Últimas indefectivações

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Debate na BTV


"No espírito da discussão e da salutar convivência democrática, a BTV recebe hoje, às 21h30, Rui Costa e Francisco Benitez, candidatos a Presidente da Direção pelas listas A e B, respetivamente, nas eleições agendadas para sábado, dia 9.
O debate tem duração prevista de uma hora e trinta minutos e a transmissão será em sinal aberto para que mais sócios e adeptos possam conhecer melhor os ideais e propostas de cada candidato para o futuro do Sport Lisboa e Benfica.
Chamamos ainda a atenção dos associados benfiquistas para o comunicado emitido ontem pela Mesa da Assembleia Geral do Clube.
Neste estão explanadas as regras do ato eleitoral no que concerne aos votantes e ao exercício do voto (nomeadamente, a necessidade da regularização das quotas até às 18 horas do dia 8), assim como é explicitada a disponibilidade ao longo do ato eleitoral, por parte da Mesa da Assembleia Geral, pessoalmente ou por intermédio de representantes, para prestar esclarecimentos ou resolver situações que venham a ocorrer. É também informado que o número de pessoas afetas ao call center foi reforçado, de forma a facilitar a comunicação com os sócios caso haja necessidade."

Eleições: locais...


"Informamos todos os sócios do Sport Lisboa e Benfica que a Assembleia Geral Eleitoral para a eleição dos Órgãos Sociais do Clube para o quadriénio 2021-2025 decorrerá no dia 9 de outubro (sábado), entre as 8h00 e as 22h00 de Portugal Continental.
Só poderão exercer o respetivo direito de voto os associados com a quota de, pelo menos, o mês de agosto de 2021, paga. A regularização das quotas pode ser feita até às 18 horas de sexta-feira, 8 de outubro, dia anterior à realização das eleições.
A votação pode ser realizada com a apresentação do cartão de sócio – com identidade validada pelo cartão de cidadão, passaporte ou carta de condução – ou por via da apresentação do cartão de sócio virtual através da Benfica Official App. (...).

Locais de Voto Em Portugal Continental
Lisboa Pavilhão n.º 2 do Complexo Desportivo do Estádio da Luz
Albufeira (Vivenda Ana - r/c Sítio dos Brejos – Montechoro)
Algueirão-Mem Martins (Rua Serra de Baixo, 26-Loja A)
Beja (Rua Dr. Francisco Alexandre Lobo, 1 r/c)
Braga (Rua de São Vicente, 206-r/c)
Bragança (Rua Almirante Reis, 9)
Castelo Branco (Urb. Quinta Doutor Beirão, Lote 15, n.º 9 – r/c Loja 2)
Coimbra (Estrada da Beira, 367 – r/c)
Évora (Rua Bernardo Santareno, 2 – r/c Armazém Bairro S. José da Ponte)
Faro (Rua Eng.º Adelino Amaro da Costa, 7 A – R/c)
Grândola (Av. Jorge de Vasconcelos Nunes, 102 – r/c)
Guarda (Av. Cidade de Salamanca, 18 – r/c Esq.)
Leiria (Rua Machado dos Santos, 113 – r/c)
Montijo (Praça da República, 20 – r/c)
Oliveira de Azeméis (Rua Padre Joaquim Ferreira Salgueiro, 125 – r/c)
Paredes (Rua Serpa Pinto, 107 – loja 62)
Portalegre (Largo Prof. Jaime Belém, 15)
Porto (Rua António José da Silva, 104 – r/c)
Santarém (Rua 1.º de Dezembro 52, 54)
Seixal (Av. Vasco da Gama – Mercado Municipal, Loja 9-Piso 1)
Viana do Castelo (Rua da Igreja, 140 – r/c)
Vila Nova de Famalicão (Rua Barão de Joane, 63 – r/c)
Vila Nova de Gaia (Rua Marquês Sá da Bandeira, 323, loja 14 CC Aviadores)
Viseu (Largo do Paço, Lote 2 – r/c)
Vila Real (Rua de Macau, lote 9 – loja 1)

Relativamente aos Sócios Residentes Nas Ilhas e No Estrangeiro, para poderem exercer o seu direito de voto, devem:
1. Ter, pelo menos, a quota de agosto em dia;
2. Receber na morada de residência uma carta não identificada com um PIN que lhe permitirá votar online, no Site Oficial, em: www.slbenfica.pt/eleicoes2021/votacao. Caso não receba a carta com o PIN, contacte a linha Benfica (707 200 100 de Portugal ou +351 217 219 500 do estrangeiro, das 9h00 às 20h00, e das 8h00 às 22h00 no dia das eleições)."

