Últimas indefectivações

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Parabéns Cosme !!!


Cosme Damião - nascido a 2 de Novembro de 1885 - foi um dos co-fundadores do Sport Lisboa e Benfica, foi numa das fases mais criticas da nossa História, o principal impulsionador da nossa instituição - evitando assim o nosso fim precoce -, demonstrando sempre uma enorme dedicação à causa Benfiquista. Defendeu sempre os nossos princípios fundadores, mesmo quando desportivamente não seria o mais conveniente. A humildade e altruísmo também fazem parte da grande herança do Cosme...
A realidade desportiva de hoje, é completamente diferente - profissionalismo/amadorismo -, mesmo assim o Benfica de hoje, mantém na sua essência muito daquilo que Cosme - e muitos outros... -, defendia para o Clube, mas tentar comparar posições ideológicas - ou políticas -, é um exercício muito perigoso. Os tempos são outros.
Nos últimos anos temos assistido a um saudável revivalismo Histórico no Benfica, com todos os notáveis feitos em equipa ou no individual, executados em nome do Benfica, a serem exaltados, o pecado aqui, seria ignorar o passado. Não interessa se os registos históricos sejam em recortes de Jornais que já não existem, ou na Net, não interessa se as imagens são a Preto e Branco, ou se são em Alta Definição, os Benfiquistas têm a obrigação de se orgulharem de todas as nossas vitórias: dentro e fora do campo, as de hoje e as de ontem. Se os outros não o fazem, o problema é deles...
Agora, o passado do Benfica, pertence ao Benfica, a todos os Benfiquistas, não é propriedade de nenhum grupo, ou tendência. A utilização do Cosme como arma de arremesso política, é por definição, uma traição à própria herança do Cosme. O Cosme não nos deixou discursos com boas intenções, preferiu deixar as suas acções falarem por ele. A liderança através do exemplo é o método mais eficaz e honesto... E se hoje temos uma Clube com uma tradição verdadeiramente Democrática - e respeitadora -, muito devemos ao Cosme, que tanto fez pelo Clube, que inclusive até chegou a 'perder' eleições, mas acabou por nunca 'perder' o Benfica!!!

O Sporting faz muita falta

"O desafio do Sporting não é o de começar de novo, mas sim o de não acabar de vez. Esse é o drama de milhões de sportinguistas, e de outros como eu, que defendem um Sporting vivo e autónomo, com capacidade para disputar competições e servido por dirigentes com nível. O que se assistiu até agora foi o desaparecimento de um grande clube, mas aquilo que estamos a assistir já é ao desaparecimento do clube. É muito mau para o desporto, é péssimo para Portugal que assim seja. A rivalidade não pode cegar os adeptos, o Sporting faz muita fala. Posso até ser o único benfiquista a defendê-lo, mas gostava de ver o velho Sporting de volta.
Em Barcelos o Benfica deixou perto de uma apoplexia aqueles que viram a equipa inicial. Eu fiquei lívido. Com jogadores castigados e outros lesionados, Jorge Jesus teve a coragem de mesmo assim ainda alterar algumas peças mais habituais. Arriscou e ganhou. Sem Luisão, foi com Luisinho! Eu sou como Eurípedes para quem a coragem era a prudência. Mas Mark Twain também dizia que um homem com uma ideia novo era um louco até essa ideia triunfar. Mais importante do que a vitória, foram as declarações no final da partida em que Jorge Jesus mostrou não se inebriar por manchetes de jornais nem por heróis feitos à pressa.
Os mesmos que elogiam hoje um jogo conseguido de um jovem jogador serão os que dirão não haver maturidade no dia em que algum falhasse. É assim no futebol.
Amanhã contra o V. Guimarães é preciso manter a ambição para não permitir surpresas aos de Rui Vitória. Parece que há alguns jogadores recuperados e aumentam as soluções.
Na próxima semana voltamos a Guimarães, à freguesia de Moreira de Cónegos, para tentar continuar na Taça. Hoje com verdade alguém consegue dizer que seria mais difícil ir a Alvalade que a Moreira de Cónegos? Estamos ainda a cinco degraus do topo da escada do Jamor. Este é o próximo."

Sílvio Cervan, in A Bola

Rescaldo das eleições


"O nosso Benfica foi a eleições e cumpriu-se a tradição democrática. Destas eleições gostaria de salientar alguns aspectos.
Uma primeira abordagem prende-se com o papel das redes sociais da internet nestas eleições. O tema é muito vasto e não se esgota em poucas linhas, mas será importante que futuros candidatos percebam a real dimensão deste fenómeno sem o sub ou sobrevalorizarem. Há, de facto, uma evidente diferença entre a sensibilidade benfiquista presente no mundo “virtual” da internet e no mundo real. Não perceber a real dimensão deste fenómeno pode levar, como se viu em alguns momentos por parte do candidato Rui Rangel, a discursos equívocos, baseados numa percepção completamente iludida da realidade. No entanto, não perceber que, independentemente de serem minoritárias, há vozes críticas bastante válidas no meio do ruído pode levar a que se cometa o erro de ficar autista perante opiniões bem interessantes e pertinentes.
Num outro plano, registo que a campanha eleitoral resvalou muitas vezes para campos que ultrapassaram o bom senso. Ainda assim, teve vários méritos. Um deles, talvez o maior, foi ter precipitado o anúncio de que a recém-eleita Direcção do Benfica vai procurar caminhos diferentes do actual no que concerne à cedência dos direitos televisivos. Há muito que defendo, perante diferentes assembleias, que há vida para além da Olivedesportos. A decisão teria de ser uma decisão em função da política desportiva, mesmo que, hipoteticamente, esta se sobreponha à razão da política financeira. Luís Filipe Vieira percebeu que esta decisão maioritariamente apoiada pelos sócios e adeptos poderá vir a ser a pedra angular da futura relação do Benfica com os poderes instituídos no futebol português. Preparemo-nos para que esta decisão abale alguns alicerces apodrecidos do ‘bas-fond’ do nosso futebol e saibamos reagir perante os golpes baixos que se adivinham como represália. Esta reacção só será eficaz se soubermos estar unidos na defesa do Benfica."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica