Últimas indefectivações
sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
Equipa merecia mais
"Benfica e Bolonha empataram sem golos, na Luz, num jogo em que o Benfica criou várias boas ocasiões para marcar. Este é o tema em destaque na BNews.
1. Faltou o golo
O treinador do Benfica, Bruno Lage, refere: "Merecíamos muito mais por aquilo que criámos. Temos de valorizar esta exibição a crescer e o número de oportunidades que criámos. Mas, claro, estamos frustrados porque queríamos ter 12 pontos e não 10. Os jogadores acreditaram sempre até ao fim, e criámos oportunidades mais que suficientes para marcarmos. Faltou-nos marcar um golo que nos permitisse ter 12 pontos."
2. Resultado aquém da exibição
Otamendi frisa: "Fomos os que mais criámos situações de golo, ficamos com esse sabor de que podíamos ter somado três pontos. O grupo está bem, temos de seguir nesta dinâmica, com esta positividade."
Carreras, considerado o Homem do Jogo, realça a atitude da equipa: "Lutámos pela vitória. A outra equipa parecia contentar-se com o empate, mas nós, como sempre, lutámos até ao fim. Vamos continuar a trabalhar, falta muito."
Florentino perspetiva a prestação na prova: "É uma grande ambição do Benfica ir longe nas competições europeias, e acho que estamos no bom caminho. É continuar o trabalho que temos feito, e vamos chegar lá, com certeza."
3. Apurado
O Benfica qualificou-se para a próxima fase da UEFA Youth League ao ganhar, por 3-0, frente ao Bolonha. Vítor Vinha considera: "Fizemos um jogo muito competente, a saber por onde é que tínhamos de ir para chegar à baliza do adversário."
4. Em frente na Europa
O Benfica prossegue na CEV Challenge Cup Women, ao eliminar o ASP Thetis nos oitavos de final da prova. O próximo adversário é o Chieri '76 Volleyball, de Itália, vencedor da CEV Cup na temporada passada. A última presença benfiquista nos quartos de final desta competição aconteceu em 1968.
Rui Moreira realça: "Temos de continuar a trabalhar, pensar já na próxima eliminatória. É cada vez mais difícil, mas, enquanto for possível, nós vamos lutar e vamos tentar fazer novamente história."
5. Vitória nos Açores
Em andebol, o Benfica venceu, por 24-40, na visita ao SC Horta.
6. Embate europeu na Luz
O Benfica recebe a Oliveirense em mais uma jornada da fase de grupos da WSE Champions League de hóquei em patins. Edu Castro apela à presença dos Benfiquistas: "Estamos muito focados em ganhar, fazer um bom resultado, e jogar outra vez em casa é uma alegria. Espero que venha muita gente, porque será um grande jogo de hóquei."
7. Convocatórias
A seleção nacional de futebol Sub-16 conta com sete jogadores do Benfica na mais recente convocatória.
E são cinco as futsalistas do Benfica chamadas pela seleção portuguesa.
8. Distinção
A glória do Benfica, António Simões, foi agraciada com a Medalha Municipal de Mérito Desportivo da Câmara Municipal de Lisboa."
Acordo entre a Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD e Roger Schmidt
"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que chegou a acordo com o anterior treinador Roger Schmidt quanto à compensação a receber por este relativamente à cessação do contrato de trabalho desportivo que o vinculava à Benfica SAD.
Nos termos desse acordo, Roger Schmidt receberá da Benfica SAD um montante que ascende a cerca de 8,7 milhões de euros."
Arranquem-se as ervas daninhas, enquanto é tempo...
"Mal vai o desporto quando adeptos insultam, ameaçam, tem comportamentos violentos e fazem tentativas de agressão. Pior, se passam impunes
Mal vai o desporto quando adeptos insultam, ameaçam, tem comportamentos violentos e fazem tentativas de agressão. Pior, se passam impunes. Aconteceu no final do jogo da Liga entre o FC Porto e o Famalicão e foi assim reconhecido pela SAD do clube do dragão em comunicado que emitiu a «repudiar com veemência» e a informar que está a «colaborar com as autoridades policiais para a identificação dos responsáveis pelos comportamentos que considera inapropriados e, apuradas responsabilidades, tomará as medidas consequentes». Não deve fazer por menos, mas com a provável complexidade que essa investigação policial e demais delongas ver-se-á o que resulta.
