Últimas indefectivações

sábado, 27 de julho de 2024

Narrativa...


"A narrativa de hoje - (todos os dias temos uma!) -, que é "usada" por aqueles que só se sentem bem a achincalhar o SL Benfica, é a notícia de que Gustavo Silva, ex-Diretor Jurídico dos encarnados se demitiu por "pressão" dos dirigentes apelidados de "Vieiristas", porque iria interferir com seus "negócios obscuros" e "tachos".
Factos:
1° - Gustavo Silva não se demitiu. Tinha um projeto a ser elaborado por um determinado espaço de tempo.
2° - Cumprido esse espaço de tempo e executada a tarefa, decidiu não continuar, apesar dos pedidos de Rui Costa para que continuasse.
3° - Foi uma decisão sua e pessoal (como explica numa publicação que fez na sua rede social).
Qualquer outro motivo que apresentem é PURA MENTIRA!!"

O Comité Olímpico Português


"Portugal orgulha-se de ter sido a décima terceira Nação a juntar-se ao Movimento Olímpico. É presença constante desde as Olimpíadas de Estocolmo em 1912.

Tem lugar hoje em pleno centro de Paris, nas águas do Sena e nas suas margens, a Abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, os Jogos da XXXIII Olimpíada da Era Moderna.
Ao acolher pela terceira vez os Jogos de Verão (depois de o ter feito em 1900 e em 1924), Paris junta-se a Londres (que foi a anfitriã em 1908, 1948 e 2012) como as duas únicas cidades que tiveram o privilégio de receber os Jogos Olímpicos de Verão por 3 vezes. O Comité Organizador espera a participação de 206 países e mais de 10700 atletas. Relativamente aos Jogos de Tóquio foram retiradas as competições de caratê, beisebol e softbol e acrescentado o Breaking. A paridade entre atletas homens e mulheres foi finalmente alcançada!
Portugal orgulha-se de ter sido a décima terceira Nação a juntar-se ao Movimento Olímpico. É presença constante desde as Olimpíadas de Estocolmo em 1912. A primeira das nossas 28 medalhas (5 de ouro, 9 de prata e 14 de bronze) foi há precisamente 100 anos, na cidade-luz, em 1924, quando 4 cavaleiros lusos alcançaram o bronze em Hipismo, no Prémio das Nações. No Atletismo, Portugal conquistou o Ouro e a Glória Olímpica em Los Angeles 1984, com Carlos Lopes na Maratona, em Seul 1988 com Rosa Mota também na Maratona, em Atlanta 1996 com Fernanda Ribeiro nos 10.000 metros, em Pequim 2008 com Nelson Évora no Triplo Salto e em Tóquio 2020 com Pedro Pichardo também no Triplo Salto. Esperemos que este ano esse monopólio do lugar mais alto do pódio seja derrubado por outra modalidade.
Em Paris o nosso País estará representado por 73 atletas que vão competir em 15 modalidades, sendo o atletismo a que tem mais atletas, com 22. Um foco em qualidade e não em quantidade.
E antes que comecem as diferentes provas das 48 disciplinas dos 32 desportos Olímpicos que se vão disputar nesta Edição, que se julgue o sucesso ou não da Delegação de Portugal consoante os resultados alcançados, há desde já um indiscutível vencedor nacional: o Comité Olímpico de Portugal, COP, a entidade máxima do Desporto no nosso País, fundado a 30 de Abril de 1912.
E porquê esta distinção? Porque ao Comité Olímpico de Portugal se deve, em particular nas duas últimas décadas, um trabalho bem planificado, metódico e persistente de desenvolvimento do desporto como um todo, e por isso mesmo se em cada ciclo Olímpico os resultados em termos de medalhas ainda não atingiu os patamares que o COP quer (e vai) alcançar, é patente a significativa melhoria e os progressos obtidos por um cada vez maior número de atletas.
Em estreita colaboração com as Federações Nacionais, o COP tem amparado e impulsionado o desenvolvimento de cada modalidade, descentralizando as suas atividades, aumentando exponencialmente o número de atletas federados, investindo na qualificação dos técnicos e treinadores, alargando os campos, as pistas e os recintos para a prática das modalidades. Essa massificação vem aumentando o leque que permite uma maior e melhor seleção dos mais competentes, dos mais virtuosos. Para fechar o círculo, registe-se e felicite-se o COP pela evolução das condições de treino e de trabalho que são facultadas aos Atletas de Alto Rendimento.
Fruto de tudo isto é também o progresso que se tem observado nos desportos de equipa. Veja-se, por exemplo, o que se tem desenvolvido o andebol e o voleibol nacionais. Quando estas seleções nacionais, que já hoje prestigiam Portugal, se começarem a apurar nos futuros Jogos, as nossas representações olímpicas crescerão ainda mais, em quantidade e em qualidade.
Por tudo isto, na Abertura de Paris, uma palavra justa de apreço, de reconhecimento e de agradecimento ao COP na pessoa do seu Presidente, José Manuel Constantino. Graça ao seu trabalho e da sua equipa, ainda antes e indiferentemente das medalhas que se possam alcançar nestes Jogos, Portugal e a sua Juventude já partem a ganhar.
Boa Sorte Portugal!"

