Últimas indefectivações

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Lixívia (25/26) 6


Tabela Anti-Lixívia
Benfica......... 14 (-2) = 16
Sporting........ 15 (0) = 15
Corruptos....18 (+5) = 13
Braga.............9 (0) = 9


Nada muda, tudo na mesma:
Na Sexta, em Vila do Conde, 1.º golo dos Corruptos, com um jogador em fora-de-jogo... com o VAR e AVAR calados!
Numa partida, onde mais uma vez, os Corruptos, usaram a falta tática constantemente, por sistema durante 90 minutos, e no final: 1 Amarelo!!!

No Sábado na Vila das Aves, um penalty sobre o Ivanovic e mais uma vez, o árbitro a 5 metros e o VAR, 'calados'!!! Jogou a bola indicou... Isto depois, de com a perna de apoio, derrubar o Ivanovic, antes de tocar na bola!!!
Penalty sobre o Nico evidente, com uma cotovelada na cara... Defesa saltou, não jogou a bola, e na queda atingiu o Nico.
Perto do final, falta para Vermelho sobre o Pavlidis, com o árbitro a nem sequer marcar falta... Mais uma vez, tocou na bola, e derrubou o Pavlidis quando este ia isolado...

No mesmo dia, em Guimarães, muita gritaria, Nobre perdido com os cartões ao banco visitado, mas no campo, não houve Casos!

Segunda, no Alvalixo, dois penalty's a desbloquear o problema dos Lagartos! Ambos, foram bem marcados... a favor do Benfica, penalty's deste tipo, serviriam para colocar em causa a intencionalidade dos jogadores do Moreirense!
Grande erro, na não expulsão do Mangas, ainda na 1.ª parte, por pisadela com os pitõns no calcanhar do adversário! Exactamente igual ao lance do Bah em Braga para a Taça....

Terça na Luz, jogo em atraso da 1,ª jornada, com mais filho do sistema de apito na boca, e outro no VAR a fazer merda!!!
O protocolo indica que só em erros evidentes do VAR deve interferir, no golo anulado ao Benfica, a falta não é evidente... O Nico salta, e na chegada ao chão pisa o adversário! A partir de agora, qualquer jogador que salta, e caia em cima do adversário arrisca-se a ser assinalado falta!
Outro ponto no lance: o árbitro só marcou golo, após o remate do Pavlidis, usando o critério do mesmo VAR em Alverca, que não marcou a falta sobre o Samu, pois após o alívio do Otamendi, o Alverca iniciou um novo ataque, neste caso, após a cabeçada do António, também foi efectuado um alívio?!!!
Mas para mim o maior erro, foi o penalty não assinalado no cruzamento do Aursnes: o defesa, inicialmente tem os braços atrás das costas, mas quando a bola se aproxima roda o corpo, e coloca o braço na zona lateral, para aumentar a volumetria...
Ainda existiu um empurrão ao Ivanovic, no momento dum remate, que com outras equipas, também seria penalty!

Além destes lances, levámos com mais um árbitro complacente com o anti-jogo constante: tanto o guarda-redes do Rio Ave, como o Clayton tinham que ser expulsos!
Incrível como no golo do Benfica, andou atrás dos jogadores do Benfica, para não festejarem em demasia, e que voltassem para trás, para o jogo recomeçar...!!!


Anexos (I):
Benfica
1.ª-Rio Ave(c), E(1-1), Guelho(P. Ferreira, Eiras), Prejudicados, (2-1), (-2 pontos)
2.ª-Estrela(f), V(0-1), H. Carvalho(L. Ferreira, J. Fernandes), Prejudicados, Sem influência
3.ª-Tondela(c), V(3-0), Anzhony(Rui Costa, C. Campos), Prejudicados, Sem influência
4.ª-Alverca(f), V(1-2), Bessa(P. Ferreira, Eiras), Prejudicados, (0-2), Sem influência
5.ª-Santa Clara(c), E(1-1), Pinheiro(R. Moreira, P. Felisberto), Prejudicados, Impossível contabilizar
6.ª-AFS(f), V(0-3), B. Costa(M. Oliveira, T. Leandro), Prejudicados, (0-4), Sem influência

Sporting
1.ª-Casa Pia(f), V(0-2), Correia(L. Ferreira, F. Pereira), Nada a assinalar
2.ª-Arouca(c), V(6-0), Malheiro(Mota, J. Pereira), Beneficiados, (6-1), Impossível contabilizar
3.ª-Nacional(f), V(1-4), B. Costa(Bento, P. Felisberto), Beneficiados, Impossível contabilizar
4.ª-Corruptos(c), D(1-2), J. Gonçalves(Rui Costa, P. Brás), Prejudicados, (3-2), (-3 pontos)
5.ª-Famalicão(f), V(1-2), Nobre(P. Ferreira, Eiras), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
6.ª-Moreirense(c), V(3-0), H. Carvalho(Bento, P. Felisberto), Beneficiados, Impossível contabilizar

Corruptos
1.ª-Guimarães(c), V(3-0), Nobre(Mota, P. Brás), Beneficiados, (2-0), Sem influência
2.ª-Gil Vicente(f), V(0-2), Baixinho(Esteves, P. Martins), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
3.ª-Casa Pia(c), V(4-0), Guelho(P. Ferreira, H. Ribeiro), Beneficiados, Impossível contabilizar
4.ª-Sporting(f), V(1-2), J. Gonçalves(Rui Costa, P. Brás), Beneficiados, (3-2), (+3 pontos)
5.ª-Nacional(c), V(1-0), Godinho(Esteves, Vaz Freire), Prejudicados, (2-0), Sem influência
6.ª-Rio Ave(f), V(0-3), Anzhony(Rui Silva, Á. Mesquita), Beneficiados, (2-0), Impossível contabilizar

Braga
1.ª-Tondela(c), V(3-0), C. Pereira(Esteves, Mira), Beneficiados, (2-0), Sem influência
2.ª-Alverca(f), V(0-3), Nogueira(R. Moreira, Rui Teixeira), Nada a assinalar
3.ª-AFS(c), E(2-2), J. Gonçalves(L. Ferreira, I. Pereira), Nada a assinalar
4.ª-Rio Ave(f), E(2-2), Veríssimo(Rui Silva, T. Leandro), Nada a assinalar
5.ª-Gil Vicente(c), D(0-1), Bessa(Bento, F. Silva), Nada a assinalar
6.ª-Guimarães(f), E(1-1), Nobre(Rui Costa, Eiras), Nada a assinalar

Anexos(II)
Penalty's (Favor/Contra):
Benfica
1/0

Sporting
3/0

Corruptos
1/0

Braga
3/1

Anexos(III):
Cartões:
A) Expulsões (Favor/Contra)
Minutos (Favor-Contra = Superioridade/Inferioridade):
Benfica
1/1
Minutos:
62 - 26 = 36 (superioridade)

