Últimas indefectivações

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Sempre Benfica!

"Sete a zero em Vigo. Sete a um em Alvalade. Zero a cinco na Luz. O penálti defendido por Van Breukelen. Artur Jorge. O golo do último minuto da final da Liga Europa. Jesus de joelhos. As falcatruas de Vale e Azevedo. Os onze anos de jejum. A falência desportiva e financeira. A tudo sobrevivemos. A tudo sobreviveu o meu benfiquismo.
Não ir à Europa. Ver Nelo e Tavares com a camisola do Glorioso. Perder todos os jogos da pré-época. Ser eliminado pelo Gondomar. Estar na antiga Luz com menos de 10 mil pessoas. Ser roubado anos a fio nos campos do Norte de Portugal. Ver corruptos a serem campeões quando deveriam estar a disputar a Liga interprisões. A tudo sobrevivemos. A tudo sobreviveu o meu benfiquismo.
Não somos todos os iguais, reagimos de forma diferente aos descalabros. E é disso que se trata, um descalabro quanto tínhamos tudo para vencer. Quem for campeão sê-lo-á porque o SL Benfica perdeu este campeonato, não foi outra equipa que o ganhou.
Custa, claro, mas será isso razão para colocar tudo em causa? Recordo as palavras de Bruno Lage há pouco mais de um ano na festa do Marquês: 'Se tiverem a força, se tiverem a exigência que têm no futebol noutros aspectos de Portugal, na nossa economia, na nossa saúde, na nossa educação nós vamos ser um país melhor'. Respeito."

Ricardo Santos, in O Benfica

É urgente reforçar o Benfica

"Sinto que estava mais bem preparado para o exame nacional de Física ou Química no 11.º ano do que para escrever a crónica desta semana. Não tenho saudade da tabela periódica e dispenso bem analisar esquemas com átomos e moléculas. Porém, estas matérias estão disponíveis para consulta em vários livros, ao contrário de um desperdício de sete pontos do Benfica que não vem leccionado em livro algum. Não vale a pena o leitor procurar, eu próprio já consultei a Biblioteca Nacional. O ensino português preocupa-se demasiado com teoria que nos prepare para o futuro profissional, mas em primeiro lugar deveria assegurar que temos as bases necessárias para sermos capazes de enfrentar obstáculos mais importantes. Qual é o manual escolar que explica detalhadamente como devemos reagir perante um empate com o Tondela ou uma derrota com o Santa Clara na Luz? Como aprendemos a diferir apenas duas vitórias em 13 jogos? Não preciso de aulas para aprender a lidar com recuperações extraordinárias como a da época passada, contudo desconheço a fórmula para me resignar perante uma quebra tão inesperada como a deste ano. Estou cada vez mais apreensivo. Receio que o Benfica não consiga assegurar o único reforço capaz de recolocar o clube num caminho de sucesso. Não estou a falar do Ronaldo nem do Messi, do JJ, do Marco Silva ou do Pochetino. Estou a falar dos benfiquistas. Nós, sim, somos verdadeiramente indispensáveis. A força que faz do Benfica um emblema tão forte. A diferença entre um nulo ou uma vitória com um golo no último segundo no Bessa. Enquanto os estádios estiverem vazios, o Benfica entra em campo em desvantagem."

Pedro Soares, in O Benfica

Inexplicável

"Há precisamente um ano e meio, Bruno Lage assumia a equipa principal do Benfica, e partia para uma segunda volta de campeonato inesquecível, com triunfos categóricos em Alvalade, no Dragão e em Braga, futebol bonito, goleadas históricas, recordes de golos, tudo traduzido num brilhante e merecidíssimo título nacional.
Já no início da nova época, o jovem técnico selou a Supertaça com estrepitosos 5-0 ao Sporting, e nas primeiras 19 jornadas do campeonato alcançou 18 triunfos (prosseguindo assim uma incrível série de 36 vitórias em 38 partidas da liga), que elevaram os encarnados a uma vantagem pontual que então chegou a parecer definitiva. A partir de meados de Fevereiro, foi o que, incrédulos, temos visto: 13 jogos deprimentes, com resultados de mal a pior.