Desafio emocional na lesão física em atletas


"A mente e o corpo estão intrinsecamente ligados, e a relação entre lesões e estado emocional é uma relação complexa.

No mundo desportivo, as lesões físicas são comuns, contudo é inegável a forma como afetam direta e indiretamente os atletas, dependendo esse impacto da magnitude da lesão. Nesses momentos, a recuperação física é frequentemente vista como o principal foco após uma lesão. Contudo, o estado emocional dos atletas desempenha um papel crucial nessa recuperação, mas não raras a vezes este é muitas vezes subestimado no processo.
A mente e o corpo estão intrinsecamente ligados, e a relação entre lesões e estado emocional é uma relação complexa. Por um lado, a vivência de lesão física afeta o estado emocional dos atletas. Estudos recentes demonstram que perante uma lesão física os atletas vivenciam períodos de negação, medo, frustração e raiva. Estes fatores podem levar ao desenvolvimento de comportamentos de isolamento social e até à vivência de sintomas de ansiedade e depressão.
Por outro lado, estados emocionais negativos afetam a recuperação da lesão. Atletas que enfrentam lesões graves frequentemente passam por períodos de frustração, medo e até depressão, sentimentos que podem retardar a recuperação física desde logo pelas alterações químicas que provocam no corpo e que interferem com o processo de recuperação. Além disso, a literatura recente tem demonstrado que os estados emocionais negativos têm também impacto na recuperação de lesões na medida em que são bloqueadores ou retardadores da adesão ao cumprimento integral dos programas de recuperação.
Como tal, a integração de apoio emocional nos programas de recuperação física deve ser vista como uma componente essencial e não opcional. A pressão para retornar rapidamente ao desempenho máximo pode ser esmagadora, e sem o apoio adequado, o atleta pode vergar-se ao stress e à ansiedade. As técnicas de apoio emocional, como a psicoterapia e o aconselhamento, juntamente com práticas de relaxamento e meditação, podem fornecer as ferramentas necessárias para lidar com a adversidade. Mas também a existência de uma rede de apoio social (exemplo: família, amigos, colegas de equipa etc.) é fundamental para a recuperação emocional dos atletas lesionados.
Em suma, é essencial que as organizações desportivas reconheçam a importância do estado emocional dos seus atletas durante a recuperação de lesões. E, como tal, invistam em suporte psicológico, compreendendo que o mesmo é estratégico para otimizar o desempenho dos atletas e a longevidade das suas carreiras."

sexta-feira, 26 de julho de 2024

BI: Brentford...

Bigodes: Brentford...

5 minutos: Brentford...

Vermelhão: Treino positivo...

Benfica 1 - 1 Brentford


Mais um empate, num jogo onde voltámos a dar indicações positivas a vários níveis, mas voltámos a desperdiçar várias oportunidades e voltámos a sofrer um golo por culpa própria nas pouquíssimas oportunidades que o adversário conseguiu!!!

Um dos problemas desta pré-época, deve-se á ausência de vários jogadores nos primeiros jogos treino: os Internacionais chegaram tarde, o Kokçu o Di Maria (e o Neves!), ainda não treinaram; o Bah e o António fizeram hoje os primeiros minutos, e com a indefinição do plantel confirmada pelo Presidente, com as potenciais Saídas, e a Entrada de alguns jogadores, o trabalho de construção do coletivo, está atrasado!!! Mesmo assim, o ano passado, por esta altura, estávamos a ser goleados no Restelo, por uma equipa da Premier League, que acabou por descer de divisão!!!

