Últimas indefectivações

sábado, 17 de agosto de 2019

Lage sabe o que diz

"A cada oportunidade em frente aos microfones, Bruno Lage procura colocar gelo na euforia dos adeptos do Benfica, ao mesmo que procura desarmar os rivais através dos elogios. Ontem, na antevisão ao jogo em casa do Belenenses SAD, voltou a fazê-lo. Desvalorizou o que já ganhou e elogiou o maior adversário, recordando o contributo dos dragões para o ranking de clubes da UEFA nos últimos 20 anos, quando bastaria reduzir o período de análise à última década para colocar o Benfica à frente desta espécie de campeonato. Perante isto, dificilmente haverá frases de Lage coladas nas paredes dos balneários dos rivais, a velha técnica de motivação tornada famosa por José Mourinho.
Ao falar de quem está de fora, adeptos e concorrentes, Lage fala para dentro. O técnico tem a consciência de que um dos riscos que o Benfica corre é o de criar um optimismo exagerado dentro do grupo que orienta. Ninguém está imune à derrota ou a momentos maus, como bem lembrou Silas ontem, pelo que todo o favoritismo das águias para esta época é garantia de nada. Não há campeões sem jogar e sem ganhar. E o jogo de hoje com o Belenenses SAD, equipa que conseguiu um surpreendente empate na Luz em Março, acaba por ser mais um teste ao foco das águias. Por muito que o clássico da próxima semana com o FC Porto já esteja na cabeça de muita gente."

Benfica verlängert mit zwölf Youngstern

"In diesem Sommer hat Benfica Nägel mit Köpfen gemacht und die Verträge von einem dutzend Nachwuchsspielern aus der Akademie in Seixal bis 2024 verlängert. Viele von ihnen sind schon bei den Profis zum Einsatz gekommen und haben jetzt beträchtliche Austiegsklauseln. So würde der bereits von RB Leipzig umworbene Úmaro Embaló jetzt 60 Millionen Euro kosten, Florentino Luís gar das Doppelte.
Folgende Youngster hat der portugiesische Rekordmeister für die nächsten fünf Jahre an sich gebunden:
David Tavares (19), Offensives Mittelfeld, seit 2016 bei Benfica (Austiegsklausel 66 Millionen) 
Diogo Mendes (21), Zentrales Mittelfeld, seit 2009 bei Benfica
Florentino Luís (19), Defensives Mittelfeld, seit 2010 bei Benfica (Austiegsklausel 120 Millionen) 
Gonçalo Ramos (18), Offensives Mittelfeld, seit 2011 bei Benfica
Jair Tavares (18), Linksaußen, seit 2010 bei Benfica (Austiegsklausel 45 Millionen)
Nuno Santos (20), Offensives Mittelfeld, seit 2013 bei Benfica
Nuno Tavares (19), Linker Verteidiger, seit 2015 bei Benfica (Austiegsklausel 88 Millionen)
Pedro Álvaro (19), Innenverteidiger, seit 2013 bei Benfica (Austiegsklausel 88 Millionen)
Sandro Cruz (18), Linker Verteidiger, seit 2014 bei Benfica
Tiago Dantas (18), Zentrales Mittelfeld, seit 2005 bei Benfica (Austiegsklausel 88 Millionen)
Tiago Gouveia (18), Rechtsaußen, seit 2017 bei Benfica
Tomás Tavares (18), Rechter Verteidiger, seit 2010 bei Benfica
Úmaro Embaló (18), Rechtsaußen, seit 2015 bei Benfica (Austiegsklausel 60 Millionen)"

Quem 'matou' a mudança? Suspeito 19 - Resistir à tarefa... (parte 1)

