Últimas indefectivações

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Berrar compensa?


"É triste constatar que a arbitragem portuguesa não resiste à mais ligeira pressão. Alguém grita um pouco mais alto, e os árbitros cedem, entrando num pretenso jogo de compensações que só retira credibilidade aos próprios e prejudica o futebol.
Em Famalicão, o Sporting sentiu-se prejudicado. Não conseguiu encaixar animicamente a anulação de um golo no último minuto, e reagiu com gritaria a todos os níveis - jogadores, treinador, presidente e adeptos.
Na jornada que se seguiu, frente ao Farense, logo se arranjou um penálti-fantasma para calar a contestatários. É assim o futebol português, onde a mensagem que se passa é a seguinte: se alguém se sentir lesado, ou até pretender ser beneficiado nos jogos seguintes, grite, grite bem alto, que será ouvido.
O lance em causa não deixa dúvidas. Não existe qualquer penálti. Nem vejo como seria possível ao guarda-redes algarvio afastar a bola de outro modo. André Narciso, em campo, e Bruno Esteves, na Cidade do Futebol, entenderam por bem oferecer um presente de Natal ao clube de Alvalade - que, sem ele, já não seria líder isolado do campeonato.
Não peço aqui que o Sporting venha agora a ser prejudicado para compensar isto. Peço, sim, que os árbitros sejam imunes a todas as pressões, e apitem com rigor e critério, independentemente do que se passou ontem, anteontem ou na semana passada. Para ser árbitro de primeiro escalão não basta saber as regras. É igualmente preciso ter a força mental que se exige aos restantes intervenientes de um espectáculo tão mediatizado como o futebol. Se querem respeito, dêem-se a ele."

Luís Fialho, in O Benfica

Feliz Natal


"Numa época em que vivemos dias de grande incerteza quanto ao futuro, a quadra natalícia convida a reflexões. A primeira delas é a importância da solidariedade. O SL Benfica é um clube onde este valor é inegociável. Em matéria de solidariedade, as acções lavadas a cabo pelos nossos protagonistas, neste único, provaram como este valor é sublime.
O papel vital da nossa Fundação Benfica deve ser sublinhado. A iniciativa levada a cabo com a Fábrica dos Sorrisos, um dos nossos parceiros, proporcionou, junto de crianças, adultos e famílias, um Natal melhor.
Em tempos de pandemia, o valor da solidariedade não pode ser esquecido. Sabemos todos que só conseguiremos ultrapassar este ciclo terrível se nos preocuparmos com os outros. Neste fase das nossas vidas, não pode nem deve haver distanciamento solidário.
Por muito que a ciência e os cientistas trabalhem a todo o vapor para debelar o maldito vírus, continuamos a viver uma preocupante incerteza. Seremos capazes de ultrapassar esta crise? Estaremos a fazer tudo para superar a longa agonia deste traumatizante 2020?
Em termos desportivos, a pandemia impossibilitou-nos a disputa e a conquista de títulos. No futebol feminino, no hóquei em patins e no futsal, masculino e feminino, e ainda no voleibol masculino, estávamos lançados para conquistar os campeonatos e as taças.
O adiamento dos Jogos Olímpicos foi outra adversidade. Imagino a frustração de atletas, treinadores e dirigentes, que tanto semearam e nada colheram. Vamos acreditar que em 2021 estaremos todos juntos a apoiar nos estádios e nos pavilhões.
Um Feliz Natal para todos."

Pedro Guerra, in O Benfica

Que Natal é este?


