Últimas indefectivações

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Ganhar é melhor, mas vale o que vale...

"Em 1980/1981, o Real Madrid perdeu, na pré-época, por 9-1, com o Bayern. No final da temporada jogou a final da Taça dos Campeões...

A propósito dos resultados da pré-época, e daquilo que valem, ou não, tenho sempre presente o Real Madrid de 1980/1981, comandado pelo mago Boskov, onde pontificavam Del Bosque, Camacho, Stielike e um tridente atacante de luxo formado por Juanito, Santillana e Cunningham. Ora, estes senhores, que tinham feito a dobradinha em Espanha na época anterior, jogaram, a 5 de Agosto, com o Bayern, em Munique, e perderam por 9-1. No final do desastre, Boskov teve uma frase célebre: «Prefiro perder um jogo por nove golos do que nove jogos por um».
O jogo seguinte do Real Madrid foi contra o Belenenses, onde eu jogava, em Palma de Maiorca. Os merengues ganharam por 2-1, com um golo de Juanito já depois da hora e, sobretudo, graças a uma arbitragem supercaseira, como era apanágio dos veraniegos.
No final dessa época, o Belenenses salvou-se da despromoção ao vencer, em Portimão, na penúltima jornada do Campeonato e o Real Madrid foi à final da Taça dos Campeões Europeus (perdeu 1-0 com o Liverpool).
Qual o sentido deste longo intróito? Apenas um, o de dizer que o mais importante é sempre como acaba e nunca como começa, no fim é que se fazem as contas, e, que eu saiba, não há troféus, que devam ser levados a sério, para o campeão dos jogos particulares.
Dito tudo isto, e no que concerne aos três grandes do futebol português, candidatos crónicos ao título, percebe-se que o estado de prontidão do Benfica é superior ao do FC Porto e do Sporting. Enquanto os encarnados evoluem na continuidade possível - é imperioso não esquecer que substituir Jonas e Félix requer muito mão de obra - mostrando uma sedimentação de processos muito interessante, os dragões revelam não só lacunas no plantel como algum nervosismo e muita ansiedade. A eliminatória com o Krasnodar é de tremenda responsabilidade e a equipa de Sérgio Conceição precisa de fazer mais do que mostrou até agora para passar, sem sobressaltos, ao play-off da Champions.
Já o Sporting continua mergulha na incerteza por Bruno Fernandes, uma circunstância que deve deixar Marcel Keizer, por umas razões, e Frederico Varandas, por outras, à beira de um ataque de nervos. Como é impossível ter sol na eira e chuva no nabal, ou recebem o dinheiro que faz falta, ou ficam com o jogador, que também faz falta. Um dilema!

Ás
João Félix
Um jogo no palco global e o mundo ficou a seus pés. Mas Félix terá mais a ganhar se acreditar nos que dizem que ainda tem muito a aprender, do que naqueles que passaram da dúvida à adoração. Uma coisa é certa, estamos perante um fenómeno futebolístico e mediático que atirou os 126 milhões para segundo plano.

Ás
Filipe Ramos
Desta vez não deu para trazer o caneco para a Cidade do Futebol, mas a afirmação de Portugal como potência mundial da formação é um dado insofismável, que deve encher-nos de orgulho. Finalistas nos sub-19 pelo terceiro ano consecutivo, há que distribuir felicitações por clubes  e Federação. E pelos jogadores, é claro.

Ás
Bruno Lage
O Benfica parece mais confortável nos confrontos com boas equipas internacionais, e é evidente que há dedo do treinador. Na Luz, há boas soluções (a dobrar) para quase todos as posições, e se Bruno Lage conseguir manter fidelidade à capacidade de não complicar, a época pode ser muito interessante.

O que se aprende com a ascensão de Adel Taarabt?
«Estava à entrada da área, mas foi com um pouco de sorte... Ainda assim, acho que merecemos ganhar»
Adel Taarabt, jogador do Benfica
um ano, quem dava alguma coisa pelo futuro do marroquino Taarabt no Benfica? O mínimo que dele se dizia era que tinha sido um barrete sem nome, culpa da prospecção que viu um cavalo de corrida onde só havia um burro. Mas um homem é ele e a sua circunstância, e a de Taarabt alterou-se com Bruno Lage, que teve o respaldo de Filipe Vieira. Uma lição, sobre futebolistas e enquadramento...

Espanha derrota Portugal e faz a festa
O diário 'Marca' não fez por menos e dedicou a manchete de ontem à vitória dos sub-19 de Espanha sobre Portugal, na final do Europeu. 'Nuestros hermanos' sabem bem que não há um grande futebol sem uma formação de qualidade. Não é por acaso que Portugal, Espanha e França são quem são e estão onde estão.

Colômbia em êxtase
110 anos que ninguém, tão jovem, ganhava o Tour de France, três semanas a pedalar, por monte a vales, numa das competições desportivas mais exigentes do mundo. Ultimamente, criou-se a convicção de que só corredores com traquejo podiam vencer o Grand Boucle. E não é que um colombiano de 22 anos chegou de amarelo aos Campos Elísios, superando em precocidade nomes como Gimondi, Anquetil, Fignon, Hinault e Merckx? A pergunta que se coloca é óbvia: será que vem aí uma era sob o signo de Egan Bernal?"

José Manuel Delgado, in A Bola

Benfica fortíssimo no início de época

"Benfica, Sporting e FC Porto preferiam a dificuldade, à facilidade. Para todos eles, adversários difíceis, de qualidade superior, neste período final de preparação para a nova época oficial. Não apenas pelos resultados, o Benfica mostrou ser mais forte. Tão mais forte, que será legítimo questionar se Bruno Lage não exagerou na intensidade Bruno Lage não exagerou na intensidade de jogo, em fase tão precoce.
Claro que não se pode, ou não se deve, sobrevalorizar estas três vitórias consecutivas do Benfica, nos Estados Unidos, mesmo que duas delas tenham sido sobre adversários como a Fiorentina e o Milan. mesmo assim. Mesmo assim, será incontornável dizer-se que a equipa teve, e culpa jogo, períodos de enorme qualidade, apresentou um conjunto muito vasto equipas com grande qualidade e capacitado competitiva e teve, sempre, uma fantástica mentalidade vencedora.
Sporting e FC Porto estiveram, claramente, uns furos abaixo. O Sporting continua a ser uma equipa muito brunodependente, o que, por um lado, pode parecer inevitável dada à equipado capitão do Sporting, mas, por outro lado o Sporting não consiga, como, aliás, se pevê, segurar a sua estrela maior, e obrigue Keizer a uma mudança significativa, que pode levar tempo a resolver. Quanto ao FC Porto, Sérgio Conceição cose os jogadores de que dispõe, mais como uma costureirinha da Sé, do que um treinador de futebol. É o que tem, faz o que pode e a mais não poderá ser obrigado.
Preocupação maior: Krasnodar. Trata-se de um jogo decisivo. Também há, para Benfica e Sporting, uma Supertaça. Importante, sim, mas não tanto."

Vítor Serpa, in A Bola

Pontapé de baliza. Odysseas levanta a bola para a cabeça de Rúben, que a devolve para as mãos do guarda-redes. É proibido ou pode fazer-se?

"Vamos lá a mais um esclarecimento?
No pontapé de baliza, a regra mudou: agora a bola não tem que sair da área de penálti: entra em jogo assim que for pontapeada e se mova claramente.
Com base nesta premissa, Vlachodimos, do Benfica, tem protagonizado uma forma inovadora de efectuar este tipo de recomeços: pontapeia a bola "picada" para a cabeça de Rúben Dias, que a devolve de imediato ao seu guardião. Este agarra-a.
Choca? Pode ser, mas para que conste... tudo certo. Tudo correto. Tudo legal.
Esse é um subterfúgio (inteligente mas legal) para explorar eventual lacuna na lei.
Ao ser pontapeada e mexer-se, a bola entrou correctamente em jogo, logo respeitou o que agora dispõe a Lei 16.
Como o lance envolve dois jogadores (no caso, GR e defesa), não se entende haver tentativa de ludibriar outra regra, a que proíbe atrasos deliberados. Isso só acontece quando há um ato de um só jogador.
Exemplo: defesa levanta a bola para a sua cabeça para a atrasar ao seu guarda-redes (ilegal, mesmo que o GR não a agarre).
No jogo de ontem, o árbitro terá pedido ao guardião grego para não voltar a fazer esse tipo de reposição. Errou, embora se perceba a sua confusão.
Até ordem em contrário (do IFAB), essa forma de recomeço é legal."