André Villas-Boas ainda enfrenta Pinto da Costa mais de sete meses depois de tê-lo vencido, por goleada, em eleições. E enfrentará. Agora em campanha orquestrada por fações violentas de indefetíveis saudosistas do ex-presidente que (co)existem na(s) claque(s) e que atuam ao abrigo (e na habitual impunidade) destas.
Se o novo líder não cortar o mal pela raiz - e reconhece-se ser difícil – vai permitir, mais do que a instabilidade, que a desordem se instale através do canal mais fácil, frágil e suscetível de atingir o centro de comando de um clube de futebol, a sua equipa principal. Todas as possibilidades causar distúrbio à direção de Villas-Boas vão ser exploradas pelas hordas violentas de contestatários e os resultados negativos são fertilizante ideal para essas ervas daninhas atacarem.
O problema não é o treinador Victor Bruno ou a equipa, o alvo é Villas-Boas. E como já afirmámos neste espaço de opinião, não é com apelos à união e à concórdia que se convencem estas forças do contra, indiferentes, movidas por outros interesses que vão muito além dos de ver o clube prosperar. Não é tarefa fácil, mas nunca o presidente do FC Porto deve deixar de repudiar com veemência e colaborar na identificação e punir os indivíduos que agem e escondem sob a pele de adepto. Sabe-se que são tudo menos estes.
O Sporting corre o mesmo risco. Em Alvalade, a abrupta crise em que mergulhou a equipa de futebol trouxe à tona, rapidamente, a contestação desordeira de alguns adeptos, na lamentável reação, no final do jogo em Bruges, contra os jogadores que agradeciam a presença e o apoio, é um péssimo pronúncio do que poderá estar para vir no reino do leão se João Pereira não retomar, de imediato, a senda vitoriosa de Ruben Amorim.
Mais uma vez, e como no FC Porto, o principal visado é o presidente, Frederico Varandas. Quais são as forças por trás da contestação do até há poucas semanas incontestado líder verde e branco? Quem simplesmente não concorda com a sua gestão ou outros, saudosistas de regimes e figuras passadas de má memória para todos - literalmente todos, em defesa do desporto e do civismo em geral. Varandas está a ser contestado, mas também já insultado e acossado. Esperemos que não venha ainda pior.
Há pouco mais de três meses, estavam o Benfica e o seu presidente Rui Costa no fio da navalha. Já tinha havido focos de contestação violenta na temporada anterior. A assembleias gerais ferviam e estava aceso o rastilho. Os resultados da equipa de futebol não eliminaram, apenas neutralizaram a contestação violenta à Direção. Ninguém duvide que também no ninho da águia o equilíbrio é precário, que o clima é de paz podre."
Guardem-me uma fatia de Mundial, por favor
"A candidatura que começou por ser ibérica tornou-se mediterrânica e depois transatlântica. Talvez vá ser giro, mas saberá a pouco para todos, menos talvez para os espanhóis... e para os sauditas
A cinco anos e meio do jogo inaugural no histórico Estádio Centenario, de Montevideu, monumento do futebol mundial, são inúmeras as dúvidas sobre o Campeonato do Mundo de 2030, o primeiro que será transatlântico — sem aparente preocupação sobre os diferentes níveis de cansaço para as equipas que viajam —, que inaugurará uma organização em seis países, estreará no Norte de África e, finalmente, introduzirá Portugal, embora um modesto e realista Portugal, como coanfitrião do maior evento desportivo planetário, a par dos Jogos Olímpicos.
Faltava a oficialização a uma candidatura única, depois de ter sido estruturada para tocar em todos os pontos sensíveis — a certa altura até chegou a englobar uma Ucrânia em guerra —, desde a ligação ao investimento marroquino, a estádios state of the art em Barcelona e Madrid e à celebração dos 100 anos do primeiro torneio, realizado no Uruguai. Seria muito difícil alguém apresentar melhores argumentos. Há óbvio mérito de quem preparou tudo.