Sporting
2/0
Minutos:
128 - 0 = 128 (superioridade)

Corruptos
0/0
Minutos:
0

Braga
0/0
Minutos:
0

B) Amarelos / Faltas assinaladas
Contra (antes dos 60m) / Faltas contra - Faltas a favor / Adversários (antes dos 60m)
Benfica
15(9) / 86 - 83 / 14(9)

Sporting
11(8) / 66 - 94 / 17(11)

Corruptos
16(10) / 86 - 65 / 15(7)

Braga
11(5) / 60 - 74 / 16(9)

Anexos (IV):
Com influência (árbitros ou Var's):
Benfica
Guelho - -2
P. Ferreira - -2

Sporting
Nobre - +3
P. Ferreira - +3
J. Gonçalves - -3
Rui Costa - -3

Corruptos
J. Gonçalves - +3
Rui Costa - +3
Baixinho - +2
Esteves - +2

Braga

Anexos(V):
Árbitros - Total - (Casa/Fora):
Benfica
H. Carvalho - 1 (0/1)
Anzhony - 1 (1/0)
Bessa - 1 (0/1)
Pinheiro - 1 (1/0)
Guelho - 1 (1/0)

Sporting
Correia - 1 (0/1)
Malheiro - 1 (1/0)
B. Costa - 1 (0/1)
J. Gonçalves - 1 (1/0)
Nobre - 1 (0/1)
H. Carvalho - 1 (1/0)

Corruptos
Nobre - 1 (1/0)
Baixinho - 1 (0/1)
Guelho - 1 (1/0)
J. Gonçalves - 1 (0/1)
Godinho - 1 (1/0)
Anzhony - 1 (0/1)

Braga
C. Pereira - 1 (1/0)
Nogueira - 1 (0/1)
J. Gonçalves - 1 (1/0)
Veríssimo - 1 (0/1)
Bessa - 1 (1/0)
Nobre - 1 (0/1)

Anexos(VI):
VAR's - Totais - (Casa/Fora):
Benfica
P. Ferreira - 2 (1/1)
L. Ferreira - 1 (0/1)
Rui Costa - 1 (1/0)
R. Moreira - 1 (1/0)
M. Oliveira - 1 (0/1)

Sporting
Bento - 2 (1/1)
L. Ferreira - 1 (0/1)
Mota - 1 (1/0)
Rui Costa - 1 (1/0)
P. Ferreira - 1 (0/1)

Corruptos
Esteves - 2 (1/1)
Mota - 1 (1/0)
P. Ferreira - 1 (1/0)
Rui Costa - 1 (0/1)
Rui Silva - 1 (0/1)

Braga
Esteves - 1 (1/0)
R. Moreira - 1 (0/1)
L. Ferreira - 1 (1/0)
Rui Silva - 1 (0/1)
Bento - 1 (1/0)
Rui Costa - 1 (0/1)

Anexos(VII):
AVAR's:
Benfica
Eiras - 2
J. Fernandes - 1
C. Campos - 1
P. Felisberto - 1

Sporting
P. Felisberto - 2
F. Pereira - 1
J. Pereira - 1
P. Brás - 1
Eiras - 1

Corruptos
P. Brás - 2
P. Martins - 1
H. Ribeiro - 1
Vaz Freire - 1
Á. Mesquita - 1

Braga
Mira - 1
Rui Teixeira - 1
I. Pereira - 1
T. Leandro - 1
F. Silva - 1
Eiras - 1

Anexos(VIII):
Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
H. Carvalho - 1 + 0 = 1
Bessa - 1 + 0 = 1
B. Costa - 1 + 0 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1
P. Ferreira - 0 + 1 = 1
M. Oliveira - 0 + 1 = 1

Sporting
Correia - 1 + 0 = 1
B. Costa - 1 + 0 = 1
Nobre - 1 + 0 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1
Bento - 0 + 1 = 1
P. Ferreira - 0 + 1 = 1

Corruptos
Baixinho - 1 + 0 = 1
J. Gonçalves - 1 + 0 = 1
Anzhony - 1 + 0 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Rui Silva - 0 + 1 = 1

Braga
Nogueira - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Nobre - 1 + 0 = 1
R. Moreira - 0 + 1 = 1
Rui Silva - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1

Anexos(IX):
Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
P. Ferreira - 0 + 2 = 2
H. Carvalho - 1 + 0 = 1
Anzhony - 1 + 0 = 1
Bessa - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
B. Costa - 1 + 0 = 1
Guelho - 1 + 0 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
R. Moreira - 0 + 1 = 1
M. Oliveira - 0 + 1 = 1

Sporting
Bento - 0 + 2 = 2
Correia - 1 + 0 = 1
Malheiro - 1 + 0 = 1
B. Costa - 1 + 0 = 1
J. Gonçalves - 1 + 0 = 1
Nobre - 1 + 0 = 1
H. Carvalho - 1 + 0 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1
Mota - 0 + 1 =1
Rui Costa - 0 + 1  = 1
P. Ferreira - 0 + 1 = 1

Corruptos
Esteves - 0 + 2 = 2
Nobre - 1 + 0 = 1
Baixinho - 1 + 0 = 1
Guelho - 1 + 0 = 1
J. Gonçalves - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Anzhony - 1 + 0 = 1
Mota - 0 + 1 = 1
P. Ferreira - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Rui Silva - 0 + 1 = 1

Braga
C. Pereira - 1 + 0 = 1
Nogueira - 1 + 0 = 1
J. Gonçalves - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Bessa - 1 + 0 = 1
Nobre - 1 + 0 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1
R. Moreira - 0 + 1 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1
Rui Silva - 0 + 1 = 1
Bento - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1

Anexos(X):
Jornadas anteriores:
Jornada 1 (-1 jogo)
Jornada 2 (-1 jogo)
Jornada 3 (-1 jogo)
Jornada 4 (~1 jogo)
Jornada 5 (+1 jogo)

Anexos(XI):
Épocas anteriores:

