Últimas indefectivações

sábado, 18 de dezembro de 2021

Cesto grande !!!

Guimarães 68 - 108 Benfica
16-26, 21-29, 12-25, 19-28

Noite de 'cesto grande', com os Triplos a cair, tudo fica mais fácil... até os Lances Livres, habitualmente na casa dos 60%, 'subiram' para os 80%!!!

Ajax


"Contrariamente ao que muitos propalaram, o apuramento do Benfica para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões não se deve ao Bayern. Os alemães limitaram-se a fazer o que deles era esperado, somando a sexta vitória.
Apesar das goleadas sofridas ante o Bayern, o Benfica teve um bom desempenho. Frente a Barcelona e Dínamo Kiev venceu os jogos na Luz e empatou fora, não sofrendo  qualquer golo. Resumir o apuramento à contração de uma dívida de gratidão ao Bayern é redutor e desonesto intelectualmente.
O Ajax é o adversário que se segue, e a tarefa de passar aos quartos-de-final não é nada fácil. Escusado será dizer que já começou a desvalorização dos neerlandeses, útil para os defractores qualquer que seja o desfecho. Se o Benfica passar, o sorteio foi bom; se for eliminado, não cumpriu a sua suposta obrigação. Nada que qualquer benfiquista minimamente atento não antecipasse.
Rui Vitória, qual nêmesis de Jorge Jesus, conhecedor profundo da realidade benfiquista, passou, de repente, a liderar um bando de jogadores inaptos para estas andanças. O PSV, ultradifícil obstáculo de transpor, goleador, na Supertaça, do extraordinário Ajax, subitamente demonstrou pouco traquejo europeu e um plantel curto. E o Barcelona e o Dínamo Kiev, o primeiro antes instransponível, depois ao alcance de qualquer um, e o segundo de candidato à Liga Europa a indigente num ápice, fizeram com que a passagem benfiquista não passe, dizem eles, de uma mera formalidade.
Agora vem o Ajax, e já ouvi um tipo no canal de entretenimento CMTV (enviaram-me um vídeo, não frequento aquilo) afirmar que este Ajax não vale tanto como os resultados com o Sporting fazem parecer. Bastou, no sorteio, o nome Ajax surgir junto do Benfica para que o treinador Ten Hah e jogadores como Haller, Antony, Tadic, Berghuis, Blind, Gravencerch e outros tenham desaprendido - ou nem sequer alguma vez aprendido, apesar das goleadas ao Sporting - de jogar futebol. É extraordinário. Extraordinariamente patético."

João Tomaz, in O Benfica

Jogo de estrelas


"No último jogo em casa da equipa feminina de futebol do Benfica para a Liga dos Campeões da UEFA, houve um espectador especial nas bancadas do Benfica Campus. Acompanhado, entre outras pessoas, pelos campeões Nuno Gomes e Artur Moraes, o brasileiro Kaká assistiu à pesada derrota das encarnadas frente ao Lyon, mas nem isso lhe tirou o sorriso. Antes do jogo, no intervalo e após o apito final, a estrela da seleção brasileira e de São Paulo, AC Milan e Real Madrid distribuiu charme tal como se comportava nos relvados discreto e eficaz. Tirou fotografias acedeu a autógrafos e não se negou a cumprimentar quem se aproximou.
São assim as grandes estrelas, e foi um prazer vê-lo no Seixal. Estamos só a falar do último jogador a ser eleito a Melhor do Mundo pela FIFA e a ganhar a Bola de Ouro antes do duelo Messi-Cristiano. Kaká conseguiu-o em 2007, e foi, curiosamente, neste dia (17 de Dezembro), mas de 2017, que o médio brasileiro pendurou as chuteiras.
Muitas coincidências numa semana em que a mesma equipa feminina do Glorioso, as inspiradoras, encerrou a sua participação histórica na Champions. Nunca antes uma equipa portuguesa tinha chegado à fase de grupos desta competição. E muito menos marcado golos a este nível. Ou, sequer, conquistado pontos. Foi um feito para o clube e para Portugal, especialmente num grupo onde estiveram a competir Lyon e Bayern de Munique, além das suecas do Hacken, todas elas mais bem posicionadas no ranking europeu.
Se há uma equipa que me enche de orgulho enquanto adepto, é esta. Parabéns a todos elas, e rumo â revalidação do título. Qualidade já sabemos que não nos falta."