É lugar-comum dizer-se que o futebol tem destas coisas. A verdade é que, em mais de quarenta anos de benfiquismo, não me recordo de tamanho contraste de exibições e resultados dentro de uma mesma temporada, ou até de uma temporada para outra. E, tal como a generalidade dos benfiquistas, não consigo perceber o que aconteceu, nem como foi possível desperdiçar um campeonato que tinha tudo para ser nosso, mais a mais num momento de notória fragilidade do principal rival. Independentemente do resto, importa salientar que Lage sempre se mostrou um profissional digno, conquistou títulos, e é merecedor de todo o nosso respeito. Mas é também preciso encontrarmos explicações cabais para o que sucedeu nestes meses, de forma a que tal não volte a repetir-se no futebol, qualquer que seja o treinador que venha a sentar-se no banco."


Luís Fialho, in O Benfica

Bruno Lage

"Em plena crise de resultados desportivos, aconteceu aquilo que é normal acontecer - a mudança do comando técnico. Devemos a Bruno Lage meses a fio de vitórias, a reconquista de um título que estava perdido e uma Supertaça brilhantemente conquistada frente ao Sporting. Devemos, sobretudo, a Bruno Lage uma nova aragem no futebol português. O seu discurso desempoeirado, o fair play com que sempre pautou as suas intervenções e a sua obsessão em falar sobre futebol e sobre o jogo fizeram dele uma figura maior do desporto nacional. Jamais nos esqueceremos do seu discurso, no Marquês de Pombal, naquela noite mágica. Jamais nos esqueceremos dos jovens que Bruno Lage lançou na equipa principal, com particular destaque para esse verdadeiro fenómeno chamado João Félix. Jamais nos esqueceremos do seu equilíbrio e da sua ponderação na hora das vitórias e dos recordes que foi alcançando. De repente, tudo virou. Haverá, seguramente, várias explicações para a quebra de rendimento da nossa equipa e para esta fase de resultados negativos. A hora é de reflexão. Bruno Lage resolveu pôr o seu lugar à disposição e foi igual a si próprio - pensou nos interesses do Sport Lisboa e Benfica e não nos seus interesses pessoais. É este exemplo que deve ser seguido por todos os que sentem o Clube. Apenas da distância pontual para o líder da Liga, ainda acredito que iremos lutar até ao fim, por um benfiquista nunca desiste. Tal como iremos lutar pela conquista da 27.ª Taça de Portugal. Aguaremos pela lucidez do presidente e pela clarividência do conselho de administração da SAD. Foram eles que nos conduziram à hegemonia do futebol português. Só eles saberão a fórmula certa para voltarmos aos êxitos."

Pedro Guerra, in O Benfica

A janela


"Hoje é um dia diferente. A noite, passou-a mal dormida, e os ponteiros do relógio pareciam movidos a vapor. Não tinha como esperar pelo toque irritante do despertador, que tardava em chegar apesar do volteio nos lençóis. Margarida, chamemos este pseudónimo a esta jovem real do projecto 'Para ti Se Não faltares!', levantou-se num salto quando, finalmente, o sol raiou pela janela iluminando o quarto que divide com duas irmãs. A mais velha, que passou há anos pelo projecto, candidata-se neste ano à universidade e acredita que vai entrar. A mais nova sonha-se maior e quer entrar no projecto quando passar para o 5.º ano, habituada a invejar as irmãs por tudo o que o projecto lhe dá e a celebrar as suas conquistas pessoais e o prestígio no bairro. Margarida é, no entanto, a estrela que mais brilha hoje ali no quarto e antecipa o momento da recolha do seu merecido prémio. Média de 4, a caminho de 5, quando há apenas dois anos acumulava negativas e acenava que não à matemática convencendo-se de que não nascera para estudar, ou, pior, ainda, de que não era lá muito inteligente. Hoje, Margarida fez um caminho, que segue por diante, acredita em si mesma e sonha como nunca antes. Como nunca antes, também, corre atrás do sonho com a voracidade dos campeões, paga o sucesso em esforço e colhe-o saborosamente a cada momento de celebração. Irmãs, família, colegas e professores orgulham-se da pessoa que ela mostra ser à medida que cresce e celebram com ela os sucessos alcançados, da mesma forma que lhe deitam palavras de incentivo quando, como todos nós, tropeça ou fraqueja na dureza do caminho. Longe vão os tempos de má memória em que pouco parecia valer para os outros e, portanto, de forma magoada e triste, também, cada vez mais, para si mesma. Hoje, todos acreditam na Margarida, pedem-lhe ajuda e conselho, os mais novos perguntam-lhe como fez e procuram seguir o seu exemplo. Margarida também acredita em si verdadeiramente nunca tinha deixado de o fazer, mas ia-se deixando ir numa dormência que lhe tirava a reacção e lhe tolhia a atitude. Que, pouco a pouco, lhe diminuía o sonho. Esse sobrevinha-lhe à noite, assomada à janela, de olhar posto da imensidão das estrelas, numa nostálgica própria de quem se sente perdido, que ia tomando conta de si sem que entendesse porquê. Hoje aquela janela abre-se de igual forma, mas as estrelas brilham mais, e Margarida vibra como nunca antes; aprendeu a abrir tantas e tantas janelas, a sonhar tantos e tantos sonhos, que quer conquistar um por um e sente-se capaz disso!
Por isso, quando no regresso fugaz à escola, dali a pouco, receber pela janela, das mãos da professora, o seu prémio de desempenho, nada terá um valor mais simbólico que essa janela."