"Que Natal é este em que a distância nos é imposta por um inimigo invisível, mas não insignificante, que teima em regular o mundo e ameaçar a humanidade?
É um Natal diferente, em que é posta à prova a nossa resiliência colectiva, individual e familiar. Queríamos fazer igual, trocar presentes e visitas, reunir famílias e espalhar mimos e lembranças pelo pequeno universo que gira em torno de cada um de nós. Mas não podemos! Não da mesma forma, não como sempre.
É um natal diferente, mas é Natal. E as crianças lá estão, universais e presentes, para nos lembrarem isso mesmo. As cartas do Pai Natal chovem como antes, carregando desejos e fazendo palpitar de ansiedade e pequenada. Jovens a quem a vida trocou as voltas, abrigados no calor fraterno das instituições que os acolhem, sentem uma incompletude permanente e desejam, mais que tudo, ser como os outros, vestir, calçar, ter o que veem nos outros.
Neste Natal diferente é preciso fazer mais e melhor para ter o mesmo efeito, mas cá estamos todos para esticar a imaginação aos limites e fazer acontecer Natal apesar de todas as restrições. É assim na casa de cada um de nós e é também assim no Benfica. Continuamos a receber os pedidos de crianças e jovens menos bafejados pela sorte, e mobilizamos todas as modalidades, departamentos, atletas e colaboradores na linha do Benfica Solidário que todos os Natais diz presente!
Por isso, neste Natal, não bastava fazer o mesmo, era preciso fazer mais, e foi o que se fez batendo todos os recordes dos anos anteriores em número de presentes e crianças institucionalizadas. É assim o Benfica, eleva-se à superação perante os obstáculos mais difíceis. É assim para fazer acontecer vitória. É também assim para fazer acontecer Natal!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Núm3ros d4 Sem4n4


"0
Penáltis a favor do Benfica já assinalados nas 10 primeiras jornadas da Liga NOS, enquanto FC Porto e Sporting só têm 6 e 3, respectivamente. Ainda há muito campeonato, dirão alguns, mas est registo está em conformidade com o somatório desde 2012/14: Sporting: 67; FC Porto: 65; Benfica: 53. Discutiu-se bastante se terá sido grande penalidade na Supertaça, quem terá provocado o contacto, Taremi ou Vlachodimos... Os números acima revelam uma tendência. Na dúvida...

13
Quantidade de Supertaças disputadas e (infelizmente) perdidas pelo Benfica. Ainda assim, nas últimas 7 edições vencemos 4, contrastando com o nosso histórico até então na prova, com apenas 4 triunfos em 35 edições.

26
Número de jogos 'oficiais' do Benfica sem o contributo de Pizzi em campo desde a sua estreia de águia ao peito (julgo que apenas 2 devido a questões de ordem física, incluindo a partida da Supertaça, mas poderei estar enganado). Participou em 301 jogos de 327 possíveis (92,05% - excluindo 11 partidas de 2014/15 anteriores à estreia com o Arouca). E 270 em 286 (94,41%) se não considerarmos a primeira temporada. Em Barcelos, igualou João Pinto em número de jogos 'oficiais' e é o 29.º do ranking.

97
Total de jogos em que Quincy Miller, novo reforço da equipa de basquetebol, participou na NBA (69) e Euroliga (28), as duas principais competições de clubes. Estou muito entusiasmado, assim Miller possa (fisicamente) e queira (mentalmente) corresponder às expectativas.

408
Jogos, incluindo particulares, de Jorge Jesus à frente da equipa de honra do Sport Lisboa e Benfica. Um registo que supera o recorde anterior, pertença de Cosme Damião (406 - vide O Benfica n.º3392, página 31), que perdurava desde 1926."

João Tomaz, in O Benfica

Lucas Veríssimo | Uma novela com um final feliz?


