Últimas indefectivações

sexta-feira, 16 de março de 2018

Rumo ao penta!

"Eis o ansiado desaire portista que nos recolocou numa posição independente para a conquista do tão almejado penta. Compete-nos agora lutarmos até à exaustão pela conquista dos três pontos em cada jornada e, se o conseguirmos - o que não será nada fácil - estou convicto de que nos sagraremos campeões na penúltima ronda.
Mas, neste momento, ganhar na Feira, numa campo habitualmente difícil frente a um adversário certamente empenhado, deverá ser o nosso foco. Acredito piamente que os nossos jogadores têm esta ideia bem interiorizada, pois foram eles os principais artífices do tetra, um feito alcançado com qualidade, espírito de equipa e mentalidade competitiva.
Se a qualidade, que poderá variar consoante as épocas mas que, num clube como o Benfica - este Benfica recuperado - será sempre elevada, o espírito de grupo e a mentalidade competitiva dependem, sobretudo, de factores internos (condições de treino e estabilidade do clube, capacidade de gestão da equipa técnica, liderança no balneário e personalidade dos atletas).
Porém, os factores externos não são desprezíveis, e estes, no contexto actual, caracterizado por insinuações torpes e acusações infundadas detractores do nosso mérito, têm sido imensamente benéficos para os nossos intentos.
Atente-se às declarações recentes de Artur Moraes, em que referiu a 'campanha muito forte para desvalorizar as vitórias do Benfica (...) a qualquer preço'. O Artur, como o Luisão, o Fejsa, o Jonas, o Pizzi e todos os que suaram a nossa camisola, não merecem o tratamento que lhes tem sido dado. Porque, como bem disse o presidente, os ataques não são ao fulano, ao sicrano ou ao beltrano, são ao Benfica, e o Benfica somos todos nós!"

João Tomaz, in O Benfica

Matar a marca Benfica

"A sociedade Benfica SAD, tem como um dos seus objectos de actividade a exploração da marca Benfica pela equipa de futebol profissional e nos eventos desportivos.
No seu activo intangível, a Benfica SAD tem aproximadamente o valor de 50 milhões líquidos, correspondente ao direito de utilização da marca.
Esta rubrica tem como suporte de contabilização o contrato celebrado com o Clube para a utilização da marca Benfica por parte da Benfica SAD até 30 de Junho de 2051.
Significa isto que a marca Benfica esta no clube Sport Lisboa e Benfica. Por essa razão é habitual ter-se nos relatórios e contas que existe um risco operacional quanto à manutenção da relação privilegiada com o Clube.
Na verdade, o desenvolvimento da actividade principal da Benfica SAD pressupõe a existência e manutenção da relação privilegiada com o Clube, designadamente ao assegurar à Benfica SAD a utilização da marca Benfica pela equipa de futebol profissional. Qualquer alteração desta situação poderá afectar significativamente o desenvolvimento da actividade normal da Benfica SAD, o que não se estima que venha a acontecer.
Mas poderá esta ataque todo vir provar que afinal tal pode acontecer? E esta estimação não é bem assim?
É evidente e indiscutível que a marca Benfica possui um impacto significativo no meio social nacional e internacional. Esse impacto tem consequências ao nível social, económico e financeiro que não são de menosprezar, bem pelo contrário.
Podemos definir (...) os efeitos da marca geral.