As 5 melhores contratações do SL Benfica nos últimos 10 anos

"Uma nova temporada está prestes a começar e há várias entradas e saídas no plantel dos encarnados, mas vamos falar das cinco melhores contratações do SL Benfica nos últimos 10 anos.
Ao longo deste tempo, o Glorioso teve vários jogadores de classe mundial e, por isso, nem todos estarão mencionados neste artigo. Nomes como Grimaldo, actualmente no plantel; Ramires, um dos melhores médios na história recente do SL Benfica; Salvio, que se transferiu neste defeso e até Rodrigo Moreno poderiam constar nesta lista de verdadeiros craques.
1. Jonas – É um daqueles casos indiscutíveis no seio do clube encarnado. É a melhor contratação de sempre do SL Benfica. Corria o ano de 2014, quando o Valência dispensava Jonas. Sem clube, viu no SL Benfica uma oportunidade de prosseguir a carreira. E foi aí que o conto de fadas começou. Jonas Pistolas havia chegado a Portugal. Era de pé direito, pé esquerdo, cabeça, simplesmente era golo toda a bola que tivesse a sorte de ser tocada por Jonas. Em partidas oficiais, Jonas disputou 182 jogos, tendo balançado as redes das balizas adversárias por 137 vezes. Fez ainda 35 assistências para golo. Um jogador que chegou ao Benfica a custo zero, mas que nos deu tantas, mas tantas alegrias. Obrigado Jonas!
2. Gaitán – Nico esteve no clube encarnado por seis temporadas. Muitos golos, muitos passes para golo e muita magia. O esquerdino fez a Catedral se levantar vezes sem conta, fez-nos rir e fez-nos chorar, com a sua saída. Transferido do Boca Juniors por 8,40 milhões de euros, o argentino acabou, ao fim de seis temporadas, por ser vendido ao Atlético de Madrid por 25 milhões. Ao serviço do Benfica, realizou 253 jogos, tendo marcado 41 golos e 88 assistências.
3. Ederson – O jovem guarda redes brasileiro conquistou os adeptos benfiquistas com as suas fantásticas defesas, a sua tranquilidade, competência entre os postes e os seus passes precisos. Formou-se no Caixa Futebol Campus, acabando por sair para equipas como Ribeirão e Rio Ave. O Benfica acabou por resgatá-lo dos vila-condenses por um valor absurdamente baixo: 500 mil euros. Hoje, é um dos melhores guarda redes do mundo e atua ao serviço do Manchester City, clube que pagou ao Benfica qualquer coisa como 40 milhões de euros pelo passe do guardião.
4. Axel Witsel – Este jogador belga é, sem qualquer dúvida, das melhores contratações do SL Benfica. Chegou à Luz proveniente do Standard de Liège por 9 milhões de euros. Saiu por 40 milhões após 52 jogos de águia ao peito. Realizou apenas uma época em Portugal, mas a sua qualidade desde cedo lhe abriu mercado por toda a Europa. Um médio capaz tanto defensiva como ofensivamente, um jogador que tinha lugar num colosso europeu. Ainda assim, acabou por se transferir para a Rússia, para o Zenit, a troco de 40 milhões de euros, valor que fez dele a maior transferência da história do clube encarnado na altura. Chegou a Portugal como uma promessa, e cumpriu!
5. Matic – É uma das figuras da década do SL Benfica! Possante fisicamente (os 1.94 cm conferem-lhe vantagem nesse sentido) e com uma capacidade de passe fora do comum. Subia no terreno e era capaz de levar a “equipa para a frente”. Era o Matic no Glorioso. A verdade é que o sérvio brilhou nos relvados da Luz e fez valer os 5 milhões de euros que o Benfica pagou ao Chelsea pelo seu passe. Mais tarde, seria de novo vendido ao Chelsea por 25 milhões de euros."

Sucesso Americano

"A longa digressão da nossa equipa de futebol pelos Estados Unidos da América foi bem-sucedida sob todos os aspectos. Todos os objectivos foram atingidos! Desde logo os desportivos. Apesar de, nesta fase da temporada, os resultados não serem o mais relevante, é ainda assim interessante que o Benfica tenha conseguido o pleno de vitórias, com três. Recorde-se que, nas duas participações anteriores benfiquistas na International Champions Cup, atualmente o mais prestigiado torneio da pré-época futebolística, o Benfica não conseguira qualquer triunfo no tempo regulamentar.
Os resultados obtidos significam, para já, que o Benfica ocupará uma das duas primeiras posições no torneio. A definição do vencedor aguarda pelo desfecho da partida entre Manchester United e AC Milan (agendada para 3 de agosto próximo), na qual os ingleses terão de vencer por uma diferença de quatro golos para superarem o Benfica na edição 2019 da ICC.
A preparação da equipa para a época prestes a iniciar-se, consolidando processos e integrando as caras novas, era o objectivo principal. Bruno Lage demonstrou-se muito satisfeito: “A pré-época foi boa, com registo competitivo muito forte. Tivemos duas semanas muito boas nos Estados Unidos da América. Saímos daqui com menos dúvidas.”
Também nas vertentes institucional, empresarial e comercial foram cumpridos os objectivos delineados. É entendimento geral, entre os membros da vasta comitiva benfiquista, que os contactos estabelecidos e as diversas actividades empreendidas possibilitarão um salto qualitativo na organização e funcionamento, a vários níveis, do clube e contribuíram indelevelmente para a projecção da marca Benfica.
Registe-se, mais em particular, a dinâmica imprimida em torno das Casas do Benfica, as quais, recorde-se, são onze na América do Norte, tendo sido sete as visitadas nesta digressão, incluindo a inauguração da imagem uniformizada de duas delas (San Jose e New Bedford). O destaque recai, naturalmente, nesta última. Luís Filipe Vieira teve a possibilidade de marcar presença e a muito significativa afluência de benfiquistas foi motivadora para os diversos desafios que se colocam ao clube. Viveram-se momentos inesquecíveis, reveladores de que a mística benfiquista perdura e se vive intensamente aquém e além-fronteiras.

P.S.: “Enea” é o prefixo de origem grega (“nono” para os latinistas) que o Benfica pode usar para caracterizar a sua hegemonia no atletismo. Este fim de semana, sagrámo-nos eneacampeões nacionais de Pista. Foi a nona vez consecutiva que ganhámos o Campeonato Nacional, um feito que, nas modalidades consideradas principais, só a nossa equipa feminina de voleibol, as “Marias”, havia conseguido anteriormente (1966/67 a 1974/75). Este título junta-se às conquistas dos títulos nacionais de Futebol, Futsal e Voleibol, cimentando o domínio desportivo benfiquista nas sete modalidades com maior notoriedade no desporto português. Queremos e lutaremos por mais na próxima temporada!"

(...), criador do site ojotajarenovou.com, acredita que Fejsa está prestes a ser vendido às peças a uma sucata turca

"Vlachodimos
A agilidade de Mattia Perin, os reflexos de Cillesen, o posicionamento de Trapp e o jogo de pés de Binya. Pronto, jogas tu, Ody. Não se fala mais nisso.

Nuno Tavares
A mente perversa de Bruno Lage continua a fazer das suas. Mais uma sessão de tortura infligida a Nuno Tavares, que terminou com o jovem de volta à sua posição natural e a aniquilar milaneses. 

Rúben Dias
Depois de conduzir o quarteto defensivo do maior clube português ao título nacional e de garantir mais uma conquista para a seleção do seu país, Rúben Dias prepara-se para conquistar a primeira International Champions Cup. Desengane-se quem acha que o jogador é o denominador comum. É apenas mais uma operação do Benfiquistão, que continua a intervir nos bastidores do futebol mundial. Mais um que vamos pagar para vender, seguramente.

Ferro
Mais uma ficção criada pelos guionistas do Seixal, que desta vez pediram a Ferro para chegar um pouco mais tarde a alguns lances, por forma a apimentar mais um jogo que o Benfica ameaçava dominar.

Grimaldo
Todos os lances em que cometeu erros deixaram no ar a leve suspeita de que Grimaldo fez de propósito para forçar a saída. Não sabemos se o faz porque anseia por um salário melhor num clube menor, se está simplesmente a adquirir ritmo para escavacar o Sporting na Supertaça ou se já percebeu que vem aí o Nuno Tavares.

Fejsa
Supostamente está em vias de ser vendido às peças a uma sucata turca, mas Fejsa mostrou que ainda está aí para as curvas. Desde que não sejam muitas ou muito apertadas. Se puder se uma recta será melhor para todos.

