Últimas indefectivações

domingo, 26 de agosto de 2018

Da EN 2 a Salónica

"Na próxima quarta-feira decide-se a Europa do Benfica. Ou a Europa dos milhões ou a Europa da 'segunda velocidade'

1. Foi um verdadeiro derby. Emoção, discussão, paixão. Um guarda-redes - o do Sporting - que defendeu tudo e um jovem jogador talentoso do Benfica - João Félix - que marcou, de cabeça, um golo que valeu um ponto. Foi um derby rijo e em que o Benfica mostrou que pode crescer e em que o Sporting de José Peseiro evidenciou resistência psicológica e que a equipa está para além das disputas eleitorais que apaixonam o tecido associativo leonino. O que importa realçar são os dois reforços encarnados que surgiram da Academia do Seixal: Gedson Fernandes e João Félix. Agora Rui Vitória e toda a equipa vão focar-se na Grécia, em Salónica e no PAOK. Na próxima quarta-feira decide-se a Europa do Benfica. Ou a Europa dos milhões ou a Europa da segunda velocidade. Por mim, e depois dos testes difíceis, - como o de ontem - acredito que este Benfica vai entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Tenho essa sensação. Com a consciência que é fruto da minha paixão. Como, aliás, a minha crença no talento de João Félix.

2. O futebol é paixão e é sensação. Sensação de pertença. Ontem em Vidago um brasileiro que vive em Gaia vestia, desde manhã cedo, uma camisola do Benfica. «O Benfica é um meu time», dizia-me com vaidade. E eu sorri. De orgulho. O futebol aproxima-nos de verdade. Há semanas em Sernancelhe um simpático emigrante português da Suíça olhou-me fixamente durante largos minutos e perante o assumido espanto do Paulo, do João e do Hermínio disse-me: «Conhecemo-nos de Neuchatel, certo?» E eu, perturbado, tive de dizer que não, que nem conhecia aquela cidade suíça. Ontem, no Resineiro - um baluarte gastronómico e um gigante de hospitalidade de Vidago - viveu-se o derby com uma paixão vibrante. Com a sensação de, uma distância imensa, se vibrar com o fervor que a BTV transmite, com o relato arguto do Hélder Conduto e com as diferentes cores que cada Benfica - Sporting expressa e suscita. E é esta paixão que sentimos. No Estádio da Luz e em cada um dos estádios do mundo que nos proporcionam quase cem minutos de ligação e paixão, de sensação e de, por vezes, pouca razão. E ali, quase no início da cada vez mais procurada - e com razão! - EN 2, sabemos que fizemos 738 quilómetros entre Faro e Chaves, ultrapassámos quatro Serras, ladeámos onze rios e abraçamos trinta e três Municípios que, em boa hora, criaram a Associação da Rota da EN 2. Que se assemelha à 'Ruta 40' na Argentina ou à emblemática - e bem procurada - 'Route 66' nos EUA. Esta EN 2 merece, de verdade, uma oportunidade. Tal como a Quinta do Portal e a sua degustação, após uma visita a uma Adega desenhada com o traço singular de Siza Vieira. A EN 2 tem isso. Levamos aos caminhos da velha Lusitânia e embala-nos para a paisagem única do Alto Douro Vinhateiro. Chaves e Régua, Viseu e Sertã, Santa Comba Dão e Ponte de Sor, Almodôvar e Loulé são pontos de passagem. Como o é, logo no arranque, o renovado Vidago Palace - sem BTV! - o naco de vitela na Quinta dos Carvalhos ou o simpático e acolhedor serviço no já referido Resineiro, com toda a equipa a mostrar uma contagiante simpatia. Mesmo aquela que é de cor diferente... Azul como a Ana Sofia!!! E, mais em baixo, a mesma EN 2 agarra a Barragem da Aguieira sob o olhar reverente de um Hotel Montebelo, depois das farturas e das enguias na Feira Franca de São Mateus. E, assim, como Mário e o Paulo, a Irene e a Cristina, a Ana e a Isabel, o Joaquim e os Alexandre(s) se sai de Faro e se chega a Chaves e se sente o presente o Portugal profundo, o Portugal que acredita que cada um de nós é um ser que se não repete e que, para além dos discursos e dos manifestos, as tradições se repetem, as vinhas crescem e piscam-nos os olhos, a afabilidade é natural e frontal, as meias doses são, sim, doses em Lisboa ou no Porto, os licores de ervas são servidos com fervor e paixão e que, sempre, mas sempre, a simpatia está para além das cores dos clubes que sentimos e com os quais sofremos. Sim sofremos. Na Luz, em Vidago, em Sabrosa, em Viseu ou, na próxima quarta-feira, em Salónica. Com a consciência que o futebol é uma imensa estrada. Com história e com estórias. Com sentimentos e pressentimentos.  Que nos levam a acreditar que o Benfica vai chegar, com mérito e muito sofrimento, à fase de grupos da Liga dos Campeões. É que se a EN 2 começa em Chaves - seu quilómetro 0! - ela acolhe milhares de espanhóis que de Orense dão um salto ao golfe e às águas de Vidago, degustam um arroz de linguiça e regressam ao trabalho num vaivém que nenhuma fronteira consegue perturbar. Era assim que há cinquenta anos, na companhia de meus queridos e saudosos Avós, deixava Viseu e chegava a Salamanca em cada final de Agosto. Num ritual que a memória não apaga. Como não apaga os relatos do Benfica, agora renascidos em alguns canais de televisão. Fazendo-nos acreditar que o mundo é feito de mudanças. De muitas mudanças. Mas o que permanece é a Família, os Amigos de verdade e, assumo-o, o clube do nosso coração. Que nos faz sorrir e sofrer, sonhar e acreditar, vibrar e emocionar. Em qualquer lugar. Como ontem em plena EN 2! Venham vibrar com esta estrada. Que vos leva a um Portugal que vale a pena conhecer. Vale mesmo!