Motivar os colaboradores
Desde logo se torna mais que evidente, que a apreciação de uma marca desenvolve e motiva a criação de uma motivação de cultura e empenho, de satisfação e procura da excelência. Pelo contrário, qualquer ataque que seja dirigido à marca tem exactamente o efeito inverso.
Esse efeito negativo manifesta-se em primeira evidência na diminuição da qualidade da marca, pois a desmotivação dos colaboradores leva ao relaxamento e desleixo no trabalho que desenvolvem sob a mesma.
Não podemos esquecer que toda a atitude negativa, mesmo que não seja dirigida à marca, tem um impacto indirecto.
O segundo problema que nos surge respeita ao impacto sobre a decisão de compra.
Estando hoje as receitas das empresas que se dedicam ao desporto, e em especial ao futebol, dependente de quatro tipos de receitas - (i) assistência (ii) publicidade (iii) audiovisuais e (iv) comerciais - torna-se notório que as mesmas são susceptíveis de diminuir com a edtorioração da marca.
Toda esta maledicência e ataque a uma marca afasta a procura do produto, sabendo-se, como se sabe hoje em dia, que a procura é global e inserida em fenómenos globalizados. Atacar a marca é atacar a saúde financeira e social de uma instituição.
A diminuição de receitas gera obrigatoriamente a necessidade de financiamento, pela singela razão de que os custos têm tendencialmente uma característica fixa.
Não se conseguem reduzir custos com pessoal, pois isso implica contrariar as leis jurídicas que actualmente existem e ao mesmo tempo proceder a indemnizações volumosas que, obviamente, circulam no sentido do aumento das necessidades de financiamento.
Aqui chegados, podemos elencar a problema fulcral que não é mais do que uma conclusão - a diminuição da quantidade e qualidade do produto e logo o 'corte' das parceiras de negócios.
Veja-se exemplificativamente o abandono de patrocínio a Oscar Pistorius devido ao seu crime e o abandono de patrocínio a Lance Amstrong e também, face ao fatídico acidente de Michael Shumacher, o abandono total dos patrocínios. Na realidade, a distância entre o pódio e o fundo é uma linha muito ténue.
É por essa razão que podemos fazer uma distinção entre três conceitos que surgem eles próprios autonomizáveis, (...).
Afinal, a marca é essencialmente uma ideia formada nos consumidores que acaba por ser destrutível quando os inimigos em perfeita amizade se aliam para a abater.
A marca Benfica atenta a sua natureza, ainda possui uma mais valia que corresponde ao que se designa por Brand Equity.
Esse valor acrescentado não é mais do que a fidelidade e a religião que constitui a adesão de cada um e de todos em conjunto a uma instituição como o Benfica.
Todos individualmente e todos em conjunto sabem perfeitamente que o constante ataque e a apelidação de fenómenos de corrupção à instituição, acoplada a uma perseguição cega e odiosa ao seu líder, destroem o Benfica, mas não o vão matar.

Abram os olhos. Benfiquistas!


Até para a semana."

Pragal Colaço, in O Benfica

Obrigado, avô

"Comecei a ir ao futebol com o meu avô, em Setúbal. Ao fim de semana, começávamos de manhã a ver os escalões de formação e só terminávamos quando era a vez dos seniores. Íamos para o peão do estádio e foi por lá, em pé (junto de quem não tinha orçamento para a bancada central), que levei as primeiras lições de táctica, garra e da palavreado obsceno. Fazia parte e não me tornei pior adulto por causa disto. No outro todo do estádio havia um placard do Totobola alimentado manualmente por um funcionário do Vitória FC. E era através dele que eu acompanhava a marca do marcador no jogo que mais me interessava, o do SL Benfica. Vi grandes equipas do Glorioso passarem e sofrerem no Bonfim e absorvia todas as informações que o meu avô me dava. Aquele vitoriano tinha um respeito pelo Benfica que me deixava sem palavras.
Contava-me como tinha sido o Eusébio, como conhecera o Simões no Brasil ou como fora a festa em 1966 com o brilharete dos Magriços. Em 14 de Maio de 1994, sentámo-nos em frente à televisão. Ia começar o jogo. O SL Benfica vivia momentos complicados, mas a sala de casa do meu avô transformou-se numa extensão da bancada dos adeptos visitantes em Alvalade. Era o derby mais esperado, contra um Sporting CP que, dizia-se e ainda se diz, tinha uma das melhores equipas da sua história. O jogo não começou bem, como vocês se lembram, mas o Menino de Ouro terminou a partida com nota 10 do jornal A Bola, três golos na ficha e uma marca na nossa memória colectiva. A cada jogada, a cada golo, o meu avô festejava comigo: 'Isto assim já me faz lembrar o Benfica do meu tempo'.
O meu avô morreu na semana passada, mas ninguém me tira aquela noite dos 6 a 3 que passei com ele."

