Últimas indefectivações
quinta-feira, 1 de agosto de 2024
Lutar por todos os títulos
"A entrevista a Carreras e o notável 5.º lugar de Vasco Vilaça no triatlo dos Jogos Olímpicos são os destaques nesta edição da BNews.
1. Vasco Vilaça em evidência
O triatleta do Benfica terminou a prova de triatlo no 5.º lugar, igualando a melhor prestação de sempre de um português nos masculinos dos Jogos Olímpicos. Recorde-se que, em 2016, no Rio de Janeiro, o também benfiquista João Pereira estabelecera o registo máximo luso na vertente masculina da modalidade.
2. Ambição
Carreras refere a boa preparação para a nova temporada, assume objetivos ambiciosos partilhados por todo o grupo de trabalho e conta com o apoio dos adeptos: "Treinámos muito bem para os jogos, e penso que isso se notou. Agora é continuar a tentar vencer todos os jogos e continuar a treinar para uma boa temporada. O mais importante é continuarmos unidos. Sentir o apoio para conquistarmos o máximo de títulos e sempre a jogar bom futebol."
3. Os lugares mais procurados
Começa hoje a fase de venda dos últimos 136 Red Pass disponíveis para os sócios do Sport Lisboa e Benfica em lista de espera.
4. Jogos Olímpicos
Além de Vasco Vilaça, foram vários os atletas do Benfica em ação, com destaque para Otamendi, capitão de equipa e peça-chave no apuramento da Argentina para os quartos de final dos Jogos Olímpicos, e Maria Inês de Barros, a primeira mulher portuguesa nos Jogos Olímpicos em tiro com armas de caça, que disputou, sem sucesso, o desempate no apuramento da sexta finalista.
5. Empréstimo
Pedro Santos vai evoluir no Moreirense.
6. Inspiradoras fortemente apoiadas
Em sessão de autógrafos na Benfica Official Store do Centro Comercial Colombo, Rute Costa, Andreia Norton, Anna Gasper e Marie Alidou receberam o carinho de muitos Benfiquistas presentes no evento.
Entretanto, o boletim clínico da equipa feminina de futebol do Benfica revelou as intervenções cirúrgicas programadas para Andrea Falcón e Lena Pauels.
7. Renovações e reforço nas modalidades de pavilhão
O poste chileno Nico Carvacho chega ao basquetebol benfiquista. Na mesma posição, Daniel Relvão renovou o contrato. E, no voleibol, o zona 4 Pablo Natan continua de águia ao peito.
8. Nova parceria
Vai abrir a primeira Benfica Residential Academy nos Estados Unidos da América, na Florida, em parceria com a Saint Leo University.
9. Atividade da Fundação
A Fundação Benfica participa na Genuine World Cup, uma competição, realizada em Houston, que visa promover a inclusão de pessoas com deficiência intelectual e autismo na sociedade através do desporto.
10. Casas Benfica Reguengos de Monsaraz e Santo Tirso
A embaixada do Benfiquismo em Reguengos de Monsaraz inaugurou a nova imagem e a de Santo Tirso comemorou o 22.º aniversário."
Mais um para a luta pelo lugar do Rafa
"Gianluca Prestianni
1. Não é só pela coincidência de também ser argentino, de baixa estatura - Saviola 1,68, Prestianni 1,66 - e jogar atrás do ponta-de-lança: é pelo futebol que vai mostrando que PRESTIANNI me faz lembrar SAVIOLA. A diferença maior é que, fruto da idade e da experiência, Saviola fazia tudo com base na classe, ao passo que, jovem a querer mostrar valor, Prestianni entrega-se a cada lance como se não houvesse amanhã.
2. PRESTIANNI tem mostrado capacidade para se movimentar entre linhas adversárias, tirando partido do facto de jogar facilmente com os dois pés e de ser capaz de o fazer em espaços curtos - uma mais-valia nestes tempos em que os jogadores têm cada vez menos tempo para decidir e espaço para executar.
3. PRESTIANNI tem mostrado à vontade, atrevimento e ousadia com a bola nos pés, gosta de assumir o jogo, tem rotatividade quanto baste, tem técnica, procura muito as combinações com os colegas e, qual carraça, dá forte na pressão em cima dos adversários.