"O SL Benfica não atravessa os seus melhores dias. Quer pela (pouca) qualidade do futebol praticado, quer por esta última vaga de casos de coronavírus que tem assolado a equipa, o que é certo é que os encarnados precisam de reforçar algumas lacunas do plantel em janeiro, sendo o setor defensivo uma das prioridades. É aí que entra o nome de Lucas Veríssimo.
O defesa brasileiro de 25 anos, que fez um Brasileirão de muita qualidade, tendo sido o titular do centro da defesa do Santos FC, tem sido um dos nomes apontados à Luz, e crê-se na sua chegada por um valor a rondar os dez milhões de euros.
Lucas Veríssimo é um jogador muito forte fisicamente. Com 1.88m de altura e 77 quilos, torna-se difícil ultrapassar o jogador em força. A nível defensivo destaca-se pelo bom posicionamento, boa marcação e capacidade de desarme. Registou 2.2 interceções por jogo e 1.9 desarmes. Foi ultrapassado em drible apenas 0.5 vezes por jogo e realizou 4.5 alívios. Vence 62% dos duelos que disputa. Veríssimo não é um jogador nada impetuoso.
Mantém-se sempre calmo e tem uma boa tomada de decisão. O espelho disso mesmo foram as zero expulsões que teve no último campeonato brasileiro. Apesar da sua elevada estatura, o camisola 28 do Santos FC tem alguma qualidade técnica com a bola nos pés. Diversos são os lances onde podemos observar o jogador a ultrapassar, com habilidade, avançados bem mais rápidos e a progredir no terreno. 
No que à construção de jogo concerne, apesar de ter bons números (completa 87% dos passes totais), peca muito nos passes longos (completa apenas 44%) e tem alguma dificuldade em encontrar colegas em boas posições. Tem uma grande margem de progressão, pelo que jogar ao lado de um jogador do calibre e experiência de Jan Vertonghen poderá ajudar o brasileiro a dar um salto qualitativo enorme.
O jogo aéreo é uma das grandes armas do jogador. Defensivamente é muito competente, ganhando 68% dos duelos disputados no ar. Ofensivamente é sempre uma referência a ter em conta, somando já dois golos e uma assistência na presente temporada (um na Libertadores; um golo e uma assistência na Série A do Brasileirão).
Resta, agora, aguardar por janeiro e perceber qual será a abordagem encarnada ao mercado de transferências. Veremos um Benfica cirúrgico ou esbanjador como vimos em agosto? Só o tempo – e as exibições até lá – o dirá."

The Last of Us 🎵


"S/S Benfica 2010/11 Away
Começo este post precisamente como o anterior, recorrendo a um trecho publicado no último:
A título de curiosidade:
- Esta foi a minha camisola nº 53 do Benfica;
- É uma camisola 100% vitoriosa: vesti-a em duas vitórias na Choupana (2015/16 por 4-1 e 2018/19 por 4-0 no início do campeonato), 2-1 ao 1º de Dezembro na Taça de Portugal e 3-1 em Braga no ano do penta (.l.);
- Este ano estava planeada para a deslocação a Vila do Conde
Na altura falava na camisola alternativa de 2014/15, que acabei por não vestir aquando da deslocação a Vila do Conde (visto que isto embrulhou-se tudo), tendo o Benfica ganho o jogo por 2-1 (com um golo do Weigl no final). Esta época, essa camisola 100% vitoriosa foi considerada novamente para ser envergada em jogos fora e calhou em que jogo? Bessa. Derrota por 3-0. Única vitória do Boavista.
Que forma perfeita de descrever o ano do Benfica de 2020.
Querem outra? Trago-vos hoje a camisola alternativa da época 2010/11.
Uma camisola que, em minha opinião, tem tudo a ver com o ano de 2020 para o Benfica. Senão, vejamos:
- Foi sujeita a sufrágio entre três concorrentes, tendo sido a mais votada;
- Tem boas componentes individuais- a marca Adidas, as cores azul e amarelo (cuja combinação, imortalizada na expressão "ouro sobre azul", funcionam muito bem estécticamente), o emblema bordado e as quinas de campeão na manga - mas não funciona como um todo ( o que é aquela mancha azul que envolve o emblema? e o patrocínio da frente? E pior: o patrocínio atrás com um rectângulo gigante vermelho da sagres para depois ter o nome numero de jogador a azul escuro?!?);
- Apesar de ter o nosso emblema, não tem carisma nem transmite emoção.
E que memórias tenho eu desta camisola? Apenas uma: vitória nos barreiros com um golaço do Fábio Coentrão.
E que memórias tenho da época de 2010/11? Bem, vindo de ser campeão na época do rolo compressor, o ano começa com a derrota na Supertaça em Aveiro diante do Porto por 2-0. Depois, goleados por 5-0 no Dragão, perder o campeoanato em casa e ser eliminado nas meias finais da Taça de Portugal (depois de ter ganho 2-0 no Porto). 3 títulos seguidos para o Porto? Sounds familiar...
Para mim, esta é a pior camisola alternativa do passado recente. Tal como 2020 é pior ano civil do Benfica do passado recente. Haja esperança que 2021 seja totalmente diferente e que, pelo menos, recuperemos a emoção.
A título de curiosidade:
- Esta foi a minha camisola nº 27 do Benfica;
- É também uma camisola 100% vitoriosa: vesti-a na deslocação a Moreira de Cónegos no ano do tri (vitória por 4-1) e na viagem a Kiev na época seguinte (vitória por 2-0)
- Este ano, embora não estivesse planeado, vou vesti-la no 1º jogo de 2021. Nos Açores. Pode ser que dê sorte!