Gabriel
Não consigo precisar o minuto em que Gabriel decidiu virar o jogo com um passe que devia ser patenteado ou tornado património futebolístico da humanidade. É um movimento de anca que mais parece um swing e coloca a bola do outro lado do terreno, encostadinha ao pé de um colega, no tempo de um pestanejar. Merecia repetições várias, câmara fixada no rosto de colegas, adversários, treinadores, ou os muitos benfiquistas no estádio, enfim, o mundo inteiro em suspenso a admirar um simples gesto técnico que faz a pré-época valer a pena.

Pizzi
A verticalidade de Rafa e o maior protagonismo de Taarabt não devem fazer-nos suspirar por uma alternativa a Pizzi na direita. Não, amigos. Devemos, isso sim, agradecer aos deuses por termos mais formas de dinamitar as defesas adversárias.

Rafa
A sua melhor ideia em todo o jogo foi ter guardado os sprints malucos para a 2.ª parte. A tareia aos defesas do Milão foi mais do que merecida. Nota adicional: Rafael Alexandre, se voltares a falhar uma oportunidade como aquela da primeira parte, vais para a equipa sub-23.

Taarabt
O ritmo aparentemente pausado de muitas ações em campo faz-me ver no desempenho de Taarabt aquilo que eu seria capaz de fazer se passasse os próximos 6 meses a treinar às ordens de Bruno Lage. É ridículo, porque eu seria muito melhor do que o Adel, uma espécie de Michael Laudrup com melhores pés e pior feitio. Voltando ao assunto que aqui nos traz, há uma parte do Adel que parece interessada em relaxar, como se o corpo ainda arrastasse consigo os vícios de uma vida passada na noite lisboeta, ou lhe pedisse mais um shot. Isso ou o marroquino está condenado a viver com cadastro. Seja o que for, Taarabt parece capaz de carregar o fardo e, já agora, o piano, embalando o resto da equipa para uma vitória saborosa. Eu até propunha um brinde, mas pode correr mal. 

Seferovic
Mais uma vez Bruno Lage a surpreender um jogador, não com uma repreensão mas com uma lição. Seferovic anda há algum tempo com cara de enjoado, cara de quem não parece ainda convencido com o seu novo colega do ataque, e foi justamente por isso que Lage o plantou lá na frente, muitas vezes longe da bola, até o suíço reconhecer o erro e voltar a participar no carrossel ofensivo. Agora só lhe falta pedir desculpa a RDT, de preferência já no próximo domingo. CAIO Sempre que entra faz estragos. Estou quase rendido. Só falta pôr um sportinguista em férias a chorar e podemos ser amigos.  

Florentino
Quero aproveitar a oportunidade para vos dizer que, depois de pensar no assunto, concluí que fui algo injusto com Florentino no último jogo. Se isso aconteceu, é porque esta não é meramente uma relação adepto-jogador, mas antes um elo paternal que nos liga ao futuro melhor centrocampista mundial. Não é ralhete gratuito. É ânsia de perfeição, rumo à cláusula de rescisão.

Samaris
Poucos minutos na pré-época, mas nada que nos deva preocupar. Samaris conhece esta condição há muito e sabe que o plantel é rico em opções. Além disso vamos vender o Fejsa.

Ebuehi
Diz que está perto de conseguir fazer 90 minutos. Acumulados, sim.

Chiquinho
Em vez da habitual t-shirt a dizer I Love NY NY, comprou uns chocolates no aeroporto e regressou da Big Apple com um lugar no plantel do Benfica. A família compreendeu.

Jota
ojotajarenovou.com

Zivkovic
Coitado. Zivkovic é uma espécie de Perdidos e Achados, mas em vez de esperarmos 10 anos para saber como está a vida dele, vemos 5 minutos por semana. Por favor acabem com esta decadência e vendam-no ao Wolves por 25 milhões + objectivos. Não sei, liguem ao Jorge e vejam com ele."

Cadomblé do Vata

"1. Ponto prévio: sou filho futebolístico do final dos aos 80 / início dos anos 90... jogos contra AC Milan são os meus derbys europeus, com pouca distinção entre jogos oficiais e particulares.
2. Perdemos uma final.da Taça dos Campeões Europeus para o Cesare Madini e outra para o Paolo Maldini... entenderão pois o meu desespero quando entrou o Daniele Maldini.
3. Vlachodimos é um sensivelzão... Lage quer que os jogadores melhorem o seu desempenho através do desconforto da concorrência, mas com o grego vai bastando o desconforto dos rumores da concorrência.
4. Este SL Benfica - AC Milan foi um completo regresso ao passado... relembrou os tempos em que ambos disputavam finais das Taças dos Campeões Europeus e os tempos em que os jogos se disputavam em pelados.
5. Com a vitória garantida pelo golo de Taarabt ficamos em excelente posição para vencer a ICC... entretanto já enviei um email à Lusófona para ver se orientam equivalências de Champions League para este torneio."

Últimas impressões

"A uma semana da Supertaça, Benfica e Sporting vivem em estados de espírito bem diferentes. As águias somaram três vitórias na International Champions Cup e estão a um passo de vencer o prestigiado torneio de verão, ao passo que os leões chegam ao fim da fase de preparação sem nenhum triunfo, embora o empate diante do campeão europeu Liverpool seja um resultado muitíssimo positivo. Com a derrota de ontem diante do Valencia, a equipa de Keizer acaba por replicar aquilo que os outros dois rivais também fizeram e perderam o seu jogo de apresentação. Com uma diferença: ao passo que o Benfica foi derrotado pelo Anderlecht no primeiro teste, somando depois quatro vitórias consecutivas, FC Porto e Sporting acabaram a pré- temporada a perder. O que, de alguma forma, muda a percepção sobre o real valor de cada equipa.
A menos de uma semana do confronto do Algarve, o Benfica parece ter algum favoritismo. Mas Bruno Lage também tem problemas para resolver, quer no flanco direito da defesa quer na forma como funcionará a dupla de ataque. Os bons resultados conseguidos nos Estados Unidos não devem levar os benfiquistas a pensar que está tudo bem – e basta somar as seis bolas nos ferros de Vlachodimos nestas três partidas para se perceber que, em futebol, há uma distância muito curta a separar as vitórias das derrotas."