Agora, analisando individualmente as exibições das contratações, e dos jogadores pouco utilizados, que já estavam no plantel, parece-me evidente que este ano: acertámos nas opções!!!
Pavlidis, está a confirmar que é matador; Barreiro, a custo zero, é na pior das hipóteses uma excelente opção ao Tino; e o Beste, hoje, já mostrou toda a sua qualidade nos cruzamentos, mostrando-se muito agressivo defensivamente...

Se somarmos, o Tomás Araújo que tem sido o nosso melhor Central; a evolução do Carreras; o regresso do Aursnes ao seu lugar; a adaptação do Marcos Leonardo ao papel de 2.º avançado; o Prestianni a espalhar magia, dando-nos criatividade e remate fora da área... Além do azarado Rollheiser, que antes da lesão estava a ser a grande surpresa da pré-época numa nova posição!

São 8 jogadores 'novos'!!! É um reforço brutal do plantel e das opções...

Para mim, somente o Morato com algumas brancas (hoje, a culpa no golo, até deve ser repartida, pois o Trubin, naquela situação devia estar no bico da pequena área...), e o Gouveia nesta tentativa de adaptar-se a Lateral Direito, têm estado abaixo do esperado.... O João Mário, tem muitos anticorpos nos adeptos, mas tem sido o nosso melhor médio centro ofensivo... O Cabral continua a demonstrou muita entrega, mas a bola não entra... e hoje, até o Martim Neto mostrou qualidade, 'exigindo' novo empréstimo, em vez da dispensa que estava na cabeça de muitos... O Rego, deverá baixar à B, mas tenho muito confiança no puto!

Faltam dois jogos treino antes do início do Campeonato, e aparentemente o mês de Agosto, com 4 jornadas, será 'quase' uma pré-época 'alargada', pois só então teremos a maior parte do plantel disponível, e só nessa altura as dinâmicas coletivas poderão ser verdadeiramente testadas! Agora, parece-me que o Roger não vai inventar, vai insistir no formato, mas com maior consistência defensiva... e com o matador na área! O plano passa por aqui!!!

Por exemplo, a dupla Tino/Barreiro parece ser aposta do Roger, pessoalmente não tenho gostado... principalmente com o Marcos Leonardo em campo, pois com um '10', estilo Kokçu ou Prestianni, a dinâmica poderá ser outra... Suspeito que a existência do Roger nesta dupla, deve-se a uma tentativa teórica, de dar rotinas, a um Benfica, com uma dupla de médios-centro, mais combativos, para 'encaixar' melhor nos duelos com os nossos principais rivais, também eles, normalmente com dois médios, de caraterísticas mais de pressão e não de construção!!! Mas com o regresso do Aursnes à esquerda do meio-campo, a equipa perde criatividade ofensiva...

Nota final, para o pormaior mais 'importante' do jogo: o penalty não assinalado sobre o Prestianni é criminoso! E demonstra que nada vai mudar... A não expulsão do jogador do Brentford aos 5 minutos, ainda se pode 'desculpar', por ser um particular, agora a falta sobre o jovem argentino... ainda por cima com VAR demonstra premeditação! A forma como terminou a partida, num Canto favorável ao Benfica, e a postura que nesse momento teve para com os jogadores do Benfica, é a prova provada que o vírus da Lagartda nojenta vai continuar bem presente do Conselho de Arbitragem da FPF!!!

De Kennedy a Schmidt: «Ich bin ein... benfiquista»


"Dos muros que o treinador do Benfica tem de derrubar à luta insana de St. Juste para encontrar felicidade no intervalo da dor