José Mourinho: saber regressar


"O Benfica vive um virar de página especial, passados que foram dois fortes e inesperados soluços competitivos que abanaram a estrutura. No entretanto, chegou alguém cujo trajeto único faz elevar as expetativas de todos. Um acontecimento à escala mundial, tal o nome e carreira de quem falamos. A chegada de Mourinho entusiasma os adeptos do Benfica e faz temer os demais. A famosa expressão já em desuso, chicotada psicológica, tradicionalmente usada na substituição de treinadores, volta com renovado significado, assinalando a chegada de um verdadeiro mestre na arte de produzir efeito. Ninguém se imaginaria melhor para, nesta fase, revitalizar a equipa. O poder influenciador de um discurso reforça as equipas e faz acreditar os atletas. A sua convicção é uma imagem de marca que mobiliza os jogadores e os adeptos seguidores que, na sua curiosa verdade, também entram em campo. Com a estreia vitoriosa e merecida nas Aves, iniciou-se mais uma fase de grande exigência competitiva e ficava lançado o regresso de ontem à Luz de um treinador marcante.
A primeira parte deste confronto com o Rio Ave não correspondeu à grande expetativa que se criara. O Benfica aparecia com o mesmo onze das Aves, mas amorfo e pouco agressivo no ataque, frente a uma equipa forasteira junta e bem posicionada. A segunda metade deu uma equipa mais dominadora e agressiva, empurrando o adversário para trás. A diferença que parecia decisiva acabou por acontecer pela entrada dos alas, principalmente do estreante Lukebakio, especialmente influente nos desequilíbrios que provocou e na assistência para Sudakov marcar. Quando nada o faria prever, surgiu a obra de arte de André Luiz e repetiu-se o final inglório que deu o empate. Mourinho referiu, antes deste jogo, que prefere e é mais eficaz passar ideias em campo do que qualquer vídeo ou conversa com os jogadores. No entanto, essa compreensível preferência vai ter que esperar, tal a densidade do calendário que aí vem. Agora, a recuperação mental torna-se essencial e prioritária, porque um novo confronto se avizinha. Tem a palavra toda a equipa.

Sudakov, o tal
O homem que faltava. Difícil é não gostar da maneira como o novo reforço tempera e filtra as suas ações. A maturidade e a simplicidade que demonstra nas decisões técnicas que toma. Não é só a capacidade de passe, mas sim o momento que seleciona para o executar. Ainda jovem, não responde forçosamente a uma desmarcação se não achar o momento ideal. Como eu, vai contra a suposta obrigatoriedade de passar a quem se desmarca. A moda do respeitar a desmarcação, que alguém inventou, não tem qualquer sentido e Sudakov é um exemplo de quem não responde ao primeiro estímulo para decidir o que fazer. A qualidade no passe, mas também a gestão da posse de bola.

Cabeça ou músculo
Casemiro, médio do Manchester United, foi um dos protagonistas da vitória do seu clube contra o Chelsea, que em breve o Benfica encontrará. É difícil explicar como é que a imensa experiência do internacional brasileiro permite um excesso que quase punha em causa uma vitória pela qual Amorim ansiava. Tentando entender o descontrolo do jogador, o facto da posição de Casemiro ser de grande esforço físico, leva-o a cometer mais faltas e erros. Quanto maior o cansaço menor o esclarecimento dos atletas e o perigo disciplinar espreita, ainda mais, como no caso, porque já tinha sido amarelado. Neste, como noutros episódios, o primeiro aviso não foi suficiente e a falta que o expulsou é tão clara que quem não perceba o fenómeno, acharia quase digna de um apostador furtivo. Se nos lembrarmos, o mesmo aconteceu com Florentino, um jogador exemplar, no jogo na Turquia para a Liga dos Campeões, também sem interferência no resultado, felizmente para ambos os trincos e para os respetivos clubes. Na realidade, as equipas estão sujeitas, tanto a intervenções de talento individual que ganha jogos, como a ações desastrosas que os podem perder.

'Flick time'
O futebol profissional exige disciplina e muitas qualidades aos seus profissionais. Teoricamente uma das regras mais fáceis de cumprir são os horários definidos. Não é preciso talento, mas só rigor e respeito pelas regras mais básicas que regem uma organização ou grupo. Alguns dos nomes mais sonantes do plantel do Barça já sofreram com a regra do relógio. Ao contrário de outras situações, esta é uma regra objetiva, numérica, sem espaço para interpretações. Os atrasos são penalizados não com multas, que em certas realidades não fazem qualquer diferença, mas sim com castigos desportivos, que jogam com o ego dos rapazes e significam descer ao banco de suplentes. O último contemplado foi Marcus Rashford, o internacional inglês recém-chegado à equipa de Flick.

Bola de Ouro
Dembélé era muito justamente um dos principais favoritos a receber o sempre importante prémio anual de ouro. Ser campeão europeu e comandante goleador do ataque da melhor equipa do mundo é significativo. A humildade demonstrada em palco e o reconhecimento público da sua grandeza por Messi e Mbappé só confirmam o seu caráter e o merecimento do troféu. Soube evoluir e adaptar-se a uma nova e difícil posição no centro do ataque, com sucesso talvez inesperado. É hoje um jogador diferente e o seu esforço defensivo amplia a sua importância coletiva. Um craque completo! Mas porque nem tudo é bom, a bola de lata, se houvesse, podia ser dada, com justiça, ao pai de Yamal, cuja reação confirma, mais uma vez, o porquê de certos sinais do seu filho, que vão revelando alguma fragilidade educativa. Já sabemos porquê."

José Mourinho: a lua de mel acabou cedo


"O aguardado regresso de José Mourinho à Luz desiludiu e a águia já está atrás do Sporting e a quatro pontos do FC Porto. E, num ápice, o clássico no Dragão ganha contornos quase dramáticos

Não é fácil, para qualquer treinador, entrar com o comboio em andamento. Chame-se ele José Mourinho, Pep Guardiola, Carlo Ancelotti ou Jurgen Klopp. E Mourinho sabia-o, não gostasse ele de desafios ao nível da ilustre carreira que tem.
Entrou com o pé direito fora de campo, agarrando a nação benfiquista nas conferências de apresentação. Era imperial fazê-lo depois de meses em que Bruno Lage sempre esteve longe, muito longe, de ser consensual, mas foi o próprio a rapidamente querer assentar a poeira e virar a agulha para o que mais importa(va): recuperar a identidade perdida de uma equipa que, com o antecessor, se habituou a jogar poucochinho.
O jogo na Vila das Aves não serviu para encher a barriga, a primeira parte roçou o deprimente, e Mourinho meteu um dedo ao intervalo. Apareceu outra equipa para a segunda parte e, frente a um dos candidatos à descida, o problema lá se resolveu.
Ontem, na Luz, o cenário repetiu-se e é bastante revelador da tal falta de identidade que o Benfica não tem e que FC Porto e Sporting, por exemplo, têm: na liga portuguesa, começar os jogos a passo, julgando que o golo aparecerá, é um convite a que os adversários ganhem confiança. A esta letargia que os encarnados têm mostrado não ajudam as constantes adaptações e que, por si, revelam um plantel desequilibrado e sem profundidade, sobretudo no ataque, onde é gritante a falta de criatividade.
Depois de mais de 100 milhões de euros gastos no mercado, Aursnes, o bombeiro de serviço, voltou a acabar um jogo a lateral-esquerdo, como nos piores tempos de Roger Schmidt e com Obrador no banco! Mourinho quis que Ivanovic fosse falso extremo esquerdo para dar a zona central a Sudakov e o Rio Ave agradeceu, nem precisando de defender em bloco baixo para conter as tímidas investidas da águia.
Na segunda parte, o Benfica apertou, foi mais vertiginoso e perigoso com Schjelderup e Lukebakio — continuo sem compreender e entender a moda do futebol sem extremos, sobretudo sem laterais que funcionem como tal —, mas André Luiz tinha outra ideia para responder à ebulição da Luz com o golo de Sudakov. É difícil prever o futuro, mas é fácil lembrar o passado e o José Mourinho de antigamente não teria permitido que o Rio Ave fosse buscar o empate depois de se colocar a vencer aos 86'.
O clássico no Dragão está aí a bater à porta, o FC Porto de Farioli está bem e recomenda-se e o Benfica corre o risco de sair dele a sete pontos de distância. E as eleições são daqui a um mês..."