As dúvidas persistiram nas celebrações de vitória. Tanto o ministro como o coordenador da candidatura fugiram a estranhamente valores de retorno económico, destoando da facilidade com que outros governantes o fizeram no passado em eventos também de dimensão. E agora, nem a eleição do Estádio da Luz, o único com lotação suficiente, para uma das meias-finais parece certa.
Portugal fez o seu papel, porém sem dinheiro e apenas com uns quantos bons jogadores, técnicos e equipas, a nossa realidade é esta. É bom que o mundo nos reconheça enquanto grande nação do jogo, nem que seja pelo que sai em talento deste pequeno país, todavia todos sabemos que quem ganhou a candidatura não foi Portugal. Infelizmente.
Também se percebe que ao somarmos países e continentes, e olharmos para a obrigatória rotatividade, se abriu caminho para que quatro anos depois, em 2034, o torneio só se pudesse realizar na Oceânia ou na… Arábia Saudita. Como se esperava, nem as habituais preocupações com os direitos humanos e com as elevadas temperaturas vingaram (ao contrário do Catar), com a FIFA a fazer o habitual, fechando os olhos e tapando os ouvidos perante os protestos, como tantas vezes ao longo da história.
Acompanhei o Euro-2004 no terreno e sei que o povo português vai ser o bom anfitrião habitual e divertir-se com o que lhe tocar, mas há sempre mais para lá da bola beijar ou não a rede."
Do negócio à saúde dos atletas
"O desporto, com destaque para o desporto de elite e em particular para o futebol, tem-se tornado um negócio multimilionário, que tem investido cada vez mais na quantidade de jogos por época. Esta época têm sido diversos os atletas de renome internacional a alertar para a sobrecarga que os atletas têm estado submetidos.
Independentemente da expertise de cada atleta, os jogos estão sempre associados a estados emocionais de alta intensidade que trazem picos hormonais. Para que corpo e mente dos atletas estejam preparados para a competição o organismo liberta elevados níveis de cortisol, de adrenalina e noradrenalina. O facto de existirem jogos com uma frequência muito curta leva a que o organismo não consiga metabolizar (eliminar de forma natural) estas substâncias levando a uma acumulação extraordinária. Ao longo do tempo, estes níveis elevados enfraquecem o sistema imunológico, provocam inflamação sistémica crónica, que aumenta a probabilidade de contração de lesões e prejudicam a recuperação muscular, provocam fadiga crónica e reduzem a qualidade do sono (elemento essencial para recuperação e metabolização das hormonas em excesso).
Para além do impacto físico, a sobrecarga hormonal também provoca alterações ao nível do funcionamento cognitivo e comportamental. Diminui a concentração e aumenta a irritabilidade. Estas consequências diminuem o desempenho dos atletas na medida em que os torna mais lentos na tomada de decisão e menos focados aumentando a probabilidade de erros e ainda uma maior probabilidade de comportamentos agressivos. Esta alteração também torna os atletas indiretamente mais suscetíveis de contrair lesão.
Do ponto de vista da saúde mental, os níveis elevados de cortisol, adrenalina e noradrenalina condicionam a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores associados ao bem-estar e à motivação, o que irá contribuir para a desmotivação e a médio longo prazo poderá evoluir para sintomatologia depressiva ou burnout. Consequências que podem ser ainda mais evidentes se o atleta atravessar mesmo períodos de lesão, quebra de desempenho e não concretização dos objetivos.
Em síntese, a sobrecarga a que os atletas estão expostos tem consequências do nível físico, mental e também cognitivo. Esta estratégia de negócio, alicerçada no aumento incessante de competições e jogos, revela um frágil índice de sustentabilidade, pois ameaça os pilares fundamentais que sustentam o próprio espetáculo: os atletas. Estes não são máquinas e a sua exploração excessiva conduz inevitavelmente ao desgaste, gerando custos elevados, sobretudo para os próprios."
Empate frustrante com o Bolonha!
"QUE PERSPETIVAS DE APURAMENTO
TEM AGORA O BENFICA?
1. A insuficiente exibição da primeira parte e os muitos golos falhados na segunda tiraram-nos as hipóteses de estarmos agora a festejar o apuramento e a sonhar com algo mais. Mas "para trás mija a burra" e o que importa agora é analisar o que se segue.