Ricardo Santos, in O Benfica

Dois clássicos para abrir (espero eu) o apetite


"Vem aí um final de ano especial. Um dia antes do Natal, jogo com o FC Porto no Dragão, a contar para a Taça de Portugal. Um dia antes da passagem de ano, jogo com o FC Porto no Dragão, a contar para o campeonato. Os ingredientes perfeitos, ou para as rabanadas serem de comer e chorar por mais, ou para serem apenas de chorar. Já não bastava depender do Benfica para medir o meu apetite ao longo do ano, e agora na reta final para 2022, corro o risco de nem sequer querer entrar na cozinha. Nem sei bem o que dizer à minha mãe. Se lhe peço para comprar meia dúzia de pães secos para fazer os mexidos, e o Benfica ganha, provavelmente será pouco para corresponder às necessidades da festa. Se lhe peço para comprar meia dúzia de pães secos para fazer os mexidos, e o Benfica não ganha, provavelmente será melhor dar o pão esmigalhado às galinhas da vizinha. O melhor seria ela enviar uma carta aos nossos jogadores para saber que tipo de compras eles a aconselham a fazer, no entanto a mulher não leva a sério esta sugestão. Assim, não lhe resta outra opção: terá de esperar pelos dias 24 e 31 de Dezembro para poder fazer a lista de compras e, se o Darwin estiver inspirado, rezar que ainda não tenham levado os bacalhaus todos para casa.
O Benfica ultrapassou a fase de grupos da Liga dos Campeões, fazendo história de deixar para trás um Barcelona que seguia para os oitavos de final há 21 anos consecutivos, e Jorge Jesus revelou que sentia confiança na qualificação desde o sorteio. Claro que o mister tinha lido a minha crónica nessa altura. Na edição do jornal O Benfica no dia 3 de Setembro de 2021, adiantei-me e dei os parabéns ao Barcelona pela conquista da Liga Europa. Visca, Barça!"

Pedro Soares, in O Benfica

Bancadolândia


"José Torres. Ao debitar as letras que aqui dão forma e vida às palavras e às frases, curvo-me perante a memória do Bom Gigante, figura grande da história do futebol do Benfica e de Portugal que partiu há mais de 11 anos. Algum tempo antes, em 1985, foi graças a ele que, naquela altura, o sonho e a vontade de sonhar tornaram conta de garotos como eu, então acabado de completar 12 anos de existência.
Estávamos a 16 de Outubro de 1985, a Seleção Nacional precisava de 'um milagre', isto é, necessitava de bater a Alemanha, em Estugarda, para picar o bilhete com destino ao Mundial do México. Contra a descrença e a desperança envolventes, José Torres, à data no comando técnico da equipa das Quinas, soltou: 'Deixam-me sonhar!' E Portugal, incrível, ganhou mesmo, realizou o seu sonho, e ainda hoje me arrepiam as lembranças daquele fabuloso tiro de Carlos Manuel 'do meio da rua' e daquelas estupendas defesas de uma muralha elástica chamada Manuel Bento.
Sonhar anima, retempera, faz-nos viajar, desprende-nos para os alvitres. 'Sonho' é o termo que me cativa quando recordo a carreira da jovem equipa do Benfica na corrente edição da UEFA Youth League. O primeiro embate, em Kiev, seria uma lição, o gatilho rumo a cinco vitórias (com 14 golos marcados e 0 sofridos!) arrancadas com imensa qualidade e competência nos outros desafios da campanha. Ao todo, foram 15 pontos em 18 possíveis, e somente a Juventus teve um registo superior (16) na fase de grupos concluída no dia 8 de Dezembro.
A esta distância, sem bolas mágicas, não me atrevo a afirmar que o Benfica vai alcançar a final da prova pela quarta vez (esteve na decisão em 2013/14, 2016/17 e 2019/20) e, aí chegado, arrebatar um troféu que tanto tem feito por merecer, não só pelas capacidades expostas nos relvados, mas sobretudo pelo trabalho de formiga por detrás do pano, forjando polindo jovens craques de mão-cheia. Todavia (obrigado, José Torres!), o sonho é legítimo e muito fundado quando se atenta no calibre futebolístico de uma 'colheita' que esmaga pelo perfume do seu talento e das potencialidades. Esta juventude (que, precoce, atravessa Sub-19, Sub-23 e Equipa B) é entusiasmante! Assim, como não sonhar?"