Mourinho precisa de um truque e Sudakov não é suficiente


"Técnico elogiou o plantel do Benfica mas já aponta fraquezas; a dupla Enzo-Ríos tarda em convencer numa babilónia que precisa de tempo para fundir culturas

Dois ucranianos, dois argentinos, um bósnio, um português, um sueco, um colombiano, um norueguês, um croata e um grego. Nove nacionalidades num onze do Benfica só poderão resultar em pleno quando houver tempo para colar peças e fundir culturas. Um tempo que José Mourinho não tem e dificilmente terá para criar, a curto prazo, aquilo que ele gosta de reunir à sua volta: uma identidade.
Este é um custo que o experiente técnico terá ponderado e aceitado na hora de dizer sim ao convite de Rui Costa, mas não deixa de ser paradigmático que mais uma vez o treinador do Benfica tenta adaptar-se a um plantel não escolhido por ele: Bruno Lage pegou nas opções de Roger Schmidt e agora Mourinho tenta fazer o mesmo com o legado deixado pelo conterrâneo. É andar de remendo em remendo, mas com a diferença de acenar com milhões em vez de andar com um saco de caramelos, como diria Toni em tempos de vacas magras.
Só o tempo dirá quão intensas serão as dores de cabeça do novo líder do banco dos encarnados, mas não terá sido por acaso que Mourinho apontou ontem a falta de agressividade e capacidade no jogo aéreo da sua equipa, entre outras características que certamente irá descobrir ou tentar corrigir. É um tremendo desafio para quem tanto elogiou estes jogadores, ainda que já se sabe que nem sempre as suas palavras devam ser interpretadas de forma literal, principalmente quando proferidas em contexto de adversário – como quando estava, ainda, no Fenerbahçe, nas vésperas de defrontar os portugueses no play-off da Champions.
Por exemplo, todos nos recordamos do modo como considerou superior o meio-campo do Benfica composto por Enzo Barrenechea e Richard Ríos em comparação com os médios da formação turca, mas salta à vista que esta dupla tarda em justificar um investimento tão elevado: não se complementa, é demasiado permissiva tem pouca chegada à área.
No caso do internacional colombiano o problema assume uma dimensão superlativa: foram 27 milhões de euros que vão pesando cada vez mais nos seus ombros. Os sinais de ansiedade são evidentes no médio contratado ao Palmeiras e o tribunal da Luz já dá mostras de ter pouca paciência, como se viu na reação à perda de um golo de baliza aberta após um cruzamento de Lukebakio. Poderia dizer-se que este é o risco de apostar num box to box que joga num campeonato onde os jogos se partem mais que na Europa, mas o problema não estará tanto no contexto de origem, antes no perfil que parece, para já, desalinhado com uma ideia geral de jogo, o que leva a discussão para outro patamar: há evidentes falhas na relação preço/rendimento dos reforços do Benfica, situação que não é de agora e já por diversas vezes identificada no passado.
Em todos os clubes por onde passou, o efeito Mourinho faz-se sempre sentir, com impactos de maior ou menor duração. No Benfica isso foi percetível logo nos primeiros dias no plano da comunicação, mas os resultados e exibições não diferem assim tanto do que acontecia com Lage. Num ambiente pesado como aquele que se vive no clube por causa das eleições de 25 de outubro só os mais ingénuos podem achar que o melhor treinador português de todos os tempos pode escapar pelos pingos da chuva. Rui Costa estará seguramente à espera de um truque de magia do quinto treinador em ação em quatro anos de mandato. Espremer ao máximo o talento de Sudakov é um caminho, mas não chega..."

