Últimas indefectivações

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Botas

"1. Há os que as usam e os que as lambem, sejam as ditas envernizadas ou não. Suponhamos que um daqueles plumitivos que ganha (e bem) a vida na defesa cerrada de uma mentalidade corrupta e tacanha, dentro da qual a esperteza e a inteligência se resumem a enganar o próximo e não ser apanhado (ou a ser absolvido por juízes infames), tendo como prémio gerir um canal de televisão no qual se anunciam serviços de prostitutas e prostitutos resolve dizer, do alto da sua bacoca sapiência, que o Porto é hoje o clube que empunha a bandeira portuguesa além-fronteiras. Como negá-lo se, na recente visita a Málaga, pudemos ver, nas ruas, orgulhosos cartazes que diziam na sua simplicidade: «Porto - clube da fruta!»?

2. A campanha eleitoral para a autarquia do Porto tem-se revelado interessantíssima: de um lado um merceeiro que ganhou protagonismo ao recusar-se a ouvir Escutas vergonhosas que implicavam o seu clube de coração numa fraude de dimensões grotescas, revelando-se assim um defensor público da trafulhice e da desonestidade; do outro, um viajante compulsivo que surgiu aos olhos do povo com os filhos atrás justificando pobremente porque usava o dinheiro dos contribuintes para obsequiar a família com viagens à Disneylândia em vez de estar ao serviço da Assembleia Prostituinte. O futuro da cidade promete...

3. Por falar em Assembleia Prostituinte: não tenho notícias da habitual palhaçada dedicada anualmente ao Madaleno. Fartaram-se de lamber botas à hora das refeições?

4. Desta vez não houve o penálti da ordem. Só um ligeiro empurrãozinho. E chega! Já só faltam 27 jornadas..."

Afonso de Melo, in O Benfica

Objectivamente (Corruptos + Maxi)

"O dia de fecho do mercado de Verão veio mesmo a calhar ao FC Porto que, para além de despachar dois ou três jogadores, serviu para distrair os que estiveram atentos aos jogos do fim-de-semana e viram o irmão do antigo árbitro, Paulo Costa, beneficiar os seus conterrâneos com um golo irregular por falta do marcador, Jackson, sobre o defesa adversário garantindo os três pontos que se afiguravam difíceis! Foi mais um desfecho previsível.
No início de cada época a conversa é sempre a mesma. Enquanto os outros se esfarrapam para garantir vitórias, aos portistas basta uma arbitragem das tradicionais para pôr o barco em andamento e esperar que os outros se afundem. Daqui a algum tempo já ninguém se lembrará de como foram as primeiras jornadas e os mesmos serão sempre beneficiados.
Com isto, à terceira jornada os dos costume já levam dois de avanço sobre os segundos e cinco sobre o Benfica!
Há outro assunto que me preocupa e que é repisado sucessivamente com o objectivo bem claro de fazer mal ao jogador e ao SLB. Falo de Maxi Pereira. Um profissional extraordinário, de uma entrega notável, mas que tem sido alvo de algumas brutalidades (aqui sim) devido ao seu jeito de jogar futebol. A este jogador os benfiquistas sabem bem como perdoar alguns erros. Porque às vezes a máquina não suporta tudo. Mas não admitimos que outros criem o mito «de mau» à volta de um futebolista que joga leal. O que se tem verificado com esta campanha miserável lançada já há algum tempo pelos aguiares do comentário banal, é que os adversários aproveitam-se da má fama de Maxi e sempre que o defrontam a tendência é no mínimo toque exagerarem na fita, rebolando-se no chão, tentando ludibriar o árbitro para a mostragem de cartões.
Esta campanha tem dado alguns frutos. Mas Maxi é forte. Rapidamente recuperá a sua forma normal e vai ter como sempre o apoio de todos os benfiquistas que se revêm naquela raça, naquela vontade férrea de ganhar!
Os benfiquistas não podem deixar-se embalar com estas teorias que têm apenas o objectivo de enfraquecer o Glorioso!"