AC Milan - SL Benfica

"Último jogo da International Champions Cup. Último jogo da pré-época. O Benfica apresentou-se num 4-2-3-1 com Adel Taarabt a fazer de 10, Fejsa no miolo e tudo o resto igual ao último jogo. Voltámos a criar boas oportunidades. Temos 5-6 momentos muito bons. Defensivamente o Milan conseguiu criar-nos problemas como nenhuma equipa até agora criou. Vencemos com um golo de Adel Taarabt e ficamos agora à espera do resultado entre Milan e Manchester United para saber se ganhamos ou não esta prova. Umas notas sobre o jogo.
1. Odysseas Vlachodimos. Se o Odysseas ficasse desmotivado por o Benfica andar à procura de outro guarda-redes, então garantidamente não era guarda-redes para nós. Tem utilizado a pré-época para mostrar que venha quem vier é uma alternativa para Bruno Lage e hoje foi um grande exemplo disso. Fez várias defesas incríveis, saiu bem dos postes e controlou bem a profundidade. Está a lutar por um lugar e a superar-se. Gostei também do pontapé de baliza inovador a fazer lembrar o futebol de praia para sair a jogar à mão. Melhor em campo.
2. Adel Taarabt. Tem sido dos melhores nesta pré-época e com o cansaço de RDT que tem sido noticiado, Bruno Lage hoje deu-lhe este prémio. Joga sempre com passes muito simples mas que desequilibram bastante. Seja para o lado ou num jogo mais vertical, Taarabt consegue sempre decidir bem e fazer de uma jogada banal uma grande jogada. Para mim, está a chegar aquele nível em que a preocupação dos jogadores tem que ser colocar a bola no Taarabt à entrada da área e deixá-lo decidir porque o sair dali vai ser muito bom. Acaba por marcar um golo num remate na sequência de um canto que é desviado por um defesa do Milan.
3. Gabriel. Apareceu muito cansado, o que é normal, visto que provavelmente ainda anda com treinos bidiários nas pernas. Para a Supertaça acredito que já esteja mais recuperado.
4. Rafa. Não esteve mal, mas as coisas simplesmente não lhe saíram tão bem como é normalmente saem. Voltou a ter boas arrancadas, teve até as nossas melhores oportunidades nos pés, mas ou Donnarumma foi segurando o jogo. A melhor de todas foi na sequência de um passe de primeira do Taarabt que o deixa desmarcado na cara do guarda-redes.
5. Fejsa. Para o Lage o estar a meter em jogo é porque o Fejsa conta mais do que inicialmente se poderia pensar e isso muito provavelmente resulta de uma grande pré-época do sérvio. Na prática e no jogo jogado, eu não consigo ver uma grande mais valia naquele que já foi um grande médio defensivo do Benfica. O Fejsa não recupera tantas bolas como já recuperou, entra muitas vezes à queima e ofensivamente a sua contribuição é nula. A equipa ressente-se muito quando tem o Fejsa em campo porque é sempre menos um apoio que temos. Bruno Lage de certeza que tem uma ideia para ele. Por isso é que está a jogar. Eu é que até agora ainda não a consegui ver.
6. Nuno Tavares. A brincadeira de o meter a lateral direito já começa a não ter piada nenhuma. É que ofensivamente nem como apoio serve. Está sempre a travar as jogadas para puxar a bola para o pé esquerdo porque o pé direito é para subir o autocarro e pouco mais. A culpa não é dele e provavelmente Bruno Lage não tem uma solução melhor, mas isto não está a funcionar nada bem e limita muito a nossa construção (e o jogo do Pizzi). Quando passou para a esquerda foi outra coisa completamente diferente. O Grimaldo que se cuide.
7. Ferro e Grimaldo. Foi um jogo muito complicado para os dois. O Castillejo estava a jogar meio a apoio do avançado, meio a médio direito mas entrava sempre nas costas da nossa defesa pelo centro do terreno, permitindo que o Calabria, defesa direito, subisse. Como o Rafa não baixava muito para acompanhar o Calabria, o Grimaldo ficava sempre de olho no lateral e deixava muitas vez o Castillejo para o Ferro. Isto passava-se tudo numa fracção de segundos. Muitas vezes a bola entrava do meio do campo para as costas do Ferro em vez de na ala direita e valeu-nos o Odysseas que fez 2-3 grandes defesas. Na segunda parte a coisa melhorou e conseguiram apanhar o Castillejo várias vezes em fora de jogo, mas estivemos muito expostos ali.
8. Substituições. Depois do golo do Taarabt, Bruno Lage fez a primeiras substituições. Ninguém entrou especialmente bem, mas também ninguém esteve mal. Florentino teve um ou dois bons corte. Chiquinho teve detalhes interessantes. Caio Lucas criou boas oportunidades mas não decidiu muito bem. Zivkovic teve uma boa oportunidade mas não finalizou. Samaris continua a ser um caso estranho para mim. Foi dos melhores jogadores do Benfica na época passada. Sempre a um nível muito alto. Mas agora não tem jogado muito. Não sei se é por não estar a 100% ou outra coisa qualquer. É só estranho. Principalmente porque nos poucos minutos que teve nos EUA, pareceu-me encaixar-se melhor na equipa que o Fejsa.
Tendo em conta a temperatura, o estado do relvado (regado à mangueira durante o intervalo) que estava cheio de areia, o cansaço acumulado dos jogadores, não foi um mau jogo. A equipa tem capacidade para muito mais e noutras condições (jogadores devidamente repousados, outro relvado) acho que o nosso futebol vai fluir de outra maneira. Há aquelas desatenções defensivas que me preocupam um pouco, até porque apesar do Sporting não ter a qualidade do Milan, tem um grande jogador no meio campo que com 3 metros de espaço é capaz de fazer golo de qualquer lado no último terço do campo. Ofensivamente e tendo em conta que o Sporting ainda não teve um jogo que não tenha sofrido dois golos nesta pré-época, acho que pode ser uma Supertaça muito boa. Vamos ver como corre.
Neste momento, já só duas equipas podem ganhar a ICC. Nós e o United. Para sermos nós o United tem que perder, empatar ou ganhar por 1 ou 2 golos contra o AC Milan na última partida. É verdade que não jogámos contra Bayern, Barcelona, Atlético, Juventus ou Tottenham, mas estivemos bem acima da média nesta prova. Agora é dar continuidade.

PS: Que belo equipamento do AC Milan. Fiquei com inveja, Adidas."

O Bom, o Mau, o Herói e o Vilão do AC Milan-Benfica

"No último jogo na International Champions Cup, nos EUA, o Benfica fechou a pré-época da melhor maneira, com uma vitória frente aos italianos do AC Milan (1-0). Segue-se agora a Supertaça, perante o Sporting. (...)

O Bom
Não tendo realizado uma exibição de encher o olho, o Benfica subiu claramente o nível colectivo na 2ª parte e conseguiu terminar o jogo com várias oportunidades, tendo concretizado um golo (algo fortuito) de Taarabt - também ele protagonista de uma excelente exibição, a segundo avançado, como uma espécie de 10, com Seferovic mais à frente (Raúl de Tomás ficou a descansar).
A vitória - a terceira em terras norte-americanas - permite assim aos benfiquistas encerrar a pré-época da melhor maneira possível, com um resultado positivo. Não sendo essencial, é importante, porque a Supertaça está já aí à porta e, do outro lado da 2ª circular, o rival não ganhou na pré-época. Ou seja, a (falta de) confiança pode sempre influenciar.

O Mau
É certo que a pré-época é muitíssimo cansativa e o Benfica tem completado muitos jogos nos EUA, mas a equipa teve uma 1ª parte demasiado apática, permitindo ao AC Milan mandar no jogo sem grandes dificuldades. Faltou pressão mais à frente para condicionar os italianos, que iam entrando no meio-campo alheio sem grande dificuldade - onde Fejsa também não se mostrou particularmente inspirado e mesmo Gabriel pareceu preso de movimentos.
Mais atrás, Grimaldo fez uma exibição q.b., com Ferro e Dias seguros, mas, à direita... Facto: Nuno Tavares é bom jogador. É, aliás, aos 19 anos, um ótimo lateral esquerdo, com tudo para ser importante na época que se avizinha, ainda que Grimaldo seja o titular da posição. Contudo, jogar a lateral direito não é, obviamente, a mesma coisa para um canhoto. O jovem sente algumas dificuldades para dar profundidade ao corredor naquela posição, o que foi ainda mais notório quando, na 2ª parte, passou para o lado esquerdo e ainda protagonizou uma excelente arrancada. Enquanto André Almeida estiver lesionado, servirá; depois, dará lugar ao veterano.

O Herói
Habitualmente, aponta-se como herói o marcador do golo da vitória - e é um facto de Taarabt se exibiu a bom nível, mostrando que pode perfeitamente ser uma alternativa viável para a posição -, mas o maior destaque vai para outros dois jogadores do Benfica. Na 1ª parte, indiscutivelmente, o herói foi aquele que supostamente ia perder o lugar para um Dom Sebastião qualquer que iria chegar (chegará?) para a baliza: Odysseas Vlachodimos. Se o Benfica não ficou em desvantagem na primeira metade, por variadíssimas vezes, isso deveu-se ao guardião grego, que esteve seguríssimo entre os postes.
Na 2ª parte, ainda que Odysseas também tenha estado em ação, o destaque vai claramente para Rafa, que protagonizou várias daquelas arrancadas imparáveis e animou o ataque benfiquista, o que acabou por aumentar o volume de investidas à baliza italiana e, consequentemente, chegar ao golo.

O Vilão
O vilão deste jogo é terrivelmente óbvio, e não é nenhum jogador: o "relvado". Parece pouco importante, mas é da maior importância (particularmente num torneio deste nível): quase sem relva e seco, obrigou a maior desgaste nos jogadores para a realização das mais básicas acções técnicas, uma vez que a bola parecia sempre algo incontrolável num terreno em que a areia saltava constantemente."