Jorge Miranda, in O Benfica

Espanto

"1. No fim do último jogo no Funchal intrigou-me o que ouvimos de um dos capitães da Equipa, ao considerar que 'Não conseguimos explicar isto. Tivemos duas ou três oportunidades muito, muito claras e, depois, não há explicações para o que se passa. Parece que tudo nos acontece. Mas a culpa é inteiramente da nossa parte, dos jogadores'.
2. 'Isto', assim dito depois daquele jogo com tão prometedor início e tão inusitado fim, logo me pareceu muito mais do que como um mero desabafo circunstancial de incredulidade e perplexidade, da parte de um jogador do Benfica.
3. 'Isto', e o resto, afinal, era a justificação para duas derrotas consecutivas no Campeonato.
4. Mas, infelizmente, era bastante mais do que isso: 'isto' havia sido, desde o mês de Fevereiro, a quinta desfeita em todos os torneios que disputamos.
5. E, pelo que me apercebi, houve muitos Benfiquistas a quem 'isto' surgiu como uma declaração de passividade e conformação perante 'tudo' aquilo que nem o Povo do Benfica, nem a Cultura, nem a História do Benfica e nem muito menos a Direcção, poderiam aceitar de ânimo leve.
6. Por fim, não menos grave, no contexto de uma feroz competição sem limites quanto ao descaramento e às poucas-vergonhas com que os nossos inimigos tinham voltado a interpretar o jogo do futebol fora (a dentro) das quatro linhas, 'isto', depois de noves-fora-nada dos últimos seis anos deles (com as contas e os resultados que se lhes conhecem e os envergonham nacional e internacionalmente), este nosso inaudito conjunto de desempenhos e desfechos, acabava a representar a mais iníqua e regeneradora dispensa de 'oxigénio' que tais velhacos - estendidos num anunciado leito de morte estrutural - podiam beneficiar agora, da nossa parte...
7. Mas, de facto, no mundo do Futebol, as coisas são assim. O futebol chega a ser cruel: e quase sempre que um treinador parte sem o que esperássemos (nem sequer o desejássemos), a culpa não morre sozinha.
8. E, ao confessar que 'não conseguia explicar', o jogador pelo menos teve o mérito de ser sincero e mais revelador do que talvez quisesse ser.
Mas, para espanto dos Benfiquistas."