2. Estamos com 10 pontos, em 15º lugar, e temos pela frente dois adversários dificílimos - Barcelona na Luz e Juventus em Turim. Sem perdermos de vista a possibilidade de pontuarmos contra qualquer uma destas equipas - que têm mostrado alguma irregularidade exibicional e de resultados nos últimos tempos -, será mais previdente para esta análise olharmos para baixo, para quem está atrás de nós.
3. Para não sermos apurados teremos que ser ultrapassados por todos os que estão classificados atrás de nós até ao 24º e ainda pelo 25º ou pelo 26º. Seguem os apontamentos.
16º MÓNACO - 10 pontos - Aston Villa (casa) e Inter (fora) - pode fazer 13 pontos se ganhar ao Aston Villa em casa. É pouco provável que pontue em Milão.
17º SPORTING - 10 pontos - Leipzig (fora) e Bolonha (casa) - pode pontuar se melhorar muito o seu rendimento com João Pereira, caso contrário ficará com os mesmos 10 pontos.
18º FEYENOORD - 10 pontos - Bayern (casa) e Lille (fora) - difícil pontuar com o Bayern e o Lille fora será muito difícil. Deve acabar com 10 pontos.
19º CLUB BRUGGE - 10 pontos - Juventus (casa) e Man City (fora) - é muito provável que acabe também com 10 pontos.
20º REAL MADRID - 9 pontos - Salzburgo (casa) e Brest (fora) - deverá somar 6 pontos, acabando com 15.
21º CELTIC - 9 pontos - Young Boys (casa) e Aston Villa (fora) - tem condições para fazer pelo menos 3 pontos com os suíços, acabando com 12 ou mais.
22º MANCHESTER CITY - 8 pontos - PSG (fora) e Club Brugge (casa) - deverá fazer pelo menos 3 pontos com o Club Brugge em casa, acabando com 11 ou mais.
23º PSV - 8 pontos - Estrela Vermelha (fora) e Liverpool (casa) - fará na melhor das hipóteses 3 pontos com o Estrela Vermelha, acabando com 11.
24º DÍNAMO ZAGREB - 8 pontos - Arsenal (fora) e Milan (casa) - dificilmente passará dos 8 pontos.
25º PSG - 7 pontos - Man City (casa) e Estugarda (fora) - se ganhar ao City e empatar com o Estugarda fará 11 pontos.
26º ESTUGARDA - 7 pontos - Bratislava (fora) e PSG (casa) - se ganhar ao Bratislava e empatar em casa com o PSG fará 11 pontos.
Do 27º para baixo todos têm 4 ou menos pontos, já não fazem, portanto, parte das contas do apuramento.
4. Em princípio, só uma conjugação muito negativa de resultados nos tirará do play-off, mas no futebol já assistimos a tudo e mais alguma coisa...
5. Pontuar com Barcelona e/ou Juventus não é uma impossibilidade - e será a garantia matemática do apuramento, para além de uma quanto mais alto ficarmos na classificação mais baixo será o adversários do play-off para os oitavos-de-final."
Benfica-Bolonha, 0-0 Benfica demorou a acordar mas o nulo soube a pouco…
"Se o Bolonha saiu com um empate a zero da Luz, deve-o ao seu guarda-redes, que evitou dois golos cantados. Encarnados demasiado expectantes na primeira parte, perceberam, na segunda, que eram francamente melhores.
Será que os dez pontos que o Benfica soma (e o Sporting, já agora) chegam para aceder ao playoff da Champions? Muito provavelmente, sim. Dois é que não vão chegar, e foi com esse ‘embrulho’ que o Bolonha saiu da Luz, onde só a vitória lhe interessava, tornando inexplicável a ‘cera’ que fez, com perdas de tempo do guarda-redes e simulações de lesões (toleradas por um árbitro sem personalidade), como se o empate fosse um objetivo importante.
