Últimas indefectivações

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Boa estreia no Troféu António Pratas

Benfica 91 - 65 Algés
18-17, 26-18, 14-18, 33-12

O Torneio Internacional realizado a semana passada nas nossas instalações foi importante no crescimento desta equipa, basta recordar o 1.º jogo com os Galegos e o último com o Sevilha... Ainda temos muito onde melhorar, mas para nível interno, neste momento, é mais do que suficiente.
A lesão do Slay foi a má notícia do dia, parece que vai estar fora pelo menos 1 mês... Curiosamente, foi o Cláudio Fonseca, jogador da mesma posição, a aproveitar a ausência do Americano, tornando-se no melhor marcador da partida...!!!
O jogo foi mais equilibrado do que o resultado deixa transparecer... só no 4.º período, conseguimos abrir uma vantagem confortável. Não é muito compreensível uma percentagem de Lances Livres tão baixa!!!
Domingo, temos novo jogo... Recordo que o ano passado fomos surpreendidos neste primeiro troféu oficial da temporada...

Arouca é equipa da nossa Europa

"Foi importante ganhar na Amoreira, depois do deslize do Porto em Alvalade. No domingo contra o Arouca será o jogo que ficará na memória durante três semanas. Outubro terá o travo deste resultado, e a paragem do campeonato terá outro sabor com a liderança isolada que temos neste momento.
Domingo dará o mote de discussão no futuro próximo, ou os méritos da liderança, ou deméritos dos tropeços.
Jogámos mal na Alemanha, o jogo correu mal, mas o resultado é justo, e mesmo a invenção de um penalty naquele momento do jogo não retira os méritos de uns alemães que foram melhores.
O Bayer foi quase sempre melhor, quase sempre mais rápido, quase sempre mais forte tacticamente. Resta dar os parabéns a quem os merece, não porque se quisesse perder, mas porque não se mereceu ganhar.
Jogaremos as últimas fichas da prestação da UEFA no Casino de Monte Carlo. Mas quem joga no casino sabe que são baixas as probabilidades de êxito. O ritmo dos alemães do Bayer Leverkusen deve servir de mote para o nosso jogo contra o Arouca. Quem joga com aquela intensidade fica sempre muito mais perto de ganhar. Quem fica à espera que chova um golo, porque é teoricamente melhor, arrisca-se a ser surpreendido. Na aritmética final, é a diferença entre ser campeão ou não. Os nossos adversários já tiveram surpresas (várias), nós estamos avisados.
Ser profissional, para o Benfica, é perceber a importância do Arouca na geografia europeia do nosso campeonato. Sim porque Portugal é a minha parte preferida da Europa.
O sorteio da Taça quis um clássico cedo e pôs o Benfica a subir à serra desde o início da prova para tentar manter o troféu. Da serra da Estrela até ao Jamor é sempre a descer."

Sílvio Cervan, in A Bola

Maxi 300

Encarnado é o Vermelho-amor (época...)

"Bem podia esta crónica começar com a análise das palavras do desesperadíssimo Pinto da Costa; porventura, iniciar-se com o Caso da Fruta e a falta de vergonha dos seus protagonistas, mormente se vierem a falar de arbitragem; ou reflectir sobre a falta de memória de Bruno de Carvalho e cotejá-la com a de Luís Filipe Vieira, que tem acarinhado os antigos atletas de forma edificante.
Todavia, o acontecimento mais relevante da semana é a liderança reforçada do nosso clube no Campeonato. Merecidíssima, diria, mesmo que dotado de um olhar neutro! Quem joga com esta alma e vontade, logra este percurso. É um regalo ver a atitude da equipa e repercussão desta nos adeptos. Ou a atitude dos adeptos e a repercussão desta na equipa? Tanto faz, por serem ambas autênticas.
Bem sabemos que estamos no início da contenda e, pelas razões que se conhecem, este ano o Campeonato é mais longo quatro jornadas. Não se ganham campeonatos à sexta jornada, mas esta felicidade, de vermos como caminha a equipa, ninguém no-la pode tirar.
Hoje, já ninguém questiona a qualidade da equipa, ao invés, rasgam-se elogios ao grupo de trabalho de Jorge Jesus. Vejam bem! Agora, é reconhecido o trabalho que a Direcção efectuou até ao derradeiro minuto do último dia de mercado (e para além dele, como no caso Jonas!) e o acerto dessas escolhas. Creio que o alto profissionalismo e grandeza do Benfica depressa passaram aos novos atletas, tornando a integração mais fácil e estimulante.
Porém, e apesar da supramencionada qualidade dos nossos jogadores, é certo que a equipa vai ter reforços por altura do Natal. Há pelo menos quatro atletas que darão uma força suplementar ao grupo: Fejsa, Sulejmani, Rúben Amorim e Sílvio, são quatro jogadores, sem excepção, que disputarão a titularidade.
Ah, é verdade, Júlio César e Jonas serão reforços para breve.
Não se distraiam rapazes!"

Carlos Campaniço, in O Benfica

Diz-se por aí (época...)

