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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Os campeões das pequenas coisas

É bem verdade que um campeão, em Portugal, precisa de ser o mais regular dos mais fortes. Como é verdade que dificilmente se pode explicar um campeão por um lance, um pormenor, um momento, muito embora para a posteridade tenha ficado aquele título do FC Porto à custa do improvável golo de Kelvin. Mas é importante reconhecer que um campeão também pode ser construído por pequenas coisas, como essa de ser capaz de acreditar que pode vencer até ao último momento do jogo.
Ontem, o Benfica deu um pequeno, mas não se sabe se importante passo, no caminho difícil e ainda longínquo dessa sua ambicionada conquista do penta. Um jogo muito complicado, que nem sequer correu ao sabor dos ventos da fortuna. Um adversário competente, muito competitivo, muito a saber o que tinha de fazer em campo, coisa que não é propriamente uma novidade nas equipas de Luís Castro. E, mesmo assim, o Benfica foi mentalmente forte para marcar e merecer marcar o golo da vitória já além daqueles noventa minutos que muitos comentadores televisivos, não se sabe bem porquê, costumam classificar de regulamentares.
Da explicação da história do jogo rezará, obviamente, a crónica na visão do cronista, mas é imperativo assinalar a boa saúde física e mental deste Benfica com assinatura de Rui Vitória. Acossado por críticas, dúvidas e pelos maiores elogios aos seus adversários mais directos, o Benfica, tal como já parecia prever o seu treinador, começou mal a pré-época, mas começou bem a época. Um título na Supertaça e duas vitórias firmes no campeonato em jogos de alto coeficiente de dificuldade."

Vítor Serpa, in A Bola

"Em mangas de camisa"

"Mau futebol, má conduta e arbitragem desastrosa, e malvestida, arruínam o primeiro jogo da época.

A 29 de Outubro de 1933 'abriu, finalmente, a época da bola'. 'Com uma concorrência regular e muito entusiasmo do público', o primeiro desafio do Campeonato de Lisboa teve início às 15 horas, no Campo de Santo Amaro. O Benfica e o União de Lisboa foram os protagonistas.
'As «equipes» entraram no rectângulo sob uma calorosa ovação, dando assim o público largas ao seu entusiasmo por ter acabado o «defeso» da bola'. Todo este êxtase, porém, depressa esmoreceu. Mau futebol, má arbitragem e não menos má conduta da assistência transformaram uma agradável tarde de 'football num espectáculo pouco recomendável'.
O primeiro tempo decorreu sob calma e correcção, mas na segunda parte 'o ambiente aqueceu' e 'o jôgo tomou uma feição deselegante, enveredando-se pelas violências'. Do espectáculo, constaram apedrejamentos recíprocos entre o público benfiquista e um jogador do União. 'Resultado: o ficou cheio de pedras, um espectador saiu com a cabeça a escorrer sangue e a Guarda teve de entrar em acção.'
Mas não foi só a 'pobreza de actuação das duas «equipes»' e a falta de civismo dos adeptos que arruinaram a tarde. A 'falta de «pulso» do árbitro também ajudou. Segundo a Stadium, 'O sr. Américo Lopes foi o único culpado de tudo quanto se passou em Santo Amaro. (...) Tecnicamente, a sua arbitragem constituiu um desastre. (...) Equivocou-se demasiadamente, assinalando faltas que jamais existiram, e deixando passar em claro outras'. 'O seu apito, de som fraquíssimo', também não esteve à altura. 'Não foram poucas as vezes em que os jogadores não lhe obedeceram, por o apito não se fazer ouvir como devia.' E, como se não bastasse, também a sua indumentária ficou aquém. Apresentou-se, parecendo ir para um «pic-nic»'. E a mesma revista acrescenta: 'O sr. Lopes há  de convir que não é traje próprio para se apresentar perante o público. Até por uma questão de higiene. Até porque é olhado com mais respeito'.
A 5 minutos do apito final, o Benfica fez o 2-1 e, com 'uma vitória arrancada a ferros', venceu a primeira jornada do Campeonato.
São inúmeras as situações peculiares que ligam o Benfica a outros clubes de Lisboa. Conheça algumas delas na exposição Lisboa e Benfica - 20 Clubes, 20 Histórias, na Rua do Jardim do Regedor, em Lisboa."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