Ricardo Santos, in O Benfica

Tite precisa de ir ao médico

"O seleccionador brasileiro anunciou a convocatória para os últimos testes antes do Mundial e deixou Jonas de fora. Não, estimado leitor, não é uma piada. Tite prescindiu mesmo de Jonas, o melhor marcador das ligas europeias - o que reduz a já remota esperança do Pistolas em estar presente na Copa. Como adepto da selecção portuguesa fico mais sossegado - um dos candidatos estará menos forte. Enquanto amante de futebol triste - o espectáculo perderá magia. Na qualidade de ser humano sinto-me preocupado - a sanidade mental de Tite encontra-se em estado grave. Poder usufruir dos serviços de Jonas e renunciá-los é um sintoma psicótico alarmante. Por outro lado, é um louvável exemplo para o país inteiro. Num momento em que as drogas assumem um papel assustador no Brasil, Tite deu um passo em frente na tentativa de persuadir a população a adoptar um comportamento semelhante ao dele: dispensar o craque.
Em 2014, na Académica, Sérgio Conceição foi acusado por Leonardo Jardim de abusar do antijogo após um nulo em Alvalade, ao que respondeu: 'Cada treinador tem a sua estratégia e a minha resultou porque levo daqui pontos'. Em 2016, no V. Guimarães, apresentou-se na Luz com um futebol apoiado: apoiado em constantes lesões e apoiado em preguiçosos pontapés de baliza. Em 2018, Conceição transformou a visão do futebol por completo e sugeriu mesmo a 'reclamação do dinheiro enquanto assinante da SportTV' em casos de antijogo. Eu não podia estar mais de acordo. Acompanhei, pela TV, os jogos do Olhanense em 2013 e do V. Guimarães em 2014 e do V. Guimarães em 2016. O meu pacote era em HD, pelo que as minhas contas dão um total de 839,70€. Para onde envio o meu NIB?"

Pedro Soares, in A Bola

Nas nossas mãos

"Nesta última jornada o Benfica passou a depender apenas de si próprio para alcançar o tão desejado 'Penta'. A glória passou a estar nas nossas mãos. Ganhemos as oito finais que faltam, e estaremos no Marquês de Pombal e festejar um dos mais importantes campeonatos da nossa história recente. Próxima paragem: Santa Maria da Feira.
Está também nas nossas mãos manter a união e a resistência do Benfica face aos incessantes ataques que lhe têm sido movidos na praça pública, pelos rivais, e pelos seus representantes, assumidos ou camuflados, na comunicação social. É nos tribunais, somente a eles, que cabe julgar as matérias em questão. É essa a única sede que verdadeiramente interessa, e só a ela devemos atender. E é minha profunda convicção que, aí, nenhuma ilicitude será comprovada, morrendo no nada um caso que nasceu do nada. Não nos deixemos iludir: a comunicação social quer audiências, e os nossos rivais querem destruir-nos, para assim poderem ganhar títulos e esconder as crises que atravessam. Uns e outros pretendem alimentar e empolar estes casos até aos limites, transformando pevides em melões. Não hesitam em colocar lama na ventoinha, para manchar o nosso nome, sem que possamos defender. Talvez eles saibam que nada do que dizem poderá ser demonstrado em tribunal, e então aproveitam a onda do momento para fazer ruído, para nos amedrontar e para nos dividir. Como disse o nosso presidente, neste momento não é ele, nem nenhum dirigente ou profissional que está em causa: é o Benfica, o nosso querido Benfica.
Se não formos nós a defendê-lo, não esperemos que mais alguém o faça."