Mourinho no Benfica: boa notícia para o FC Porto


"A expetativa desmesurada é a pior das companhias. Não anda de mão dada com ninguém, carrega a solidão e a certeza do desatino.
Sabe que vai falhar e, mesmo assim, segue em frente. Por inconsciência ou, simplesmente, por não haver nenhum caminho melhor.
Vejo muito disto na chegada de José Mourinho ao Benfica. Riscado o macambúzio Bruno Lage da equação – era tão previsível, não era? -, o que podia e devia ter feito Rui Costa, sabendo que o Special One estava livre para amar?
A tentação era demasiado explícita. Mesmo que o falhanço, desportivo e eleitoral, lhe seja um sinal de sentido proibido.
O Benfica e o futebol português ganham uma personagem bigger than life, o melhor treinador português de sempre, mas será isso necessariamente uma boa notícia para as águias?
A alegria do impacto imediato está garantida. Nas conversas de balneário, na sala de imprensa, Mourinho continua a ser o melhor do planeta e a atrair o mediatismo de sempre. Muito justificadamente, de resto.
Basta ver o show de oralidade semiótica dado na antevisão ao Benfica-Rio Ave.
O problema é outro.
Inconscientemente, o mundo benfiquista julgará que os problemas, as limitações e os erros dos últimos anos desparecerão por artes mágicas, como se Mourinho tivesse o privilégio da alquimia e da terraplanagem.
O futebol moderno não se compadece com a memória e o palmarés, por mais ricos que eles sejam.
Será que as ideias atuais de Mourinho, o seu ideário de jogo, são compatíveis com tamanha exposição cinematográfica, como se nada mais houvesse em Portugal além do Benfica do Special One?
Se colocarmos em cima da mesa os trabalhos feitos no Tottenham, na Roma e no Fenerbahçe, a resposta só pode ser não.
Por motivos distintos, Mourinho escolheu o pragmatismo, a organização e depois a transição, a paciência sem bola, ao invés da máquina de amassar criada nas passagens por FC Porto, Chelsea e, em determinados momentos, Real Madrid – no Inter já foi mais cínico do que autoritário.
Esta aparente queda do treinador foi tema no podcast Ataque Rápido, ainda antes de alguém sonhar em vê-lo no Benfica.
Mourinho, insisto, colocou o mundo do futebol a olhar para o seu Benfica. Só lamento que o jogo de estreia tenha sido realizado num dos piores estádios da I Liga e com uma transmissão televisiva que parecia saída de um escalão secundário de El Salvador. Uma pena.
Ora, com o holofote a apontar para a Luz e a sinalizar a imagem de Mourinho, num misto de gigantismo e soberba, o FC Porto aproveita para ganhar na sombra e acumular posters e frases feitas na parede do balneário.
Diria, aliás, que a chegada deste José Mourinho à Luz é uma excelente notícia para o FC Porto.
Por três motivos.
Primeiro, pela natureza do clube: os dragões dão-se bem a afrontar probabilidades que lhes são contrárias, a erguerem-se contra as primeiras páginas vermelhas e brancas, a gerirem o entusiasmo do mundo benfiquista.
Segundo, pela ligação ao próprio treinador: é provável que tudo não tenha passado de uma coincidência, mas a visita de José Mourinho ao Dragão – com direito a justa aclamação coletiva –, cinco dias antes de ser oficializado na Luz, foi encarada por muitos portistas como encenação e provocação.
Terceiro, pelo FC Porto-Benfica a 5 de outubro: se juntarmos os dois pontos anteriores e os atirarmos para este clássico que se avizinha, o cenário não poderia ser mais tentador para o mundo portista.
Deixo o Sporting fora disto, por não haver ligação direta entre os leões e Mourinho, e por só haver dérbi lisboeta em dezembro.
O futebol é uma casa de sentimentos. Mais do que estratégias, ciência ou misticismo, a ligação emocional continua a desempenhar um papel fulcral. E é esse sentimento, esse coração a bater doido e vivo, que nos faz amar o jogo.
Por tudo isso, fico extremamente feliz com o regresso de José Mourinho ao futebol português, 25 anos depois. Mas não creio que isso seja propriamente extraordinário para a ambição desportiva do Sport Lisboa e Benfica.

PS: de 2002 a 2004, ainda um puto recém-saído da universidade, segui com fascínio e prazer José Mourinho por essa Europa fora. O saudoso Comércio do Porto permitiu-me conhecer e privar com o então também jovem treinador, um evidente prodígio na manipulação de mentes e mensagens. Um génio. Reencontrei-o em 2023, numa sala discreta do Pavilhão Rosa Mota, por culpa do inigualável Paulo Futre. O homem pegou em mim e no Rui Miguel Tovar, depois da gravação de um DESTINO: SAUDADE, e levou-nos a «comer qualquer coisa com dois amigos». Chegados ao repasto, lá estavam Jorge Mendes e José Mourinho. O resto fica para nós."

Dedos, cabeça e coração


"Há oito dias escrevi que, em relação ao jogo com o Santa Clara, o Benfica teria de ter a mesma paciência, mas ser mais acutilante contra o previsível "autocarro" do Qarabag. Enganei-me redondamente. Nem paciência, mesmo depois de estar a ganhar por 2-0, nem acutilância, com a exceção da primeira meia hora, nem "autocarro", pois os azeris pressionaram sempre alto e bem. De prognósticos encerro a época, que ora recomeça para o Benfica, depois da inevitável saída de Bruno Lage após aquele resultado, exibição e, sobretudo diria eu, conferência de imprensa. Regressou Mourinho, 25 anos e 26 troféus depois, de forma inesperada é certo, mas para cumprir o destino que parecia traçado desde que há um quarto de século (?!) de lá saiu. Chegou, viu... e, primeiro, conquistou os adeptos com uma frase reveladora que conhece o Benfica e os benfiquistas e, duas noites depois, uma passada no Seixal e outra em Gaia, venceu nas AVS de forma clara e tranquila como não se via desde o jogo da Liga contra o Tondela para descanso dos corações benfiquistas. Antes, confessou que não iria "meter muito o dedo" por falta de tempo, mas o que se viu, mais do que dedos, foi mais cabeça, sobretudo na segunda parte, em que o Benfica soube ser dominador, sem conceder qualquer chance ao adversário como há muito não se via. Com mais ou menos dedo, mas muito mais cabeça, o coração dos benfiquistas pôde, enfim, sossegar para que na terça-feira e de regresso a casa possa aproximar-se da liderança do campeonato e ganhar a confiança que parece ter sido perdida em apenas cinco dias. Só assim, com muito coração, mas também razão e cabeça, o Benfica poderá fazer o que é preciso - ganhar!"

Sempre Presentes ou a Vida como Curva


"Mais uma vez, o verdadeiro futebol não esteve nos 90 minutos regulamentares. Estava fora deles. Repararam? Debaixo de um Estádio da Luz em ovação, do centro do relvado até ao topo sul, o capitão Nicolás Otamendi levou uma coroa de flores em memória do fundador e co-fundador dos No Name Boys. E trouxe à tona as profundidades insondáveis do futebol