Regresso ao outro lado, que existe mesmo


"Nunca fui um apologista da estratégia em excesso, pelo contrário. Gosto das equipas com uma ideia definida, de preferência de iniciativa, corajosa, muito mais que das que vivem de adaptações, primeiro em função dos próprios jogadores e depois, obsessivamente, das forças e pretensas fraquezas rivais, coisa própria de conjuntos modestos. Não aprecio, por isso, grandes camaleões táticos, mas tal não me impede de reconhecer que não mudar de identidade, não abdicar dos grandes princípios, não significa ignorar que, não sendo todos iguais, alguns adversários são diferenciados.
Escrevi aqui, há quinze dias, na sequência da goleada sofrida pelo Sporting frente ao Ajax e do bom desempenho do FC Porto em Madrid, que a perceção do que valia cada rival tinha sido determinante para tão díspares performances. Identifiquei um Porto menos defensivo que em jogos anteriores de Champions fora de casa (como com Juventus ou Chelsea na época passada) e inteligentemente pressionante por perceber que o Atlético era equipa de escassa elaboração ofensiva, com excessiva dependência de lançamentos na profundidade e lances de bola parada. Já o Sporting quis funcionar diante do Ajax a pressionar alto (o que os holandeses solucionam fácil) e a insistir num jogo de acelerações repetidas (mais conducentes a perdas de bola) que lhe é habitual e resulta no campeonato português mas nunca será igualmente eficaz com adversários deste nível.
Desta vez foi o Porto a querer aplicar diante do Liverpool a mesma receita de Madrid, com os mesmos dois médios de perfil e dois avançados (Taremi e Martínez) a tentarem cair sobre o início de construção contrário, algo que o Liverpool resolveu fácil, também porque Klopp, além de ter melhores argumentos ainda, viu decerto atentamente o jogo do Wanda madrileno. Assim, em lances sucessivos, Fabinho era um homem livre para receber e ligar jogo, o que permitiu que a bola entrasse vezes demais e com facilidade inusitada na zona dos desequilibradores “ingleses” (Salah, Mané, Jota, Curtis Jones e depois Firmino). Sérgio Conceição ainda tentou remendar ao intervalo mas o jogo estava já em plano inclinado e o cheiro a goleada adensava-se. O Porto gosta de levar o jogo para a dimensão física mas quando um adversário superior o iguala também nesse aspeto as dificuldades crescem exponencialmente. Está aí muita da explicação para o Porto lidar repetidamente mal com este adversário em concreto. Porque o outro lado existe e voltou a aparecer por lá uma das melhores equipas do planeta.
Já o Benfica defrontou uma equipa que já foi das melhores do planeta. Escrever isto não significa retirar mérito à vitória encarnada, tão prestigiante como justa, aliás, na única vez de que recordo em que uma equipa portuguesa fez três golos sem resposta ao colosso catalão. O Barcelona tem jogadores de nível superior, sobretudo no meio campo que poderia ser de sonho (Busquets, Frenkie De Jong, Pedri, com o menino Gavi a aparecer e joga tanto) mas que soçobra num coletivo confundido entre o futebol associativo que esses médios reclamam, na profundidade que favorece Memphis ou no jogo que cruzamento que é a única forma de utilizar com sucesso Luuk de Jong. Sendo uma equipa de risco, de linhas subidas mas que define mal no ataque, este Barça expõe-se numa fragilidade óbvia na transição defensiva, pelo que se tornou o adversário ideal para este novo e mais forte Benfica explorar numa noite para a história. Jorge Jesus tem hoje um plantel robustecido, com jogadores de qualidade internacional em todas as posições, sendo a defesa apenas um exemplo eloquente, agora que Lázaro dá a qualidade que faltava do lado direito e que Otamendi comanda com exuberância ao centro, mantendo intactos os atributos, técnicos, físicos e também de liderança, o que dá imenso jeito em jogos assim. A crítica rendeu-se a Darwin e Rafa que, tal como Yaremchuck, estiveram nas sete quintas perante a dificuldade do Barça em proteger a profundidade defensiva. As três setas ofensivas encarnadas são uma arma ainda mais forte em jogos assim mas não irão funcionar do mesmo modo perante adversários mais competentes defensivamente e mais eficazes em dar sequência aos momentos de posse. Determinantes, em qualquer tipo de jogo, serão sempre Weigl e João Mário, pelo que acrescentam de qualidade no passe e na definição de ritmos, retirando a equipa de um jogo vertiginoso que Jesus sempre apreciou mas em que o risco de perda de bola (nos pés de Rafa e Darwin sobretudo) aumenta muito, comprometendo o momento defensivo. O Benfica está forte e confiante mas o maior risco para o próximo grande jogo europeu será o de ceder à tentação das saídas rápidas sucessivas para o ataque, não percebendo que do outro lado estará uma equipa de muito maior competência a defender e eficácia a atacar. O Bayern de Munique não só é diferente como é claramente melhor que o actual Barcelona. O outro lado dará nova prova de existência. E a prova será ainda mais difícil."

As 10 maiores noites europeias na Luz


"Benfica 3 - Barcelona 0
Parece que ainda custa a acreditar. Quem alguma vez imaginou ver tal resultado? Dizem que é um Barça ferido, deprimido, enfraquecido. E é certamente. Mas continua a ser o gigante catalão! Com um orçamento três vezes superior ao Benfica e com jogadores que custaram 80 e 100 milhões de euros. Viveu-se uma noite épica, memorável, gloriosa, intensa, daquelas que se sente muito de vez em quando e que os 30.000 que estiveram no estádio certamente nunca esquecerão. Os milhões que viram pela televisão também não. Terá sido, aliás, a maior noite europeia da nova Luz? É um desafio interessante, ao qual me debruço, fazendo o meu top ten de encontros internacionais no novo estádio (o antigo tem manitas a Real Madrid, noites de 120.000 com Steaua e Marselha, mas são tempos idos e sem a minha presença física, portanto coloco o limite em 2003 e no novo estádio). Como se costuma dizer, nisto das opiniões, cada um tem a sua e sugiro ao leitor que também coloque o seu top ten nos comentários.