José Nuno Martins, in O Benfica

Regressar às vitórias

"A nossa equipa voltará a entrar em campo amanhã, na Luz, às 21h15, já sem Bruno Lage a dirigi-la. No seu posto estará Nélson Veríssimo, agora o treinador interino, a orientar os nossos jogadores. O objectivo passa, como não poderia deixar de ser, pela conquista dos três pontos.
De todos os benfiquistas, só existe o desejo de que consigamos iniciar este novo ciclo com um triunfo amanhã frente ao Boavista. Faltam cinco jornadas e a final da Taça de Portugal e todos estamos cientes da importância de nos recolocarmos no trilho das vitórias, como estamos habituados.
O nosso próximo adversário tem feito um campeonato interessante, encontrando-se actualmente a dividir o oitavo posto da classificação com Moreirense e Santa Clara. Na primeira volta, ante o Boavista no Bessa, obtivemos um excelente triunfo, por 1-4.
Essa vitória fez parte do caminho para o estabelecimento de duas marcas históricas, o que, tendo em conta o nosso percurso recente, reforça a ideia de que estamos a viver uma época extremamente atípica.
As 18 vitórias nas primeiras 19 jornadas só foram superadas, na história do Benfica, pelo pleno de triunfos em 1972/73, além do novo recorde absoluto de vitórias consecutivas em deslocações no Campeonato Nacional, 18, uma marca que começou a ser construída na temporada passada e terminou com os três pontos obtidos em Paços de Ferreira na primeira jornada da segunda volta da presente edição da prova. Contrastando com estes feitos temos somente duas vitórias nas últimas dez jornadas e o desperdício de vinte pontos em trinta possíveis.
Independentemente desta série negativa, a nossa equipa tem de estar focada em tentar vencer os cinco jogos restantes no Campeonato e também a final da Taça de Portugal.
Veríssimo liderará a equipa amanhã, uma escolha assente no facto de o nosso antigo jogador, formado no Clube, ter sido, até à última jornada, um dos adjuntos de Bruno Lage e, por isso, conhecê-la bem e poder rapidamente assumir o comando dela, além de estar integrado, desde 2012/13, com reconhecida competência e empenho, em equipas técnicas benfiquistas, nomeadamente na B. É a sua 16.ª época no Clube.
Queremos regressar tão célere quanto possível à nossa matriz vencedora. "Ganhar, ganhar, ganhar" é o que nos norteia. Temos de ultrapassar esta crise de resultados e recuperar o ânimo, sabendo que a gloriosa história do Benfica também se fez muito da capacidade de superação em momentos difíceis. 
#PeloBenfica"

O negócio roubou a alma ao Benfica (II)

"Perderam-se no meio de tanto negócio e perderam a vontade de vencer, esquecendo-se de que a sociedade anónima desportiva é detida na sua maioria por um clube feito de gente de todas as classes que vive intensamente esta paixão, gente séria e trabalhadora que abdica de muito para seguir a sua paixão para qualquer parte e que não gosta de ver o nome do Benfica na lama.

O Benfica precisa de um projecto desportivo. Os últimos quatro anos revelaram-se um tremendo disparate, com uma perda clara de qualidade no plantel relativamente a anos em que o dinheiro não era tão abundante – desequilíbrios evidentes que todos os sócios reconhecem e que foram sendo camuflados com algumas vitórias, fruto do enfraquecimento dos rivais. Ainda assim, perdeu-se a oportunidade de conquistar um penta e, nos últimos três anos, estamos prestes a perder dois campeonatos para um clube intervencionado pela UEFA. Supostamente, um melhor processo financeiro desagua em melhores plantéis, que resultam em mais vitórias e campanhas europeias com outro brilho que até permitem, no devido tempo, transacções mais elevadas. Os últimos anos mostram-nos, no entanto, uma realidade diferente: resultados financeiros cada vez mais robustos, jogadores mais medíocres. O objectivo passou a ser construir para vender ao invés de construir para ganhar. E o princípio está errado logo à partida.
Mas o problema é bem mais profundo e estrutural. Foram saindo figuras que eram reconhecidamente importantes, como Lourenço Coelho, Shéu Han ou José Boto. Não sei se, em alguns casos, estas ausências foram bem colmatadas, mas noutros é bem evidente que não. O que transparece é uma estrutura amorfa e obediente, sem sangue benfiquista nem chama e que ostraciza quem ousa ter uma voz incómoda e diferente, como António Simões. Perderam-se no meio de tanto negócio e perderam a vontade de vencer, esquecendo-se de que a sociedade anónima desportiva é detida na sua maioria por um clube feito de gente de todas as classes que vive intensamente esta paixão, gente séria e trabalhadora que abdica de muito para seguir a sua paixão para qualquer parte e que não gosta de ver o nome do Benfica na lama. Um amor que vai passando de geração em geração, como foi o meu caso, cheio de recordações e conquistas que nos envolvem e nos unem de uma forma inexplicável. Só assim, aliás, se explica pedirem-nos o cachecol (sem retorno) que nos acompanha para todo o lado. Eles sabem lá o que aquilo significa para nós. O que já viveu connosco e nos traz à memória.
Não é exequível ter um departamento de comunicação que se esgota em apagar os fogos de casos e mais casos que todas as semanas são revelados, em vez de ter uma mensagem estratégica. Uma área jurídica onde se gastam milhões para tentar evitar escândalos quando a marca Benfica tem uma capacidade tremenda para se superiorizar a todas as outras e quando devíamos estar preocupados no desenvolvimento, e não nos processos em tribunal. Um departamento de prospecção em que não se percebe se tem uma palavra a dizer nas ( erradas ) contratações ou se quem define tudo é o presidente. O Benfica, há 20 anos, estava uma miséria. Nós reconhecemos isso e estamos imensamente agradecidos pela recuperação, sobretudo financeira. Mas isso não pode fazer-nos reféns desta direcção. Temos todo o direito de querer mais mas, acima de tudo, de querer de forma diferente.
Aproximam-se tempos importantes. Façamos, por isso, este debate com elevação. Sei que não é fácil. Eu próprio praguejo sempre que vejo um Pedro Guerra a comentar na BTV, mas não podemos cair no erro de atingir o clube quando o objectivo será denunciar os procedimentos de alguns. Há muita gente a gravitar à volta do nosso clube que não presta. O Benfica tem 116 anos , feitos de muita gente boa. Muito sacrifício. O Benfica é dos sócios. Não é o quintal de ninguém. Mais do que nunca precisamos de uma vaga de fundo, gente nova e competente, cheia de alma benfiquista, plasmada no suor da camisola, que honre a nossa história mas que se projecte no futuro, que contemple ao mesmo tempo um projecto sólido, uma visão profissional e uma ambição desportiva. Que não vá contra ninguém, mas pelos nossos ideais. Que nos encha de orgulho e nos devolva a credibilidade, o sonho, a magia e a convicção. E pluribus unum! Sócio 10 638."