4. PRESTIANNI tem golo: vimo-lo marcar dois - aliás, dois belíssimos golos - nesta pré-época. O primeiro, com o pé direito, de fora da área, num remate muito bem colocado, contra o Farense; o segundo, com o pé esquerdo, em arco, ao segundo poste, indefensável, contra o Feyenoord. Somam-se vários outros remates perigosos, uma bola ao poste, também indefensável, e um penálti sofrido e escandalosamente não assinalado. Nada mal para os 225 minutos que tem até agora acumulados na pré-época.
5. Calma, não se precipitem a dizer que estou a exagerar: é evidente que PRESTIANNI tem um longo caminho a percorrer até se poder dizer que é um novo SAVIOLA; contudo, os sinais que tem dado na pré-época para aí apontam. Assim continue a evoluir rapidamente, porque do que o via fazer na equipa B não imaginava que pudesse mostrar já tanto na equipa principal. Tudo para confirmar nos jogos a doer, onde o nível de dificuldade e exigência será inevitavelmente maior.
6. Impressiona como a vontade de atacar RUI COSTA leva alguns benfiquistas a criticar a hipótese de o Benfica emprestar PRESTIANNI, ao invés de elogiarem a oportunidade e o mérito da sua contratação. Também li críticas ao facto de entre janeiro e maio da época passada PRESTIANNI ter evoluído na equipa B, em vez de se reconhecer o trabalho com ele feito nesse período e a capacidade de ROGER SCHMIDT o estar agora a lançar, ainda com 18 anos, na equipa principal. O seu a seu dono.
7. O que vai acontecer a PRESTIANNI quando KÖKCÜ e DI MARÍA forem de novo opções? Não faço ideia do que passa pela cabeça de ROGER SCHMIDT, mas não me parece que vá querer deitar fora o que de bom se tem visto na pré-época. A ver vamos."
Infalíveis...
O clube que era o exemplo da excelência no mercado, está agora desesperado para contratar um ponta de lança de um defesa a poucos dias do começo da época. pic.twitter.com/PkHCAhjZYv
— VZKY (@vermelhovzky) July 31, 2024
Jogos Olímpicos: em Portugal, acreditamos em milagres
"Num país onde só o futebol move multidões e fortunas, e não se chega à base da pirâmide, as expetativas são sempre desproporcionadas face às reais hipóteses de sucesso
De quatro em quatro anos, a ilusão atinge dimensões insustentáveis. Os atletas, que trabalham duramente durante o ciclo que colocam a exame, partem com malas carregadas de sonhos e expetativas. Deixam fermentar na mente a sua própria imagem num pódio com a medalha ao pescoço que os tornará heróis temporários, e não desilusão, de um país que nunca quis os conhecer, e sim, ao mesmo tempo, lendas para toda a vida para os seus, os que realmente importam. Escrevem uma estória para contar e ser recontada décadas a fio.
Muitos transportam em 100 metros, numa maratona, centenas de braçadas, em todos os golpes, histórias incríveis de superação, muitas conhecidas apenas quando atingem o objetivo e reclamam objetivas, espaço nos blocos de notas e na memória dos telemóveis ou obrigam a pesquisas que lhes dão enquadramento. Como sempre, a política recebe comitivas, oferece-lhes palavras protocolares de incentivo, posa para fotografias e selfies, e deixa, possivelmente, à comunicação do gabinete mensagens de parabéns já formatadas, com espaços em branco no nome e na modalidade, para que sejam enviadas assim que haja festa. Porque o sucesso desportivo sempre foi para os líderes, sem grandes exceções, propaganda. Todos querem estar ligados ao sucesso e afastados o mais possível do insucesso.
O resto do país programa o alarme para a primeira hipótese de medalha. Depois, para as seguintes. Acumula frustração sobre frustração, descarrega-a nas redes sociais. Não o sabe, todavia, o menos responsável é quem carregava o sonho.
Os Jogos são a expressão máxima do desporto num país onde, à exceção do futebol, não tem expressão. Há quem veja aí culpa dos jornais, e até posso admitir alguma responsabilidade, mas antes de haver réus, há primeiro que gerar interesse, como acontece em França, Espanha e por aí fora. E esse nasce de uma cultura desportiva, que ninguém soube semear.