Diga-se, desde já, que o Benfica fez mais do que o suficiente para ganhar, apesar da primeira parte timorata que assinou. Skorupski, internacional polaco (jogou na última vitória de Portugal em Varsóvia), esteve numa noite em que até o vento parou com as mãos, e irá engrandecer o seu álbum de memórias com uma defesa extraordinária a um remate à meia volta de Di María (41), e depois, aos 67 minutos, realizou uma parada impossível a remate de Pavlidis, quando o estádio da Luz já gritava golo. Além destes momentos, ainda se mostrou seguro no jogo aéreo (que salvou o Benfica no Mónaco) e teve outras defesas de que pode orgulhar-se. Foi ele o principal obstáculo entre o Benfica e os três pontos em disputa.
DEMORAR A ACORDAR
Com o seu figurino habitual, um 4x2x3x1 que muitas vezes passa a 4x3x3, e no momento de pressão alta a 4x4x2, o Benfica até começou o jogo em grande estilo, pois logo aos dois minutos Pavlidis meteu a bola no fundo das redes transalpinas, num lance que pareceu legal até as imagens televisivas mostrarem que o grego estava um pé fora-de-jogo. A partir desse minuto, e especificamente a partir de um passe suicida de Florentino para a zona central, que gerou uma situação perigosa (5), o Bolonha cresceu em confiança e o Benfica inexplicavelmente retraiu-se. A equipa de Bruno Lage passou a marcar à zona, muitas vezes recolhida no seu primeiro terço, deixando ao Bolonha espaço e tempo para mandar na partida, estabelecer ritmos e chegar ao intervalo com uma vantagem na posse de bola de 56 a 44 por cento. Contra uma equipa de Itália e dirigida por um treinador de nome Italiano, seria de esperar que o Bolonha não jogasse à italiana, cínico, a meter gelo no jogo, à espreita de uma nesga para levar o seu jogo de paciência a bom porto? Foi o pior período do Benfica, que em vez de jogar viu jogar, sem que houvesse quem desse um grito e acordasse as hostes, que só animaram com o pontapé-maravilha de Di María. Mas expliquemos um pouco mais em detalhe a razão de tanta posse de bola do Bolonha: a jogar em 4x2x3x1, os transalpinos juntaram muitas vezes o duplo pivot com o trio que atuava nas costas do ponta de lança, ficando com cinco elementos no meio-campo, onde o Benfica tinha apenas três (ou quatro, quando Arkturkoglu baixava). Daí que tenha tido períodos tecnicamente evoluídos, mas sem pressão encarnadaque obrigasse ao erro.
SORTE DO JOGO DE COSTAS
Para dar ideia da forma como as coisas se alteraram no segundo tempo, usemos os números. Nos derradeiros 45 minutos, o Benfica transformou a desvantagem na posse de bola de 44/56 numa vantagem de 52/48. Porquê? Apenas porque perdeu o medo, foi agressivo e virou o tabuleiro do conforto onde os italianos estavam a jogar. Bruno Lage só operou mudanças aos 72 minutos (Pavlidis e Arkturkoglu por Amdouni e Beste), reservando a última (Kokçu por Arthur Cabral) para os 80. É verdade que com sangue fresco encarnado os italianos passaram a sofrer muito mais, fosse pela tripla Bah, Aurnes, Di María, na direita, ou por Carreras e Beste na esquerda. Mas ainda antes das substituições já havia outro Benfica, e isso nada teve a ver com a tática ou com os jogadores (tudo igual), mas com a dinâmica e a intensidade, afinal duas condições que fazem toda a diferença no futebol moderno.
Acabou por ser quase cruel ver como uma equipa estava a ser tão melhor que a outra e a bola teimava em não querer entrar, talvez com os Deuses do futebol a castigarem o Benfica pelo tempo que desperdiçou numa primeira parte amorfa. Deste jogo, onde Di María foi o virtuoso do costume e Tomás Araújo deu à defesa a profundidade que precisava, Lage deverá tirar algumas ilações e questionar-se em relação a questões coletivas e individuais: do ponto de vista coletivo, a relação com o adversário a meio-campo carecerá de estudo aprofundado; no campo individual, apesar de toda a entrega de Pavlidis e da importância que tem no processo defensivo, talvez seja tempo de dar mais minutos a Arthur Cabral, capaz de maior letalidade na hora da verdade.