João Diogo, in O Benfica

Como se faz um internacional

"Em 14 de Setembro de 2006, noticiava o jornal "Público",em texto assinado por Adelino Gomes, que, no processo Apito Dourado, o árbitro Hugo Miguel era um daqueles sobre os quais recaiam indícios de corrupção. Segundo a notícia, na época 2002/2003, arbitrou o jogo Porto B/Gondomar e «os investigadores da PJ apuraram que o árbitro e a respectiva equipa fora 'premiados' com objectos em ouro. A situação acabou depois por ser arquivada, porque a má qualidade de som da fita gravada impedia que as incidências do jogo pudessem ser analisadas pela equipa de peritos.» Acerca desse mesmo jogo, há uma escuta em que Pinto de Sousa garante a Pinto da Costa que Hugo Miguel não prejudicaria o FCP.
A 25 de Fevereiro de 2012, Hugo Miguel foi o árbitro de um célebre Académica-Benfica. Segundo o observador desse jogo, José Ferreira, o árbitro sonegou ao Benfica duas grandes penalidades, tendo ficado com a nota de 2,1. No entanto, voz atenta e influente aconselhou o árbitro a reclamar do relatório. Hugo Miguel assim o fez e a nota subiu o suficiente para poder chegar a árbitro internacional.
Na última jornada da época passada, Hugo Miguel foi o escolhido para apitar o jogo do FCP com o Paços de Ferreira. Com o resultado a zeros, com um título nacional a jogar-se em 90 minutos, Hugo Miguel conseguiu ver num tropeção de James em si próprio, a aproximadamente um metro da área, uma grande penalidade a favor do FCP, com consequente expulsão do futebolista do Paços.
Na terceira jornada do actual Campeonato, na deslocação do Benfica a Alvalade, Hugo Miguel sonegou uma grande penalidade a favor do Benfica e permitiu que o golo do Sporting fosse precedido de um claro fora de jogo.
Olhando para este percurso, e como está provado que no Futebol português não há corrupção, resta-me concluir que é necessária uma grande dose de incompetência para que um árbitro seja premiado com o estatuto de internacional."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Empate no 'derby' foi mau resultado

"O empate em Alvalade foi um mau resultado para o Benfica e excelente para o Sporting. Disse antes do jogo e reitero agora. Havia razões para a euforia leonina que se via nas bancadas no fim do jogo, por terem empatado com o Benfica. São equipas com objectivos diferentes, de valor diferente e com obrigações diferentes. Não está em causa o respeito ao Sporting, clube com uma história invulgar, está em causa o valor desta equipa de Alvalade que está a léguas do valor do plantel do Benfica.
O resultado tem no árbitro um factor decisivo, golo leonino fora de jogo e penalty claro sobre Cardozo, mas se nos abstrairmos disso (e é difícil), em jogo jogado o resultado é justo. O Benfica teve sorte madrasta nas lesões, mas as entradas de Rúben Amorim e Markovic até melhoraram a equipa.
No meu direito de treinador de bancada, talvez Djuricic ligasse mais a equipa que Cardozo, mas estou a tentar ganhar o euromilhões depois de saber os números. O Benfica esgotou a margem de erro com este empate. É uma treta e um lugar-comum dizer que ainda falta muito porque muito preocupante é ter 5 pontos de desvantagem do Porto.
Excelente compra do lateral Siqueira. Este ano o Benfica comprou bem e muito bem. Markovic é um prodígio, um jogador que encanta e não deverá haver grande margem para erros nesta análise. Sabem que o meu pessimismo não me deixa margem para muitas euforias, mas este jogador é talvez o melhor miúdo que vi jogar na Luz desde há muitos anos. Se não apanhar Bruno Alves pela frente, julgo que será um jogador fabuloso (Rodrigo nunca mais foi o mesmo desde S. Petersburgo).
Salvio é a pior notícia da noite de Alvalade, a melhor será a que nenhum conselho de arbitragem sério nomeará mais Hugo Miguel para jogos de candidatos ao título."