AC Milan 0-1 SL Benfica: o herói inesperado

"No terceiro e último jogo disputado na competição, o SL Benfica somou a terceira vitória na International Champions Cup. Com um golo solitário de Adel Taarabt a 20 minutos do fim, os encarnados carimbaram os nove pontos na competição que lhes pode valer o troféu (não me atrevo a chamar-lhe “título”).
Com um onze inicial próximo do previsível onze que iniciará a Supertaça (Vlachodimos; Nuno Tavares, Rúben Dias, Ferro e Grimaldo; Pizzi, Fejsa, Gabriel e Rafa; Taarabt e Seferovic), as águias entraram bem, sendo mais fortes nos primeiros 15 minutos e criando, nessa janela temporal, perigo por duas vezes, por Rafa e Taarabt. No primeiro quarto de hora, os encarnados defenderam com linhas altas e com os jogadores bem posicionados, ainda que não tenham imprimido a pressão alta e intensa que marcou os primeiros minutos do jogo frente à Fiorentina e que é marca de Bruno Lage. Ainda assim, conseguiram inibir a saída em construção a partir do guarda-redes do AC Milan.
No entanto, também o SL Benfica apresentou dificuldades nessa vertente do jogo, denotando-se alguma passividade e lentidão de processos no primeiro terço. Aproveitou a turma italiana que, aos 16 minutos, aqueceu o ferro da baliza defendida por Vlachodimos, já pré-aquecido a 32ºC, temperatura que se fazia sentir em Foxborough, Massachusetts, no Gillette Stadium. A bola não entrou, mas o domínio da partida passou para o lado milanês, de onde não saiu até ao intervalo.
Os pupilos de Giampaolo foram criando perigo e somando oportunidades diversas, mas sempre partindo do corredor central, espaço mal defendido pelo SL Benfica, que demorava a encurtar espaço na zona dos 25 metros para os médios do AC Milan que procuravam a posição frontal. Fazendo usufruto desse espaço, a equipa rossoneri utilizava sempre uma de duas fórmulas: remate de meia distância ou paralelas pela relva entre os centrais ou entre o central e o lateral, procurando os movimentos em diagonal de Piatek ou de outro jogador que atacasse as costas da defensiva encarnada. E, não raras vezes, esse espaço era encontrado pelos italianos. Era-o muito pelo facto de o SL Benfica mostrar claramente estar a praticar/treinar a colocação dos adversários em fora-de-jogo, notando-se uma preocupação por parte da linha composta por Tavares, Dias, Ferro e Grimaldo de suprir uma falha apontada publicamente por Bruno Lage durante a semana.
Esporadicamente, a equipa da Luz mostrou boas dinâmicas ofensivas e boas jogadas de entendimento, sobretudo na segunda parte, em que o SL Benfica conseguiu equilibrar a partida. Pecando, acima de tudo, na decisão, no último passe, no critério, os comandados de Bruno Lage executaram com qualidade movimentos da esquerda para o centro, prosseguindo, por vezes, até ao corredor direito, apanhando, pela rapidez com que a bola trocava de flancos, os milaneses em desequilíbrio. Mas o golo não surgia, nem para um lado nem para o outro, apesar das tentativas. Tentativas goradas pelos postes, pela ineficácia e pelas excelentes exibições de Vlachodimos e Donnarumma (saiu ao intervalo). 
Do ponto de vista do AC Milan, a não chegada ao golo justificava-se, creio, por se tratar do segundo jogo de pré-época da segunda equipa mais titulada da história da Liga dos Campeões/Taça dos Campeões Europeus. Já o SL Benfica pode justificar a dificuldade em praticar um futebol de excelência por dois fatores, na minha opinião: primeiro, Fejsa não conseguiu dar à equipa o que esta precisa e que tem recebido de Samaris e, a uma extensão notável, de Florentino. O médio sérvio não conseguiu ser a tarântula que já foi defensivamente e não conseguiu construir, delegando a Gabriel essa função. Segundo, a entrada de Taarabt para a posição de segundo avançado trouxe nuances à ideia de jogo do SL Benfica, pelas características do marroquino, que não é – ninguém é – Jonas nem João Félix. No entanto, essas nuances notaram-se mais no momento defensivo. Com Raul de Tomas e Seferovic, os dois avançados formavam a primeira linha de pressão, Pizzi e Rafa juntavam-se aos médios centro para formar uma linha de quatro e o quarteto defensivo era a terceira e última linha no momento de defender. Com Taarabt, os encarnados defenderam com quatro linhas – quarteto defensivo, médios centro, alas e Taarabt, Seferovic.
Aos 69… o 49. Adel Taarabt, um dos melhores em campo a par de Rafa e Vlachodimos, assumiu o papel de herói (algo) inesperado e apontou o golo da vitória, com um remate à entrada da área italiana, descaído para a esquerda, rebatido por uma das pernas de um dos jogadores do AC Milan, que não conseguiu aliviar a bola na sequência de um canto pela direita. O resultado não se alterou até ao final da partida, que contou ainda com Ebuehi, Caio Lucas, Samaris, Florentino, Chiquinho, Jardel, Zivkovic e Jota.
Num jogo quente – pelo clima, pela intensidade e pela excitação dos 27.565 adeptos presentes no estádio cuja relva deixou um pouco a desejar (influenciou o rolar da bola, por vezes) – e bem disputado, o SL Benfica levou o AC Milan de vencida pela primeira vez e fica à espera do que faz o Manchester United FC no próximo sábado frente a esta mesma equipa. Se os ingleses não vencerem por pelo menos quatro golos, os encarnados serão os vencedores da oitava edição da International Champions Cup.

Onzes inciais e substituições:
AC Milan: Gigio Donnarumma (Pepe Reina, 46′); Davide Calabria (Andrea Conti, 46′), Mateo Musacchio (Matteo Gabbia, 64′), Alessio Romagnoli e Ricardo Rodríguez (Ivan Strinic, 64′); Çalhanoglu (Rade Krunic, 64′), Lucas Biglia, Fabio Borini (Marco Brescianini, 87′) e Suso; Samu Castillejo e Krzysztof Piatek (Daniel Maldini, 87′)

SL Benfica: Vlachodimos; Nuno Tavares, Rúben Dias, Ferro (Jardel, 73′) e Grimaldo (Ebuehi, 73′); Pizzi (Chiquinho, 72′), Fejsa (Florentino, 73′), Gabriel (Samaris, 72′) e Rafa Silva (Caio Lucas, 72′); Taarabt (Jota, 86′) e Seferovic (Zivkovic, 87′)"

A definição de estar pronto

"A inspiração nem sempre está connosco e, nestas ocasiões, o teclado é o fiel companheiro que podemos usar para obtermos alguma de um fidelizado amigo, que é mais um doutor com resposta para tudo. Neste meu pedido de ajuda à enciclopédia mais porreira que há, dei com uma frase de Anthony Bourdain, falecido chef que existiu como um dos contadores de histórias mais naturais, carismáticos e gostáveis diante de uma câmara: "A preparação prévia previne o fraco desempenho". 
Escreveu Bourdain, um tipo que, sem esforço aparente, parecia sempre tirar das pessoas o que de melhor tinham para contar, que isso é um dos lemas do exército americano que dizia seguir à letra, mesmo que muitas vezes dissesse que o seu talento era, simplesmente, conversar e perguntar coisas. 
Não é preciso Dr. Google que nos diga que o maior sinónimo de preparação no futebol é treinar, treinar e treinar, mais ainda se for na pré-época, onde até os resultados dos jogos se vendem como irrelevantes porque, lá está, importa é preparar para quando a diferença entre ganhar ou perder já for muito relevante. Ao fim de seis jogos destes, o Sporting acumulou três derrotas, três empates e só não sofreu dois golos num jogo - portanto, nunca ganhou, não defendeu bem, não atacou melhor. Mas, chegados ao fim, ouvimos o sempre tranquilo Marcel Keizer dizer: "Estamos prontos para começar". 
Ser positivo é diferente de ser optimista e o treinador holandês andará algures na virtude do meio. O Sporting continua ultra dependente do que a bola passa a ser depois de passar por Bruno Fernandes, ainda joga com repelões e sem constância na intensidade e não lida nada bem com transições defensivas. Melhorou de jogo para jogo, mas o melhorar torna-se relativo quando não se ganha, relativizando-se mais quando o primeiro encontro a sério é já no domingo (a Supertaça Cândido de Oliveira) contra um adversário que parece ter-se aprontado melhor.
Se o estar pronto é estar bem preparado, o Benfica das sete vitórias e uma derrota na pré-época e dos apenas quatro golos sofridos terá feito um bom caminho, mesmo que os resultados não importem assim tanto. Isso nunca deixou de ser verdade. Ganhando, porém, os jogadores e a equipa tendem a ficar com confiança, coisa mental que muito importa durante um jogo para fazer a mais básica das coisas sem pensar nela, ou para continuar sem pensar quando algo adverso (um golo sofrido, um mau passe, uma recepção falhada, etc.) acontece.
Sinal disso também é tentar coisas novas e não apenas tentar melhorar o que já não devia dar tantos problemas, mesmo durante a pré-temporada.
Bruno Lage não falou se o Benfica está, ou não, pronto para o que aí vem. "Saímos daqui com menos dúvidas". Se estar pronto é aparentar estar mais e melhor preparado do que o primeiro adversário que se terá em jogos a valer, então um treinador talvez tenha dito a frase que deveria ter vindo do outro.
(...)"