"Será que o Presidente vai demitir o Coordenador da Academia de Futebol? Mark Angie, o Presidente do F.C. os Galácticos, estava insatisfeito e a ter uma importante reunião com Treinador Anthony Smith, o Coordenador da Academia dos Galácticos.
“A Academia não está a funcionar, pois são poucos os jogadores que estão a vingar na equipa principal e com isso estamos a criar vários problemas. Somos forçados a despender de milhões em contratações, todos os anos, os adeptos não se identificam com a equipa e deixamos de ter jogadores que sentem a camisola” – dizia o Presidente Angie, enquanto continuava – “e gostava de mudar esta situação. O que podemos fazer?”
Como pessoa estudiosa, persistente, muito exigente e de convicções fortes, mas sempre disponível para aprender e melhorar, o Coordenador Smith fez uma sugestão – “Presidente julgo que poderia ser útil realizarmos uma auditoria externa à Coordenação da Academia”.
O Presidente Angie fez uma breve pausa, como que apanhado de surpresa e, dada a longa e próxima relação entre ambos, perguntou – “o que está a pensar?”
“Há uns tempos, tive uma situação delicada, abordei o Detective Colombo e o resultado foi extremamente útil. Estava a pensar em convidá-lo a acompanhar-me, para tentar perceber o que uma pessoa, externa e com conhecimentos, poderá detectar que esteja a comprometer o bom funcionamento e resultados da Academia. O que lhe parece Presidente?” – perguntou o Coordenador Smith.
A resposta não surpreendeu o Presidente Angie, dado que o Detective Colombo já tinha ajudado o Clube a identificar e solucionar um conjunto de problemas, que estavam a comprometer a evolução do Clube e porque o Coordenador Smith, para além de competente, não só não iria sentir intervenção do Detective Colombo como uma ameaça, como também estava realmente comprometido em descobrir a raiz do problema. Por isso disse – “força Coordenador Smith. Avance com a situação e depois informe-me dos resultados”.
Enquanto o Coordenador Smith estava a sair do seu gabinete o Presidente Angie pensava na “sorte” do Clube, por ter um Coordenador realmente interessado em que as coisas funcionem, dizia a si mesmo, acredito que esta iniciativa poderá ser o início de uma mudança importante, e pensava nas várias razões para a iniciar. Se melhorarmos o funcionamento e resultados da Academia, podemos poupar milhões em contratações, valorizar a formação do Clube, fixar os bons jogadores da formação, catalisar a própria Academia, ter jogadores que sentem a camisola, sentir os adeptos orgulhosos, por verem os seus “meninos” a terem sucesso, e a direcção com a sensação que está a fazer o que é correto e a deixar um legado, a sua impressão digital.
Depois do Coordenador Smith contactar o Detective Colombo e já no Gabinete do Coordenador Smith, onde se destacava uma parede toda em vidro, virada para os 12 campos de Futebol da Academia dos Galácticos, o Detective Colombo perguntou – “o que se passa Coordenador Smith?”
A resposta do Coordenador Smith foi imediata, própria de quem já tinha reflectido muito sobre o assunto, e disse – “a Academia não está a funcionar, nem a produzir os resultados desejados, sinto que estou perante uma enorme oportunidade de melhoria e gostava que me ajudasse a identificar e solucionar o problema, para a aproveitar”.
O Detective Colombo perguntou – “o que é que o está a deixar incomodar?”
“Ao longo do tempo, tenho notado dois problemas” – respondeu o Coordenador Smith. “Qual é o primeiro?” – averiguou o Detective Colombo.
“A Academia tem 22 equipas de formação, desde os Benjamins até à equipa B, e com ela toda uma estrutura técnica, com um Treinador Principal e com três Treinadores Assistentes. Tivemos momentos em que houve várias discussões, mas depois seguiram-se momentos de confiança, optimismo e encantamento” – começou por dizer o Coordenador Smith. “Como assim?” – tentava perceber o Detective Colombo.
“Antes desta “crise”, os resultados foram bons, mas começamos a pensar que os “picos”, os bons resultados, iam durar para sempre, passamos a ver as coisas melhores do que realmente eram, “embandeiramos em arco”, deixamos de ver o que de “mal” estava escondido por detrás desses “bons” momentos, como que só vendo a parte cheia de um copo de água meio-cheio, esquecemo-nos do que nos levou a chegar a esses picos e, com isso, comecei a aperceber-me de 3 coisas” – explicava o Coordenador Smith, enquanto observava o ar de curiosidade e interesse do Detective Colombo, que lhe perguntou – “quais?”.
“Quer nas reuniões de Coordenação com os 88 Treinadores, quer nos diferentes momentos em que conversávamos informalmente, como a tomar um café ou durante as deslocações para os jogos, comecei a aperceber-me que exagerávamos nas semelhanças – no está sempre tudo bem, que por vezes parecia bajulação - e até evitávamos as diferenças, que tantas discussões tinham provocado, antes de atingirmos esses “picos”. Por outro lado, também nos concentramos na boa relação e amizade conseguidas. Grande parte da equipa técnica sentia-se bem, ao ponto de começar a haver convívios entre eles, fora do Clube” – clarificou o Coordenador Smith.