10º- Benfica-0 Inter-0, 1/8 final da Taça UEFA em 2003/04:
foi a primeira grande noite europeia do novo estádio. Ambiente fantástico, nem uma cadeira vazia e um Benfica a querer reafirmar-se na Europa, depois dos anos negros do Vietname que incluiu temporadas de ausência forçada e desastres em Vi...Vig... bom, vocês sabem. Do outro lado estava um Inter mal classificado no campeonato Italiano, mas com estrelas como Recoba e Vieri e figuras conhecidas do burgo como Gamarra ou Karagounis. O Benfica fez uma partida de altíssimo nível e só não venceu porque Francesco Toldo terá feito das melhores exibições da sua carreira. Ficou-me na memória nos minutos finais um dos maiores "BEN-FI-CA BEN-FI-CA" saído das gargantas dos adeptos. Era o espírito do antigo Terceiro Anel a regressar lentamente. O gigante estava a acordar.

9º- Benfica-2 Nápoles-0, 2ª mão da Pré-eliminatória da Taça UEFA em 2008/09:
Havia imensa expectativa no ar. O Benfica tinha investido forte nessa época, com o novo diretor desportivo Rui Costa a trazer no verão craques como Reyes, Aimar e Suazo. Quique Flores era o promissor treinador. A juntar a isso 4 dias antes o Glorioso tinha derrotado o Sporting na Luz para o campeonato. E foi daquelas noites em que tudo parece perfeito. Pela frente o Nápoles, sempre de Maradona, com vários jogadores sul-americanos perigosíssimos que tinham criado imensas dificuldades à defesa benfiquista em Itália (onde se tinha perdido por 2-3). Primeira parte morna, mas na segunda parte o vulcão acordou e chegaram os golos de Reyes e Nuno Gomes. Jogo de estreia da então Benfica TV e a Luz terminou o jogo a dar olés aos italianos e a cantar que "Ninguém pára o Benfica!".

8º- Benfica-2 Liverpool-1, 1ª mão dos 1/4 de final da Liga Europa em 2009/10:
Era a temporada do famoso "Rolo Compressor". O primeiro Benfica de Jorge Jesus é provavelmente a equipa mais espetacular que pisou esta nova Luz e passava a ferro (quase) todos os seus adversários. O campeonato estava bem encaminhado, a Taça da Liga tinha sido conquistada com uma goleada ao Porto e os Benfiquistas sonhavam com o ceptro europeu, mais a mais depois de na eliminatória anterior se ter derrubado o Marselha no Vélodrome com um épico golo de Kardec no último minuto. Contra o Liverpool de Rafa Benítez e Steven Gerrard, o Benfica entrou a perder com um golo logo aos 5 minutos, mas o resto do jogo foi a carregar em cima dos ingleses até se dar a reviravolta. Dois golos de Cardozo, ambiente dos mais brutos de sempre nas bancadas e na memória fica a imagem televisiva de uma criança a chorar agarrada a um cachecól do Benfica, após o 2º golo. A 2ª mão foi um descalabro, mas isso agora não interessa nada.

7º- Benfica-5 Everton-0, 2ª jornada da Fase de Grupos da Liga Europa de 2009/10:
Uns meses antes do Liverpool, tinham sido os seus vizinhos azuis a visitar Lisboa e saíram ainda mais chamuscados. Mesmo no início da época, o Rolo Compressor já tinha os motores afinados e numa semana incrível deu 6-0 ao Monsanto para a Taça de Portugal, 5-0 ao Everton para a Liga Europa e 6-1 ao Nacional para o campeonato. Os "Toffees" nem sabiam onde se esconder dentro de campo e as bolas entravam de todas as maneiras e feitios. Se ao intervalo estava 1-0, aos 52 minutos já ia em 4-0 e Saviola perto do fim fechou a manita com chaves de ouro.

6º- Benfica-2 Bayern-2, 2ª mão dos 1/4 de final da Liga dos Campeões em 2015/16:
A par do jogo com o Inter em 2004, é o outro empate que entra nesta lista. E sim, o Benfica foi eliminado. Mas era o Bayern. O Bayern de Guardiola. Eram os 1/4 de final da Liga dos Campeões. E se normalmente todos são goleados pelos bávaros, este Benfica foi um osso duríssimo de roer, perdendo pela diferença mínima na Alemanha e chegando a igualar a eliminatória na Luz. A turma de Munique deu a volta ao resultado, mas após um livre de Talisca a empatar o jogo os minutos finais na Luz são dos mais fantásticos de sempre. Mesmo depois de o jogo acabar, a Luz ficou vários minutos a cantar "Eu amo o Benfica!" e foi a gasolina que faltava para se ir à conquista do épico e inesquecível campeonato nº 35.

5º- Benfica-1 Liverpool-0, 1ª mão dos 1/8 de final da Liga dos Campeões em 2005/06:
"Cai o Campeão da Europa, ergue-se o Campeão Português!". Pela frente os detentores do ceptro, o mítico Liverpool. Que partia como claro favorito contra um Benfica que ninguém percebia muito bem como tinha passado a fase de grupos. O jogo foi fechado, tático e aborrecido ou não estivesse no outro banco Rafa Benítez. Mas a cinco minutos do fim Luisão imitou o que tinha feito na época anterior naquele golo ao Sporting que Ricardo tentou garantir ao árbitro que foi com a mão, elevou-se aos céus e meteu a bola dentro da baliza. Na baliza sul, claro. Na baliza grande. Euforia incrível na Luz e a 2ª mão seria ainda mais épica, com o dois a zero em Anfield.