3. O Ouro de Fernando Pimenta nos Mundiais de Montemor mostraram que valeu a pena a aposta da Federação e da instâncias do desporto na organização de uma prova que trouxe até nós os grandes nomes da canoagem. O que mostra que a liderança não se decreta. Por muito que alguns, poucos, o desejem!"

Fernando Seara, in A Bola

Dérbi não fragiliza ninguém

"Benfica reagiu com o lado emocional, Sporting nunca entrou em pânico: João Félix mexeu no jogo

Factor surpresa
1. Um dérbi gera sempre grandes expectativas, mesmo com as duas equipas a chegarem em momentos diferentes. O Benfica tinha dado sinais de ser equipa mais consolidada, tinha vindo a fazer boas exibições. O Sporting vinha de momento difícil, com jogadores a chegarem a conta-gotas, é uma equipa com novas ideias, um treinador novo, e não sabemos ainda como vai ser o produto final. Essa imprevisibilidade, e a novidade da presença de Acuña no meio-campo, ao lado de Battaglia, funcionou como factor surpresa nos primeiros 20 minutos, que foram muito bem jogados. O Benfica esteve mais no meio-campo adversário, mas o Sporting respondeu bem, não se encolheu, mesmo não se projectando tanto. Montero teve boa oportunidade, o Benfica foi forte nos lances de bola parada.

O caso Ferreyra
2. A partir dos 20 minutos o jogo perdeu qualidade, ficou embrulhado, com muitas faltas. Na primeira parte o Benfica teve défice de gente para chegar à frente. Pizzi e Gedson recuaram para construir mas não podem estar em todo o lado e Ferreyra, que parece um peixe fora de água na equipa e a quem falta melhor conhecimento para combinar com os colegas, esteve ainda por cima muito isolado. Mas na segunda parte o Benfica entrou bem. Pizzi e Gedson surgiram mais adiantados. Mas o golo de penálti mudou tudo.