"Diz-se por aí que assistimos, no jogo com o Zenit, a uma manifestação de benfiquismo de que nem os sócios mais velhos têm memória. Não me recordo, de facto, de nada assim, pelo menos nas últimas duas décadas. Porém, o que me parece importante é destacar a forma notável como os jogadores canalizaram essa sensibilidade e esse carinho dos Sócios e dos adeptos, produzindo um fantástico jogo frente a um Estoril com um dedo muito significativo do Futebol Clube do Porto. E, para que conste, manteria estas palavras mesmo que o resultado tivesse sido de empate... ou de derrota.
Mais uma vez, a chave do sucesso de jogo do Benfica está na persistência, na fé do seu modelo de jogo e, claro, no grande catedrático de futebol que é Jorge Jesus. Os jogadores e o treinador acreditam até ao último minuto, mantêm um jogo de passes rápidos e posse de bola em vantagem ou em igualdade, correm para o esférico e ganhar por dois ou a perder por um. Uma equipa notável em técnica e persistência que tenho a certeza que a História saberá honrar.
O Benfica está a tornar-se, verdadeiramente, um modelo de credibilidade, força e consistência no futebol português. Enquanto Lopetegui insiste em fazer de bebé sofrido e criticar cada decisão dos árbitros em campo, Marco Silva não consegue ter mão num Bruno de Carvalho cada vez mais fora de si e do controlo razoável que seria exigível a um dirigente desportivo. Esta semana que passou foi exemplo disso mesmo. E, enquanto isso, o Benfica preparava serenamente no Seixal o próximo jogo da Liga dos Campeões.
É por isso que volto a insistir: esta época 2014/2015 vai ser marcante e decisiva. A vitória final do SLB representará a superioridade do trabalho sobre a lamúria; da credibilidade sobre o espalhafato mediático e da solidez financeiro sobre as derivas financeiras irresponsáveis. Por agora, os nossos adversários contentam-se em falar da arbitragem ou de um Benfica delapidado de alguns grandes jogadores. Veremos, no final, para onde pende a balança. Não se esqueçam: Deus dá sono, mas não dorme."

André Ventura, in O Benfica

As andanças do demónio

"O escritor Jorge de Sena, na obra 'Antigas e Novas Andanças do Demónio', tem um excelente conto titulado como 'Defesa e Justificação de um Ex-Criminoso de Guerra'. O interesse desse conto começa na amarga ironia do título. Há crimes que não prescrevem, não se é um ex-criminoso de guerra. Um crime de guerra é um crime que não permite atirar o passado do criminoso para as calendas do esquecimento.
Pode o criminoso relativizar o crime, pode o criminoso evocar o contexto do crime como atenuante ou gritar 'ad mauseam' que o crime prescreveu ou enviar os diligentes cães de fila silenciar a realidade.
Ainda assim, não deixará de ser um criminoso. Pode o dito criminoso puxar o brilho às vitórias, pode justificar o crime com o superior interesse da causa que defendia e, mesmo assim, não deixa de ser um criminoso. Pode o criminoso, com o passar dos anos, encontrar um qualquer Tribunal que, em nome da Norma e do Direito, finja fazer Justiça e não o condenar que, mesmo assim, não deixa de ser um criminoso. Não se é criminoso em função da consequência, do castigo, do acto. É-se criminoso porque praticou o crime. Pode o criminoso exibir a absolvição ou a anulação de uma sentença que lhe seja desfavorável que isso não o iliba de ser um criminoso. O criminoso que cumpre uma pena passa a ter a sua dívida saldada para com a sociedade, a não ser que seja um daqueles criminosos de que nos fala Jorge de Sena. Um criminoso que nunca paga pelo seu crime nunca deixa de ser um criminoso em dívida para com a sociedade - é como se fosse duplamente criminoso.
Podem vir as comendas, as ameaças, os encómios na imprensa, os títulos vistosos e as lavagens públicas de imagem. Pode vir, inclusivamente, a ordem suprema de silenciar as vozes que lhe recordam o crime. Pode vir tudo isso e o mais que se inventar que, ainda assim, um criminoso continua a ser um criminoso. As andanças do demónio não deixam de ser andanças do demónio, independentemente de serem novas ou antigas."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Impunidade

"Não confio na justiça.
Não necessariamente nos profissionais que a compõem, mas no sistema em si, que parece feito de encomenda para garantir impunidade à alta corrupção, e ao crime mais requintado.
Manobras dilatórias, incidentes processuais, recursos, contra-recursos, aclarações, nulidades, adiamentos, prescrições, e afins, constituem o labiríntico dicionário jurídico com que a verdade se confronta, ficando esta quase sempre a perder.
Não esperava, pois, que dos tribunais comuns resultasse nada de substantivo relativamente ao processo Apito Dourado, assim como não o espero de outros processos de grande dimensão e mediatismo - com as excepções que a regra normalmente concede.
Mas uma coisa é perceber, com maior ou menos resignação que o ultra-garantismo do sistema judicial português promove a impunidade, outra, bem diferente, é dele inferir inocências que só por má fé, ou insulto, poderão ser alegadas. E é isso que tem sido feito, quer por agentes desportivos (nomeadamente os órgãos de justiça desportiva), quer por alguns comentadores, a propósito da absolvição de Pinto da Costa.
Todos sabem que só um mero artefacto, que considerou nulo o principal meio de prova, permitiu que o processo Apito Dourado tivesse um desfecho à revelia da verdade dos factos. Mas a justiça desportiva ignorou essa evidência, enveredando por um caminho de desresponsabilização e facilitismo, que, infelizmente, também não surpreende. Daí a lermos e ouvirmos comentários alarves, defendendo a candura do presidente do FC Porto, e pretendendo tomar-nos por idiotas, foi um pequeno passo.
Porém, as escutas existem. E tal como o Galileu, ninguém nos demoverá de as evocar, pelo menos enquanto muitos dos seus protagonistas continuarem por aí, a poluir o nosso futebol.
Já sofremos o suficiente com décadas de corrupção e falseamento de resultados desportivos pelas mais diversas vias. Não temos também de ficar condenados ao silêncio, perante uma verdade que foi ouvida, de viva voz, por quem a quis ouvir."

Luís Fialho, in O Benfica