"My curse is to love you
Until we see the last of us"

Moonspell - The Last of Us 
https://open.spotify.com/track/3WsKFYlCiKRl61mlN7X1aw "

Sai mais um Amarelo....


"Pisão na canela + joelhada no nariz = amarelo para Otamendi.
Tudo normal para quem jura que foi agredido por uma moeda de 5 cêntimos."

1+1=1?


"Duas faltas óbivas para amarelo, mas só um foi mostrado.
Os problemas dos árbitros portugueses, afinal, também passam pela matemática."

Não fujas...!!!


"30 minutos de jogo. #PortoaoColo a perder. Falta óbvia e indiscutível, a parar um contra-ataque, para segundo amarelo.
Expulsão? Não. Já se viu tudo em 2020, agora o #PortoaoColo jogar com 10 durante uma hora de jogo nem num onde tudo é possível pode acontecer."

Tribunal Arquivo da Fruta Unânime:


"O Calor da Noite tem muita raça, nunca desistem, têm uma força impressionante! Sabem onde estava a raça e a força se fossemos nós? Estava enfiado pelo nosso cu acima com a expulsão aos 30 minutos de um Baró desta vida!
Isto que aconteceu foi tão anos 90 que até o Sérgio Coação, tal o embaraço, substituiu logo o jogador. 
Mais do mesmo neste alucinante regresso aos anos 90 e ao renascer do Apito Dourado sob forma de Apito Descarado!"

2020 foi isto: terminar o jogo em casa contra o último encostado às cordas, com menos posse de bola, a segurar um resultado frágil. Bom 2021


"Vlachodimos
Safou-se de boa aos 76 minutos. O penálti sofrido pelo Beto só seria mais cavado se fosse feito com uma enxada, mas não deixa de ser penáti. O árbitro entendeu o lance de outra forma e garantiu-nos mais 15 minutos de paz podre, assim evitando a perda de mais pontos. Seguir-se-á agora um rol de insultos proferidos por gente que acha que eu queria era um tacho no clube e por isso é que critico as nossas exibições. Peço-vos que formem uma fila ordeira e aguardem pacientemente pela vossa vez.

Gilberto
Chegou à fase mais interessante do seu percurso no Benfica, em que as suas exibições merecem elogios mesmo quando ele marca um autogolo. Não é para todos, caro Gilberto, e não dura para sempre. Se puderes evita repetir a graça.

Otamendi
A confiança recentemente adquirida foi útil até certo ponto, transmitindo aos benfiquistas uma falsa sensação de segurança que levou a que alguns já tivessem desligado a tv quando o Portimonense reduziu. Ingénuos.

Verthongen
Tem passado agradavelmente despercebido. Chamam-lhe Super Jan e não é caso para menos: nos dias que correm, passar despercebido pela positiva neste Benfica é uma espécie de super-poder.

Grimaldo
Gostava muito que ele não apanhasse covid, se for possível.