Para um país tão pequeno e pouco populoso, a dificuldade de criar foras de série será sempre muito maior do que nas grandes potências, que têm, depois, mais dinheiro para investir e uma política estruturada. A solução está à vista de todos, exposta noutros países. Não há como não passar pelas escolas e universidades, que podem gerar mais atletas e, ao mesmo tempo, mais e melhores adeptos. Um desporto escolar forte beneficiará clubes e competitividade em grandes eventos. Enquanto não mudar o contexto, cada medalha será um pequeno milagre."
Erros olímpicos
"Insistir em fazer a natação do triatlo e as águas abertas no Sena e aceitar que as provas podem ser adiadas quatro vezes parece uma falta de respeito
Organizar uns Jogos Olímpicos, com a dimensão e impacto social e financeiro que têm nos dias de hoje, com exigências muito diferentes de outros tempos face ao profissionalismo dos intervenientes, é uma tarefa hercúlea e falhas irão sempre acontecer, mesmo que da atribuição no evento tenha acontecido sete anos antes. Mas, ainda nem uma semana de Paris-2024 decorreu e há alguns que poderiam ter sido evitados.
Nem me refiro à cerimónia de abertura que meteu água porque alguém, como nos casamentos no verão, não colocou a hipótese que chovesse a cântaros naquele dia. Todos ficaram encharcados, público e atletas. Pior, enquanto num estádio os segundos até poderiam ir embora mais cedo, ali não tiveram hipótese. Sem coletes salva vidas para se atirarem ao Sena e irem para casa, aguentaram a carga de água e, apesar da maioria não competir nos dias seguintes, houve quem depois não tivesse treinado por constipação.
Lindo! Uma vida a treinar para chegar aos Jogos e, na véspera, ficam doentes porque decidiram fazer tudo no rio. Bom espetáculo, mas quebrando um momento mágico que quem já viveu nunca mais se esquece: desfilar num estádio olímpico lotado e naqueles momentos ter um convívio único com estrelas de outras modalidades e países que não terão outra hipótese quando começarem as competições. Em Tóquio-2020 não aconteceu devido à pandemia. Em Paris-2024 por diluvio.
Enquanto decorria o desfile e o acender da pira olímpica, portanto, a cerca de 12 horas de início das competições, no Grand Palais Éphémère, onde está o judo, havia ainda obras para reforçar, de forma a ser seguro, o pódio onde estão montados os tatamis e reparavam-se os tetos que metiam água da chuva há dois dias. As balanças das pesagens oficiais, na véspera de cada categoria e no dia de prova, tiveram de ser arrancadas do chão porque este estava… desnivelado. E conto o resto.
Entretanto, na Paris La Défense Arena, recinto onde está a natação, já se sabia que a profundidade da piscina é de 2,15 m em vez dos 3 m que são exigidos pelo COI e em que foram disputados os quatro Jogos anteriores. O tanque até é de montar, será levado para outro lado, por isso tudo poderia ter sido tratado quando começaram a construção. Antes a piscina era utilizada igualmente para a natação artística, mas agora, com tal profundidade, servirá apenas para o polo aquático.
Ao longo do anos os engenheiros de piscinas analisam tudo e, por exemplo, foi-se descobrindo que por onde entra e sai a água afetava a competição, passou a existir as pistas 0 e 9, sem ninguém, para que quem vai na ponta não seja prejudicado no retorto da água na parede lateral e sabe-se que a profundidade, com a impulsão das braçadas no fundo, também influi na velocidade, assim como o material.
Ora, até ao momento em Paris -2024 não caíram recordes do mundo e não há sucessivos máximos nacionais. Pensa-se que a estrutura e profundidade estão a ter influência e para piorar o fundo, entre outros objetos técnicos, está cheio de câmaras, para transmissão e controlo, e também isto prejudica.
Por fim, o impensável. Nadar no rio Sena no triatlo, já adiado uma vez, e na maratona de águas abertas. O que interessa políticos irem lá chapinhar meia dúzia de metros, onde só falta levarem a bóia do patinho à cintura. Fazem eles ideia da velocidade a que os nadadores vão? Do que são as cotoveladas e pontapés que acontecem nos 10 km de águas abertas e a quantidade de água que os atletas engolem? Como é, se adoecerem por causa da bactéria E-coli é considerado doping ou suplemento?