Acusar pressão
3. O Benfica perdeu a parte racional e começou a jogar de forma emotiva. Talvez por causa do empate com o PAOK, pareceu acusar mais a pressão, errou muitos passes, não teve a fluidez que se tem visto noutros jogos. O Sporting ficou confortável a defender, posicionou-se bem e deixou de se projectar para o ataque. Nunca entrou com mais posse, mais remates, pareceu sempre pressionado e ansioso. Mas o miúdo mexeu muito com o jogo.

Salin, o melhor
4. João Félix, foi uma mais-valia para o Benfica. Tem um talento muito grande e fez um grande golo, com uma capacidade de impulsão que não lhe conhecia, depois dum cruzamento notável de Rafa, que continua, porém, a ter problemas de definição no último terço. No Sporting, Salin foi o melhor em campo e redimiu-se do erro do jogo contra o V. Setúbal. Em suma, não foi um grande dérbi. Foi intenso, vivo, disputado mas não teve grande qualidade... Mas é um dérbi que não fragiliza ninguém. Para o Sporting o empate é bom, mas fica a frustração de ter estado perto de vencer. Para o Benfica o empate não impressiona, mas há a felicidade de ter surgido quase no fim. Acaba por satisfazer as duas equipas."

Vítor Manuel, in A Bola

A mulher atleta em Espanha

"Foi publicada, no final do mês passado, uma resolução, em Espanha, relativa à concessão de ajudas a mulheres atletas, visando a atribuição de subsídios.
Em concreto, podem ser financiadas as atletas de alto rendimento, com licença federativa válida, por nascimento, adopção ou acolhimento de filho, ocorrido em 2017; as atletas que integrem equipas nacionais, para o atendimento a crianças menores de três anos de idade matriculadas em centros educacionais para crianças ou em amas, ao longo de 2018; as atletas que integram equipas nacionais que se encontram a obter formação académica reconhecida formalmente, referente ao ano lectivo de 2017/2018, a fim de iniciar ou dar continuidade a ensino conducente à obtenção de um título ou certificado oficial válido.
O montante máximo do auxílio que pode ser concedido é de €260.000, sendo necessário apresentar candidatura.
O objectivo da atribuição destas ajudas é o de facilitar a conciliação entre o desporto e a vida pessoal.
Esta medida é uma das boas práticas recomendadas no documento da Comissão Europeia Gender Equality in Sport - Proposal Equality Actions 2014-2020, relativo à promoção de uma maior igualdade entre homens e mulheres no desporto, contribuindo indubitavelmente para atingir os objectivos definidos para 2020: i) Um mínimo de 40% de mulheres e homens em conselhos executivos e comités de órgãos das instâncias nacionais e 30% comités de órgãos das instâncias internacionais do desporto localizadas na Europa; ii) Um mínimo de 40% de mulheres e homens na gestão profissional e órgãos do desporto governamentais; iii) Todos os órgãos de governo do desporto devem ter uma política de igualdade e um plano de acção."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Os pés do Odysseas, a gravata do Vitória e as rodas do Eliseu

