita.
Feitas as contas, atingir 150 milhões em dois anos não é um exercício de otimismo. É o valor que melhor traduz o potencial real de mercado do Benfica. Fechar abaixo desse patamar seria ficar aquém daquilo que o clube vale e daquilo que pode gerar.
Esta solução cria valor imediato, reforça a marca, melhora a acessibilidade e estabelece um modelo que pode inspirar a própria centralização. Mais do que esperar que a Liga encontre respostas, o Benfica tem condições para liderar e mostrar o caminho.
Convém lembrar que foi o Benfica, no passado, quem rompeu o monopólio da Olivedesportos, introduziu concorrência entre operadores e fez crescer o bolo total para os patamares atuais. O mercado mudou graças à coragem e visão estratégica do Benfica. Está na hora de voltar a liderar o processo.
Vencer em campo é essencial. Mas assegurar os meios para continuar a vencer nas próximas décadas é decisivo. O Benfica não pode ficar sentado à espera de milagres. É tempo de agir, inovar e liderar. Porque o futuro do futebol português não depende apenas de repartir melhor. Depende, sobretudo, de criar mais."

De Martínez a Ancelotti


"Com o sorteio, o Mundial já começou. E com o Brasil entre os favoritos, como sempre, e Portugal também, o que não é tão costume.
Portugal tem uma boa seleção, ótima até, mas não tem uma equipa. No quadrangular final da Liga das Nações ameaçou tê-la relativamente bem arrumada, apesar de João Neves, um dos melhores médios do mundo, ter sido despromovido a lateral-direito, mas, pelo menos, o onze era percetível ao senso comum. De então para cá, Roberto Martínez, com a sua já lendária tentação para complicar o simples, perdeu-a outra vez.
O selecionador nacional é como aqueles realizadores de cinema, que, com bons atores, ótimos até, fazem filmes apenas mais ou menos, por excesso de abstração, de intelectualização, de intangibilidade ou, em suma, de pedantismo. Na ânsia de ser conceptual, de ser autoral, Martínez torna-se, no fim das contas, surreal, mas sem o brilhantismo do compatriota catalão Dalí.
Muitas vezes, do nada, o nosso Godard das quatro linhas substitui um central por um lateral, coloca um esquerdino no meio, encaixa um destro na ponta canhota, experimenta um ambidestro à direita. Depois, mete o Nélson Semedo, desvia o Cancelo, coloca o Diogo Dalot a jogar de cabeça para baixo, faz entrar o Semedo outra vez (não dá ideia de que o jogador do Fenerbahçe entra e sai várias vezes no jogo como se fosse um andebolista?), num delírio tático permanente que tem o mérito de confundir os adversários — e o demérito de baralhar, sobretudo, a própria equipa, os narradores, os comentadores, os adeptos.
Que vá, pelo menos, ganhando mais do que perde...
O Brasil, pelo contrário, contratou um pragmático para o banco. Talvez por isso, Carlo Ancelotti tenha mais títulos ganhos na unha do dedo mindinho do que Martínez no corpo todo, do calcanhar à calva.
Em tempo recorde, o italiano construiu um onze, com ideias diretas, tão diretas como uma comédia de Totó ou uma opera buffa de Donizetti: montou uma espinha dorsal, Alisson-Marquinhos-Gabriel Magalhães-Casemiro-Bruno Guimarães-Estêvão-Raphinha-Vinícius, com veteranos e jovens, os primeiros para dar estabilidade aos segundos, os segundos para revigorar os primeiros.
E aposta em muita organização atrás e muita pressão na frente, num estilo despretensioso, despojado e, no entanto, moderno, atual, eficiente, com a sofisticação natural que só as coisas simples atingem.
Ancelotti recebeu um puzzle de mil peças e começou a montá-lo da forma mais fácil, os cantinhos primeiro, as retas a seguir e por aí adiante. Esse aí adiante, claro, ainda está por acertar porque Carletto, ao contrário de Lionel Scaloni, na Argentina, ou de Luis de la Fuente, na Espanha, não tem a obra pronta.
Já Martínez parece andar ainda à procura dos cantinhos."

Esta também é uma história de jornalismo


"Uma sentença que é um marco na história do desporto em Portugal e as memórias de quem ainda vivia a adrenalina de dizer a verdade primeiro que todos os outros