Luís Fialho, in O Benfica

Os Pais

"Os dois irmãos não estavam presentes na sala, estava a tia, que é quem faz de mãe, pai e anjo da guarda do Pedro e do Gino desde que a explosão fez desaparecer, numa ápice e para sempre, os agravos do pai e os afagos da mãe que enchiam uma infância feliz.
O Pedro estava nas aulas, o Gino nos tratamentos, e o assunto era de adultos, para quê perturbá-los? Na escola estavam professores, associações de país, padres, autarcas, jovens universitários e alunos. O objectivo era comum e nobre: as associações de pais das escolas dos meninos lançavam uma campanha de compras para todo o recheio que irá encher a casa nova que está a ser construída pela Fundação Benfica.
Não podámos faltar, mesmo sabendo que a Fundação uniu esforços com a Prozis e a Espaço Abstracto para assegurar toda a construção, o que representa um importante investimento. Tínhamos mesmo de associar-nos para além de tudo isto, e foi o que fizemos, oferecendo um euro por cada euro que seja pago e garantindo assim metade do valor desta campanha que começou como um sonho, quase inatingível, dos promotores e que agora está claramente ao alcance.
Sensibiliza-nos tudo o que se faça em torno destes meninos, cuja causa abraçámos, mas o que nos tocou verdadeiramente foi ver a paixão com que pais e professores se entregaram à tarefa de procurar uma loja que aceitasse uma lista de compras integral, dos móveis do quarto à TV da sala e palamenta da cozinha. Depois, carinhosamente, foram às compras com os meninos e a tia escolhendo modelos, cores, tudo a gosto do sonho da nova casa.
Hoje, quem sabe nesta mesma noite, o Pedro e o Gino pensaram com os seus botões e sonharam., cada um, com o quarto novo que ai vem e com as coisas boas que a vida também tem e que trará para eles. E confortaram-se sabendo que os professores de quem tanto gostam e os pais dos seus colegas estão lá também para eles, protegendo e acarinhando, na falta dos seus. Dando conforto no presente e confiança no futuro. Reconstruíndo a enorme capacidade de sonhar destes meninos."

Jorge Miranda, in O Benfica

O João e o Fernando

"A atribuição a João Pereira do título de Triatleta Europeu do Ano é um grande momento para o desporto nacional. O João é um atleta de eleição, um dos melhores do mundo, e deve a ele próprio o sucesso que tem tido na sua brilhante carreira. Desde que ingressou no Sport Lisboa e Benfica, os seus resultados falam por si. João Pereira vive o triatlo 24 horas por dia. Trabalha como ninguém e é um verdadeiro exemplo de dedicação à modalidade. Tive o privilégio de estar com ele em dois programas da BTV e percebi que o Triatleta Europeu de 2017 é um homem inconformado. Ele quer sempre mais. No fundo, ele tem a Mística do Benfica! Numa das cerimónias de atribuição de prémios da Confederação do Desporto de Portugal reencontrei-o. Como é habitual, o João estava nomeado para um prémio. No final da cerimónia, fui cumprimentá-lo.
O João estava com o Fernando Pimenta, o melhor canoísta português. Naquele momento, não hesitei e disparei: 'João, além das conquistas para o nosso Clube e para Portugal, tem outra missão importante - convencer o Fernando a ingressar no SL Benfica!' Enquanto o João sorria e dizia que já lhe tinha dito isso várias vezes, Fernando Pimenta, com a simpatia que o caracteriza, respondeu-me: 'Nunca se sabe!' Desde essa noite fiquei com a sensação de que um dia o Fernando seria atlera do maior clube português! Quando na semana passada, o vi sentado ao lado do nosso vice-presidente Fernando Tavares, a ser apresentado como atleta do Benfica Olímpico, confesso que vibrei imenso. São atletas como João Pereira e Fernando Pimenta que engrandecem a dignificam o SL Benfica."

Pedro Guerra, in A Bola

Perplexidade. Repulsa. Indignação.