"Do jogo de sábado com o Boavista (além da exibição e do resultado igualmente agradáveis) e do jogo de terça-feira com os gregos do PAOK (além da exibição agradável e do resultado desagradável) terão surgido as primeiras ideias gerais sobre este Benfica que o seu treinador preparou para um exigente arranque de temporada. Odysseas Vlachodimos, por exemplo, até poderá ser melhor do que Varela com as mãos mas é muito pior do que Ederson com os pés. No capítulo das ideias gerais, fiquemo-nos para já pelo guarda-redes.
Nesta terceira semana de Agosto há uma dúvida existencial que sobressalta os adeptos do Benfica: a gravata do Rui Vitória. Sim ou não? É que não depende sequer do gosto de cada um nem, muito menos, de questão de moda. Depende única e exclusivamente dos resultados da equipa. Se hoje o Benfica vencer o seu velho rival e se na próxima quarta-feira sair de Salónica com a qualificação garantida para a Liga dos Campeões, a gravata do Rui Vitória será aprovada até pelos adeptos mais exigentes. O futebol é tão simples quanto isto.
Provavelmente terão reparado que o Eliseu já não é jogador do Benfica. Lê-se nos jornais e nas redes sociais que os adeptos do Benfica não aceitam não ter havido uma cerimónia condigna de despedida no que a Eliseu diz respeito. Eliseu foi três vezes campeão nacional de águia ao peito ao que somou uma Supertaça e uma Taça da Liga. E foi também campeão continental ao serviço da selecção no Europeu de 2016. Honrarias e títulos não faltaram ao açoriano, o homem que, de mota, fez com que a festa do tetra-campeonato desse a volta ao mundo pela sua singularidade, habilidade, poder de aceleração e ousadia sobre duas rodas. Inesquecível, Eliseu. Por este conjunto de razões, os protestos dos benfiquistas pela inexistência de uma ocasião solene e oficial de agradecimento a Eliseu justificam-se, ainda assim, bastante mais do que os protestos que Eliseu teve de suportar quando os mesmos adeptos, que agora o querem aplaudir, o castigavam sem dó nem piedade à menor falha em campo. Vá lá compreender-se a volubilidade das emoções nas bancadas.
Ramires pode estar de volta ao Benfica com um contrato de 3 milhões de euros por ano. Em termos contabilísticos ao alcance de todos os públicos é de três Cristinas Ferreiras por ano o contrato que o Benfica pretende oferecer ao internacional brasileiro que foi peça mais do que decisiva na conquista do título de 2009/2010. Merece. Merecem, aliás. Outra boa notícia é a de que o Benfica conseguiu finalmente comprar Gabriel ao Leganés pelo preço de 8 Cristinas Ferreiras. O clube espanhol queria 15 Cristinas pelo seu jogador mas não teve sorte nenhuma.
Que estranho é para as pessoas das gerações mais antigas isto de o Belenenses passar a ser referido como o "clube do Jamor" em vez de "o clube do Restelo". É certo que antes de ser como foi "o clube do Restelo" já tinha sido "o clube das Salésias" para as gerações muito mais antigas. Longa vida ao verdadeiro Belenenses seja lá onde for a sua casa."