Sentado à secretária, navegando de forma livre, aceito fazer a viagem no tempo que o Youtube me sugere. Dou por mim em 26 de junho de 1963. Nos degraus da Rathaus Schoneberg, o edifício da câmara municipal de Berlim Ocidental, John Fitzgerald Kennedy haveria de proferir um dos discursos mais marcantes da história da humanidade: «Ich bin ein Berliner». Eu sou berlinense. Oiço-o com a emoção de uma primeira vez. Numa cidade separada por um muro e, no fundo, duas visões muito diferentes do mundo, o então presidente dos Estados Unidos proclamava que «todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim». (Dois meses depois, nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington, outro discurso que a história imortalizou: «I Have a Dream». O sonho de Martin Luther King em ver brancos e negros tratados com igualdade de direitos e, acima de tudo, oportunidades. Belo ano este o de 1963).
Ich bin ein Berliner é, mais do que uma proclamação, uma convocatória para uma causa, independentemente do problema nos bater ou não à porta. Um dos erros primários da humanidade é não se mobilizar se o problema não o afetar diretamente. Esquecendo que o problema é como um incêndio. Pode ser muito circunscrito no início, mas se não combatido pelos meios necessários vai alastrar e chegar à nossa porta. Ich bin ein Berliner é também a convicção que os maiores males para a humanidade não vêm tanto dos homens maus, mas mais do silêncio e inação dos homens justos.
Como não tenho maneira eficaz de marcar o ritmo das minhas divagações, dou por mim a imaginar Roger Schmidt a proclamar Ich bin ein… benfiquista. Derrubando o muro que o próprio ergueu ao separar os benfiquistas bons – que só apoiam - dos que deveriam ficar em casa – por protestarem. O treinador pode ter ficado chocado com alguns protestos – exagerados em vários casos, reconheço – mas garante ter aprendido. Não chega compreender o que é o Benfica. É preciso sentir, junto dos adeptos. É preciso sofrer e demonstrar que se está a sofrer. Como eles. Schmidt não tem uma tarefa fácil. Estará muito exposto ao primeiro tropeção. Saber comunicar é essencial. Ser protegido também ajudava e disso também o alemão poderá ter razões de queixa. Mas a vida nem sempre é justa.
A vida nem sempre é justa e muito menos St. Juste. Uma dor de alma ver o central leonino, no jogo com o Sevilha, parar de repente um sprint. Mais uma lesão. Amorim levou as mãos à cabeça. O neerlandês cobriu o rosto de um vazio impressionante. Mais uma lesão! Às vezes questiono o que faz correr St. Juste nessa busca insana de felicidade no intervalo das dores. Nesse cair e levantar de novo a cada nova lesão. Respeito-o por isso.
Vou à minha playlist e escolho a Sinfonia n.º 2 de Gustav Mahler, apresentada em 1895. Conhecida como a Sinfonia da Ressurreição, propõe-se responder à seguinte pergunta: por que se vive? Se calhar, também pela busca insana de um momento de felicidade no meio da dor. Também pela crença que, no final, o bem derrota sempre o mal. Ich bin ein Berliner."

Zero: Lanterna Vermelha - S01E14 - Miguel Pereira VS Francisco Torgal!

Zero: Mercado - João Félix, António Silva e Morten Hjulmand

Zero: Tema do Dia - As ambições portuguesas nos Jogos Olímpicos

Terceiro Anel: Diário...

Golaço #46 - Que peut-on attendre du Sporting Clube de Braga en 2024/2025 ?

Regresso a casa


"A equipa do Benfica volta, hoje, a sentir o apoio dos Benfiquistas no Estádio da Luz. É às 20h00, com o Brentford, em mais um jogo de preparação.

1. Particular na Luz
Com início agendado para as 20h00, Benfica e Brentford jogam mais logo no Estádio da Luz. É o quarto jogo de preparação do plantel às ordens de Roger Schmidt nesta pré-temporada, depois das vitórias frente a Farense e Almería e do empate com o Celta de Vigo.

2. Jogos Olímpicos
São 32 os atletas do Benfica nos Jogos Olímpicos. Acompanhe a sua prestação através do Site Oficial do SL Benfica.
Otamendi já se estreou e foi titular pela Argentina na partida com Marrocos.

3. Juniores vencem
No primeiro desafio de pré-época dos Sub-19 do Benfica, vitória das águias, por 3-1, ante o Barreirense.

4. Juvenis no relvado
Os Sub-17 do Benfica já se preparam com bola para a nova época.

5. Participação recorde
A 14.ª edição do Elite Training Camps, realizada no Benfica Campus, contou com 418 participantes, o máximo registado.

6. Novas funções
Tiago Rafael, antigo hoquista e treinador adjunto da equipa sénior do Benfica, é o novo team manager da Formação de hóquei em patins do Clube e o treinador dos Sub-17.

7. Sorteio realizado
A equipa feminina de futsal do Benfica, heptacampeã nacional, inicia a defesa do título na Luz, frente ao Atlético.