Semanada...

"1. Nélson Veríssimo. O treinador adjunto de Bruno Lage ganhou alguma popularidade por assumir a equipa durante as bolas paradas. Sempre que havia uma bola parada, Bruno Lage sentava-se no banco e Nélson Veríssimo tornava-se, por momentos, o treinador principal. Eu não sei onde é que a “Estrutura” esteve nas últimas semanas, mas se há coisa que o Benfica tem sido péssimo, são as bolas paradas. Principalmente as defensivas onde temos sofrido golos atrás de golo. Mas aparentemente, nada disso conta. O importante era tirar Bruno Lage, sem ter qualquer plano B por de trás e calar meia dúzia de adeptos. Resultado: estamos a cinco jornadas do fim do Campeonato sem o 2º lugar garantido, pouco mais de um mês da Final da Taça de Portugal e andamos a brincar aos treinadores. Não faz sentido.
2. O Próximo Treinador. Até agora os nomes que têm surgido são nomes sonantes. O problema é que nem sempre um nome sonante é sinónimo de um bom treinador. E um desses casos é Unai Emery. O espanhol enterrou à grande no PSG e no Arsenal. No PSG conseguiu ser o único treinador a perder uma Ligue 1 nos últimos 8 anos. No Arsenal é responsável pela pior Premier League do clube desde 1995 (e com muito mais investimento do que Arsene Wenger). Ganhou três Ligas Europa com base num futebol modestamente fraco. Não é conhecido lançar jovens jogadores. Não se encaixa minimamente no perfil que precisamos. Mas como é um nome sonante, como há eleições em Outubro, e nomes sonantes caem sempre bem em eleições, tudo parece apontar que vamos por aqui. Espero é que LFV se lembre que o argumento “Um treinador que ganhou 3 Ligas Europas é mau?!” não vai ser suficiente se depois falhamos o apuramento para a Champions League.
3. Renovações no Futsal. O Benfica oficializou as renovações de Roncaglio, Fits e Robinho. Sendo que a imprensa Espanhola, Portuguesa e até, em alguns casos, o antigo clube já confirmaram as contratações de Nilson (Fixo), Hossein Tayebi (Ala-Pivot), Ivan Chishkala (Ala-Pivot) e Arthur (Ala), parece que o plantel de Futsal está fechado. Ao todo saem 6 jogadores (Fernandinho, Drasler, Chaguinha, Miguel Ângelo, Bruno Coelho e André Coelho). O plantel vai ser mais curto, mas vai ter maior versatilidade. Vamos ter 4 jogadores muito fortes no 1 para 1, o que promete alguma espectacularidade.Vamos estar menos dependentes de Robinho. Por outro lado, a equipa parece não ter nenhum Fixo de grande nível. O que é estranho visto que os Fixos servem para (não só mas também) cobrir os Pivots e o Sporting joga muito pelos seus Pivots. Neste caso, parece-me que estamos a fazer uma grande aposta em Afonso Jesus, que vem há alguns anos a ser apontado como uma das grandes promessas do Futsal Português. A partir deste ano, não há ninguém a tirar-lhe tempo de jogo. Se fizer uma época ao nível do que se diz dele, pode acabar a temporada como titular. Fizemos uma aposta muito semelhante no Rafael Lisboa no ano passado (onde deixámos o Miguel Maria sair) e revelou-se muito acertada. Esperemos que aqui seja igual.
4. Mehdi Taremi. Tudo indica que o iraniano vai mesmo reforçar o Benfica e eu não podia ficar mais satisfeito com esta contratação. Não sabemos ao certo que tipo de jogo o próximo treinador vai querer, mas o Taremi é tão versátil que facilmente se encaixa seja no que for que lhe seja pedido. É um jogador que sabe baixar no terreno, sabe jogar dentro da área, é forte com a bola no pé, é agressivo, é perfeito para ser uma segundo linha. Seria uma óptima contratação. Tem ainda outra vantagem, que é o facto de ter 27 anos, não tem um grande historial de lesões, o que significa que provavelmente teríamos ponta de lança para no mínimo 4-5 anos e a apanhar aqueles que são tipicamente os melhores anos da carreira de um jogador de futebol. Gostava que se confirmasse."

