Últimas indefectivações

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Positivo...

Tondela 0 - 4 Benfica


Depois do jogo do último Domingo, hoje era preciso, ganhar. Não era preciso jogar bonito, tínhamos é que ganhar. E foi isso que aconteceu... Os pontos perdidos não foram recuperados, e a equipa não solucionou os problemas que nos têm afectado... mas isso hoje, não interessava, hoje só era preciso dar um sinal positivo...

A surpresa foi a titularidade do Clésio. A forma como nos últimos tempos 'desapareceu' da equipa B, pode indicar que teve um curso intensivo de defesa-direito!!! E até tem alguns bons professores na equipa técnica!!! Como é óbvio este jogo não chegou para fazer uma avaliação definitiva, mas é um jogador com características parecidas com o Nelsinho: velocidade, entrega... até é mais forte fisicamente, mas tecnicamente é um bocado mais limitado. Agora, se ele compreender que dificilmente será um extremo de alto nível, mas poderá ser um lateral interessante... então, com a cabeça no sítio, poderá ser útil...!!!
Esta aposta, tem uma outra leitura: o Eliseu parece ser carta fora do barulho!!!

Outra semi-novidade, foi o regresso do Talisca. Continua com aquela intensidade que enerva o mais Santo dos Homens, mas a qualidade de passe, faz dele, no actual plantel do Benfica, importantíssimo neste tipo de jogos. Quando foi usado nas primeiras jornadas, gostei. O nosso meio-campo ofensivo, funcionou sempre melhor... Nos jogos mais intensos tenho muitas duvidas da sua utilidade, agora contra este tipo de adversários, tem que jogar...

Uma nota sobre o Luisão. O nosso Capitão não é eterno, ninguém é... creio que hoje voltou a ser visível algum receio do Luisão em ir à queima, hesitando várias vezes, permitindo alguns ataques que deviam ter sido anulados mais cedo. Eu sei que este não é um tema fácil de discutir, mas...

Hoje voltámos a ter desconcentrações parvas!!! Um atraso do Jardel com muita força, que só não deu canto porque o Júlio foi rápido; um passe disparatado do Samaris para o Luisão, quando este tinha um adversário nas costas... e por aí a fora!!! Hoje, nenhuma destas desconcentrações deram em golo, mas temos que acabar com estas brincadeiras...

Ao contrário do que aconteceu noutros jogos, hoje fomos eficazes. É verdade que o adversário era mais fraco (mas só perdeu com os Lagartos, nos descontos...), mas entrámos a pressionar alto, não demos espaço, e não falhámos golos em catadupa... Com 0-3, gerimos, baixámos as linhas, pressionamos mais baixo, algo que me deixou irritado, mas até se compreende... na Terça temos jogo muito importante.

Estreia para recordar do Renato Sanches... e boa entrada do Carcela, com um golo, e boas acções.

Mesmo assim o maior risco do Rui Vitória foi a 'não gestão' dos Amarelos!!! Fixem este nome, Fábio Veríssimo, vai nos foder muitas vezes o juízo...!!! Inacreditável o critério disciplinar e técnico...

Os problemas detectados e identificados nos jogos com os Lagartos e em Istambul, não desapareceram... mas analisando a frio a época, tirando os confrontos directos com os Lagartos, o único resultado 'estranho' é a derrota com o Arouca (eficácia nula... e ainda apitador!!!), tanto a derrota no Dragay, como a derrota em Istambul, em teoria, não são 'escândalos' (independentemente da forma como decorreram essas partidas...), portanto continuo preocupado é verdade, mas também não vale a pena entrar em histerismos. Temos que ser mais colectivos a defender e a atacar, temos que treinar melhor, mas também não estamos arredados de nada...
Tal como após a vitória em Madrid, não íamos vencer a Champions, após a derrota do último Domingo também não somos a pior equipa do Mundo...!!!