Ulisses e as sereias do mercado

"Estamos prestes a deixar para trás uma edição do mercado estival de transferências que será digna de registo. Não tanto pelos negócios concluídos e por aqueles que ainda o serão, mas pelo timing particular que foi imposto às conversações. Como se sabe, dois dos principais mercados nacionais encerraram as transferências quando estavam a iniciar-se os respectivos campeonatos: o inglês, isto é, o mais rico em absoluto, e o italiano, que mesmo não sendo já tão dominante como foi outrora, está sempre entre os que mais gastam a contratar no estrangeiro.
Esses dois mercados já encerraram, em resposta a um pedido vindo sobretudo dos treinadores, que tantas vezes se lamentaram pela precariedade dos grupos com que preparam a época desportiva no Verão, que tantas vezes os levou a terem de redesenhar a ideia de equipa já depois de o campeonato ter arrancado. Para os treinadores da Série A e da Premier League, o encerramento antecipado do mercado foi, portanto, uma ótima notícia. Mas se olharmos para lá do interesse corporativo de uma classe muito limitada de sujeitos, como deveremos interpretar esta decisão tomada em Inglaterra e Itália?
No meu ponto de vista, há que fazer duas ordens de considerações. A primeira prende-se com o equilíbrio competitivo entre os clubes que operam no mesmo mercado de transferências global mas têm à disposição timings diferentes. Parece evidente que quem tem mais 20 dias para operar no mercado está em vantagem sobre quem os não tem. E a vantagem é a possibilidade de corrigir imediatamente os erros de avaliação que foram cometidos na construção do grupo – uma possibilidade que deveria ser satisfeita na abertura invernal do mercado de transferências, mas que no entanto é oferecida a esses clubes que podem prolongar as negociações até 31 de Agosto. E acerca deste aspecto considero que o equilíbrio competitivo não seria garantido dando a todos a hipótese de prolongar as negociações até 31 de Agosto, mas sim fazendo valer para todos a regra que encerra os mercados na véspera do início dos campeonatos. Seria a fórmula mais justa e levaria os clubes a uma maior atenção na construção dos plantéis durante o período de abertura de mercado.
A segunda ordem de considerações respeita aos efeitos da redução da despesa gerada pelas escolhas feitas em Inglaterra e Itália. Já vos disse acima que a pressão para se chegar a esta solução veio sobretudo dos treinadores. Mas seria ingenuidade acreditar que a vontade deles tenha sido determinante numa escolha política com tanto peso. Os treinadores não contam assim tanto. A eles, cabe-lhes trabalhar com o grupo de jogadores que lhes colocam à disposição. Deve por isso concluir-se que o encerramento antecipado do mercado de transferências em Inglaterra e Itália foi uma decisão tomada de acordo com o interesse dos clubes. Se esta medida não fosse conveniente para estes, nunca teria sido assumida.
Mas se as coisas são de facto assim, é preciso perguntar o que terá levado os proprietários dos clubes ingleses e italianos a impor a si mesmos uma medida limitativa da sua força competitiva no confronto com clubes concorrentes, como os espanhóis, os alemães, os franceses ou os portugueses. Para esta questão, não existe uma resposta certa. Mas podemos encontrar uma plausível: estes proprietários de clubes, que estão entre os maiores gastadores (dissipadores?) de dinheiro no mercado de transferências, decidiram impor um limite a si mesmos. E como não conseguem fazê-lo com o mercado aberto, optaram pela via mais drástica de encerrar o mercado. Como Ulisses, decidiram fazer-se amarrar ao mastro principal para não cederem ao canto das sereias.
É um sinal de força? Sim, se partirmos do princípio que uma das nossas maiores forças é a admissão das nossas debilidades. Uma admissão que é o primeiro passo para poder combatê-las. Continua por resolver o facto de que os clubes dos campeonatos mais ricos não são capazes de disciplinar-se nos gastos a não ser limitando a sua própria liberdade. Uma escolha que, a longo prazo, não funcionará. E fico muito curioso por verificar se daqui a um ano os clubes ingleses e italianos voltarão a amarrar-se com a corda de Ulisses ou se voltarão a dissipar alegremente dinheiro até ao último minuto do dia 31 de Agosto."