Ontem o Benfica empatou contra o Rio Ave, em casa. E fê-lo naquele seu futebol pastelão e previsível. Um futebol de tédio. Um futebol de regime. Vejam. Se há coisa que Mourinho veio mostrar — e até nisso é brilhante — é que a culpa não era de Lage, mas de quem o condenou ao banco do Benfica. De quem planeou, de quem definiu a política de contratações. De quem prefiro não falar hoje. Porque há momentos em que o trivial do jogo se rende ao essencial da vida e da morte.
É que, mais uma vez, o verdadeiro futebol não esteve nos 90 minutos regulamentares. Estava fora deles. Repararam? Debaixo de um Estádio em ovação, do centro do relvado até ao topo sul, o capitão Nicolás Otamendi conduzia o préstito. Levava uma coroa de flores; e tratava-se de mais do que um gesto institucional. Era um sinal de luz. Num cerimonial pagão que, por instantes, trouxe à tona as profundidades insondáveis do futebol.
O ornato fúnebre era em memória de Tino, Rita, e de Jorge Maurício, líder e fundador dos No Name Boys. O Gullit do Benfica. É que nos No Name Boys, até os nomes eram roubados. Até o nome era sem nome.
Era gente das claques. Gente que vivia para o seu clube. De um modo que é difícil de compreender. E que, no regresso de uma deslocação europeia à Croácia, morreu num desastre de viação. Assim mesmo, como morrem os mártires.
Já tenho dito: o verdadeiro futebol não é este dos agentes e do vídeo-árbitro. Mourinho confirmou no final do jogo. Ouviram? Foi lapidar: “Se isto é o novo futebol (...) eu não gosto do novo futebol.” O verdadeiro futebol, o antigo, que aprendemos a amar em ringues, em mesas de Subbuteo, e até mesmo em estádios que já não existem, esse está guardado no sacrário dos Ultras. Grupos que, apesar de tudo, têm as ideias no sítio. E amam muito. Tanto que, muitas vezes, amam ao contrário. Amar ao contrário é amar de forma absoluta. O que é complicado. Mas fascinante.
É assim desde aquele dia incerto em que se transformaram os estádios em ladeiras: contornos sagrados, perigosos, incontroláveis. A curva — palavra que vem do afrikaans “Kop”, da guerra dos Boéres e da memória dos rapazes de Liverpool que tomaram uma colina chamada “Spion Kop” — é um excesso de lugar; é o coração desordenado do futebol.
É dali que surgem os cânticos que depois as crianças repetem nos pátios das escolas. E é ali que se guardam as tarjas como se fossem estandartes de ordens militares. E, caso algum rival lhes ponha as mãos, se sofre a maior das humilhações. Como se houvesse outro jogo para lá do próprio jogo; numa cultura paralela. Como nas heresias que floresceram à sombra do cristianismo, também as claques inventaram uma ortodoxia feroz. Clandestina. Uma religião dentro da religião. Uma forma de independência.
No Benfica, os No Name nasceram como separação. Uma desobediência criadora. Reivindicaram para si o topo sul da Luz. É aí que Gullit está inscrito para sempre. Como nos antigos martirológios, o seu nome e dos companheiros não se apaga.
Por isso, quando Otamendi levou a coroa de flores até ao topo, não carregava apenas memórias. Carregava gente. Carregava mortos. Levava Gullit, Rita e Tino outra vez. O estádio sabia; naquele momento era como se se ouvisse o suspiro da antiga antífona gregoriana do Ofício dos Mortos:
Media Vita in Morte Sumus,
Media Vita in Morte Sumus,
Media Vita in Morte Sumus.
“No meio da vida estamos na morte”, ou então a corruptela dos Smiths em “Sweet and tender Hooligan”, canção que nos devolve a silhueta de Gullit: bomber do avesso, boné com os dreadlocks, braços abertos a envolver a curva. Nela, Morrissey recupera a antífona, mas torce-lhe a última sílaba, corrigindo a eternidade. A morte passa a dívida: “In the midst of life we are in debt.”
É isso. Gullit deu o que tinha. E o que tinha era a vida. O Benfica ficou devedor de uma lealdade que não prescreve. Que está sempre presente."

João Félix voltou a ser ele: e todos os sonhos são possíveis


"João Félix nunca foi um jogador fácil.
Não é um extremo puro, nem um avançado típico. Também não é um número 10 clássico. É como um poema de Vinicius de Moraes: só na voz de Tom Jobim é que ganha sentido.
João Félix também só tem uma forma de valer a pena: quando é mais bailarino do que jogador, quando é mais música do que futebol. Precisa daquele desinteresse quase artístico pelas regras da ortodoxia tática. Infelizmente para ele, no futebol moderno isso é quase uma heresia.
Por isso puseram-no a correr pelas alas, a jogar de costas, a pressionar centrais adversários. Depois espantavam-se por não resultar.
Diziam que não sofria, que não se esforçava, que não ouvia. Diziam até que não corria. Pois não. Claro que não. Porque não era para correr.
Era para criar.
João Félix, repito, não é um jogador fácil. Desmotiva-se facilmente. Amua. Falha. É preciso ter paciência, mas a paciência para jogadores como ele é cada vez mais rara. Só nos, os românticos, os ingénuos que ainda acreditam que há beleza em abrir as pernas e deixar a bola correr, é que a temos.
O português não a encontrou em Madrid, nem em Londres. Não a encontrou em Barcelona e não a encontrou em Milão. De cada vez que ele tropeçava num treinador que não o entendia, ou achava que não valia a pena entender, nós tropeçávamos na nossa própria esperança de o ver regressar.
Até agora. Até que apareceu Jorge Jesus. O homem, o sábio, o alquimista.
Olhou para Félix e viu ouro onde os outros só viam chumbo. A partir daí percebeu que o jogador, como os vinhos bons (e os pianos de cauda), precisava de tempo e de um palco. E deu-lho. No meio do deserto, rodeado de tâmaras, de calor e de pó, devolveu-o ao espaço certo: atrás do ponta-de-lança, com responsabilidades morais, mas não táticas.
Hoje Félix já não é apenas titular: é protagonista e é feliz. Voltou a ser ele, voltou a estar em campo. Completo, inteiro, saudável.
Voltou a jogar com a leveza dos predestinados, com aquela beleza preguiçosa dos génios. Um passe, um drible, um exagero. Há toques que parecem versos a dançar.
A bola, essa, voltou a sorrir e a confiar: João Félix é ele outra vez. Ao lado de Cristiano Ronaldo, que é tudo o que ele não é: constante, obsessivo, previsível no melhor sentido da palavra. Se Félix é um saxofone que improvisa, Ronaldo é uma bateria que enche a música.
Dizem que foi preciso emigrar para Arábia Saudita para o fazer. Sim, talvez tenha sido.
Provavelmente, aliás, já não vai conseguir ser tudo o que prometeu. Se calhar nem vai a tempo de ser protagonista em palcos como Camp Nou ou Stamford Bridge. E depois? No caso de certos jogadores, não é onde se joga que importa. É como. E João Félix joga como quem abre a porta da infância.
Voltou a ser menino e a sonhar. Que é uma coisa que o futebol moderno não compreende."

Fever Pitch - Domingo Desportivo - Efeito Mourinho Durou 6 Dias!