Vitória vai corrigir o que está mal

"O Benfica ganhou seis dos últimos oito troféus que se disputaram em Portugal nos últimos dois anos. Mesmo assim, e com razão, há alguma preocupação nos adeptos encarnados. Manter o rumo de vitórias não significa ignorar a realidade. Perdemos com o Sporting e sobre esse facto resta-me dar os parabéns ao adversário. Saber perder é tão importante como saber ganhar. No jogo de domingo não houve só sorte do Sporting, e não houve só azar do Benfica. Uma arbitragem tendenciosa não é sequer argumento face ao que se passou em campo. Dar mérito ao Sporting e ao seu treinador não me custa nada, e é um bom princípio para inverter este início de campeonato.
O empate do SC Braga foi fraca consolação, porque com o mal dos outros não me alegro muito. Ainda não vencemos um jogo fora da Luz neste campeonato, mesmo no jogo da Taça o triunfo foi no último minuto, contra um adversário de escalão muito mais baixo. Por isso, logo, em Aveiro, só há um caminho... vencer. Bem sei que outros campeões, como a Juventus em Itália, ou o Chelsea em Inglaterra, estão ainda piores, mas o meu concurso não é o dos horrores. O Benfica tem de ganhar com consistência para lutar pelos títulos que ambiciona. Mas só ganhará jogando melhor. Como não gosto daqueles que acertam no Euromilhões depois de ver os números que, saíram, quero deixar a minha total concordância com a opção de Rui Vitória quando escolheu Raúl Jiménez para o jogo. Para mim, treinador de bancada, como qualquer adepto, Raúl Jiménez é titular do Benfica, a equipa ganha mobilidade e ele não foi o culpado do que correu menos bem no domingo.
Rui Vitória irá corrigir o que está mal e rumar aos objectivos. Títulos.
Excelente a prestação das modalidades, basquetebol, andebol, hóquei em patins, voleibol e futsal... Tudo a ganhar. Ninguém mais pode dizer isto a não ser o Benfica..."

Sílvio Cervan, in A Bola

Nada está perdido

"Custa perder sempre, ainda mais com o rival histórico e por, para quem vive em Lisboa, se tratar do jogo do ano. Mais ainda pela forma como decorreu a partida, na Luz e oferecendo golos ao adversário, a fazer lembrar a derrota com o Zenit na temporada passada, e revelando uma total incapacidade para dar a volta ao texto como em Abril de 2008, quando perdemos com a Académica pelo mesmo resultado. No entanto, com o devido respeito pelo Zenit, um clube que nada nos diz, e pela Académica, cujos adeptos não nos importunam, sofrer um desaire ante o Sporting assume proporções incomparavelmente maiores. Uma vitória leonina na Luz, pela raridade com que ocorre ("apenas" três desde que a nova Luz foi inaugurada há doze anos), é capitalizada até à exaustão pelos nossos rivais. Vale-nos que, devido à frequência elevada das nossas vitórias em Alvalade, já conhecemos as piadas de cor e salteado, pois inventámo-las quase todas. 
Importa, no entanto, relegar para segundo plano os aspectos emocionais associados à rivalidade e tentar perceber o que terá corrido mal: Se foi, de facto, um infortúnio em que o azar se juntou ao desacerto colectivo e à desinspiração individual da maior parte dos nossos jogadores, ou se o problema será mais profundo, revelando carências qualitativas do nosso plantel. A resposta a esta questão terá que começar por ser dada pela nossa equipa já nas próximas jornadas frente ao Tondela e Boavista (estamos a cinco pontos da liderança se batermos o União, nada está perdido), sem entretanto tentarmos vencer o Galatasaray, praticamente garantindo o acesso aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, tão importante desportiva como financeiramente."

João Tomaz, in O Benfica

Não é fácil

"Sabe aquele seu colega de trabalho que chega sempre tarde e passa o dia na máquina de café a dizer mal de tudo e de todos? É o mesmo que encontra sempre uma desculpa para não fazer o seu trabalho mas que, bafejado pela sorte, consegue escapar entre os pingos da chuva. Com certeza que sabe de quem estou a falar.
O SL Benfica teve um dia mau e viu-se ultrapassado pelo colega dos esquemas, do mal-dizer, do golpe de sorte, aquele a quem quase todos antevêem um futuro sombrio mas que vai conseguindo levar a água ao seu moinho graças a golpes baixos. Pois bem, caro Benfiquista, não desespere. Um dia - e mais cedo do que o colega manhoso está à espera - o Benfica vai ser compensado pelo bom trabalho. Até Maio, o Bicampeão vai colher os frutos de um centro de estágios com o melhor nível do mundo, de uma política de contratações e vendas realistas e de uma massa de adeptos que ninguém em Portugal pode sequer pensar em igualar. 
Sim, é verdade, custou-nos a todos o desaire contra um clube gerido como uma mercearia. Não é por se ter perdido uma batalha - ou duas, neste caso - que o resultado da guerra vai ser em nosso desfavor. Tal como o colega dos esquemas, também quem anda a sujar o nosso nome vai receber em dobro aquilo que nos deseja. A paciência é uma virtude e sei bem que nem todos os Benfiquistas a têm, mas a esperança e a certeza de um trabalho bem feito vai acabar por nos compensar. Ser Benfiquista é pensar positivo e apoiar a equipa. Já passámos todos por momentos bem mais negativos e a nossa História continua a dar-nos razão. 
Ninguém nos iguala, são 34 Campeonatos Nacionais no Futebol e centenas nas modalidades. O Bicampeão sofreu um revés, mas está vivo e de boa saúde. Dos fracos, como se viu nos últimos 13 anos, não reza a História."