4º- Benfica-2 Juventus-1, 1ª mão das 1/2 finais da Liga Europa de 2013/14:
A Vecchia Signora apresentou-se na Luz muito segura e vaidosa de si. TInha em campo Buffon, Pirlo, Pogba e Tévez. Jogaria a final da Liga Europa em sua casa, certamente. Só precisava de se desenvencilhar destes portugueses. Mas na Catedral encontrou um Benfica acabadinho de festejar mais um título nacional e que entrou a matar. Logo aos 2 minutos Garay pôs o Benfica em vantagem. Depois seguiu-se uma toada de equilíbrio e Tévez ainda conseguiu empatar. Mas nem cinco minutos duraram. Lima apareceu do nada para fazer o 2-1 e a Luz entrou em erupção. O Glorioso aguentou a vantagem até final, vantagem que seria decisiva pois na 2ª mão nem contra 9 a Juventus conseguiu derrubar o Campeão Português. O Benfica eliminava os transalpinos e avançava para a 10ª final Europeia da sua História.

3º- Benfica-3 Barcelona-0, 2ª jornada da Fase de Grupos da Liga dos Campeões em 2021/22:
O resultado impressiona. O ambiente na Luz e a exibição da equipa, principalmente na segunda parte, também. O Benfica vulgarizou um dos maiores colossos do futebol europeu, numa vitória que chocou o Velho Continente. É uma pena o estádio não ter estado cheio devido às restrições do Covid, Piqué não ter sido expulso ainda na primeira parte e Darwin ter atirado aquela bola ao poste. Mas depois de duas temporadas medíocres, depois de tanto tempo afastados dos jogos ao vivo, os Benfiquistas foram presenteados com uma noite memorável e a confirmação da ideia que um grande Benfica está de volta.

2º- Benfica-2 Man Utd-1, 6ª jornada da Fase de Grupos da Liga dos Campeões em 2005/06:
Na última jornada da fase de grupos o Benfica tinha apenas 5 pontos e imensos jogadores lesionados, incluindo a sua super estrela Simão Sabrosa. Já o poderoso Manchester United de Alex Ferguson chegava na força máxima. Havia Ryan Giggs, Paul Scholes, Van Nistelrooy e...Cristiano Ronaldo. Seriam favas contadas? Assim pareceu, porque Scholes marcou logo aos 5 minutos. Mas o que se seguiu ainda hoje, 15 anos depois, custa a acreditar: Geovanni empatou e um herói improvável surgiu para pôr o Benfica em vantagem: Beto de seu nome. Na 2ª parte os ingleses bem tentaram, mas não conseguiram. A equipa aguentou-se em campo e a Luz fez o resto. A assobiadela sempre que os red devils tinham a posse de bola era insuportável. Naquela noite os Benfiquistas viraram turcos e disseram "Welcome to Hell". O Benfica é que avançava e Alex Ferguson pela primeira vez na sua carreira ficava fora do apuramento da fase de grupos da Liga dos Campeões.

1º- Benfica-3 Fenerbahçe-1, 2ª mão das 1/2 finais da Liga Europa em 2012/13:
Em 1990 o Benfica tinha estado na sua última final europeia, contra o Milan de Gullit, Rikjaard e Van Basten. Vinte e três anos se passaram em que o Benfica foi ao fundo, passou pelo maior deserto da sua História e muito demorou a reerguer-se. Mas naquele 2 de Maio de 2013, exatamente 51 anos depois da final do 5-3 ao Real Madrid em Amesterdão, o Glorioso tinha a hipótese de voltar a estar na alta ribalta do futebol europeu. Tinha até perdido na Turquia por 0-1 e Dirk Kuyt chegou até a empatar na Luz. Mas era impossível o Benfica não ser feliz naquele final de tarde/noite. Com um dos maiores ambientes de sempre na nova Luz (se não o maior de sempre) Cardozo virou herói com dois golos e deu a certeza que o Benfica disputaria a final da Liga Europa com o Chelsea umas semanas depois. Nunca se terá chorado tanto na Catedral como após o apito final do árbitro. 23 anos depois, vivíamos aquilo que os nossos pais e avós tanto nos contavam. O que se seguiu a esse jogo foi o maior pesadelo de que há memória, mas não pode apagar o que se viveu na Luz naquele dia. O Benfica não é da freguesia de Benfica, o Benfica não é de Lisboa, o Benfica não é de Portugal. Tem que ser da Europa e do mundo e precisa de ter mais tardes e noites destas. Precisa de ter ambição e acreditar que com competência, raça, mística e alguma sorte à mistura consegue vencer qualquer clube. Mais a mais, com os incríveis ambientes que se tem vivido nas bancadas da Luz. E agora que venham mais noites europeias que eclipsem estas dez!"

Benfica Podcast #421 - High and Low

Falar Benfica #31

BI: Rescado...