À Prova de Bola #12 – José Mourinho no Benfica: As primeiras impressões

Comunicado da Mesa da Assembleia Geral


"Considerando a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária que tem como ponto único da Ordem de Trabalhos a votação do regulamento eleitoral, a Mesa entende ser oportuno esclarecer, sem embargo do que será comunicado durante a Assembleia Geral, o seguinte:
O processo eleitoral que se avizinha será, para todos os efeitos, o maior de sempre no nosso Clube, envolvendo, conforme se verá, uma operação de logística sem precedentes no movimento associativo em Portugal. Assim:
1. O processo eleitoral será acompanhado pela Multicert, empresa do grupo SIBS, reconhecida internacionalmente, que implementará, sempre em conjunto com a Mesa e com a sua supervisão, com a participação, após a definição oficial das candidaturas, dos mandatários, os processos necessários à auditabilidade de todo o percurso, desde a conceção até à proclamação dos resultados;
2. ⁠O documento de identificação necessário e essencial para a votação será o cartão de sócio do Sport Lisboa e Benfica (em versão física ou digital), que será objeto de leitura digital para verificação da regularidade da situação de sócio, atribuição do número de votos e baixa no caderno eleitoral, acompanhado de documento de identificação válido no país de voto, para identificação complementar;
3. Serão instaladas 108 secções de voto, distribuídas da seguinte forma: 80 em Portugal Continental (78 espalhadas por todos os distritos, 2 em Lisboa/Estádio), 3 nas Regiões Autónomas e 25 no estrangeiro – com o edital de marcação das eleições serão elencados todos os locais de voto;
4. ⁠Nessas secções de voto serão instalados 296 postos de identificação, que terão um funcionário da Multicert a operar o sistema, sendo todo o processo de votação (desde a identificação ao depósito em urna) presidido pelo presidente da secção, na presença do secretário e dos delegados das listas, que poderão acompanhar todos os passos, verificando a regularidade do mesmo e apresentando, caso entendam necessário, reclamações junto do presidente da secção – ou da Mesa, por via do mandatário geral;
5. ⁠O processo de contagem dos votos ocorrerá nos mesmos moldes, sendo sempre acompanhado pelos delegados das listas, que devem ser parte de, insistimos, todo o processo;
6. O caderno eleitoral é um e será central, com acesso remoto, estando garantidos todos os meios informáticos de redundância, sendo a baixa dos votantes efetivada pela Multicert e, mais uma vez, com a possibilidade de acompanhamento por parte do mandatário de cada lista/candidatura;
7. ⁠Relembramos, neste ponto, que as candidaturas devem mandatar um representante com poderes de representação para todo o processo eleitoral, que será o elo preferencial de ligação com a Mesa e que será convocado para estar presente na secção 1 de Lisboa, acompanhando o processo de votação com a Mesa (em Lisboa existirão duas secções, conforme exposto, uma em cada pavilhão do complexo desportivo, sendo que o presidente da Mesa presidirá à primeira secção e o 1.º secretário presidirá à segunda);
8. Tratando-se, quer pelo número de secções, quer pelo número de pessoas envolvidas (contando com mandatários e delegados das listas, cerca de 3000 pessoas em cada volta), do maior processo eleitoral de que há memória, a utilização dos dois pavilhões, sobretudo em dia de jogo, é um elemento essencial para a participação de todos os sócios do Clube;
9. Os Estatutos que entrarão em vigor com a marcação das eleições – aprovados em 2025 – impõem normas claras sobre o ato eleitoral, que não podem ser afastadas, alteradas ou contrariadas por regulamento eleitoral, ou por disposições da Mesa;
10. Quer na escolha do parceiro externo – que, com a sua vasta experiência em certificação de assinaturas, acompanhamento e execução de atos eleitorais e efetivação de processos de identificação à distância, traz um acréscimo de credibilidade ao processo –, quer na imposição de medidas de auditabilidade de todo o sistema, desde a conceção até à proclamação dos vencedores, o processo eleitoral, que se iniciará no próximo dia 1 de outubro, foi desenhado e será executado com a ambição de cumprir o que a nossa massa associativa tanto anseia e merece, ou seja, ser a grande festa da Democracia Benfiquista.
11. ⁠Por último, mas não menos importante, relembramos a comunicação do passado dia 14 de setembro (consultar aqui), reafirmando a necessidade de os sócios do Sport Lisboa e Benfica verificarem e atualizarem os seus dados, o que pode ser feito na área reservada do site. Saudações Benfiquistas. Mesa da Assembleia Geral"

Empate penalizador


"Esta edição da BNews é dedicada à última partida do Benfica, na qual registou um empate a um golo com o Rio Ave no Estádio da Luz.

1. Injusto
Na opinião de José Mourinho, "o resultado é extremamente injusto". "Uma equipa quis ganhar, uma equipa quis empatar. Acho que o resultado é injusto, principalmente por aquilo que fizemos no 2.º tempo, mas fomos penalizados com um resultado que é, obviamente, péssimo, contra um adversário que fez um golo fantástico, sob o ponto de vista técnico, no único remate que fizeram à baliza. (…) Se eu pudesse fazer com que o jogo acabasse com o nosso golo, estaria supercontente com a 2.ª parte", afirma o treinador.

2. Esforço inglório
António Silva vinca: "Na 2.ª [parte] entrámos bem, criámos oportunidades mais do que suficientes para fazer golo. Tentámos ao máximo, conseguimos fazer um golo. Depois eles fazem o golo numa transição."

3. Man of the Match
Veja as melhores jogadas de Sudakov, eleito o Homem do Jogo.

4. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, o golo marcado pelo Benfica frente ao Rio Ave.

5. Jogo do dia
Os Sub-23 do Benfica visitaram o Portimonense e venceram por 1-2 em jogo da 6.ª jornada da Série B da 1.ª fase da Liga Revelação."