O regresso de Jesus após quarenta dias e quarenta noites no deserto

"A partida de Jorge Jesus para as Arábias abriu uma cratera no futebol português por onde desapareceram as conferências de imprensa de antologia, as cabriolices de linha lateral, as desandas aos jogadores e toda uma poética do rolo compressor, de ataque vertiginoso e, por vezes, da correria de galinha sem cabeça. Quando Jesus chegou ao Benfica, faz agora dez anos, lembro-me de discutir a contratação com um tio-avô cujo benfiquismo inequívoco já tinha conhecido dias mais exuberantes. Após anos de modorra, de falsas promessas, de desnorte táctico, de jogadores mais fadados para o dressage do que para a alta intensidade do futebol moderno, as palavras de Jesus – “comigo estes jogadores vão jogar o dobro” – foram recebidas pelo meu parente com certa fleuma confuciana. Eu, traumatizado pela polidez tauromáquica de Quique Sanchéz Flores – a memória tem vida própria e lembro-me dele não com o fato de treino do Benfica, mas em traje de luces, montera e capote – apreciei a saudável loucura de Jesus, a sua tendência para a hipérbole, a sua filosofia de “tudo ou nada”, “ou vai ou racha.” 
Habituado a longas curas em águas termais, com os jogadores a arrastarem-se em campo como tuberculosos em passeios circulares num sanatório, o Benfica precisava de uma terapia de choque, de um desfibrilhador, e Jesus trouxe a descarga eléctrica necessária para acordar o plantel e as bancadas repletas de céticos, desiludidos e mortificados. Jesus chegou, viu e venceu, mesmo com um exército a chegar ao fim de gatas. Não vale a pena relembrar ao pormenor a montanha-russa das seis épocas de Jesus no Benfica, mas é inegável que aqueles seis anos mudaram o futebol do Benfica e o futebol português.
A saída para o Sporting, apesar de todos os esforços de comunicação, foi dolorosa. Com todos os seus defeitos, a sua vocação atrabiliária, as suas derrotas épicas, a húbris de herói trágico, Jesus era nosso, dos benfiquistas. Com a mudança para Alvalade, o epicentro do futebol português deslocou-se algumas centenas de metros e o homem que, sozinho, fazia de cada temporada uma expedição única na sua mistura de conquistas, naufrágios e escorbuto, foi liderar as caravelas de um rei maníaco.
O estupendo fracasso do Sporting, em que teve alguma responsabilidade mas não toda, foi o grande acontecimento daqueles três anos. Enquanto os troféus de Rui Vitória eram baços, mortiços, as derrotas de Jesus, tal como já tinha acontecido no Benfica, resplandeciam, tinham qualquer coisa de ouro e glória, como se um tivesse ido buscar as vitórias debaixo da terra, desenterrando-as das pedras e do pó, e o outro tivesse caminhado até ao topo da montanha mais alta, onde o ar é mais límpido, para regressar com o cálice rebrilhante da derrota. É isso que distingue Jesus dos outros: as suas derrotas brilham mais que as vitórias deles.
Foi com mágoa que o vi partir para os seus quarenta dias e quarenta noites no deserto, tentado por promessas de riqueza asiática. Mesmo no Sporting, Jesus ainda estava suficientemente perto para animar os nossos fins-de-semana, para contrapor aos discursos balofos e rotundos dos seus adversários a lâmina aguçada do seu português menos que perfeito. As notícias dos seus sucessos nos Emirados chegavam amortecidas pela sensação de exílio dourado e estéril, como as actividades lúdicas da aristocracia europeia no refúgio do Estoril. Jesus balouçava indolentemente num trapézio de gaiola.
A ida para o Flamengo recuperou-o para o mundo dos vivos. Agora, em Portugal, podemos todos apreciar o treinador sem a intromissão do veneno clubístico. Podemos festejar as goleadas áureas do Mengão e festejar também as suas derrotas patéticas contra clubes equatorianos, podemos sorrir com a audácia de Jesus e rir a bandeiras despregadas com as suas invenções clássicas que, no Brasil da imaginação, já lhe valeram o apodo de Professor Pardal, podemos divertir-nos com as suas histéricas correcções de posicionamento e com as suas galantes tiradas às “jornalistas femininas” com o donaire de Don Juan da Amadora a treinar a gramática do malandro carioca. É justo dizer que ir para o Flamengo foi a melhor decisão que Jorge Jesus tomou nas nossas vidas."

Benfiquismo (MCCXLVI)

Cabeludos...!!!

Vermelhão: Três jogos, três vitórias...

AC Milan 0 - 1 Benfica


... e assim foi a participação do Benfica, na International Champions Cup, o torneio de Verão que junta as principais potencias futebolistas do planeta!!! Quem diria, olhando para as anteriores participações neste torneio, que o Benfica iria 'limpar' a concorrência!!! Sendo que ficamos à espera do Manchester United - AC Milan do próximo fim-de-semana, jogado em Cardiff, para saber se vamos levantar o 'caneco'!!!

Não fizemos um grande jogo, o Milan colocou-nos muitos problemas, mas soubemos aguentar o 0-0 nos momentos onde estivemos pior, e depois acabámos por marcar perto do fim - com alguma sorte, admito... -, mas estas também contam!!!

Entrámos muito bem, fizemos 15 minutos bons... mas depois perdemos o domínio territorial, 'perdemos' a posse de bola, e o Odysseas passou a ser o nosso MVP!!! O empate ao intervalo podia parecer injusto para os Italianos, mas a verdade é que com o Milan 'por cima', sempre que fomos à área do adversário, criamos muito perigo, com o Donnarumma também em 'grande'!!!
Voltámos a entrar muito bem no 2.º tempo... mas depois o jogo acabou por ficar dividido, com oportunidades para os dois lados!!! Até que marcámos...
Como é óbvio, os jogadores estavam conscientes do resultado, e da possibilidade de vencermos o torneio, portanto nos últimos minutos não foi um jogo típico de pré-época... mesmo com muitas alterações, a prioridade era mesmo defender a vantagem mínima!!!
E acabámos por conseguir o objectivo, mesmo com alguns sustos...

No final o Mister falou de uma situação que na pré-época é ligeiramente diferente: a análise ao adversário! Enquanto nos jogos oficiais, a análise ao adversário é exaustiva, na pré-temporada, isso não acontece... Existe uma maior preocupação nos nossos 'processos' do que travar o adversário... Hoje, ao intervalo, algumas alterações de posicionamento foram suficientes, para equilibramos a luta no meio-campo...
Voltámos a beneficiar da 'ajuda' dos ferros, mas mais uma vez a maioria das oportunidades do Milan foram em remates de longe... Aliás isso tem sido uma característica interessante: temos dado poucas oportunidades de 'área' aos nossos adversários... Não é fácil ganhar as 'costas' da nossa linha defensiva, 'preferimos' que os adversários rematem de longe, do que 'isolados'!!!
Isto é importante, porque um dos problemas da pressão alta do Benfica, é o espaço, entre o nosso meio-campo e a linha defensiva... muitas vezes parece que os Centrais deveriam jogar um pouco mais adiantados, mas se calhar o treinador, estrategicamente, prefere que assim seja...!!!

O R.d.T. foi poupado (não treinou nos últimos dias); e durante o jogo o Gabriel e o Grimaldo ainda 'assustaram'!!! Jogar com estas temperaturas tão altas, com o sol 'em cima', muita humidade, em sintéticos 'manhosos' é muito perigoso!!! É verdade que o cachet é bom, a visibilidade é global... mas, no próximo fim-de-semana temos o primeiro jogo oficial!!!

Ody MVP !!! Curioso que depois de tanta 'conversa' sobre guarda-redes, o Ody tenha feito uma pré-época perfeita!!! Em grande... Pessoalmente, também acho que o Benfica deveria tentar outro guarda-redes de alto gabarito... reconheço que o Ody tem limitações, mas compensa noutros aspectos, e tem o suficiente para ser guarda-redes titular do Benfica! Agora, como em todas as outras posições, a 'competitividade' interna é importante, tal como o Lage recordou... E é nesta perspectiva, que a chegada de outro 'goleiro' pode ser interessante...
O Taarabt marcou e continua com uma enorme vontade em mostrar serviço... hoje jogou mais adiantado, numa posição que em jogos mais 'difíceis' poderá fazer sentido, mas em condições normais, será usado como 8... E com o Gabriel a demonstrar pouca mobilidade, se calhar o Taarabt poderá ter mais oportunidades do que seria expectável... Sendo que na capacidade do passe vertical, no meio, o Taarabt é muitíssimo bom, melhor do que o Gabriel!!!
Os poucos minutos do Nuno Tavares na esquerda, foram os suficientes para perceber onde ele tem que jogar...
Curiosos os poucos minutos do Ebuehi, parece que está a ganhar ritmo...
Foi uma digressão digna do Benfica. Mesmo com as temperaturas elevadas e os sintéticos, valeu a pena. Pelo futebol, a equipa estar a ganhar as rotinas necessárias... mas também do ponto de vista social! Mesmo com muitos emigrantes, neste momento em Portugal de férias, o Benfica nas últimas semanas tornou-se no principal embaixador do país na América do Norte!!!