“Percebo Coordenador Smith, como o que algumas vezes acontece, na segunda parte do jogo, quando marcamos muitos golos, na primeira parte, ou depois de ganharmos um jogo com uma excelente exibição ou uma vantagem confortável ou no jogo a seguir a ganharmos um campeonato ou ainda quando escalámos até ao cume de uma montanha. Nestas situação, podemos cair na ratoeira de pensar que o cume – o resultado daquela primeira parte, do jogo anterior, … - se prolonga e, por isso, podemos ter a tendência de pensar que tudo está bem, o melhor possível e nada está mal, nem convém sequer abordar, mesmo que esteja” – começou por dizer o Detective Colombo.
“Detective Colombo, o problema é que a seguir ao cume se segue uma descida e um novo vale, maus resultados, e a ideia é não só trepar novamente até ao cume, os bons resultados, mas também permanecer e prolongar o tempo nesse cume, os bons resultados” – aprofundava o Coordenador Smith e continuou – “repare na ironia da situação Detective Colombo. Os 88 Treinadores existem para formar os melhores jogadores e homens do mundo, a sua missão é libertar, potenciar e elevar todas as suas qualidades e o propósito da Academia é alimentar a equipa principal - e com isso não só catalisar a formação, com mais jovens a quererem vir para a Academia - ter uma equipa principal com jogadores que sentem a camisola, sentir que os adeptos se identificam e apoiam o Clube, “encher os cofres” com as boas transferências e a direcção deixar um legado. Para isso acontecer, necessitamos do contributo de todos, mas, para manter a boa relação conseguida e para evitar os problemas provocados pelas diferenças, as pessoas resistem a contribuir.”
O Detective Colombo esboçou um pequeno sorriso, parecia que estava contente por o Coordenador Smith ter chegado à primeira metade do problema da resistência à tarefa, nomeadamente resistir a contribuir, “um dos responsáveis” por comprometer a mudança, o desenvolvimento e o progresso das equipas e das organizações. Lembrou-se de que o Coordenador Smith tinha começado por falar em dois problemas e disse – "gostava de lhe colocar duas perguntas, começo pela primeira: como resume o primeiro problema?”.
O Coordenador Smith fez uma pausa, parecia estar a organizar as suas ideias e disse – “o primeiro problema está identificado, resistir à tarefa, não contribuir para ela. As suas raízes, também, a incapacidade de lidar com as diferenças e a tentativa de evitar, a todo o custo, mesmo comprometendo os resultados desejados, o regresso das discussões, das desconsiderações e do desconforto provocado por essa incapacidade de lidar com as diferenças. As consequências já eram conhecidas, mas indesejadas, a Academia não está a funcionar bem e os resultados estavam abaixo de desejado.”
“Como não poderiam deixar de estar, se grande parte dos recursos, dos conhecimentos e das capacidades dos 88 membros da Equipa Técnica não se convertiam em contribuições efectivas para a tarefa!” – pensava o Detective Colombo.
O Coordenador Smith lembrava-se que já tinha passado por este problema, sem ter reparado, muitas vezes, na sua vida. Nos grupos de trabalho na escola, que evitavam a tarefa, o trabalho, jogando bilhar, enquanto esperavam que alguém realizasse o trabalho. Naquelas coisas que a família evitava abordar, porque as discussões “jorravam” que nem água de um cântaro de barro partido, e as coisas não aconteciam. Nas muitas situações em que tinha participado em reuniões, tinha contribuições para fazer, mas não as fazia, para não “levantar ondas” – gerar discussões - e como não contribuir o tinha deixado insatisfeito a ele e mais pobre essas reuniões. Nas eliminatórias que pareciam ganhas, na primeira mão, dada a volumosa vantagem, mas que acabavam por ser perdidas, na segunda mão, quando olhou para o relógio, reparou que tinha de ir para o treino, lembrou-se que o Detective tinha falado em duas perguntas e disse – “Detective Colombo, qual é a segunda pergunta?”.
Astuto, até porque pelo vidro o gabinete já se viam os 12 campos com o movimento dos jovens e das bolas, o Detective Colombo sentia o Coordenador Smith dividido, entre ir para o treino ou continuar a interessante e produtiva conversa, e disse – “percebo que tem uma tarefa em mãos, o treino, aborde-o e regressarei com a segunda pergunta, amanhã”.
O Coordenador Smith sorriu, pensava que estava a viver mais um momento em que podia contribuir para a tarefa em mãos – agora, o treino – ou resistir a essa tarefa, não contribuindo e disse – “compreendo, vou contribuir para o treino e amanhã retomamos a conversa, até porque estou muito curioso por saber o que me vai perguntar e eu descobrir”.
A caminho do treino pensou – “quantos resultados tinham ficado aquém, por causa desta parte da resistência à tarefa, não contribuir. Qual seria a 2ª parte?”"