Ricardo Santos, in O Benfica

Vitória na dignidade

"O resultado do dérbi esteve longe de corresponder às nossas expectativas. Expectativas legítimas de quem, já nesta época, havia visto o Benfica cilindrar o Belenenses, ou vencer categoricamente no Estádio Vicente Calderón.
O adversário foi feliz. Abriu o marcador num momento em que o Benfica até dominava, e teve mérito no aproveitamento das falhas que fizeram avolumar o resultado. Com 0-3 ao intervalo, restava à nossa equipa jogar com profissionalismo. E fê-lo. Estivesse o árbitro num plano de maior acerto, e os números poderiam ter sido diferentes. Mas, se formos justos, saberemos reconhecer que, neste jogo, o Benfica não foi a melhor equipa em campo. Se perdemos em Futebol, temos também de dizer que ganhámos em dignidade. O que se passou na Luz a meio de uma segunda parte onde as esperanças de um resultado positivo eram já meramente académicas, vai ficar na memória de todos os que assistiram, participaram e sentiram. O Benfica é aquilo. E se tantas vezes se fala de falta de cultura desportiva em Portugal, ora ali esteve um exemplo da forma como deve ser vivido o Futebol, e de como deve ser apoiada uma equipa, nas horas boas, e nas horas más. De resto, toda a partida decorreu com correcção, dentro e fora de campo, o que, depois de semanas de polémica, não poderá deixar de ser enaltecido.
O sorteio da Taça deu-nos uma boa oportunidade de desforra. Vamos aproveitá-la. Quanto ao Campeonato, ganhando na Madeira, poderemos estar a cinco pontos do primeiro lugar. Basta recordar o que aconteceu em algumas das últimas temporadas para perceber quão insignificante pode ser essa desvantagem."

Luís Fialho, in O Benfica

Vieira, o estadista

"É grande a tentação de reagirmos sem medir as consequências quando estamos perante situações de tensão ou quando nos sentimos agredidos. Para quem ocupa lugares de liderança, essa pressão é tanto maior quanto a vontade de responder aos ataques que se sofrem. Há momentos em que se impõe uma reacção proporcional, outros há em que o bom senso e a estratégia aconselham postura diferente. Os grandes líderes sabem discernir esses 'timings'.
Desde que ficou na mira de Bruno de Carvalho que Vieira certamente se sentiu tentado a contra-atacar. Ontem, fê-lo, mas ainda assim num registo de quem sabe quanto custou recuperar a credibilidade do Benfica e com a consciência de que ao nome do clube estão associadas marcas que também devem ser respeitadas.
Sem abdicar da pose de estadista, Vieira não deixou de lançar acusações a Bruno de Carvalho, apontando-o como um agitador cujas "manipulações, insinuações e suspeições" fazem mal ao futebol português. E aqui surge um dado novo: Vieira exige que Pedro Proença assuma responsabilidades nesta matéria. Não creio, porém, que o presidente do Sporting retraia a sua postura como, de resto, ele próprio já avisou quando sentenciou: "Não me calo até que a voz me doa."
O discurso de Vieira traduz sentido de responsabilidade e os benfiquistas certamente aplaudem uma política que reforça os pilares de sustentabilidade (como a anunciada parceria internacional) e garante o futuro desportivo (a aposta na formação), mas como é óbvio será sempre essencial (e no caso do Benfica, urgente) ganhar no campo."

Do quase não reza a História...