O onze da Supertaça é um 'mistério'!!! O Lage tinha avisado que hoje não iria utilizar o 11 para o Sporting, e assim foi... Aliás, posso apostar que o 11 do Algarve, não terá sido utilizado nestes últimos três jogos!!! Mas a equipa foi 'treinando', sector a sector as diferentes rotinas, e estou confiante...

Historicamente, o sucesso na pré-época, é completamente irrelevante! São inúmeros os exemplos de pré-temporadas 'desgraçadas' que acabaram em títulos de Campeão e o inverso também, mas sabe sempre bem começar a 'ganhar'!!!
Só quando o 'mercado' fechar é que podemos analisar o plantel, mas arrisco que estamos perante um dos plantéis com mais opções dos últimos anos! Com o regresso do Almeidinhos, com o Ebuehi a ganhar ritmo, creio que 'resolvemos' um problema... A notícia de hoje, sobre um jovem segundo avançado Alemão agrada-me, pois parece-me ser de facto, um aspecto que podemos melhorar, pois tanto o Jota como o Chiquinho, apesar de poderem jogar naquela posição, não têm as rotinas... E se sempre vier o tal guarda-redes para competir a sério com o Ody pelo lugar, teremos mesmo o melhor plantel das últimas épocas!!!
E como o treinador já provou ser competente, temos tudo para ter mais uma época repleta de sucessos!!!

Eneacampeão - 31.ª Campeonato Nacional !!!

Mais um... São 9 Campeonatos consecutivos!!! 31 no total.... Tudo isto com várias ausências por lesão!
No feminino, fizemos o melhor resultado dos últimos anos... mesmo com muitas das nossas ex-atletas do outro lado!!! E o sacrifício de algumas das nossas, que mesmo lesionadas, contribuíram...

Tanto o vice-presidente Fernando Tavares, como a Ana Oliveira, não ficaram calados, sobre o que se passou em Leiria, nestes dois dias!!! Continua a ser muito mais difícil, a um atleta do Benfica ganhar uma prova...!!!

Masculinos:
2.º,100 metros, Diogo Antunes, 10,59s
1.º,110 metros barreiras, João Vítor Oliveira, 13,99s
1.º, 200 metros, Frederico Curvelo, 21,30s
1.º, 400 metros, Raidel Acea, 47,05s
1.º, 400 metros barreiras, Lucirio Garrido, 56.10s
2.º , 800 metros, José Carlos Pinto, 1:58, 77mim
1.º, 1500 metros, Isaac Nader, 4:09,49mim
1.º, 3000 metros, Edward Zakayo, 8:20,33mim
2.º, 3000 metros obstáculos, André Pereira, 9:03,30mim
1.º, 5000 metros, Edward Zakayo, 14:17, 41mim
2.º, Marcha (5000 metros), Miguel Carvalho, 20:17,22mim
1.º, 4x100 metros, André Costa, Rafael Jorge, Frederico Curvelo, Delvis Santos, 40,27s
2.º, 4x400 metros, Ricardo dos Santos, João Coelho, Mauro Pereira, Raidel Arcea, 3:11,51mim
2.º, Salto comprimento, Ivo Tavares, 7,57m
1.º, Triplo Salto, Pedro Pablo Pichardo, 17,22m
1.º, Salto em altura, Paulo Conceição, 2,17m
1.º, Vara, Diogo Ferreira, 5,30m
1.º, Peso (7,260 kg), Tsanko Arnaudov, 18,85m
1.º, Disco (2kg), Francisco Belo, 57,72m
1.º, Dardo (800 g), Leandro Ramos, 72,66m
1.º, Martelo (7,260 kg). António Vital e Silva, 69,65m

Femininos:
2.º, 100 metros, Tamiris De-Liz, 11,79s
3.º, 100 metros barreiras, Fatumata Balde, 14,39s
2.º, 200 metros, Catarina Lourenço, 24,34s
2.º, 400 metros, Rivinilda Mentai, 56,21s
6.º, 400 metros barreiras, Carolina Ribeiro, 1:07,79mim
2.º, 800 metros, Patrícia Silva, 2:11,71mim
1.º, 1500 metros, Marta Pen, 4:21,52mim
1.º, 3000 metros, Marta Pen, 9:21,55mim
2.º, 3000 m obstáculos, Carla Reis, 10:36,80mim
2.º, Marcha (3000 metros), Mara Ribeiro, 13:34,59mim
6.º, 5000 metros, Rita Miranda, 18:32,13mim
2.º, 4x100 metros, Fatumata Balde, Delphine Nkansa, Catarina Lourenço, Arialis Martinez, 45,79s
2.º, 4x400 metros, Rivinilda Mentai, Margarida Veiga, Carolina Ribeiro, Diana Afonso, 3:58,95mim
2.º, Salto comprimento, Fatumata Balde, 5,79m
3.º, Triplo Salto, Lecabela Quaresma, 12,66m
2.ª, Altura, Lacabela Quaresma, 1,72m
2.º, Vara, Beatriz Baptista, 3,45m
2.º, Peso (4kg), Eliana Bandeira, 15,93m
2.ª, Disco, Ivanilda Lopes (1Kg), 47,90m
5.º, Dardo (600g), Bárbara Bica, 42,43m
3.º, Martelo (4 kg), Cecília Rebocho, 48,05m

Sobre jantares, discussões e outros consumos

"Nesta sociedade de consumo compra-se tudo. Até barulho.

Mão e pedras
1. - 'Estar com quadro pedras na mão', que provérbio curioso, Excelência. Estar agressivo.
- Uma forma de hospitalidade ao contrário.
- Estar com quatro pedras na mão.
- É o que diz o povo.
- Mas parece tarefa difícil.
- Difícil?
- Sim, Excelência, se olharmos com atenção para a anatomia do ser humano e para o peso e volume das cosias.
- Neste caso, das pedras.
- Exacto.
- As pedras... explique lá, excelência.
- A mão que segure em quatro pedras estará basicamente anulada.
- Anulada?
- Sim, inutilizada por completo devido a toda essa invasão de peso, largura, comprimento e altura das pedras. Quatro pedras é muita coisa e a mão é pequena.
- Compreendo.
- Ou, de facto, a mão tem nela mesmo quatro minúsculas pedras, e se não minúsculas...
- ... não são ameaçadoras.
- Exactamente. Ou, então, mais vale não ter quatro pedras na mão, mas uma apenas. Uma.
- Uma?
- É o que parece.
- Uma questão de estratégia.
- E anatomia.
- Exacto, excelência! Uma pedra na mão, uma pedra consistente e ávida, é bem mais ameaçadora e terrível, é bem mais ameaçadora e terrível do que uma enorme quantidade de objectos naturais de possível percussão na cabeça de alguém.
- A pedra na mão como um dos mais antigos instrumentos de percussão: vai da mão de um à cabeça do outro...
- E provoca um som...
- ... um som maligno.
- Instrumento de violência, a pedra, quando atirada de longe e com pontaria.
- Pois, mas em termos de eficácia não há dúvida. Menos é mais: uma na mão em vez de quatro, por favor.