"O Presidente Luís Filipe Vieira, falando em nome da direcção do Clube e da Benfica Futebol SAD, disse inequivocamente, no sábado passado, o que os Benfiquistas esperavam ouvir há muito tempo: sentidas palavras da perplexidade, de repulsa e da indignação.
A avalancha de intoxicação da opinião pública, instrumental e exclusivamente baseada na amoral profanação da privacidade e na mais aberrante campanha pública de execração das garantias individuais fixadas na Lei fundamental do nosso país e na própria Carta Universal dos Direitos do Homem, havia se mantido impunemente à solta durante meses e meses, chegando a merecer a inacreditável consonância de um juiz da mesma cor e com a mesmíssima perversa alma dos criminosos. Que real juízo podíamos nós, Benfiquistas, ir fazendo de uma Justiça assim tão parcial e desconcertante?
Comentadores achistas (daqueles que, de miseráveis pedigrees, acham, acham, sempre sem critério, nem pudor, nas glosas de ocasião) persistiram em espojar-se em chãos da desvergonha para ganharem obscenas medalhas de eficiência clubística, misturados no mesmo orfeão diabólico de inexperientes repórteres feitos à pressa e de jornalista sem currículo nem honra, a bolçar a baba podre de supostas previsões, projecções, cenários o falsas narrativas de putativos crimes - como se tudo fossem realidades provadas... Ao longo de meses, uns e outros, muito convencidos das exclusivas perspectivas unilaterais dos indignos servidores oficiais que lhes haviam passado as dicas, até sentenças defecaram pelas bocas, permitindo-se julgar e condenar impunemente, a torto e a direito, sem contradita ou ponderação!
Televisões, rádios, jornais e e-papers (talvez com raras excepções de alguma contenção editorial nas estações de TV e rádio do serviço público da RTP...) esparramavam-se no clima da generalizada euforia alarve criada pelos serviçais azuis e verdes, muitas vezes multiplicados no esgoto das redes sociais. Tudo parecia ser progressiva e metodicamente insuflado pelas arrochadas investigativas judiciárias de sentido único, contra tudo o que mexesse no Benfica, enquanto o senso comum ia vendo escoarem-se, a pouco e pouco, as questões primordiais da profanação da privacidade e da exibição dos materiais roubados que continuava a desenvolver-se á la gardère.
A emotiva intervenção do Presidente Luís Filipe Vieira no passado fim de semana não abre, apenas, uma nova atitude, proactiva, do Benfica, perante a ignóbil campanha da desvergonha; supõe também que venham a esclarecer-se muitas interrogações do senso comum.
A quem aproveitaram todos os casos e, sobretudo, todos os descasos da Justiça, perante o roubo primordial de que foi alvo o Benfica? Quem beneficiaria, afinal, do regime de estendal? Os polícias? Os procuradores? Os Juízes? Certas empresas de comunicação e (pelo menos) alguns dos seus funcionários? Outros clubes? O futebol português? E, mais ainda, quem pagava e quanto e como se pagaria a uns, outros e ainda a outros, para ter criado e desenvolvido toda aquela baderna mediática de infernos inventados em que, exclusivamente, só parecia que se queria atingir a queimar o Benfica vivo fortíssimo?
A decisão anunciada por Luís Filipe Vieira na expectativa de um relacionamento saudável com todas as sedes da Justiça há de revelar-se crucial para o esclarecimento das respostas a essas e outras, muitas perguntas do senso comum.
Em todo o caso, que não nos restem dúvidas: apesar de a nossa equipa principal de futebol manter intactos os índices de produtividade e de afirmação no contexto competitivo fundamental da I Liga, deixem-me dizer que - pelo menos até ao lavar dos cestos do actual campeonato - ainda continuaremos a ser o bode expiatório da instável dança entre os justiceiros - os verdadeiros e os bastardos. Só que, a partir de agora, a nossa nova harmonia definirá melhor a cadência desse baile."

José Nuno Martins, in A Bola

A (de)pressão atinge todos!

"A recente entrevista dada por André Gomes e uma revista espanhola teve impacto em todo o mundo desportivo, com destaque no meio futebolístico. A forma clara como falou dos seus problemas demonstra uma clarividência pouco comum, mas acima de tudo a coragem a que se referiu o seu treinador. Não é fácil assumir estes momentos, bem pelo contrário. Também recentemente, o alemão Mertesacker, central internacional, de 33 anos, que joga no Arsenal, contou como o futebol lhe está a provocar ansiedade e a afectar a própria saúde. Não há jogo em que não vomite, antes ou depois do mesmo. Estes são apenas dois exemplos, de dois jogadores que tiveram coragem de assumir o que se passa com muitos mais.
Na verdade, quem é constantemente julgado, na maior parte das vezes por avaliadores com menor capacidade que os avaliados, está quase sempre em stress competitivo e em ansiedade na sua vida profissional, e tem todas as condições para no plano psicológico ter problemas, por vezes desvalorizados, com influência decisiva no rendimento diário. Os profissionais de futebol (jogadores, técnicos e árbitros) são claramente dos mais expostos a estes problemas.
A Federação Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPRO) revelou dados interessantes, transcritos pela revista Jogadores neste seu último número: 43% dos jogadores no activo sofrem de ansiedade ou depressão, este número baixa para 35% quando os jogadores se retiram do jogo. Na realidade, a pressão existente no futebol tem atingido níveis insuportáveis, quer pelo mediatismo quer pela forma como são dirigidos as equipas e as competições. As estruturas dirigentes têm que recorrer a especialistas que possam ajudar a encontrar defesas para suportar este ambiente de pressão.  E todos têm que estar incluídos, dos adeptos aos presidentes, passando elos profissionais que estão mais expostos, os já referidos jogadores, técnicos e árbitros."