Em resumo, a Luz saiu de bem com a equipa, que atingiu momentos de galvanização na metade complementar. Seguem-se Barcelona e Juventus, já em 2025, mas o Benfica continua vivo na Champions…"
Quando se oferece uma parte é mais difícil ganhar...
"Benfica 0 - 0 Bolonha
Olhando à classificação, o Bolonha é das piores equipas da Champions. Acontece que ao nível Champions não há equipas fáceis, muito menos se essas equipas forem italianas, sempre pragmáticas, sempre muito cínicas, sempre traiçoeiras.
Esta nova fórmula da Champions tem provocado muitos resultados surpreendentes. Nós já nos deixámos surpreender pelo Feyenoord, aqui mesmo na Catedral, pelo que todos os cuidados são poucos. Uma vitória coloca-nos em posição privilegiada.
VAMOS AO JOGO
02' Era bom demais. Bela conclusão. Fora de jogo...
15' Lage, aqui mesmo por baixo das minhas barbas, parece um maesro: ora manda acalmar a bancada, ora manda aplaudir. E a malta obedece. É assim mesmo!
20" Isto parece mesmo um treino de posse debola dos italianos.
35' Isto está de adormecer: em golos esperados está 0.05 a 0.05. Tudo dito.
43' Seria o golo da Champions. De um jogo de merda sai de repente um lance fabuloso de Carreras e Di María!
45' Quarenta minutos à espera para ver oportunidades na área deles. Agora foi Carreras.
55' Temos mais Benfica na segunda parte.
63' Este árbitro a dar amarelos é um craque. E mesmo assim não tem mão no jogo...
65' Fdx Pavlidis, nem esta? Era só mandar lá para dentro.
76' O Kökcü não sabe que já tem amarelo? Este jogo está uma confusão. Com 60.650 nas bancadas.
79' Amdouni, vai! Grande defesa do guarda-redes.
84' Bela segunda parte do Carreras. Se tivessemos outro assim do lado direito...
90' Mais uma bojarda de pé esquerdo do Amdouni. 5 minutos? Só?
90+5' Tivessemos jogado o jogo todo como na segunda parte e provavelmente teríamos conquistado os três pontos. Em todo o caso resultado injusto.
Ficamos com 10 pontos. O suficiente segundo as contas iniciais. Agora recebemos Barcelona e vamos à Juventus. A ver vamos."
O Processo de Bologna chegou ao Benfica, mas Pavlidis chumbou no exame do golo
"Na fria noite em que as águias foram visitadas pelo clube da cidade universitária de Itália, o 0-0 teve como protagonista o grego, que na primeira parte teve um golo anulado e na segunda desperdiçou a melhor oportunidade da equipa de Lage. Com 10 pontos em seis jornadas, o Benfica é 15.º da tabela da Champions
Aos 65' do Benfica-Bologna, Vangelis Pavlidis recebeu um presente. A bola, caprichosamente, ficou-lhe à frente dos pés, solta na área, com a baliza à disposição. Mas há presentes que podem ser traiçoeiros, que podem esconder armadilhas.
A finalização parecia uma burocracia, mas Pavlidis caminha, por estes dias, cabisbaixo, andando frequentemente pelo relvado com aquele ar de divorciado que acaba de ir ao registo civil assinar os papéis que os pontas-de-lança fazem quando não marcam. Rematou, mas uma montanha polaca impediu o festejo. Foi Skorupski, o guardião do Bologna, herói italiano do encontro.
O Bologna, clube da cidade onde está a universidade mais antiga do mundo ocidental, em atividade desde 1088, chegou a Lisboa para saborear um pouco mais desta participação histórica. Só estivera na elite do futebol europeu uma vez, em 1964/65, e na altura só disputou dois encontros.
Na Luz, o processo de Bologna assentou num futebol de passes e combinações, de posse de bola e boas intenções, mas de pouco risco ou sentido de baliza. Por algo o Bologna, com apenas um golo apontado, é o pior ataque desta Liga dos Campeões. Saiu do desafio apenas com um remate realizado à baliza de Trubin.