Sílvio Cervan, in A Bola

Não satisfez...

"1. O empate em Alvalade não nos satisfez. A nossa equipa não está ainda ao nível da que na época passada nos encantou... até nos fatídicos três ou quatro jogos finais. No entanto, bem poderíamos ter ganho o jogo. Mesmo com menos posse de bola, menos cantos, menos remates, menos tudo quanto o treinador do Sporting contabilizou, foi o Benfica a equipa que criou mais (e melhores) oportunidades de golo, foi o Benfica o mais prejudicado de pela arbitragem (golo precedido de fora de jogo, penálti sobre Cardozo não assinalado), foi o Benfica a equipa que mais azar teve com as lesões (duas deles ainda na 1.ª parte), impedido Jorge Jesus de fazer a gestão que mais conviria à equipa.
Mas deu empate, estamos atrasados na classificação, teremos que correr atrás do prejuízo. No ano do último título também empatámos em Alvalade...

2. As jogadas foram rápidas, as faltas só terão sido perceptíveis via TV, dizem os jornais, defendendo os árbitros. Mas, na dúvida, os árbitros umas vezes assinalam, outras não. Prejudicando o Benfica, não assinalaram um fora-de-jogo que deu golo e uma falta que daria penálti. Beneficiando o FC Porto não viram um empurrão que precedeu o golo decisivo. E assim se vai decidindo um Campeonato...

3. Primeiro jogo em casa (frente ao Gil Vicente), primeira multa por comportamento incorrecto (petardos) dos No Name Boys. Foi pequena (1148 euros) mas vai crescer à medida que haja reincidências. É algo de premeditado, o que é grave. E só terá solução quando a polícia intervier a sério. É lamentável que uma claque (ou alguns dos seus elementos, com a conivência dos outros) que tanto (e tão bem) apoia equipa, mantenha esta 'guerra' que só prejudica o Clube.
Até quando?

4. Onyewu, jogador do Sporting estava a contas com um processo disciplinar movido pelo clube. Dias depois, jogador e clube chegam a acordo com vista à rescisão do contrato (não se sabe em que termos) e o Sporting divulgou um comunicado agradecendo a sua 'excelente temporada na época de 2011/12' e 'o seu profissionalismo'. Há aqui algo que não bate certo..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

Alegria é solução

"O arranque do Benfica, ao cabo das três primeiras jornadas da Liga, afigura-se sofrível e também susceptível de provocar alguma apreensão. Com um elenco praticamente inalterado, até beneficiário de reforços, esperava-se mais no dealbar da temporada. Há razões de natureza técnico-táctica? Há, decerto. Há razões de queixa dos desempenhos arbitrais? Há, decerto. Ainda assim, fica a convicção de que o principal problema é mesmo de natureza emocional.
A forma traumática como terminou a última época e a derrota no Funchal na abertura do novo ano como que condicionam o rendimento do colectivo, ao passo que acentuam traços depressivos em franjas significativas da gigantesca legião adepta.
Alegria, não pode faltar alegria ao Benfica. Jogar alegre é jogar melhor. Jogar amargurado é jogar deficitariamente. Nada está perdido, mas impõe-se recuperar a alegria de jogar, afinal um elemento distintivo da turma vermelha nos últimos anos, capaz de a catapultar aos patamares cimeiros, quer a nível doméstico, quer no contexto internacional. A alegria não se dá, conquista-se. O Benfica tem de forma imperativa que a (re)conquistar. Alegria no campo e em redor dele. Alegria nos processos, alegria nas consequências. Este Benfica depende muito da alegria. Os aficionados suspiram por alegria. O Benfica, no seu todo, carece de um choque psicológico. Esconjurando fantasmas e seus medos, retomando alegria e seus arremedos."

João Malheiro, in O Benfica