Estes gajos são fantásticos


"É comum ouvir dizer que é na bola mais pequena e pesada, no piso rápido que muito adere ao que o pisa e nesse estilo de pisar em vez de apenas tocar que está a melhor forma de algodenizar o trato que se pode dar, com os pés, a qualquer objeto redondo. É uma carta com raízes impregnadas dentro do baralho do futebol, como as gargantuescas que se desconfia estarem a sustentar aquelas árvores milenares que se avistam durante um passeio na floresta: quem andou no futsal antes do futebol conseguiu aprimorar a técnica.
Houve um tempo não há muitos tempos em que os distúrbios de personalidade de uma modalidade à procura do que era antes de o ser ainda divida as atenções pelo futebol de cinco, o futebol de salão e o futsal. Na década de 90, existiam os três tipos de chutos na bola dentro de um pavilhão, todos com regras distintas, até à FIFA se fixar na última das versões e andor, toca a empurrá-la em direção à globalidade possível, alavancando-se nas semelhanças com o futebol das relvas e dos estádios.
Por muito rebatida e repetida que seja a conceção de no futsal estar um meio de utilidade extrema para não se sair da infância com lacunas no trato de uma bola, as modalidades são apenas parentes. Ser bom numa não equivale a ter perícia na outra e uma boa amiga que tenho a sorte de ter, com vida dedicada a jogar futsal, resume que "o mais difícil é ser rápido na leitura e na execução, porque ambos têm de ser no mesmo timing" e esse nem sempre é o caso no futebol, onde há reinados de quem tem pausa, calma e temporização no jogo. Mas, há muitos anos, alguém recorreu ao tempo o pavilhão para compensar a falta de vagar para os relvados.
Jorge Braz era um adolescente a querer proteger um retângulo gigante na nesga de oportunidade que lhe deram na equipa principal do Desportivo de Chaves, onde o tinham como terceiro guarda-redes e ele tinha para si que o caminho de vida também poderia ser no curso de Desporto e Educação Física, na Universidade do Porto. As viagens de ida e volta de autocarro mastigavam-lhe o tempo, fomentavam preocupações com a benfeitoria do físico e Jorge experimentou o futebol de salão universitário para segurar os arames da sua forma.
É a síntese possível de uma história que desaguou, no domingo, em Kaunas, segunda maior cidade da Lituânia que ficou cravada com um pionés no mapa de vida de um homem nascido em Edmonton, no Canadá, mas com as raízes profundas em Sonim, aldeia transmontana onde dá nome a uma rua e reside a essência de quem fez da seleção nacional de futsal uma campeã da Europa e agora do Mundo.
A choradeira emocionada de Ricardinho, que dedicou o verão a curar uma lesão para tentar chegar ao Mundial e ali embalou os sentimentos com o hino nacional, antes da final; os segundos de João Matos curvado sobre a medalha, já no púlpito, encaracolado num momento só dele e do tudo que terá vivido até estar a viver aquilo; os pulos de alegria de Bebé, a fazer do chão do pavilhão um trampolim de êxtase. Estes e outros 13 jogadores-ganhadores têm estórias dentro e a de Jorge Braz deu-lhes o fim condutor das lendas.
Diz quem o conhece que Portugal tem um homem pacato e de coração cheio para o despejar nos outros a tomar conta da seleção de futsal e fico-me com ele, que do pouco à-vontade e parca habilidade a lidar com momentos de falatório público evoluiu, desde 2010 — quando virou selecionador principal —, para ser o fabricador de tiradas que constariam num manual de como mover jogadores para uma causa quando tudo o que pertence ao técnico, ao tático e ao trabalho de campo já foi preparado.
Dele ouvimos, contra a Espanha, que está "há 20 anos a dizer que somos melhores do que eles", e noutro desconto de tempo, frente ao Cazaquistão, a sair-lhe um "gente, já ganhámos isto" diante dos jogadores. Quem já pernoitou em casa da mãe de Jorge Braz para dar descanso ao esqueleto durante um périplo de bicicleta fala que as pessoas de Sonim têm a aldeia como a capital do Mundo e que lá corre qualquer coisa na água, acreditam que é diferente por dar capacidade às pessoas de tocarem na matéria dada nos seus sonhos.
Jorge Braz regressa a Sonim sempre que pode e da próxima vez retornará como campeão planetário de futsal, "é um gajo que tem esta paixão pela aldeia" e quem o disse não se importará com a informalidade quando foi o próprio selecionador, no maravilhoso que é ver alguém a repousar as defesas devido à alegria, a dirigir-se aos barulhentos portugueses presentes no pavilhão em Kaunas com o mesmo coloquialismo acariciador da alma. "Estes gajos são fantásticos", desabafou, virado para a bancada, quando bem podia estar a desmanchar-se em elogios aos seus jogadores.
Um tipo da mesma estirpe será Jorge Braz, que acabado de juntar o Campeonato do Mundo ao da Europa teve a elevação de lembrar que vem aí um estágio da seleção sub-19 de futsal e também da equipa nacional feminina. Foi o senhor futsal que percorre quilómetros para estar presente em jogos de todos os escalões, um pouco por todo o lado do país, a completar a aterragem de volta à Terra e a dar uma pista de uma evidência — é fantástico para Portugal tê-lo dedicado ao futsal."

Talvez amanhã, pássaros azuis...


"Jabez Wolfe fez 21 tentativas de atravessar o canal da Mancha a nado – conseguiu falhar todas.