Esta também é uma história de jornalismo: quando me pedem um exemplo do que é a paixão por esta profissão vem-me sempre à memória as chamadas, mensagens e conversas ritmadas e acaloradas do saudoso Fernando Emílio sobre os constantes casos de doping que infelizmente mancharam o ciclismo, uma grande modalidade que tanto amava.
Recordei-me dele quando soube da sentença decretada ontem pelo tribunal a Adriano Quintanilha e Nuno Ribeiro, o antigo patrão da W52-FC Porto e o então diretor desportivo da equipa, respetivamente. Das constantes cachas que ele dava sobre este caso, dos ataques que sofria por escrever nada mais que a verdade e do gosto que ele, já numa idade que pedia sopas e descanso, tinha por toda aquela adrenalina, totalmente adaptado ao conceito da informação no imediato. De publicar primeiro. De escrever a informação certa. De marcar a agenda.
Foi graças a ele e à sua determinação que fui acompanhando de muito perto um feio enredo que abala as fundações de um desporto de longa tradição em Portugal, talvez mesmo dos mais populares no verdadeiro sentido do termo, aquele que se entranha nas mais diferentes camadas da sociedade, mesmo que apenas de forma espaçada no tempo. Mas basta passar os olhos pelas ruas e estradas na Volta a Portugal para entender o impacto que tem na população. Não varia muito do retrato da final da Taça de Portugal – a festa do povo. À antiga. Como deve ser, permitam-nos.
O processo ainda irá decorrer os seus trâmites em sede de recurso, mas a decisão do tribunal de Paços de Ferreira em determinar a prisão efetiva de dois altos responsáveis de uma equipa de ciclismo é tão reveladora da gravidade dos atos como merecedora de uma profunda reflexão que deve abranger todos, dos clubes à federação, passando pelas mais altas instâncias que tutelam este grande ecossistema.
Apesar de nunca ter sido um grande especialista de ciclismo do ponto de vista enciclopédico, não há desportista pelo qual tenha mais admiração que alguém disposto a desafiar os limites do ser humano numa prova de duas ou três semanas, numa luta diária contra tudo: elementos, concorrência, o próprio. É por isso que os desempenhos de João Almeida têm audiências notáveis nos media. Porque como qualquer povo, os portugueses gostam dos seus heróis. Só não gostam de batota. O jogo sujo que fazia o Fernando subir pelas paredes porque manchava uma modalidade pelo qual ele lutava tanto. Um abraço para ti, Emílio, estejas onde estiveres."

Futebol só para ricos


"«É uma traição monumental da tradição do Mundial, ignorando a contribuição dos adeptos para o espetáculo.»
Football Supporters Europe, comunicado em reação ao preço dos bilhetes do Mundial

Seguir todos os jogos da seleção inglesa no Mundial de 2026 custará, se optar pelos bilhetes mais baratos e a equipa dos três leões chegar à final, 5920 euros. A isso, terá de juntar acomodação (e os hotéis estão inflacionados) e voos (cada vez mais caros).
Para outras seleções será um bocadinho mais barato (porque a FIFA introduziu um sistema de bilhética dinâmico, cobrando mais para os jogos das seleções em relação às quais se antecipa maior procura), mas não muito, até porque os preços disparam a partir dos oitavos de final, e aí será irrelevante quem joga.
A indignação de adeptos, e das suas associações, por todo o mundo ainda não mereceu, da parte da FIFA, qualquer resposta.
Mas vai cair em orelhas moucas. Para a entidade que rege o futebol mundial, não são os adeptos que vão a Vilnius ver um Lituânia-Portugal da qualificação que importam — são aqueles que não seriam apanhados nem mortos num Lituânia-Portugal, em Vilnius ou em qualquer outro lado, a não ser que fosse da fase final dum Mundial. Mas ao contrário do que parece, os adeptos não estão de mãos atadas. Podem, e devem, ficar em casa. E atendendo ao que se viu no último Mundial de Clubes, não será com os fãs locais, a estes preços, que os estádios vão encher. Bancadas vazias, sem ambiente, são péssimas para o espetáculo ainda mais lucrativo, o da televisão. E talvez assim a FIFA aprenda que o futebol não pode ser (só) para ricos."