8. Renovação
Eduardo Francisco, jovem basquetebolista internacional por Angola, estendeu a ligação contratual ao Benfica."

Lanças...


História Agora


ESPN: Futebol no Mundo #364 - Mercado começa a se agitar na Europa e futebol olímpico começa com polêmica

A oportunidade de João Almeida


"O que se sabe é que o desempenho de Almeida no Tour confirma-o mais perto e mais cedo do que provavelmente o próprio julgaria de vencer uma grande Volta

Ainda durante o Tour, João Almeida soube que a Vuelta se seguiria no seu programa. A decisão da sua equipa foi lógica, após o português mão ter sido selecionado pela Federação Portuguesa de Ciclismo para os Jogos Olímpicos. A UAE Emirates conta com o seu segundo corredor mais bem classificado nesta edição Volta a França para a coliderança da formação, com o britânico Adam Yates (3.º na hierarquia da equipa na corrida francesa em 2024), reeditando o duo-vencedor da Volta à Suíça, prova que antecedeu a Grande Boucle. Juan Ayuso, que estava pré-convocado, fica de fora do octeto para a corrida espanhola devido a comportamento não-profissional no Tour.
Almeida tem de ver oportunidade de uma carreira e agarrá-la como se não houvesse outra (que certamente haverá) de vencer uma grande Volta, sua ambição assumida e reiterada. Não se sabe como é que João recuperará física e mentalmente depois do ótimo quarto lugar no palco mais alto do ciclismo mundial, se apesar de todo o brio profissional conseguirá evitar a descompressão.
O que se sabe é que o desempenho de Almeida no Tour confirma-o mais perto e cedo do que provavelmente o próprio julgaria de vencer uma grande Volta. Com essa motivação e sem Primoz Roglic, a recuperar de lesão, como mais forte opositor (além das ausências de Pogacar, Vingegaard e Evenepoel, únicos a batê-lo no Tour) e o impulso do público português nas primeiras três etapas, João Almeida poderá conquistar a Vuelta. E de fazer história."

Jogo empatado em duelo de interesses


"FIFA, Ligas Europeias e jogadores em confronto. Tudo por causa do Mundial de clubes... ou do que ele afinal já não vai render?

«Algumas ligas europeias — elas próprias reguladoras e organizadoras de competições — estão a agir em interesse comercial próprio, com hipocrisia e sem qualquer consideração para todos os outros no mundo.»
Comunicado da FIFA

A ameaça há muito pairava no ar e finalmente a Fifpro, união de sindicatos de jogadores, e a Associação de Ligas Europeias, que inclui 39 dos principais campeonatos do continente, decidiram avançar com ações legais contra a FIFA. Em causa está um «abuso de posição dominante», tudo por causa do Mundial de Clubes agendado para o próximo verão, numa ação contra o aumento do número de jogos no calendário.
A FIFA respondeu com acusações de hipocrisia, defendendo que as ligas europeias estão apenas a defender os seus interesses, ao passo que a FIFA defende os interesses de todo o futebol mundial — um argumento antigo a que recorre com frequência.
Neste duelo de interesses nem estaremos ainda no intervalo, mas o jogo parece empatado. Claro que cada um defende os seus interesses e de quem representa. Mas a questão essencial, aqui, é só uma: toda a gente contava com receitas milionárias do Mundial de Clubes, falava-se até em prémios de participação na ordem dos 50 milhões de euros. A menos de um ano do teórico pontapé de saída, essa expectativa baixou, e Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, dizia que baixou de tal forma que seria mais rentável para os merengues fazer uma digressão do que jogar a nova prova. Talvez por isso, enfim, estas ações em tribunal estejam finalmente a avançar..."

Fatias...