A Sociedade das Nações e as perdas de tempo de Cezary Miszta


"O Benfica não foi além de um empate 1-1 frente ao Rio Ave, num encontro que marcou o regresso de José Mourinho ao Estádio da Luz e acertou as contas do calendário. O emblema encarnado viu o encontro da primeira jornada ser adiado, devido ao jogo contra o Nice, que remonta ao acesso à Champions League. A história da partida é curta, com uma primeira parte aborrecida de parte a parte.
Os vila-condenses desde o primeiro minuto que anunciaram para o que vinham. Sotiris Silaidopoulos apresentou alterações surpreendentes no onze inicial, deixando nomes como Nikos Athanasiou, André Luiz e Clayton Silva no banco. A razão? A poupança física dos atletas. No entanto, o plano funcionou, com o Rio Ave a fechar bem a zona central e a permitir poucas chances ao adversário, a maioria sem perigo, e conseguindo sair em contra-ataque.
No segundo tempo, o domínio do Benfica acentuou-se, com o Rio Ave totalmente encostado às cordas. José Mourinho, a partir das 65’, optou por jogar com extremos de raiz, o que ainda melhorou a prestação da equipa. Dodidi Lukebakio e Andreas Schjelderup procuraram agitar o encontro e conseguiram. O belga fez a assistência para Georgiy Sudakov bater (finalmente) Cezary Miszta, aos 86’. Porém o balde de água fria ainda estaria por chegar. André Luiz, um dos craques que Sotiris Silaidopoulos optou por deixar no banco, colocou a bola para fazer um golaço, sem chances para Anatoliy Trubin, aos 90+1’. O Estádio da Luz, que pouco tempo antes tinha entrado em estado de apoteose e festa, remetia-se ao silêncio e aos assobios, fazendo lembrar o malogrado encontro frente ao Santa Clara.
Quando Sérgio Guelho deu o apito final, havia uma sensação de injustiça. O Benfica fez o suficiente para ganhar, mas o Rio Ave mostrou raça durante os 90’ e uma concentração muito acima da média. Os nortenhos estudaram bem o adversário e conseguiram um ponto. Ainda assim, não sabem o que é ganhar na Primeira Liga em 2025/26.
Já do lado dos da casa, José Mourinho perdeu os seus primeiros pontos, mas conseguiu melhorar o jogo da equipa principalmente na segunda parte, podendo apostar em extremo puros na próxima partida, dado o fraco desempenho nos primeiros 45’.
Dois aspetos chamaram à atenção durante este encontro e é neles que o texto se vai concentrar. O primeiro está relacionado com as nacionalidades em campo. Ao olharmos para a ficha de jogo, vemos apenas um português dentro dos jogadores que integraram os onzes iniciais: António Silva. Dentro de campo estavam três gregos: Vangelis Pavlidis, Andreas Ntoi e Marious Vrousai, que é capitão do Rio Ave, com relativamente pouco tempo de casa.
Na convocatória das duas equipas, existiam apenas seis jogadores lusos, sendo que os nortenhos tinham somente João Graça como opção. De resto, o Rio Ave desde o começo do campeonato não utilizou nenhum português. João Graça e João Tomé são os únicos elementos portugueses que fazem parte do plantel, depois da saída de João Novais. Esta situação é gravíssima e a Liga Portugal deveria realizar mudanças na legislação já para a próxima época.
O Rio Ave é detido por Evangelis Marinakis e faz parte de um grupo de multi-propriedade, o que faz com que seja normal a existência de várias nacionalidades no plantel, já que o objetivo é a valorização de jogadores. Contudo, é básica a presença do atleta português (ainda que o mesmo esteja cada vez mais caro). São 16 os países presentes nesta Sociedade das Nações, com Grécia (seis jogadores), Brasil (cinco jogadores) e Inglaterra (três jogadores) a contarem com uma maior representação que Portugal. O clube está numa zona que é um viveiro de talento e já foi certamente ultrapassado por todos os seus vizinhos no que diz respeito à retenção dos mesmos. Afinal, que jovem deseja ir para Vila do Conde perante esta situação? Com isto, não se quer dizer que o plantel do Rio Ave não tenha qualidade. Bem pelo contrário, seguramente há jogadores que vão acabar por dar o salto (Brandon Aguilera, Nikos Athanasiou, Andreas Ntoi ou Cayton Silva podem inclusivamente piscar o olho a um dos grandes do futebol português). A equipa está a cumprir as normas e a aproveitar-se delas, de acordo com o seu projeto. Quem terá que se mexer é a Liga Portugal, já que a mesma corre o risco de ver o seu próprio talento rumar a outros países, caso não aperte com as regras. A aposta no jogador estrangeiro não é incorreta, mas há que haver um balanceamento, algo que faz parte da própria gestão. A tendência, com os grupos de multi-propriedade a chegarem em força a Portugal, é este fenómeno aumentar.
O Benfica também não é ‘inocente’. Todos os jogadores que estavam presentes na convocatória para a partida da segunda-feira passada eram da formação e a maioria soma poucos minutos na Primeira Liga. A dupla Rui Pedro Braz/Rui Costa optou por apostar nos mercados externos, ignorando o futebol nacional. É uma política e a mesma tem que ser respeitada, mas dados os resultados não seria de estranhar uma mudança radical a partir de janeiro. Afinal, José Mourinho conquistou a Europa com o FC Porto apostando em elementos da Primeira Liga.
Outro ponto que chamou a atenção durante o Benfica x Rio Ave foram as perdas de tempo de Cezary Miszta. O polaco é um dos melhores guarda-redes do campeonato e um titular absoluto do Rio Ave. Porém, a sua atitude mereceu críticas de José Mourinho e assobios praticamente desde o começo do encontro. Sérgio Guelho esteve francamente mal neste aspeto (foi uma arbitragem aquém), alimentando a má atitude do guardião, quando poderia ter-lhe mostrado o cartão amarelo ainda na primeira parte. Os adeptos querem ver um futebol positivo, com um bom tempo útil de jogo e a Primeira Liga está na cauda da Europa devido a estas atitudes. Outrora estávamos habituados a que os guarda-redes começassem a tardar a repor a bola mais perto do final dos encontros, algo que ainda acontece hoje em dia. Gostando-se ou não é normal. Todos o fazem. Porém, arrancar com esta má atitude ainda nos primeiros 45’, tem que ser punível. José Mourinho comentou o tema e a razão tem que lhe ser dada:
«É o futebol atual, que eu não sou obrigado a gostar. Não gosto deste tipo de golo anulado, seja para um lado ou para o outro. Não quer dizer que eu esteja a ser crítico. Honestamente, não acho que seja golo para ser anulado. Um jogador que eventualmente simula fora da área, aos 5 minutos de jogo, leva cartão amarelo? Nem sei se simulou. Mas há jogadores que passam o jogo todo a retardar, mas lá está, são critérios. Não gosto de ir por aí, não foi por aí, não foi pelo árbitro que não ganhámos. Responsável o Rio Ave pela estratégia que utilizou ao nível emocional, de parar o jogo e retardar o jogo. Responsabilidade do árbitro e disse-lhe ao intervalo: por que razão não dá um cartão amarelo a um guarda-redes ao minuto 15 ou 20? Porque se isso acontece, o jogo é completamente diferente. Árbitros também têm responsabilidade de melhorar o futebol, como nós. Eu também já fiz o mesmo e talvez vá fazer outra vez».
O Benfica 1-1 Rio Ave ficará para a história como a primeira perda de pontos de José Mourinho no seu regresso à Luz. Contudo, se as suas críticas forem apontadas e existirem alterações, todo o futebol português ficará a ganhar.

Bola na Rede: Realizou algumas alterações para esta partida, deixando certos jogadores no banco. Um deles foi o Nikos Athanasiou, que tem sido titular na esquerda. Por que razão colocou neste encontro o Omar Richards?
Sotiris Silaidopoulos: Primeiro que tudo, foi gestão. O Nikos jogou todos os encontros desde o começo da temporada. Ele jogou contra o FC Porto muitos minutos e temos que de começar a adaptar os novos jogadores à equipa e aos seus costumes. Foi uma boa oportunidade para utilizar o Omar neste jogo, dando-lhe minutos contra o FC Porto e colocá-lo contra o Benfica como titular. Necessitamos que toda a gente esteja em forma. É muito importante ter o Omar, o Nikos e todos os rapazes em forma para que possam ser utilizados em todos os jogos."