José Couceiro, in A Bola

Carta aberta a André Gomes

Parabéns, André!
Pela coragem com que assumiste as tuas angústias (e já agora pela escolha do meio para o fazer). 
Obrigado por nos lembrares que os jogadores também têm direito a receios, imunes ao saldo da conta bancária.
Tu próprio reconhecerás que pior está a vida de quem não faz o que gosta, de quem nem sabe se vai ter dinheiro para colocar comida na mesa, ou de quem está longe de ter a saúde de um atleta de alta competição.
Mas isso não quer dizer que sejas indiferente ao teu trabalho, e felizmente mostraste que não és. Que não queres saber apenas se o dinheiro bate na conta ao final do mês, que não estás acomodado a tudo aquilo que já conquistaste aos 24 anos.
É o desejo de corresponder às expectativas que te faz sentir incompleto, é essa vontade de retribuir que não afasta a frustração. Mas nota que muitas vezes a vergonha não é mais do que um sinal de humildade.
E se a crítica deve ser justa, a autocrítica também não pode estar condicionada logo à partida. E afastada a clubite, aqui ou em Espanha, poucos são aqueles que arriscam diminuir os teus méritos. Por isso não o faças tu.
Não é com mera benevolência que se explica a maturidade com que apareceste no Benfica, a firmeza com que te tornaste uma figura no Valência e depois acabaste recrutado pelo Barcelona, clube pelo qual já fizeste 73 jogos, divididos entre dois treinadores. Estás no palco ideal para desfrutar, num balneário onde dificilmente te apontam o dedo por (pretensa) falta de intensidade.
Por isso parabéns, uma vez mais.
Pelo que conquistaste até aqui, e pela entrevista, que me deixou a divagar também nas inseguranças naturais de jovens como Renato Sanches, João Mário ou André Silva.
O bloqueio é mental, André, mas logo perceberás que aquilo que te pesa não é a consciência, são as pernas. E isso faz toda a diferença para enfrentar os medos.
Força.»"

Alvorada... do Valdemar

Benfiquismo (DCCLXXVIII)

Duo...

Aquecimento... Vamos à Feira!

Um 'Jonas' a comunicar

"Os bastidores do futebol, os jogos de poder, as relações com Federação e Liga, os negócios, o mercado e o entendimento de muitas coisas que se passam na ‘Fábrica do Seixal’ podiam ser um mundo estranho para José Eduardo Moniz quando, em 2012, aceitou o convite de Luís Filipe Vieira para ser um dos vice-presidentes do Benfica. Quase seis anos depois, talvez Moniz não seja ainda um expert nalgumas matérias puramente futebolísticas, mas a entrevista de ontem na BTV confirmou que mantém intocável uma rara qualidade para comunicar e fazer passar a mensagem certa.
Um dos pontos mais importantes da conversa foi o momento em que Moniz acabou por dar uma notícia: Paulo Gonçalves, afinal, colocou o seu lugar à disposição. Os colectivos da SAD e da direcção, como também foi dito, não aceitaram. Terá sido por pretender relevar o carácter do advogado, indiciado por crime de corrupção activa, que o antigo homem-forte da TVI decidiu tornar público o caso. E, se foi o caso, fez bem.
Na semana passada já Nuno Gaioso, também vice-presidente e administrador, tinha dado uma interessante entrevista. Ontem foi a vez de Moniz. Pelo meio, de improviso, Vieira tinha deixado a firme indicação de que o Benfica está agora pronto para fazer aquilo que uma organização com a sua grandeza já devia ter feito há muito tempo: cerrar fileiras. O resto será com a justiça."

Nuno Farinha, in Record