Durante muitos séculos, os ingleses gostavam de dizer: «Há nevoeiro sobre a Mancha; o Continente está isolado».
Para a grande maioria dos ingleses, o Continente é a França. E, até certo ponto, a Alemanha.
Deus atribuiu-lhes a graça de serem uma ilha. E, dessa forma, evitou-lhes o sempre desconfortável embaraço de serem obrigados a repartir fronteiras com outros países. «A very wealthy distance, old sport», como diria um cavalheiro que se recusasse a partilhar a sua carruagem de comboio com a populaça. Ah! Para cá da Mancha existe uma disgusting promiscuidade de fronteiras.
Depois veio o Túnel. The Tunnel. The Channel Tunnel. The Chunnel! Com o Tunnel, por mais nevoeiro que haja, o Continente deixou de estar isolado.
50,450 quilómetros de comprimento, dos quais 37,9 debaixo de água. Calais já não é o lado de lá de Dover; agora há também Folkestone.
Para irritação dos ingleses, quem deu o nome ao canal foram os franceses: chamaram-lhe La Manche. Depois, ao engano, nós traduzimos para A Mancha quando correto seria traduzir para A Manga porque, na verdade, manche é um pedaço de uma peça de vestuário. Irritados, do lado de lá, reduziram-no a English Channel. E não há mais conversa.
Jabez Wolfe ainda não era do tempo do túnel. Afinal nasceu a 19 de Novembro do 1896. Mas dificilmente alguém conheceu a Mancha tão bem quanto ele. Pode dizer-se mesmo que era obcecado pela Mancha, ou pelo menos por aquele pedaço mais estreito (não por acaso, o Estreito de Dover) com apenas 33 km a separar a costa inglesa de Dover até o cabo Gris Nez, já em França.
Passou tanto tempo da sua via mergulhado nesse pedaço de mar que só lhe faltou nascerem-lhe guelras e barbatanas dorsais e anais. E, no entanto, representou a maior frustração da sua existência. Uma frustração que ficou registada num livro que publicou em 1937 chamado Swimming Short & Long Distance.
Natural de Glasgow, Jacob Wolfe, de seu nome de batismo, era teimoso como uma velha mula escocesa. No dia 18 de julho de 1906, já com trinta anos, decidiu finalmente enfrentar as águas encarpadas no canal, atirando-se ao mar em Dover. Jabez, como era tratado pelos amigos, era uma figura imponente, com o seu peito largo, em quilha, e os seus braços com largura de pernas. Bateu-se contra as correntes como se a sua vida dependesse disso e até certo ponto dependia. A razão do seu falhanço foi atribuída ao excesso de velocidade com que tentou nadar, sobrevindo-lhe um cansaço insuportável que o levou a desistir.
Se julgam que uma desilusão diminui um escocês orgulhoso, estão muito enganados. Nem uma, nem duas, nem três. Nem dez, sequer. Ou vinte. Wolfe era daquela raça de homens que, quando tinha uma ideia ela já nascia fixa. E a sua ideia fixa era a Mancha, só a Mancha, nada mais do que a Mancha.
Em julho e agosto desse ano de 1906, voltou a mergulhar no canal e voltou a não chegar a Cap Griz-Nez, no Departamento de Pas-de-Calais. Seria frustrante para qualquer um menos para Jabez. Entre 22 de julho e 16 de setembro de 1907, somou mais quatro tentativas de viajar de Inglaterra para França por mar e à custa dos seus próprios braços e da peitaça que tanto engolia litros e litros de oxigénio como, de vez em quando, uns almudes de água salgada.
Entre 1908 e 1909 falhou mais quatro tentativas. Foi utilizando todas as táticas possíveis, ora com um barco a acompanhá-lo onde um amigo que ia gritando palavras de incentivo com um megafone, ora com o major Nicholls noutra embarcação dando-lhe coragem e orgulho ao ritmo das 29 a 32 braçadas por minuto tocando furiosamente uma gaita de foles. Nenhuma das estratégias deu resultado, falhando uma das tentativas por menos de um quilómetro e outras três por cerca de uma milha.
Jabez Wolfe tomou, então, uma decisão drástica para quem é um orgulhoso habitante da Grande Ilha para lá da Mancha. Ao arrepio de todas as convenções, inverteu o percurso. As suas últimas quatro tentativas, espalhadas entre 31 de julho de 1910 e 26 de agosto de 1913, tiveram Cap Griz como ponto de partida e as rochas brancas de Dover como ponto de chegada.
Quero dizer, como espectável ponto de chegada já que Jabez nunca lá chegou, pelo menos à custa de braços, sendo obrigado a fazer os últimos quilómetros na barcaça de apoio. No total, Wolfe fez 21 travessias frustradas do Canal da Mancha, algo que fez dele uma lenda do fracasso.
Quando morreu, em 1943, a Mancha continuava a magoá-lo como uma paixão que não dera certo. Já não viveu para ouvir a voz de Vera Lynn:
«There’ll be bluebirds over
The white cliffs of Dover
Tomorrow, just you wait and see...»."

Treinador de elite: quem és?