"A Associação de Ligas Europeias, presidida por Pedro Proença, anunciou ontem que irá avançar com uma ação na Comissão Europeia contra a posição dominante da FIFA sobre os calendários. O Presidente da Associação de Ligas Europeias sustenta a ação com base no calendário internacional "saturado e insustentável para as ligas nacionais e para a saúde dos jogadores".
A FIFPRO acompanha a ação e tem razão na preocupação expressa, porque o excesso de jogos a que estão sujeitos os atletas de alta competição é elevado e coloca em causa a integridade física e a saúde dos seus associados. Partilho dessa preocupação e creio que os jogadores e o seu sindicato devem ser ouvidos pelos organismos que tutelam a modalidade e acompanhar as suas reivindicações!
Mas para a Associação de Ligas Europeias o interesse é diferente, bem diferente, e claramente não tem a ver com a saúde dos atletas, mas apenas com interesses comerciais e dinheiros que, pelo menos, duas das Ligas que a associação representa vão claramente perder! Para a Associação de Ligas Europeias os interesses são exclusivamente os interesses das Big Five, com a Premier League e La Liga à cabeça, e são contrários aos interesses da Liga Portuguesa!
O que a Premier League e La Liga querem é impedir que haja mais uma fatia no bolo milionário dos direitos televisivos que diminua o valor que é atualmente faturado por estas duas Ligas. O Mundial de Clubes representa um claro revés financeiro para estas Ligas. Os direitos televisivos das Big Five são vendidos em leilões fatiados. Se aparece uma nova competição global, com os principais clubes mundiais, o valor que vai ser afetado ao Mundial de Clubes, vira da redução dos valores pagos a estas Ligas.
Mas e em relação à Liga portuguesa, será que vamos ser prejudicados pela criação do Mundial de Clubes, em que dois dos nossos vão participar? Relembro que não temos os nossos direitos centralizados e a nível internacional muitos dos nossos direitos TV são oferecidos, e os poucos países que pagam têm vindo a desistir deles (França e Brasil à cabeça). O que significa que o Mundial de Clubes representa a entrada de cerca de 100 milhões de euros (confirmar este número) no nosso mercado sem perdermos valor no capítulo dos direitos televisivos!
Posto, isto o Presidente da Associação das Ligas Europeias está preocupado com os interesses das Big Five, mas o Presidente da Liga Portuguesa, que por acaso é o mesmo, não se importa, com esta posição, de prejudicar dois clubes portugueses.
O Presidente da Associação das Ligas Europeias está preocupado com o "calendário saturado e insustentável", mas o Presidente da Liga Portuguesa, que por acaso é o mesmo, está há oito anos em exercício sem ter conseguido reformar os quadros competitivos do futebol português, de forma a ir ao encontro das preocupações também expressas pelo nosso Sindicato de Jogadores, fazendo crescer a competitividade interna e garantindo as melhores condições para que os nossos clubes, presentes nas competições europeias, sejam capazes de pontuar de forma a recuperarmos lugares no ranking europeu onde, nos últimos anos, caímos de forma abrupta.
E já agora, em relação aos direitos televisivos e ao processo de centralização, o recente caso francês deve ser tido em conta como um evidente sinal de alerta para os nossos clubes. Mas neste caso nem o Presidente da Associação de Ligas Europeias, nem o Presidente da Liga Portuguesa, que por acaso é o mesmo, teve oportunidade de explicar como vai cumprir com a sua promessa repetida vezes sem conta sobre o incremento de receitas de que todos os clubes vão beneficiar!
Temos de reformular os nossos quadros competitivos, trabalhando em prol dos jogadores, mas também em benefício dos clubes. Confrontar de forma demagógica a FIFA pode dar publicidade, mas só uma pessoa beneficia dela!"

Bebeu na companhia das vacas e inventou o ‘Tour de Judas’


"Raphaël Géminiani morreu durante esta Volta a França, ele que foi um dos grandes atores do Tour