João Sanches, in O Benfica

Melhor a emenda que o soneto


O sorteio dos oitavos-de-final da Champions League podia ter sido bem pior para as nossas cores. Esteve, aliás, em vias de o ser, não fosse um erro grotesco da UEFA ter obrigado a uma humilhante repetição do evento.
Em vez do Real Madrid (que, convenhamos, deixaria poucas esperanças de apuramento), saiu o Ajax, emblema histórico, mas francamente mais simpático que o colosso espanhol.
É verdade que os neerlandeses esmagaram o Sporting em Alvalade na primeira jornada da fase de grupos desta edição. Foram então deificados por uma certa comunicação social cá do burgo, que esticou a retórica até os colocar ao nível de Liverpool e Bayern de Munique, carrascos de FC Porto e Benfica respectivamente. Cá para mim, está por mostrar todo esse reluzente poderio. Se olharmos para a classificação da Eredivisie, vemos na liderança um PSV Eindhoven, que, de resto, já havia ganho 4-0 ao Ajax na Supertaça holandesa, e foi afastado da fase de grupos pelo próprio Benfica.
Como é óbvio, tudo isto deverá ser entendido em parâmetros Champions League, pelo que não devemos esperar facilidades. A eliminatória com o PSV foi duríssima, e o Ajax tem dois ou três jogadores (Tadic, Antony e Haller, por exemplo) que merecem preocupação suprema. O histórico com a equipa de Amesterdão também não nos é favorável: três momentos, três eliminações.
Até finais de Fevereiro muita água vai correr debaixo das pontes. Acredito firmemente que o melhor Benfica - aquele que deu 3-0 ao Barcelona - vá reaparecer, ultrapassar o Ajax e chegar, pela quarta vez neste século, aos quartos-de-final da maior prova de clubes do mundo."

Luís Fialho, in O Benfica

Árvore a árvore


"Mais cedo do que tarde, infelizmente, poderão repetir-se incêndios florestais de verão pelo interior do país. Um interior onde, quase generalizadamente, nas grandes áreas ardidas de 2017, eucaliptos sucederam a eucaliptos, e mimosas sucederam a mimosas. Duas das espécies que mais arderam nos incêndios de má memória que chocaram um país incrédulo, faz poucos anos.
Mais cedo do que tarde, dizia, a opinião pública voltará a sua atenção, derivada da covid e das sucessivas crises vividas pelo país, para a importância da prevenção, seja na dimensão de reposição de floresta autóctone, que arde menos, seja na alteração de comportamentos e adoção de atitudes ambientalmente responsáveis.
No nosso caso, como se esperaria do Benfica, dizemos presente e mantermos a ação continuamente deste 2017, plantando e repondo stocks de carvalhos autóctones através da parceria com a Lousitânea. Árvores que as crianças das escolas com apoio das autarquias devolvem à natureza e dessa forma, gesto a gesto, árvore a árvore, sítio e sítio, vão contribuindo junto connosco para a criação de uma floresta mais sustentável e para o nosso futuro coletivo."

Jorge Miranda, in O Benfica