Sou a favor que se tente despoluir o Sena e se tenha investido milhões no sistema de esgotos num projeto de futuro, agora, depois de já ter sido adiado no ano passado o test event, continuar a existir poluição insistir que as provas têm de ser ali e manter atletas, que se prepararam ao pormenor para aquela data, em dúvida até meia dúzia de horas da competição, se vão ou não competir e dizer que só ao quarto adiamento é que a prova será transferida para outro local já parece desrespeito.
E as federações internacionais que tanto visitaram Paris ao longo os últimos anos, o que é que andaram a fazer? A ver a Torre Eiffel? São demasiados erros olímpicos e ainda nem fez uma semana e já se sabe de tudo."
CAS Ad Hoc para os Jogos
"O Tribunal Arbitral do Desporto de Lausanne (CAS) pode criar divisões Ad Hoc para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, tendo sido criadas duas unidades específicas: uma de resolução de litígios e outra de Antidopagem.
Durante o período de duração do evento – em rigor, de 16 de julho a 11 de agosto –, as divisões Ad Hoc do CAS solucionam, por recurso à arbitragem, determinados litígios que caem sob a sua jurisdição. Apesar de garantir todos os procedimentos e princípios inerentes a um processo dito normal, os processos julgados pelas divisões Ad Hoc são extremamente céleres – podem ser tomadas no espaço de 24 horas.
Levando em consideração todas as circunstâncias do caso, o painel poderá fazer uma sentença final ou submeter a disputa à arbitragem pelo CAS. O painel também pode decidir só uma parte do litígio e encaminhar outra para o procedimento regular junto do CAS.
As instalações e serviços das Divisões Ad Hoc, incluindo os encargos com os árbitros, são gratuitos. No entanto, as partes suportarão as suas próprias despesas de representação legal, peritos, testemunhas e intérpretes.
Também estará disponível um serviço de representação e aconselhamento jurídico Pro Bono, para atletas que precisam de aconselhamento jurídico. Este serviço é fornecido pela Ordem dos Advogados de Paris.
Desde a data de início dos Jogos Olímpicos deste ano, já foram tomadas várias decisões, sobre as mais variadas matérias (desde casos de dopagem, elegibilidade, entre outras), as quais podem ser consultadas – ou, pelo menos, as notas de imprensa sobre as mesmas – no site de internet do Tribunal."
Filipa Martins, és grande. Pena que Portugal só recorde quando ganhas
"A vitória histórica é dela e dos dela. Não é de Portugal. Filipa Martins classifica-se, aos 28 anos de idade, para a prova mais disputada na ginástica e os Jogos Olímpicos de Paris 2024 terão sempre um gosto especial.
Filipa Martins é uma atleta incrível. Esteve dez anos a treinar para executar um “Yurchenko com dupla pirueta”. A duração do movimento? Cinco segundos de magia, de extrema elegância, de mestria pura.
Nunca o tinha feito em competição e aconteceu esta semana. A felicidade da atleta também encheu páginas de redes sociais e jornais, mas a felicidade é dela, Portugal não pode reivindicar nada. Porque os apoios são parcos, afinal somos um país que privilegia o futebol e não as outras modalidades.
A campeã do mundo de patinagem artista ganhou, há dias, o campeonato europeu. Tem 14 anos. Apoios? A determinada altura, para participar numa competição que lhe deu mais um título, recorreu ao crowfunding.
Há anos, Rosa Mota treinava na estrada.
Os atletas paraolímpicos portugueses têm prémios atrás de prémios. Mas, mais uma vez, os apoios são o que são: poucos. Dá que pensar, ou será que não?
A predominância do futebol parece apaziguar a necessidade de desporto para a grande maioria da população alargada, mas existem tantas modalidades, tantos atletas incríveis que a sensação que tenho é esta: estamos a perder a oportunidade de conhecer outras histórias de sucesso, de supressão, de uma extrema dedicação e capacidade de trabalho. Histórias que são, verdadeiramente, inspiradoras. Não metem bola, é certo, mas a bola, meus senhores, não é tudo na vida.
Sempre vos quero ver a olhar para a Filipa Martins no solo, na trave, nas paralelas assimétricas, no salto. Se não conseguirem vislumbrar a beleza de tudo o que faz, lamento informar, mas não conseguirão entender como vive a outra parte da população que não precisa de uma bola para ser feliz."
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