A minha amiga rádio


"Comecei a minha carreira profissional, há 40 anos, no rádio. A magia das ondas hertzianas democratizou-se na década de oitenta do século passado, e transformou-se na maior oportunidade para uma geração de jovens comunicadores que viram no meio e na sua dimensão o palco ideal para os primeiros (e segundos, e terceiros…) passos na profissão. Que, para todos (ou quase) era e sempre foi muito mais do que isso. Foi uma paixão, foi uma forma de vida e a matriz de um comportamento transversal perante si próprios e perante a sociedade.
O rádio mudou as vidas de muitos jornalistas da minha geração, e continuou a manter patamares de absoluta distinção para os demais media, sabendo adaptar-se às inovações tecnológicas, contornar as dificuldades operacionais, penetrar em todas as potenciais camadas de auditório e continuar a demonstrar, todos os dias e a todas as horas, a sua magia e o seu encanto. Nos sistemas de comunicação das estruturas profissionais de futebol, não espantou que, em determinado momento e em face das necessidades de comunicação evidentes, a televisão tivesse assumido algum protagonismo, logo após a criação dos sites oficiais, aproveitando o advento e a projeção da internet, que, importa recordar e sublinhar, é um fenómeno historicamente recente.
Quanto aos principais emblemas portugueses, a Benfica TV (mais tarde redenominada BTV) e a Sporting TV apressaram-se a ocupar uma posição nuclear na capacidade de unir ideais e telespetadores, e de se tornarem veículos basilares dos planos de comunicação dos dois grandes de Lisboa. Com alguma disponibilidade financeira, conseguiram, até, cativar profissionais de topo (os casos de Hélder Conduto, da RTP para a Luz, e de Sérgio Sousa, da Sport TV para Alvalade, são apenas dois dos mais marcantes exemplos), e garantir, assim, credibilidade e qualidade nos seus recursos humanos, enquanto muitos outros clubes optaram pela utilização da plataforma digital para, com projetos adequados a esse mais específico meio e contidos, do ponto de vista orçamental, chegarem igualmente mais longe no espaço e mais perto no coração, com mensagens que, a partir de determinada altura, passaram a constituir rotina para todos os intervenientes no processo, de dirigentes a treinadores, de jogadores a jornalistas, de adeptos a seguidores digitais.
Mas o rádio, ainda que por vezes afastado das luzes da ribalta e do protagonismo de outrora, manteve-se nos hábitos de consumo e, no espetro desportivo, sempre teve uma dimensão e uma aceitação que dele fizeram uma espécie de recurso dourado nos sistemas de difusão de informação.
Esta foi uma semana sui generis para a comunicação de dois dos principais clubes portugueses. O FC Porto fechou, finalmente, o circuito que, de há alguns anos a esta parte vinha desenvolvendo com o Porto Canal, assumindo em pleno a antena que, em boa verdade, já geria e na qual tinha uma determinante influência, do ponto de vista editorial. Também os azuis e brancos (tal como os rivais lisboetas), recorreram, em tempos, a Rui Cerqueira (saído de um importante período de carreira em rádio e televisão, no grupo RTP), para alicerçar o seu projeto com a qualidade e o talento requeridos.
Porém, esteve na Luz o verdadeiro epicentro e novo capítulo desta história de plataformas de comunicação dos principais clubes nacionais: o surgimento da Benfica FM, estação de rádio 24/7, projeto (quase) pioneiro em Portugal e que reconverte a importância do meio, dando-lhe as asas que o universo de associados e adeptos dos encarnados, um pouco por todo o mundo, será capaz de dinamizar e multiplicar.
É, finalmente, o entendimento de que a plataforma rádio pode ser essencial na ligação entre símbolo e seguidores, entre emblema e ouvintes, criando laços exatamente na mesma medida dos que foram apanágio radiofónico nos idos de várias décadas do século XX. Isto é, quarenta anos depois, volta a magia da voz, da mensagem auditiva, da capacidade de penetração de um meio quente, simples, direto, eficaz, ponto por ponto e de reação direta e imediata por parte do destinatário da comunicação.
A criação da Benfica FM é muito mais do que o surgimento de um canal de comunicação de um dos maiores clubes portugueses. É a confirmação da necessidade encontrada numa ligação perene, efetiva e afetiva, forte e permanente, entre emissor e recetor, servindo uma causa e tornando mágicas e interpessoais as relações entre emissor e ouvinte, ainda por cima reforçadas por um elo inquebrável e normalmente apelativo, como o do desporto e do futebol em geral, e da identidade clubística em particular.
Emerge uma figura na nova emissora (que, como é evidente, terá no patamar digital o seu campo prioritário de implantação e desenvolvimento): Óscar Cordeiro, um dos mais talentosos jovens jornalistas portugueses, que, depois de algum tempo em Inglaterra, regressa ao país para coordenar a equipa de informação da nova frequência da Luz. É a garantia (tal como nos exemplos que atrás citei), de qualidade e peso no projeto, mesmo que — o que é inevitável — fique agora definitivamente conotado com o universo benfiquista.
O caminho do rádio na comunicação do desporto, em Portugal, não vai, certamente, restringir-se ao canal da águia. A vitalidade perene do meio e as suas características únicas de ligação com os potenciais recetores vão, seguramente, criar de novo raízes e fidelizar ouvidos noutras latitudes e com outros

Cartão branco
Excelente a jornada europeia para os representantes portugueses, apesar da derrota do Sporting na Baviera. Aliás, os leões, tal como Benfica, FC Porto e SC Braga, também atuaram a um bom nível, apenas ultrapassado pela pujança de um Bayern de outro campeonato. Os pontos conquistados e, sobretudo, as exibições assinadas por benfiquistas, portistas e bracarenses, deixam a perspetiva de apuramento (pelo menos) para o play-off de ligação com os oitavos de final e, acima de tudo, conseguiram apagar alguns momentos recentes menos conseguidos nas competições da UEFA.

Cartão vermelho
São preços para gente rica, incomportáveis para o cidadão normal, adepto do futebol e que, eventualmente, terá feito algumas poupanças para, no próximo verão, cruzar o Atlântico e aterrar num qualquer estádio do Mundial-2026. Os preços anunciados pela FIFA para os encontros da sua maior competição são proibitivos. E não falo apenas da final de 19 de julho (com o ingresso mais barato a superar os três mil euros). Para o Portugal-Uzbequistão, por exemplo, qualquer bilhetinho para uma bancada superior (bem distante do relvado), custa mais de 500 euros… Tenho muita expetativa em relação ao que a FIFA vai conseguir (ou não…), nas dezasseis cidades-sede do seu próximo grande evento…"

Xabi Alonso, acusado de hacer lo que le pidieron