Cadomblé do Vata (treinadores)

"O meu filhão mais novo está a "desfraldar" a protecção anti sujidade nas cuecas. Ontem na escolinha levaram-no à sanita para que fizesse as necessidades, mas ele só expulsou as líquidas esgoto abaixo. Por lapso, as educadoras esqueceram-se de lhe recolocar a fralda e passado algum tempo o meu bonitão sentiu vontade de tratar das necessidades sólidas e não se acanhou: foi à casinha de brincar da sala, fechou a porta, baixou os calções e... limpem se quiserem. 
Luís Filipe Vieira também está a "desfraldar". Neste caso é a bandeira do "Eu ou o Caos". Passou uma semana a tentar sem sucesso, contratar um treinador de renome que lhe salvasse o coiro. Por lapso esqueceu-se que ainda tinha um no activo. Na Madeira o filme em campo decorreu como infelizmente estava previsto e LFV não se acanhou: foi à conferência de imprensa, desmentiu categoricamente a flash interview de Bruno Lage, afirmou que este tinha colocado o lugar à disposição e disse alto e bom som que os Benfiquistas são o Covid - 04 do Benfica.
O que o meu principe e Vieira fizeram foi igual. Apenas mudou o cheiro e os progressos. Hoje foi buscar o Doidão à creche e fui informado que tinha feito tudo na sanita. Por sua vez, o presidente do Glorioso não só atirou a tropa de choque pessoal para os microfones da imprensa e dos canais de comunicação oficiais do Meu Clube (li que alguém terá dito na BTV que o Centenário Glorioso teria sido refundado em 2003... não vi, li, portanto espero que seja mentira), como também ainda não conseguiu rescindir com um treinador que, supostamente, se demitiu, nem colocar um definitivo na sua cadeira.
Lamentavelmente, nas últimas semanas o presidente do Sport Lisboa e Benfica tem-se preocupado mais em assegurar a sua continuidade no Trono do que em resolver o problema premente da equipa de futebol. A 5 jornadas do fim e com uma Taça de Portugal por ganhar, temos um treinador interino que era adjunto do que está de saída, havendo no clube um técnico principal da equipa B à espera de assumir o cargo definitivamente até ao final da presente temporada. Alguém no departamento de futebol encarnado está convencido que há um totó de créditos firmados pronto a ser queimado em 4 jornadas e uma final que têm tudo para correr mal. Eu na dúvida, ainda não deixo o meu puto de rabo ao léu pela casa fora."

Recordações: Artur Leiria...

Recordações: Luís Ferreira...

João & Miguel... Itália!!!