Alvorada... "Manteiga" no rescaldo

As Regras dos Jogos... Transferências

(...) acredita que há algo de Tarantino na época de Jardel e que Pizzi merece um qualquer tacho institucional no futuro

"Bruno Varela
Excelente defesa aos 48’ a cimentar o seu estatuto de único gajo em condições de safar isto. Não lhe deram muito mais para fazer. Bruno Varela vai percebendo aos poucos que a titularidade de um guarda-redes num clube grande tem tudo para se tornar uma opção bastante sedentária, especialmente quando esse clube tiver uma defesa 100% funcional.

André Almeida
De cada vez que André Almeida saca um cruzamento, parece ser a primeira vez que o faz. Já para o adepto, é sempre como se fosse a centésima nova vez. O desfecho é sempre uma incógnita: nunca sabemos se a bola vai para o pinheiro, para o pinhal ou para a outra linha lateral. Enfim. Seja a defender ou a atacar, André Almeida tem sempre aquele misto de entusiasmo e deixa-me lá ver como é que se faz isto, um tipo de atitude que é amorosa numa criança de 4 anos e num futebolista profissional se torna assustadora. A malta reconhece o voluntarismo de André Almeida, mas vê-lo semanalmente a titular sabendo que não há pelo menos um Nélson Semedo a recuperar de lesão é uma actividade muito desgastante em termos emocionais.

Luisão
Foi batido uma vez de forma comprometedora, por Ricardo Carvalho, perdão, por Nuno André Coelho aos 75’. Tirando isso resolveu quase tudo o que lhe apareceu à frente e só não marcou porque a bola passou muito longe da baliza em todas as tentativas.

Jardel
Ok, já percebemos. Os dois primeiros jogos de Jardel a titular foram aquela cena do Kill Bill em que a Uma Thurman acorda numa cama de hospital, ainda debilitada e sem força para se levantar, e começa a preparar a sua fuga. O desgaste físico é brutal. Uma Thurman mal se consegue mexer, mas ainda não perdeu totalmente a lucidez. Bastou acordar do coma para voltar a si. Há no entanto uma diferença importante que devemos referir: ao contrário do que acontece no filme, Jardel não chegou a ser molestado sexualmente. No entanto, podemos dizer que as suas primeiras exibições esta época foram de uma violência inesperada e desnecessária. Felizmente para nós, o verdadeiro Jardel parece estar de volta. É certo que ainda o faz em grande esforço, mas aos poucos lá se conseguiu sentar ao volante do Pussy Wagon. Seja bem aparecido.

Eliseu
A 20 de Julho, duas mil pessoas em Portugal aguardavam por um transplante renal. O tempo de espera chega a atingir os cinco anos. Felizmente para ele, os rins de Eliseu só faleceram no mundo metafórico do comentário futebolístico de gosto duvidoso. De resto, nada como um emprestado do Sporting com cabelo oxigenado e uma atitude insuportável para tirar um gajo do sério.

Fejsa
Duelo com William

Pizzi
Como sempre, passou 90 minutos à procura de linhas de passe que mantivessem o Benfica no rumo do título. Hoje fez horas extraordinárias e foi preciso esperarmos até aos 92 minutos para ver um dos seus proverbiais meios golos que nenhum placar, VAR ou história do jogo fará a devida justiça em reconhecer. Se somarmos os meios golos de Pizzi ao serviço do Benfica, o homem já tem quase tantos golos marcados como Jonas. Continua assim, miúdo. Mais dez anos disto e tens um daqueles tachos de director de relações internacionais à tua espera. Sim, podem ser institucionais. Sei lá, logo se vê Pizzi. Já me arrependi de ter falado nisso.