É preciso mudar rápido as regras do sorteio

"O campeonato português tem seis jogos que fazem parar o país. E quando se realizam estes dérbis e clássicos entre Benfica, Sporting e FC Porto também são de grande interesse na imprensa desportiva de meio Mundo. Mais que um jogo de futebol é um espectáculo único que devia ser tratado de uma maneira muito especial por parte de todos aqueles que controlam o nosso futebol. A meu ver, na realização do calendário, estes jogos grandes – que infelizmente são apenas seis por época – só deveriam ser sorteados para depois da 3.ª jornada por várias razões: por exemplo, na minha opinião, acho que o dérbi de ontem no Estádio da Luz entre o Benfica e o Sporting, um jogo de máxima importância para os dois clubes ,para os seus adeptos como também para a maioria dos portugueses, nunca se deveria jogar antes do fecho do mercado, porque há jogadores de ambas as equipas que vão jogar com a ansiedade e incerteza de não saberem se amanhã estarão em outro clube, num país diferente. Mentalmente, e digo-o por experiência própria, isto nunca é fácil.
Por outro lado, os jogadores que foram contratados para reforçar as suas equipas em Julho necessitam do seu tempo de adaptação ao país, cidade e companheiros para estarem no seu melhor nível. E também tempo para saberem o que significa e a importância de um dérbi ou um clássico do futebol português.
E ainda há aqueles que foram contratados recentemente – e outros que podem chegar até ao fecho do mercado, que será no dia 31 de Agosto às 24 horas – e por isso não podem jogar e ajudar os seus companheiros num dérbi. Ficam logo a perder um dos seis grandes jogos que sonhavam jogar...
Estas grandes partidas, pela sua importância e impacto mediático, seja a nível nacional ou internacional, têm de ser jogadas com os plantéis fechados. E isso só pode acontecer depois de o mercado fechar. Todos os treinadores profissionais, durante o mês de Agosto, vivem com uma grande ansiedade, porque sabem que com o mercado aberto tudo pode acontecer. Rezam todos os dias para que nenhum dos seus craques seja vendido e que possam chegar à equipa grandes reforços. Esta intranquilidade só desaparece quando fecha o mercado de transferências. Mas, para os treinadores dos grandes clubes em Portugal, no momento do sorteio do calendário, verem que toca jogar um clássico ou um dérbi a 26 de Agosto, como o de ontem, com o mercado ainda aberto, mais que ansiedade, para eles deve ser um pesadelo, que se prolonga por semanas. Nunca fui treinador, mas disputei muitos dérbis e clássicos em todos os países onde joguei, especialmente em Portugal e Espanha, e quando era o sorteio do calendário ficava furioso quando estes grandes jogos surgiam logo nas primeiras jornadas, porque detestava as temperaturas altas, e ter de jogar um jogo desta importância com muito calor, para mim era horrível.
Quando era capitão do Atlético de Madrid e via que nos tocava no sorteio o Barcelona ou o Real Madrid logo em Agosto, a minha preocupação pela responsabilidade que tinha dentro da equipa aumentava enormemente, porque à parte de não saber que companheiros podiam sair e que reforços chegariam, com o presidente Jesus Gil y Gil, se um treinador fizesse uma má pré-época e perdesse mais amigáveis do que o normal, corria o risco de ser demitido antes de começar o campeonato... como chegou a acontecer.
Por todas estas razões e muitas mais, só espero e desejo que os homens fortes que tomam as grandes decisões do futebol português mudem as regras do calendário, seguindo os exemplos de Inglaterra e Itália, e que nunca mais se jogue um dérbi ou um clássico antes de o mercado de transferências estar fechado.

A frustração de Mourinho
Quando vi esta notícia: "Segundo escreve, esta sexta-feira, o jornal britânico ‘Mirror’, este terá deixado um desabafo junto do seu círculo mais próximo: ‘Em qualquer outro trabalho, em qualquer outro clube, já me tinha demitido’", não sabia se a notícia era verdadeira ou falsa, mas onde não tinha qualquer dúvida é na enorme frustração que deve estar a viver José Mourinho. E tem toda a razão para estar assim, porque talvez esta época 2018/19 seja aquela em que o Manchester United se reforçou menos em toda a sua história.

Jorge Jesus
Se para um jogador estrangeiro que chega a um novo país é importante começar bem, para um treinador é muito mais. Se as coisas não começam bem, os jogadores têm normalmente mais do que uma oportunidade para mudar a situação a seu favor. Um treinador, seja em Portugal, no Japão ou na Arábia, se perde dois jogos seguidos começa a ser criticado, aparece a desconfiança de todo o Mundo e passa de bestial a besta num abrir e fechar de olhos. E muitos são demitidos. Assim é a vida dos treinadores, e o meu querido amigo Jorge Jesus é um deles, e fiquei muito feliz com o seu primeiro título à frente do Al Hilal. Parabéns Jorginho!

Chegar, ver e vencer
André Silva, no passado domingo, fez o seu primeiro jogo com a camisola do Sevilha, e foi mesmo a estreia de sonho. O jovem português marcou três golos e a sua equipa ganhou em Madrid, ao Rayo Vallecano, por 4-1. Como se não bastasse, o André também fez uma estreia histórica. O último jogador a estrear-se na Liga espanhola com três golos foi o génio Romário. Quando o miúdo fez o terceiro, recordei que antes de todas as estreias que fiz no estrangeiro sonhava em fazer algo assim, mas as estreias não eram o meu forte. Parabéns André por este feito espectacular e muita força campeão! O Record Recomenda para si "

Benfiquismo (CMXXXI)

Dar música...