Morreu com a Volta à França, ele que foi tanto da Volta à França. Falo de Raphaël Géminiani, filho de Giovanni Géminiani, um italiano que tinha uma fábrica de bicicletas em Lugo, na Emilia-Romagna, província de Ravenna, A Bela, cidade onde viveu também, ‘in illo tempore’, Gioachino Rossini, um dos mestres da ópera, o autor de O Barbeiro de Sevilha, de La Cenerentola, de Guilherme Tell. No final da década de 1910, o fascismo crescia em Itália com a firmeza dos sem escrúpulos. Giovanni era um homem que prezava a liberdade e que se recusou a criar os filhos num país entregue aos bichos. Por não calava as injustiças, tascaram-lhe fogo à fábrica e viu-se no beco da pobreza. Saltou a fronteira. Instalou-se em Clemont-Ferrant, na região da Auvergne-Rônes-Alpes, e abriu uma oficina de bicicletas. Os velocípedes eram a sua paixão e os filhos herdaram-na na intimidade do sangue. Angelo, o mais velho, tornou-se rapidamente num excelente corredor, apesar de jamais ter dado o passo em frente nas escadas do profissionalismo. Gostava de ser amador, de participar nas provas que lhe agradavam e desprezar as outras, tinha uma vida preenchida e não se dispôs a dedicar-se somente a um capítulo dela. Raphaël, que já nasceu em França, a 12 de junho de 1925, abandonou a escola aos 12 anos e foi trabalhar com o pai na oficina. Cabia-lhe a tarefa de fazer rodas.
Vieram os alemães e o Hexágono ficou invadido. Mantinha a sul, numa vergonha amostra de independência colaboradora, o governo de Vichy. Mas as corridas de bicicletas não foram interrompidas pela brutalidade infame dos nazis. Raphaël ansiava ser como o irmão. O pai, que precisava dele na fábrica, procurou desiludi-lo: «Olha-te ao espelho e diz-me – alguém pode ser corredor com essas perninhas fininhas que tens. Deixa-te disso e trabalha. O Angelo que corra que tem corpo para isso». Pela primeira vez, o jovem Géminiani esteve-se nas tintas para a palavra paterna. Com 16 anos já corria e venceu a primeira etapa de uma prova recém-criada que levava o nome de Pas Dunlop. Giovanni rendeu-se à força de vontade do seu mais novo. E Raphaël reconheceu-o: «O meu pai ensinou-me muito. Explicou-me que, em subidas, só deveria atacar com a máxima força a, no máximo, 15 quilómetros do final. Percebi que tinha razão».
Depois da II Grande Guerra, Raphaël Geminiami ganhou outra ambição. As provas amadoras não o satisfaziam. Tornou-se profissional em 1946. No ano seguinte participou no seu primeiro Tour pela equipa da Metropole. Foi um desastre. O calor tórrido que tomou conta do país nesse Verão não poupou a sua fraca preparação. Durante uma etapa, seco de sede, resolveu mergulhar a cabeça num bebedouro de vacas. Apanhou uma infeção na boca. Esteve internado e regressou a Clemont-Ferrant na sua bicicleta, pedalando molemente. Demorou dois dias a lá chegar. Mas não era um homem resignado. No ano seguinte voltou ao Tour, desta vez com a camisola da Southwest-Center. Corriam os rumores de que só tinham permitido a sua inscrição porque Giovanni untara as mãos de alguns responsáveis. Caiu em desgraça. Mas, em 1948, foi selecionado para a equipa de França e correu o seu terceiro Tour consecutivo. Estava de volta às graças do povo.
Raphaël nunca ganhou a Volta a França. Havia uma concorrência fortíssima que o manteve ao largo desse sonho: Jean Robic, Louison Bobet, Jean Plankaert, Federico Bahamontes, Gino Bartalli. Ficou em segundo em 1951, ganhando o Prémio da Montanha, a sua especialidade, e em terceiro em 1958, tendo ganho a Volta à Espanha em 1959. Patriota dos quatro costados, Géminiani insistia que, em qualquer prova, os franceses deviam ajudar-se uns aos outros independentemente das equipas pelas quais corriam. Em 1958, numa luta férrea com o luxemburguês Charly Gaul, outro trepador frenético, acusou publicamente o seu compatriota Bobet de lhe falhar na camaradagem durante a tremenda tempestade que assolou a 21.ª etapa do Tour, entre Briançon e Aix-les-Bains. Charly foi o primeiro e recebeu os louros em Paris. Raphaël não se calou. Não era a sua forma de estar na vida e, por causa disso, muitos no pelotão não gostavam dele. Acusou Louison de ser um Judas. Estávamos no dia 16 de julho. No dia 26 de junho, em Bruxelas, onde teve início a 1ª etapa, um fã oferecera-lhe um burro. Deu-lhe o nome de Marcel, por causa de Marcel Bidot, o selecionador que não o chamara mais para a equipa de França. Talvez criasse mau ambiente. Morreu agora, ao 99 anos, no dia 10, enquanto a Volta a França passava pelas estradas do país, precisamente por Auvergne. Alguém disse, na hora do adeus: «C’est vraiment l’acteur principal de la légende du cyclisme mondial de l’après-guerre». Ator é uma palavra forte. Fica a soar na memória."

Tadeia: Reis da Europa - Chipre 2024