Salvio
Os quatro primeiros lances de perigo foram seus. Apesar de nenhum ter resultado em golo, é um registo notável se considerarmos que nenhum dos quatro primeiros lances estúpidos foi da sua autoria. Salvio tem sido uma ameaça constante, para os adversários e para os adeptos. Nunca sabemos quem é que lhe vai rogar pragas, nós ou os outros. Hoje, por acaso, chateou muito mais os adversários e é de louvar. Deve ser um daqueles sistemas de rotação estilo liga inglesa.

Cervi
Agredido por Matheus.
Importantíssimo no ataque.

Jonas
Procurou estoicamente golos, desmarcações de colegas e o sentido da vida, mas à medida que o tempo passava foi esbarrando no autocarro do Chaves. É certo que se trata de um autocarro espaçoso com mudanças automáticas, cadeiras totalmente reclináveis, ar condicionado, USB, bluetooth, minibar e uns ecrãs para jogar FIFA, mas não deixa de ser um autocarro. O seu remate - excessivamente certeiro - ao poste na segunda parte foi o ingrediente de que o jogo precisava para o adepto se convencer de que hoje não havia mesmo maneira de marcar, o que só tornou tudo mais agradável no final. Obrigado, Jonas.

Seferovic
Foi estranho (isso ou mérito do Chaves). Seferovic passou boa parte do jogo a desenhar umas diagonais ininteligíveis para fugir aos excelentes defesas do Chaves. Por esse motivo, perdeu demasiado tempo com ideias irrelevantes como passes para o lado, triangulações com colegas, e cruzamentos para ninguém. Nada mais ilógico, se pensarmos na carreira de tiro em que o seu pé esquerdo transformou a pequena área dos adversários. Uma diagonal mais longa no início da segunda parte levou-o a abandonar o relvado. Foram dar com ele desorientado na A-52 a chegar a Ourense. Imaginem, um suíço que nem de Telheiras para o Estádio da Luz sabe ir. Felizmente, ambos os países têm boas auto-estradas e o jogador regressou ao Municipal de Chaves, mais concretamente à grande-área adversária do Grupo Desportivo da mesma cidade, a tempo de marcar um golo de calcanhar com uma classe só vista em Bergkamp no Mundial de 98 ou numa época qualquer do Arsenal.

Rafa
Eu até falava dos vários lances inconsequentes em que participou, mas não depois de uma assistência para golo que decidiu o resultado.

Raul Jiménez
Não está habituado a não salvar a equipa nos minutos finais. Espera-lhe uma noite de sentimentos contraditórios.

Filipe Augusto
Sim, o que é que tem?"

Benfiquismo (DLXI)

Marchar, Marchar...

Cadomblé do Vata

"1. O Seferovic veio a custo zero ahahahaha... esperem, o Jonas tambem AHAHAHAHAHAH.
2. Se continuar a marcar com esta frequência, antes do Natal temos de começar a tratar o suíço por Dr. Seferovic... os golos dele curam dores de cabeça Benfiquistas e cãibras adversárias.
3. Estás um jogo inteiro a rematar ao poste, a ver o central adversário tirar em cima da linha ou o guardião rival defender tudo. Marcas aos 90 minutos e dizem-te que tiveste sorte... é como atirares-te para a frente de um comboio depois de seres apanhado a comer sopa com um garfo e dizerem-te "olha, vá lá, teve sorte... podia ter morrido de sífilis".
4. Este Chaves devia ser objecto de estudo: durante 60 minutos oi o "Barcelona do Marão"... felizmente para o SLB, nos restantes 30 minutos foi o "Desportivo de Alcoitão".
5. Bruno Varela já me dá confiança entre os poste, mas ainda está inseguro quando deixa a solidão da linha de golo... talvez precise menos de treino de guarda redes e mais de consultas para tratar a agorafobia."

Vermelhão: Custou mas foi !!!

Chaves 0 - 1 Benfica



Estava a ver o jogo, e sem dizer nada, ia pensado: jogo 'apertado', a jogar contra Luís Castro, isto será 'resolvido' pelo Jiménez, a poucos minutos do fim!!!
Enganei-me... foi o Haris!!!!