Cadomblé do Vata

"1. Depois de Paschalakis, hoje foi Salin a defender os nossos remates à figura... o trágico da situação é que ainda me lembro quando isso era apanágio de um Casillas, um Neuer ou um Oblak.
2. Peço desculpa por me ter excedido nas criticas no post anterior... jogamos muito bem, o Saferovic e o Ferreyra só não fizeram um remate porque Ristovski, Coates, Pinto e Jefferson é um super quarteto defensivo.
3. Não foi só o SLB a jogar mal, o SCP também meteu dó... ou como se diz em sérvio, Petrovic.
4. Tenho dito com frequência aos meus amigos que podem me cortar um testículo se o João Félix não der em craque... hoje a minha mulher ficou tão aliviada que até já começou a ver minivans para comprar, porque o futuro parece reservar-nos mais filhos.
5. Sousa Cintra viu o jogo na tribuna presidencial... ao intervalo esteve a beber uma cerveja com o Pacheco."

Vermelhão: 2 pontos perdidos...

Benfica 1 - 1 Sporting


Uma 'continuação' do jogo da última terça-feira... mais um festival de desperdício, mais uma vez o melhor em campo, é o guarda-redes adversário, com uma diferença, o adversário de hoje, é mais fraco do que o PAOK...!!! É verdade que houve menos desequilibrios, no jogo de hoje, muitas das oportunidades foram de bola parada, mas independentemente dos nossos problemas, principalmente nas Alas, sempre que o Benfica tentava aumentar o ritmo, ou criar uma avalanche ofensiva, lá aparecia o apito salvador!!!

A 1.ª parte foi totalmente dominada pelo melhor Lagarto em campo: Godinho!!! Um autêntico 'salvador' de apertos, tantas foram as jogadas, em que decidiu literalmente ao contrário!!! Além dos várias cartões perdoadas, então nos primeiros 15 minutos, foi um vale tudo...
Na 2.ª parte, entrámos ainda mais dominadores, o apitadeiro parecia que estava a ganhar 'vergonha', mas depois num erro parvo do Jardel (sim a culpa foi do Jardel, que estava de frente para o lance, e não do Rafa...) e sofremos um golo totalmente contra a corrente do jogo... com o Odysseias mais vez, sem fazer uma defesa!!!

Reagimos, e as substituições acabaram por dar resultado, com uma excelente jogada a dar o empate... e depois, foi impossível jogar futebol, o anti-jogo foi deprimente...

Perdemos 2 pontos, contra uma equipa debilitada, com mentalidade de equipa 'pequena', com uma enorme ajuda do apitadeiro... onde foi notório os nossos problemas no ataque: a finalizar mas também a construir, o Ferreyra tem lutado, mas não consegue dar aquilo que a equipa pede...
Foi também, a pior noite do Pizzi desta época!!! Passes errados, más decisões... parecia o Pizzi do ano passado... espero que não tenha sido a pré-anúncio da contratação do Gabriel, que tenha afectado o Pizzi!!!

O Salvio voltou a fazer falta... sem o Toto, e sem o 'normal' Pizzi, perdemos os dois melhores jogadores deste início de época... com o Rafa e o Cervi sem conseguir desequilibrar nas alas, tudo ficou mais complicado...