O teste burocrático do processo de Bologna constituiu um desafio para o Benfica na primeira parte, quando o futebol teve pouca baliza. Após o descanso, a oportunidade surgiu, mas o grego que anda divorciado do golo não a aproveitou.
A primeira parte começou mentirosa, com um lance que indiciaria minutos de futebol perto das balizas, de perigo, promessa que não se cumpriu. Ainda não se haviam disputado dois minutos de encontro e já Di María roubara uma bola perto da área dos italianos, servindo Pavlidis. O grego efetuou uma das suas melhores finalizações ao serviço do Benfica, um desvio subtil, evitando a saída de Skorupski. Exame superado.
Para azar de Vangelis, o remate não contou, porque o atacante estava adiantado. Mais de 60 minutos depois, Pavlidis voltaria a ter uma soberana oportunidade. Estava em jogo, mas, com tudo para marcar, não foi capaz de superar Skorupski. O ex-AZ Alkmaar sairia em branco, como sucedeu em 15 dos 20 desafios pelas águias.
O engano daquele primeiro momento materializou-se nos minutos seguintes. A partida foi-se disputando longe das balizas, apenas com um remate enquadrado durante a metade inaugural. Foi em cima do descanso, num lance em que Álvaro Carreras passou por dois adversários com classe e cruzou para Di María rematar de primeira, um daqueles vóleis secos e potentes do argentino. Skorupski defendeu.
Entre o golo anulado de Pavlidis e o único tirou que contou até ao intervalo, o jogo foi, em grande parte, uma sequência de posses de bola do Bologna, particularmente nos primeiros 25’. Os rossoblù chegaram a essa fase da fria noite lisboeta com 67% de posse. Só o trio de médios visitante — Ferguson, Moro e Fabbian — tinha, em conjunto, mais de metade dos passes (47) do que todo a equipa do Benfica somada (88).
No entanto, o único lance de perigo do Bologna até ao descanso surgiu aos 10’, quando Thijs Dallinga, outro ponta-de-lança divorciado do golo, não conseguiu contornar Trubin após ataque rápido. O neerlandês, que ainda não marcou em 17 presenças com o clube da cidade estudantil de Itália, teria nos pés a primeira chance após o recomeço, tirando do zero a quantidade de disparos enquadrados dos visitantes. Trubin defendeu.
Bologna, a cidade, é conhecida por ser la dotta, la grassa, la rossa. A erudita, por causa da universidade, a gorda, por causa da conhecida culinária da cidade, e a vermelha, pela cor dos edifícios e pelas preferências políticas. Bem, na noite de Lisboa, vimos um futebol elaborado, sim, mas não gordo em ocasiões e, bem, os equipamentos não eram propriamente vermelhos, porque esses estavam do outro lado.
O duelo estava para homens de golo alheados do golo, pelo que depois foi a vez de Pavlidis e do tal lance aos 65’. O que devia ser um presente foi um sintoma da falta de eficácia do grego, que seria substituído pouco depois, com o mesmo ar de tristeza com que andam estudantes pelas ruas de Bologna após chumbarem num exame, ansiosos pelo momento em que terão de ligar aos pais e contar o sucedido.
Aos 72', começou um sub-jogo novo, uma espécie de terceira parte. O Bologna fez quatro trocas de uma vez, enquanto Lage lançou Amdouni e Beste. O Benfica forçou no ocaso do encontro, mas sem êxito.
Aos 79', Di María rematou em boa posição, mas Ferguson cortou. Depois, já perto do final, Amdouni visou a baliza dos visitantes em duas situações, mas encontrou-se com a má concentração de talento da Polónia: se o país tivesse distribuído melhor a formação de jogadores de qualidade ao longo da última década, não a concentrando só em guarda-redes, Lewandowski teria sido um homem mais feliz. Há sempre um Szczesny, um Fabianski ou um Skorupski. Este último fez uma bela exibição na Luz, travando ambas as investidas do suíço.
A visita universitária à Luz manteve o mau hábito do Benfica. Nos últimos sete jogos em casa na Liga dos Campeões, só venceu um. O exame à Bologna, nesta nova Champions que muda as regras do jogo como o Processo de Bologna as alterou, saldou-se pelo nulo. O Benfica é 15.º na tabela."
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