Benfiquismo (MCCLXIV)

Inauguração...

Uma Semana do Melhor... com o Belo

Aproveitem...


O desporto e o risco

"A noção de “risco” é muitas vezes usada no sentido de perigo, que significa ameaça, queda, colisão, esgotamento, desidratação, etc. No domínio desportivo, vários perigos podem ser identificados, por vezes estreitamente ligados a uma prática específica: entorses, fracturas, hipotermia, dopagem, etc. Mas nem todas as situações portadoras de perigo acedem ao estatuto de risco. Inversamente, as actividades relativamente seguras podem tornar-se um risco.
Sem subestimar os perigos inerentes à prática, a visão do alpinismo como actividade de risco deve tanto aos testemunhos biográficos e mediáticos, de epopeias aventurosas, que à realidade acidental e às intenções profundas dos seus adeptos. Como uma construção de espírito, cada sociedade estabelece o que é perigoso, os riscos aceitáveis ou valorizados e a confrontar. A pertença à categoria dos “desportos de risco” não pode ser definida em relação ao grau de perigosidade das actividades. O sentido destas práticas elabora-se a partir do jogo das significações sociais.
O desporto implica uma actividade corporal, acentuando os poderes, a vitalidade e a eficacidade do corpo humano. Como presença e actualidade do corpo, o desporto é uma evidência. Mas é preciso reconhecer que o desporto para o corpo não é o simples suporte da acção. Ele está no centro dessa mesma acção. Os desportos mecânicos (automobilismo, por exemplo) ou os desportos como a vela parecem sofrer de uma limitação com a noção de desenvolvimento físico no desporto. No entanto, eles permitem confirmar os traços essenciais da essência da actividade desportiva: compromisso do corpo, que pode ir até ao risco de acidente ou de morte, exigências impostas em particular ao sistema nervoso e à resistência orgânica. O fato de se dispor de uma “máquina”, com a qual o desportista se identifica, deve ser interpretada como a colocação entre parêntesis do corpo como a sua amplificação."

Começa bem

"Benfica precisa de foco e ambição, sem qualquer soberba ou distracção com rodinhas alheias

O campeonato iniciou-se de forma interessante para o campeão. Vencer o Paços de Ferreira por números claros, até exagerados para o jogo do Paços, e ouvir as notícias vindas de Barcelos constituem um óptimo início e algum galo para o adversário. Verdade que o FC Porto estava mais concentrado no apuramento para a Liga dos Campeões quando jogou em Barcelos e não era esperada aquela eliminação frente aos modestos russos, estreantes nestas andanças. No fim do encontro, a conferência de imprensa de Sérgio Conceição esclareceu os adeptos e as rodinhas no fim dos jogos dão uma certa tranquilidade. No fundo, dada a conjuntura azul e branca, pode-se dizer que o FC Porto é, nesta fase, um clube de rodinhas.
Passadas as rivalidades de tertúlia de café, há sempre alguma(s) graça(s) nestas coisas, a eliminação do FC Porto foi péssima para o Benfica. Desde logo, porque o FC Porto, com uma deslocação a Atenas na próxima quarta feira, jogaria na Luz dia 24 muito mais limitado e cansado.
Depois é uma derrota contra uma equipa do país que disputa connosco o lugar no ranking da UEFA, a Rússia. Por fim, porque sem Liga dos Campeões o FC Porto coloca as fichas todas na prova nacional e nas disputas contra o Benfica.
Este plantel portista parecia curto para fazer uma Liga dos Campeões e três provas nacionais a topo. A derrota contra o Krasnodar devolveu um adversário mais forte ao campeonato, como anunciou o treinador azul e branco no fim da segunda derrota. Sérgio Conceição é um bom treinador e o FC Porto vai ser um forte adversário.
Fica a boa notícia de ver o Benfica subir ao Pote 2 no próximo sorteio europeu. Ao Benfica resta uma enorme concentração competitiva a começar já amanhã. Vamos jogar onde costumamos perder (recentemente) e contra o único emblema que roubou pontos para o campeonato a Bruno Lage.
Queremos vencer no Jamor este ano pelo menos duas vezes. Marítimo e Gil Vicente já mostraram que ao mínimo deslize os favoritos perdem pontos e Bruno Lage foi esclarecedor na conferência de imprensa onde reconheceu estar abaixo do pretendido. Foco e ambição, sem qualquer soberba ou distracção com rodinhas alheias. Só o Benfica nos interessa, só o Benfica nos deve (pre)ocupar, pois como ameaçam os rivais nas televisões isto não é como começa é como acaba. Mas, já agora, começa bem..."

Sílvio Cervan, in A Bola