"A vida na sua constante mutação, suporta uma vontade enorme de ver consagrada no tempo esta dedicada fórmula de ter transportado as pegadas duma experiência vivida e ainda poder saborear a seiva da insistência, por ver renascer novos sinais de esperança, ao encontro do compromisso para abraçar nobres causas.
Do autor, mais uma vez renascido pelo mapa das recordações, encontro o jurista consagrado e de sagaz opinião, o aluno sempre disponível para a descoberta generosa da arma das ideias, cuja presença nas aulas, pelo apuramento do olhar, pela sensibilidade do ouvir e pela ética no estar, foi, ao longo do mestrado de treino desportivo, incorporando na sua forte personalidade uma serena fonte inspiradora de elevada conduta cívica, moral e espiritual, ajudando-me dia a dia a descobrir pela arquitetura íntima da sua existência, as respostas para algumas dúvidas e as perguntas para muitas incertezas.
Com a publicação de mais uma obra, resultado duma destacada dissertação final do seu mestrado, (obtendo uma avaliação com distinção de 20 valores), Jerry Silva avança com a coragem dum campeão para a apresentação e debate duma matéria quase “proibida,” para quem poderá transportar o archote que haverá de conduzir ao êxito, numa das áreas discutíveis, quando se aborda o futebol, essa obra de arte de cultura em movimento, em que a magia confere um halo de transcendência em ordem à qual o movimento ganha o seu sentido transformador.
No decorrer desta viagem do conhecimento, abençoado pela reflexão de treinadores de craveira internacional (os melhores entre os maiores), começa por fazer ressaltar a figura dos agentes que se envolvem com o estado de liderança no desempenho, quantas vezes tendo que fazer do impossível o possível, fazendo dos valores da humildade e da disciplina o caminheiro para a estrénua busca assintótica do sucesso. Explora os diversos estilos de liderança, definindo as melhores estratégias para o encorajamento da assunção do risco, no desenvolvimento da autoconsciência, apoiando-se no novo mundo das neurociências, em ordem à autenticidade duma liderança transformacional, ao encontro duma partilha de responsabilidades.
Descobre, pela inteligência emocional, pela motivação e empatia, um comprometimento na reformulação e consecução de objetivos desafiadores de conquista, ultrapassando, por vezes, zonas bloqueadoras de conflito, no sentido de, com seriedade e coerência, alcançar uma melhor resposta crítica pelo apurado poder de raciocínio.
Foca, com pertinência e audácia, o apelo à resiliência e capacidade de superação por parte do treinador perante acontecimentos adversos, tantas vezes causadores dum estado de pânico, depressão, ansiedade e de frustração, usando estratégias de combate, apoiadas num código de altruísmo, privilegiando o debate das ideias, o sentido gratuito do carisma, a intenção criativa e o eu, enquanto gestor das emoções.
Uma abordagem fundamental nesta obra encontra-se no treino do treinador, ajudando a refletir acerca das vantagens e desvantagens das suas atitudes perante o ambiente que o rodeia, devendo ter a capacidade para avaliar as situações mais complexas, antecipando problemas e conflitos e decidindo de forma mais adequada, que é, como se sabe, a que é ditada pelo bom senso.
Em termos de comunicação, qual oxigénio que sustenta as convicções, um verdadeiro apelo ao rigor da linguagem do treinador, a importância que assume o vocabulário, o discurso e o aclaramento das ideias bem como a necessidade de se evitar uma demasiada exposição do treinador, assumindo uma discreta e estratégica distância que propicie a reverência e a admiração. O apreço pelos valores, a cultura, as referências dentro dum solícito clima dialogal em ordem a uma melhor compreensão da tarefa.
Outra intervenção de singular importância está bem descrita na abordagem da inteligência emocional associada às aptidões do autocontrolo, autodisciplina, motivação, empatia e aptidão social para assumir a qualidade de liderança e, assim, maximizar o desempenho do treinador.
Um facto digno de registo é que encontramos na investigação efetuada um paradoxo no referente à importância da mentorização do treinador, entre as necessidades pronunciadas e a prática aplicada.
Liderança de elite, inteligência emocional, mentorização do treinador, equipa multidisciplinar e comunicação de excelência, são, quanto a mim, as premissas mais refinadas pela qualidade intrínseca desta obra, e que claramente se apresentam como os grandes trunfos apontados como desafios para quem quiser conquistar o futuro.
Neste caminho palmilhado pelo treinador, algumas vezes sinuoso e tolhido por incautos, outras tantas, deslumbrante e abençoado pelo divino, em obediência à conversão por parte do treinador pelos princípios expostos, fará ou não constar a história da sua magistratura vencedora.
Um treinador de elite jamais resulta de um qualquer receituário pré-concebido. O processo de consolidação do êxito do treinador terá de passar pelo apoio pessoal de mentorização pelas tomadas de reflexão para decisões assertivas, na peugada das melhores e mais adequadas recomendações para o seu equilíbrio emocional, e na opção das melhores e mais capazes estratégias para uma comunicação de excelência.
Das labaredas do infortúnio à docilidade da glória, um longo caminho a percorrer. Para o Treinador de Elite, os valores da honestidade, a firmeza de convicções, a integridade e o respeito para o desempenho para as funções que lhe são exigidas farão despertar o presente e potenciar o futuro!...
Estimado Jerry: do tempo faço minha memória. Quando tive a oportunidade de te conhecer em plena labuta para o conhecimento, desapertei as sandálias e lancei-me à estrada da vida. Vou escutando o eco do meu silêncio e dou graças a Deus por ter a oportunidade de saborear a luz do teu caminhar. Bem Hajas!..."

Início do caminho para a Champions...