Em Julho de 2021 mais forte do que nunca

"Tocavam as doze badaladas do dia 1 de Janeiro de 2020 e além dos desejos tradicionais, de felicidade e saúde para todos aqueles que me rodeiam, ambicionava que 2020 fosse o Ano! Era o ano da concretização do Sonho: pisar o palco dos Jogos Olímpicos. Com apuramento assegurado e o planeamento bem definido, parecia que, desta vez, nada podia correr mal. O trabalho seguia forte, os indicadores muito positivos.
O ano começa com um estágio de altitude de três semanas, em França. Bom teste, tudo vai bem! Regresso a Portugal (já com máscara, mas longe de imaginar o que por aí vinha), primeira competição do ano, resultados muito motivadores. Em entrevista, deparo-me com a pergunta: “Receias que os Jogos Olímpicos sejam adiados/cancelados?”. No momento, longe de imaginar esse cenário, até me ri... Não foi preciso muito tempo para perceber que afinal seria uma realidade possível. Pequenas competições a serem desmarcadas, atletas sem possibilidade de treinar e eis que surge a notícia de que os Jogos Olímpicos não serão realizados na data prevista. 
Então e agora?
Agora, há que arregaçar as mangas e procurar as soluções. 2020 estava tão planeado ao pormenor, que no início surgia muitas vezes o pensamento: a ser um ano “normal” estaria a competir aqui, ou a treinar ali... Mas estes pensamentos em que me ajudariam? - reflectia eu.... há que aproveitar o momento, e transformá-lo numa oportunidade! E assim foi, entre treinos isolada na piscina, treinos intensivos de musculação em casa, circuitos funcionais (na melhor companhia do mundo, a minha Mãe!), bicicleta estática, e umas corridas (em contagem decrescente à volta de um parque para passar mais rápido, porque, como se costuma dizer, nadador não corre..!) sinto que em três meses me tornei numa melhor atleta. Não só aproveitei para trabalhar a preparação física, como, ainda mais, a mental. 
O sonho mantinha-se presente, o foco também. Mesmo que à nossa volta tudo esteja um turbilhão e a incerteza seja enorme, percebi que podemos encontrar coisas boas em todas as situações e estou certa que em Julho de 2021, quando pisar o grande palco, estarei mais forte do que nunca e vou valorizar ainda mais todo o caminho, rodeada daqueles que estiveram sempre comigo. A atitude certa transforma as dificuldades em oportunidades. Nunca perdemos tudo, e podemos ganhar muito mais do que imaginamos, mesmo que as coisas não sucedam como planeadas.
É a história do copo meio cheio ou do copo meio vazio. Cabe a cada um de nós a leitura.
Olhem para o copo meio cheio! A vida é muito mais feliz e o caminho torna-se muito mais simples! 
O ano de 2020 vai ficar-nos na memória, mas juntos vamos levantar-nos e levantar Portugal!
Está na hora de nos juntarmos aos profissionais de saúde e, cada um nas suas áreas, tornarmo-nos Super Heróis!!"

O impacto do covid-19 no desporto

"O planeta desporto foi impactado pelo coronavírus e pelas medidas de confinamento tomadas em vários países do mundo. O desporto “business” sofreu particularmente pelo adiamento e a anulação de várias competições a nível nacional e internacional. Com o adiamento dos Jogos Olímpicos para 2021 toda a estrutura abanou.
O jornal económico japonês, Nikkei, deplorava um custo de 2,5 milhões de euros para a economia japonesa e os constrangimentos eram múltiplos. Mais de 11 milhões de euros tinham sido investidos pelo Sol Levante para os Jogos. Como dano colateral, Paris 2024 também é igualmente tocado pelo coronavírus. Eventos desportivos muito esperados, como o Roland-Garros, foram adiados para finais de Setembro de 2020, trocando as voltas ao calendário. A Volta a França, que continua optimista, poderá ser ultrapassada pela realidade. Prevista de 27 de Junho a 19 de Julho, irá para as estradas de 29 de Agosto a 20 de Setembro. O fato de se anular ou adiar estes eventos desportivos coloca um problema maior. Desaparece o brilho principal e as fontes de receitas das competições.
Os media também são prejudicados. O coronavírus não cessará de nos fazer pensar e de colocar questões. Entretanto, e há falta de melhor, mais vale aproveitar o desporto sem espectadores do que não haver evento nenhum. Em Portugal, algumas federações desportivas já vieram dizer que as ajudas do Estado são muito escassas e solicitam medidas concretas. De fato, reclamam apoios para a sobrevivência dos clubes e associações desportivas, salvaguardando os postos de trabalho e a continuidade da actividade desportiva dos jovens.
A elaboração de um plano de apoio à actividade associativa é preciso. Os clubes e as associações desportivas são centrais na vida de milhares de crianças e jovens e dos voluntários que os(as) fazem viver."