Comprar confusão
2. - E sobre algumas pessoas se diz que estão constantemente a... comprar barulho. Estranho, não?
- Sim, nesta sociedade de consumo compra-se tudo. Até barulho.
- Um disparate, excelência.
- Comprar barulho. Comprar, portanto, confusão.
- Comprar! Ou seja, não é de graça, tem um custo.
- Podemos pensar literalmente, excelência e imaginar uma personagem inversa.
- Inversa?
- Sim, um consumista, também. Que compra, portanto, mas que quer comprar... silêncio e calma.
- Silêncio e calma? Quanto custa?
- Não estou dentro dos preços.
- Pensar num homem que quer comprar música versus um homem que quer comprar barulho., etc. Muitas variações.
- Alguém que diz: em vez de comprar barulho, hoje quero comprar música. Uma mudança, radical, parece-me.
- Quanto custa o barulho?
- Quanto custa o silêncio?
- Quanto custa comprar a calma, quando custa comprar o alvoraço. O que será mais barato?
- Depende dos ambientes. Num ambiente de alvoroço médio alto, e calma é caríssima. Num ambiente normal de calma e tranquilidade, o barulho tem um custo mais elevado.
- O comprador de alvoroço, um nome mais estimulante.
- E bonito.
- Estava a pensar, excelência, que seria interessante se fosse possível vender-se um barulho específico: o barulho que o vizinho faz, por exemplo, quando decide fazer mudanças de mobílias pesadas a partir das onze e meia da noite.
- Vender barulhos próximos tal como se vende música, uma bela possibilidade.
- Vossa excelência ficava no mesmo sítio, mas ao vender o barulho que o seu vizinho faz, ficava mais tranquilo.
- Exactamente.
- Mas também se pode pensar não em vender, mas em alugar.
- Alugar?
- Alugar barulho; alugar complicações, etc.
- Que conceito estranho, mas curioso, excelência: alugarmos ou vendermos preocupações.
- Isso! Um mercado por explorar na área do aluguer.
- Estou a imaginar, excelência, uma pessoa que se aproxima de outra e pergunta se quer alugar as suas preocupações durante dois anos.
- Durante dois anos preocupa-se em minha vez com os meus assuntos, poder ser?
- Isso, exactamente. Que quer alugar as minhas chatices?
- Podemos pensar, excelência, que quem tem dinheiro pode fazer isso: vender ou alugar preocupações e chatices. Pago-te para te preocupares em minha vez.
- Eis uma boa utilização da riqueza, parece-me.
- Pois bem, mas, excelência, falávamos de quem comprar... barulho, de quem compra confusão.
- Sim. Que disparate, excelência, que consumista tão pouco sensato. Com tanta coisa para comprar e compra... barulho.
- Sim, excelência, tão pouco sensato este consumo em pleno século XXI. Tão pouco sensato!"

Gonçalo M. Tavares, in A Bola

Uma comissão espanhola

"Por diploma de 9 de Maio, o Governo espanhol criou uma nova Comissão Nacional para combater a manipulação nas competições desportivas e a fraude nas apostas.
No preâmbulo do documento podemos ler que a corrupção ligada à manipulação de competições desportivas e a fraude nas apostas é uma das maiores ameaças que paira sobre o desporto, portanto atenta contra os seus valores essenciais. Fazendo menção à comunicação da Comissão Europeia de 23 de Outubro de 2012 e à Resolução do Parlamento Europeu de 14 de Março de 2013, é colocada ênfase no facto de que este é um fenómeno que merece atenção também no quadro da União Europeia referindo ainda que a Convenção do Conselho da Europa sobre a manipulação de competições desportivas ainda não foi ratificada por Espanha.
Neste contexto, entendeu o Estado Espanhol que seria necessário estabelecer, a nível nacional, um canal de diálogo e cooperação entre autoridades públicas, organizações desportivas, organizadores de competições desportivas e representantes do sector do jogo, a fim de prevenir e erradicar a corrupção e manipulação de competições e apostas.
A Comissão terá, em concreto, para além de outras, as seguintes atribuições: promover a formação e educação na prevenção destes fenómenos; aprovar diagnósticos comuns entre os seus membros; aprovar recomendações ou planos de acção; aprovar um relatório anual sobre a actividade por si desenvolvida; colaborar com organizações, nacionais ou internacionais, com competências relacionadas com a prevenção e combate à manipulação de competições desportivas e fraude em apostas; receber informações de várias entidades de modo a centralizar todos os desenvolvimentos nesta matéria."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Boa sorte, Moreira!

"O guarda-redes José Moreira, que representou o Benfica durante 12 épocas (1999-2011), decidiu, aos 37 anos, colocar um ponto final na carreira de jogador de futebol profissional.

Atleta que deixa saudades a todos os Benfiquistas, Moreira, com o Manto Sagrado, esteve em campo no sucesso na Taça de Portugal em 2003/04 e também na importante conquista do Campeonato Nacional de 2004/05, sob o comando do italiano Giovanni Trapattoni. Além disso, alinhou em jogos de duas Taças da Liga vencidas pelas águias (2009/10 e 2010/11) e ainda no êxito na Supertaça Cândido de Oliveira de 2005/06.

Formado no Salgueiros, chegou ao Glorioso em 1999 e perfez um total de 148 jogos pela equipa principal das águias em 12 temporadas.
A rectidão que evidenciou enquanto futebolista é uma garantia de sucesso para esta nova etapa da vida de Moreira, que começa agora."

Actualização do SL Benfica no mercado: procura-se guarda-redes

"Após o jogo com o Chivas fiz um pequeno balanço quanto ao momento de construção do plantel do SL Benfica. As saídas confirmadas eram as de Corchia, Yuri Ribeiro, Krovinovic, Salvio, Jonas e João Félix. Já os reforços integrados eram cinco: Chiquinho, Caio Lucas, Raul de Tomas, Carlos Vinicius e Cádiz.
Entre os reforços, o destaque teria de cair sobre Raul de Tomas. O avançado, também conhecido por RDT, chegou para uma posição órfã de criatividade de golos de Jonas e João Félix e tem sido uma excelente surpresa. Tem golo, mobilidade, técnica, inteligência e uma rapidez de movimentos que lhe traz uma excelente capacidade de criar espaços dentro da grande área. Também Chiquinho e Caio Lucas têm vindo a mostrar algumas mais valias.
Passado uma semana, já se tendo jogado com a Fiorentina e a uma semana do arranque da época encarnada no derby com o Sporting CP para a Supertaça, há um novo balanço a fazer à abordagem ao mercado por parte do SL Benfica.
Há uma semana identificava como prioritária a contratação de um guarda-redes e de um defesa direito. Identificava também a posição de defesa central – um jogador para o lugar de Rúben Dias – como sendo algo a prestar atenção. A uma semana do arranque da época, continuo a destacar estas três posições na abordagem ao mercado. Com a menor utilização de Samaris e uma dupla que ainda não me convenceu – Florentino e Gabriel – vejo com mais optimismo a possibilidade de se contratar um médio para jogar com o brasileiro no meio-campo encarnado.
Neste período vimos cair nomes como os de Mattia Perin, Gonçalo Cardoso e possivelmente o de Brekalo. Por outro lado, é na baliza que parece estar praticamente todo o foco da direcção encarnada: só esta semana já se falou em Simon Mignolet, Robin Olsen, Gerónimo Rulli e Sergio Rico!
Destes, aquele que parece ter sido um alvo mais sério das águias é o argentino Rulli. Este guarda-redes de 27 anos e 1,89m tem sido o dono da baliza da Real Sociedad nas últimas cinco épocas. Um guarda-redes já a atingir a fase de maturação, seguro entre os postes e muito concentrado. Rulli enche bem a baliza e parece já dominar toda a parte técnica da sua posição. Vendo por este prisma seria uma mais valia comparativamente ao Vlachodimos. Contudo não parece um guarda-redes rápido nem especialmente ágil. Assim, podendo ser uma mais valia não acho que seja um guardião à medida da baliza do Estádio da Luz.
Sergio Rico, guardião espanhol de 25 anos e 1,94m, actuou na última época no Fulham depois de três épocas como titular do Sevilha. Apesar de não estar tão evoluído quanto Rulli, apresenta maior domínio do jogo aéreo, mais rapidez, agilidade e uma maior propensão para o jogo com os pés. A apostar num guarda-redes apostaria no espanhol.
Por fim, surgiu o nome do avançado alemão Luca Waldschmidt. Aos 23 anos, vem de uma época de maior afirmação no Friburgo, joga com o pé esquerdo e actua precisamente no espaço anteriormente ocupado pelo João Félix. Avançado móvel, de cabeça levantada e com um remate fácil, seja na área ou de meia-distância. Um jogador em plena afirmação que poderia causar estragos no campeonato português. Contudo parece-me que o foco da direcção do SL Benfica nesta altura já deveria estar noutras posições onde faltam jogadores e qualidade e não para um ataque onde abunda talento e executantes.
Bruno Lage tem sido muito claro na sua intenção de reduzir o plantel encarnado. Assim prevejo que nas próximas semanas assistamos a uma maior dinâmica nas saídas do plantel e que talvez a baliza veja o ingresso de algum reforço..."