Tartu 1 - 3 Benfica
24-26, 25-22, 18-25,16-25


Mais uma vez, não fizemos um grande jogo, mas deu para ganhar!
Nos dois primeiros Set's voltámos a cometer muitos erros 'não forçados',  acordando na recta final dos respectivos Set's! E se no primeiro deu para recuperar... no segundo não chegou!
No 3.º e 4.º Set, as coisas foram diferentes, jogámos melhor, mas ainda temos muito trabalho pela frente...

Na 2.ª mão em Lisboa, basta vencer 2 Set's...

A nota mais negativa da visita à Estónia foram as lesões, o Peter... e o Honoré que não terminou o jogo, vamos esperar que não tenha sido nada de grave.

Uma época recheada de feitos


"Saraiva alcançou uma vitória que havia muito que procurava

Os pontos discutidos nos jogos do Campeonato Nacional são sempre os mesmos, indiferentemente dos clubes que se defrontem. No entanto, há partidas que, pelo histórico das equipas ou pelas rivalidades, se tornam mais apelativas. E um Benfica - Sporting é um crónico encontro que 'na demanda do título tem as funções de supremo tribunal'. Dias antes, todas as conversas desembocam no jogo entre encarnados e verdes e brancos, e até os que por norma não acompanham as incidências do futebol ficam interessados. Para os jogadores também é uma partida especial, não só pelo ambiente como também pelos efeitos psicológicos que o resultado pode exercer. Uma vitória pode catapultar a equipa em termos anímicos para o resto da temporada, enquanto uma derrota pode ter efeitos devastadores, tanto pelos pontos que não foram ganhos como por terem sido inferiores aos rivais dentro de campo.
Para Saraiva, a partida da 9.ª jornada do Campeonato Nacional 1960/61 tinha contornos ainda mais especiais. Contratado na época anterior ao Caldas, o defesa procurava ainda estabelecer-se na equipa de honra dos benfiquistas e, de regresso ao onze, encarava o encontro como uma oportunidade de ouro. Uma boa exibição frente aos sportinguistas poderia convencer Béla Guttmann de que se tratava de um atleta fiável para partidas de grau de dificuldade elevado. Para o conseguir, Saraiva, apesar de estar a disputar a sua 5.ª época a I Divisão do Campeonato Nacional, teria de fazer algo que para si seria inédito: vencer o Sporting.
O jogador destacava-se pela sua resiliência, espírito combativo e por colocar os objectivos da equipa à frente dos seus. Frente aos leões, mesmo jogando fora de posição, a médio, foi 'de uma eficácia, insuperável'. Com a tarefa de anular Fernando, 'o jogador benfiquista cumpriu brilhantemente a sua missão, pois não nos lembramos de ter visto o magnífico interior leonino passar tão despercebido como ontem'.
O Benfica venceu por 1-0, e Saraiva, no final do encontro, era um homem feliz, regozijando-se: 'Matei o borrego'. A alegria repercutia-se pelas bancadas do estádio, e, a saber do comentário do jogador, respondeu-me com humor: 'matou o borrego e ia matando o peru... ano, a certa altura', fazendo alusão a um lance com Seminário.
A vitória frente ao Sporting não seria o único feito que iria alcançar nessa temporada, colaborando para a inédita conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Saiba mais sobre o carreira deste jogador na área 22 - De Águia ao peito, no Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Estreia positiva


"O Campo n.º 1 do Benfica Campus foi, ontem, palco da estreia benfiquista na fase de grupos da Liga dos Campeões da vertente feminina do futebol, a primeira participação de uma equipa portuguesa numa fase da prova em que já só constam 16 clubes.
O adversário foi o poderoso e experiente Bayern Munique, tão-só o quarto posicionado no ranking europeu de clubes e semifinalista da competição na temporada passada.
O momento era de superação e as "Inspiradoras" responderam afirmativamente ao exigente desafio que lhes foi colocado. A bravura e o empenho inexcedíveis, assentes numa organização irrepreensível, foram os pilares do resultado alcançado, um empate sem golos.
Dados os reconhecidos atributos do adversário, já se esperava que lhe caberia a iniciativa do jogo. Porém, tal não impediu a nossa equipa de se apresentar ambiciosa, procurando sempre aproveitar os momentos certos para criar oportunidades de golo, infelizmente sem sucesso.
André Vale, membro da equipa técnica, destacou "o espírito e o coração que a equipa teve" frente a uma equipa "muito forte, até fisicamente", reconhecendo que "foi um bom resultado, mas podíamos ter feito mais". "Respeitámos o adversário, mas tentámos feri-los sempre que foi possível", juntou.
Cloé Lacasse considerou: "Mostrámos que estamos aqui para ganhar, não queremos estar só entre as melhores, queremos competir ao mais alto nível e ganhar jogos." E a capitã Pauleta enalteceu a aposta do Benfica, afirmando que "está a mostrar dentro e fora de campo que é um grande Clube".
Foi, de facto, uma estreia positiva frente a um adversário difícil. Continuar a evoluir no patamar superior do futebol europeu é o objetivo.

P.S.: Chamamos a atenção para a realização do debate, com transmissão pela BTV amanhã, quinta-feira, às 21h30, entre Rui Costa e Francisco Benitez, candidatos à presidência da Direção do Sport Lisboa e Benfica, respetivamente pelas listas A e B, nas eleições do próximo sábado. Aproveitamos ainda para informar que os programas eleitorais de ambas as candidaturas estão disponíveis no sítio oficial do Clube."