Vítor Rosa, in A Bola

Ao sabor da corrente

"Agora que atingimos metade dos jogos correspondentes ao recomeço deste campeonato muito condicionado pelas alterações introduzidas, e que já foi objecto de suficiente exploração, é-nos permitido fazer algum comentário referente aos valores das competências das equipas no confronto competitivo.
Situado em três níveis, quer com o objectivo de conquistar o título, quer na obtenção dum lugar classificativo que permita competir ao nível da UEFA, quer na luta pela estabilização da manutenção, e logo à fuga dos lugares de descida, temos assistido a várias causas de variáveis contornos.
Assim é que devido à densidade competitiva, porventura associando o facto de os jogos serem realizados sem a presença do público, verificamos que para além das vertentes físico - atléticas de resposta insuficiente de boa prestação, facto atestado pela ocorrência de várias lesões do foro músculo tendinoso, as equipas que se apresentaram numa forma emocionalmente mais equilibrada, identificadas com um estado de alma e confiança nas acções a converter, na motivação em se envolver e no orgulho a confirmar, mais próximas têm estado dos objectivos propostos.
De resto, como já tenho referido de forma repetida, as expressões convertidas em ato, não obstante a exploração das dificuldades encontradas, carregam consigo mais energia produtiva e como consequência do estado emocional, tornam-se reveladoras nas tomadas de decisões mais eficazes. Resta saber se esta corrente de sucesso conseguido pelo desempenho obtido, será capaz de perdurar no tempo, pois sabemos que o comportamento dos jogadores após os êxitos obtidos, permite validar melhor o sucesso e por consequência influenciar o colectivo da equipa para um estado bem explícito da sua performance.
Verificamos ainda nesta luta final dos atributos classificativos, nos casos em que os jogadores das equipas que estavam traídos por resultados negativos, viram diminuir o seu estado de maior concentração, onde a dinâmica operacional do seu rendimento “agonia em campo aberto”, gerando-se uma crise de raciocínio, negligência e desânimo, dada a impossibilidade de superar a adversidade causada pelo fardo dos maus resultados, vergados pelo efeito devastador das suas próprias incapacidades.
Sabemos ainda que os jogadores mais capazes de obter o sucesso, são aqueles que melhor conseguem dominar os índices de pressão que se vai acumulando durante o jogo. É por isso necessário identificar as origens desse estado crítico, quer em termos somáticos, quer em termos cognitivos, para a partir dessas avaliações de controlo, anotar os verdadeiros traços de personalidade daqueles que são mais resistentes ao combate, anotados dum marco de referência vibracional, mergulhados no entusiasmo de dar o máximo de si e olhando o futuro com esperança, ou daqueles que se vêm aprisionados pelo veneno duma memória asfixiante, porque altamente perturbadora, talvez penalizados pelo medo de perder e desesperados pelo infortúnio, sem conseguir fazer duma adversidade uma oportunidade.
É assim que por uma dinâmica processual de treino registado e revisitado num código de êxito participativo, se poderá inscrever como âncora das melhores convicções, atestando comportamentos, ajustando desejos e partir para a viagem de sonho onde habita o êxito.
Atenção que isto não é letra … já explorei em idênticos artigos nesta rubrica que a bola on line muito me honra publicar, configurados com a experiência produzida, algumas metodologias que nestas situações quanto a mim se tornam de prioritária importância.
Deixo ao critério da audacidade, do carisma, da inteligência e da humildade dos líderes/treinadores a oportunidade de conquistar a sua distância, ajudando a reconstruir o que ficará para registo da sua própria história. Veremos o que nos irá merecer de crítica ao contemplar a reflexão que será produzida em “juízo final”.
Uma coisa é certa – as equipas ganhadoras sabem o que querem e acreditam com firmeza nas fórmulas para alcançar a chama para o sucesso … e como já dizia Séneca, (4 a.C. – 65 d.C.), chega primeiro não quem corre mais depressa, mas quem sabe para onde vai!.."