A melhor notícia da noite, foi mesmo o João Félix... e não foi somente pelo golo... Já no jogo com o PAOK, o Félix tinha entrado bem nos últimos minutos, hoje voltou a ter um enorme impacto no rendimento da equipa... Para mim, não tenho dúvidas, o Félix está preparado para jogar, e para ser titular.. se o treinador quiser! E se jogar no 'meio' como aconteceu hoje, como 2.ª avançado, na posição do Jonas, terá um rendimento muito superior...
A semana passada já tinha dispensado algumas palavras para este filho da puta do Godinho, no Arouca - Benfica B, onde os putos ganharam no último minuto, após um festival de ladroagem... Hoje, voltou a fazer o mesmo, com um penalti e tudo... Na 1.ª parte, num espaço de 30 segundos, o Cervi sofre 3 faltas junto da área dos Lagartos, duas na zona central, e a última, na zona lateral: não marcou nenhuma... e ainda 'ameaçou' o argentino!!! A falta assinalada ao Gedson, naquela jogada com o André Pinto, é o cúmulo da canalhice... Era o que faltava um jogador do Benfica, ficar isolado...!!!
Os descontos então foram uma treta: no penalty o jogo esteve parado mais de 5 minutos, e depois dá 6 minutos de desconto, numa 2.ª parte que esteve parada várias vezes... o facto de ter dado descontos em cima de descontos (2 substituições e vários jogadores no chão bastante tempo...) não o iliba de nada... entre o golo do Félix (85) e o fim (100), não se jogaram mais de 3 minutos!!!

Como não houve, nenhum daqueles lances que os cumentadeiros gostam de discutir, a lavagem ao apito vai ser total... e se calhar ainda vão 'descobrir' que os jogadores do Benfica deviam ser todos expulsos...!
Eu já vi muita roubalheira nestes jogos, na Luz, hoje fui uma das piores...


Com a derrota dos Corruptos, este empate, com sabor a derrota, ainda sabe pior... Mas nesta sequência 'suicida', de jogos importantes (alguns decisivos), neste início de época carregadíssimo de jogos, ainda com o plantel incompleto, este empate pelo menos permite não estarmos em desvantagem para com os nossos adversários directo... e com uma vitória na Choupana, podemos fechar este ciclo, sem 'comprometer' o futuro na Liga... Acredito, que depois da paragem das Selecções, no início de Setembro, com o plantel fechado, com menos lesões (espero eu...), e com um calendário 'parecido' para as principais equipas do Tugão, tudo será ligeiramente diferente...

Agora, na Quarta-feira em Salónica, temos que ir com tudo... a recuperação do Salvio será importantíssima... e hoje fiquei com dúvidas se o Seferovic não deverá ser titular!!!

Campeão do Mundo...

Foi preciso ingressar no Benfica, para finalmente o Fernando Pimenta, conseguir o título de Campeão do Mundo, na categoria rainha da canoagem de velocidade!!! O Tri-Campeão Europeu, nunca tinha conseguido uma vitória destas, nem em Mundiais, nem nos Jogos Olímpicos...!!!
E foi uma daquelas vitórias 'sem-espinhas', com uma saída rápida (como de costume), e com um bom ritmo até ao fim...!!!

Na Final do K2 500m as nossas meninas Teresa Portela e Joana Vasconcelos, não foram além do 8.º lugar. Acaba por ser um bom resultado, contra as melhores do Mundo, provou-se que este K2 pode ambicionar à Final Olímpica... e com um bocadinho mais de velocidade, quem sabe... (hoje a pista também não ajudou, as pistas mais 'altas' com o vento, foram sempre prejudicadas, durante toda a competição)...

O K4 masculino qualificou-se... mas o K4 feminino, fez uma prova abaixo das expectativas... e está fora da competição.


Ao cair do pano...

Benfica 1 - 0 Setúbal
Vinicius (89')


Grande golo, num jogo feio...
Já tenho afirmado várias vezes: no Tugão, até na formação se 'ensina' o que não deve ser o jogo... o nosso adversário de hoje, como praticamente todos os outros, basicamente, usam a velha estratégia defensiva: passa a bola não passa o jogador... Sendo que na maior parte das disputas, a bola é totalmente irrelevante, a postura 'normal' é 'atacar' o jogador com bola... E não é somente em situações de 'aperto', onde se pede a falta inteligente, é praticamente em todas as jogadas...!!!