Aquando do 'sorteio' da Liga, todos ficámos a saber, que o início do Campeonato, seria muito complicado para o Benfica!!! Creio que só os Benfiquistas do Norte, ficaram 'satisfeitos' com o Benfica de 15 em 15 dias, a deslocar-se a norte do Mondego, até Janeiro...!!! A única vantagem de jogar tão 'cedo' com o Chaves, poderia ser o facto, dos transmontanos terem 'mudado' muitos jogadores, e o Luís Castro ainda estar a introduzir o seu 'estilo' na equipa, mas se compararmos o jogo do Chaves, de quinta-feira em Guimarães, e o jogo de hoje, parece que os Flavienses 'apreenderam' tudo, em poucos dias!!! Uma mudança de atitude e de competência táctica, radical em poucos dias...!!!
A 1.ª parte não foi grande 'coisa', o Benfica criou as melhores oportunidades, mas não foram muitas... e o Chaves teve muita 'bola'! Típico em equipas treinadas pelo Luís Castro... o Rio Ave o ano passado na Luz, foi das equipas com mais posse de bola...
No 2.º tempo tudo mudou... foi um autêntico massacre, muitos oportunidades, bolas nos postes, desperdício... e se no início o Chaves ainda tentou 'jogar', a partir dos 60 minutos, começou o anti-jogo nojento, com paragens atrás de paragens, simulações, enfim o habitual festival...!!!

Este foi um daqueles jogos, onde uma analise 'resultadista' caso o Seferovic não tivesse marcado aquele golo, iria condenar o Benfica a uma exibição 'horrível' e iria exultar os transmontanos à Glória... Mas aquele golo, tudo muda!!! E justamente...
O Benfica ainda tem muito para crescer, as nossas lacunas estão identificadas... Mas fizemos mais do que o suficiente para ganhar tranquilamente...! E mesmo, no nosso sector mais debilitado (a defesa), acabámos por ser inteligentes: 'demos' espaço essencialmente nas laterais, 'fechando' as zonas interiores... Neste momento o 'cobertor' é curto, é impossível 'tapar' tudo... Permitindo assim, uma noite relativamente tranquila ao Varela... com uma grande defesa!!!
O MVP como é óbvio será o Seferovic, mas foi um jogo muito complicado para os nossos avançados, a 'impunidade' disciplinar imposta pelo árbitro, permitiu muitas faltas e jogo duro, dando 'esperança' aos nossos adversários, não permitindo, na minha opinião, uma exibição que se destacasse... O Salvio esteve bem na 1.ª parte, mas falhou golos, o Cervi melhorou no início da 2.ª... O Pizzi teve menos bola, mas foi decisivo no golo... Os Centrais, acabaram por 'safar' os Laterais várias vezes... O Fejsa, no dia de aniversário, esteve como de costume: intratável...!!!

A arbitragem do Jorge Sousa, foi o costume: critério disciplinar inacreditável, se o André Almeida mereceu o Amarelo, então praticamente nenhum jogador do Chaves chegaria ao fim do jogo... Também achei curioso, os fora-de-jogo mal tirados ao ataque do Benfica... nem com o VAR o critério muda (dar o beneficio da dúvida ao ataque do Benfica)!
Como não podia deixar de ser, a Realização da PorkosTV voltou a ser manhosa... nada de novo!!! Sendo que o ponto alto, é um penalty sobre o Jonas: até 'desculpo' o Sousa, já que foi uma falta 'sem bola', aliás a 'bola' estava bastante longe, mas a rasteira é clara, só tenho dúvida se é dentro ou fora da área... Sendo dentro da área, este é um daqueles lances típicos do VAR... Tendo o VAR, acesso a todos os ângulos, estou à espera de uma explicação para não ter sido marcado a falta...!
E ainda houve outro lance com o Jonas, muito parecido com o penalty assinaldo a favor dos Lagartos...
PS: O Guimarães perdeu hoje na Amoreira, e viu dois jogadores expulsos!!! Curiosamente, na próxima jornada, vai jogar contra os Lagartos!!! O Setúbal, logo na 1.ª jornada, teve um jogador expulso, e na jornada seguinte, defrontou os Lagartos... Deve ser coincidência!!!