Weigl
Queriam agressividade? Tomem lá. Passes para a frente? Inchem. Intensidade? Chuuupem. Grande exibição. Sempre no sítio certo, quase sempre bem a passar e a defender. Equivocou-se no regresso para a segunda parte convencido de que ainda havia 45 minutos para jogar, mas depressa abraçou o estado de apatia generalizada.

Taarabt
Interpretou bem a ideia inicial para o jogo de hoje - bater em mortos - e aproveitou para fazer das suas. Chega ao fim do ano civil com mais túneis do que a Mota Engil.

Rafa
Muito bem na primeira parte a jogar o triplo e a fazer o Portimonense parecer aquilo que é: um último classificado em casa da equipa mais forte da prova. Os momentos com a bola nos pés fizeram-me acreditar num país melhor e mais justo, mas acima de tudo convenceram-me que o Benfica estava de volta. Para a próxima vejo só a primeira parte.

Everton
Fiel aos princípios de jogo de Jorge Jesus para 2020/21. Zero em nota artística. Felizmente agora não é tão importante porque nós adeptos somos uma mera abstração, acessório dispensável deste jogo. O autocorrect escreveu merda em vez de mera. Devia ter deixado.

Waldschmidt
Ainda que pareça jogar com o entusiasmo de uma canção de Suzanne Vega, Luca Waldschmidt criou mais ocasiões de golo do que os restantes colegas juntos. Golos é que nem vê-los.

Darwin
Não é fácil quando o nível exibicional de um jogador vai de “ah, então é por isto que ele tem uma cláusula de 100 milhões” a “então e se metêssemos o Seferovic?” A falhar golos assim a única forma de chegar a Barcelona é indo para o Espanyol para ser suplente do RDT.

Nuno Tavares
Faz a simulação, vai ser feliz”, disse o Hélder Conduto com uma inocência que eu já não consigo ter quando vejo o Nuno Tavares com a bola, um décimo de segundo antes de este a pontapear na direção de um quarto do hospital da Luz. Seria até bonito se eu não fosse adepto da equipa em que ele joga. 

Pedrinho
Essencial. Intenso. Acutilante. Vertiginoso. Apaixonante. A emoção do futebol de rua. A ambição frenética da busca pelo golo. Não perca o clássico de YouTube “Melhores momentos de Pedrinho contra o Portimonense”.

Cervi
Assistiu Otamendi para o único lance de perigo do Benfica nos últimos muitos minutos. Foi estranho ver um jogador do Benfica mais preocupado em ir atrás da baliza adversária do que em evitar que a sua fosse atingida.

Samaris
Se é para defender resultados, mais vale adaptarmos esta modernice do homem deitado atrás da barreira nos livres diretos e passamos a ter um Samaris e um Ferro deitados atrás do Vlachodimos nos últimos minutos.

Ferro
2020 foi isto: terminar o jogo em casa contra o último classificado encostado às cordas e com menos posse de bola, a ver o Ferro entrar em campo no último minuto para segurar um resultado que não aquece nem arrefece."

O triplo no início, o rame-rame depois


"O Benfica começou bem, muito bem até, no jogo com o Portimonense, para rapidamente cometer os mesmos erros, falhar nos mesmos momentos, mostrar as mesmas dificuldades que em jogos anteriores. A vitória por 2-1 acontece graças a 25 minutos frenéticos, mas os encarnados acabaram o último jogo de 2020 a sofrer

palavras que nos irão perseguir para sempre, frases que nos assombram porque o futuro é tramado, ninguém o conhece e a maior parte das vezes andamos aqui somente a arriscar. Para a generalidade da população, a um par de dias do fim deste ano, a frase que mais atormenta será algo deixado há precisamente 12 meses nas caixas de mensagens de amigos, nos encontros fortuitos na rua, aquele “2020 vai ser bom”, ou um “Que 2020 seja melhor que 2019”, “Ano novo, vida nova” e sucedâneos.
Hoje sabemos que os nossos desejos sairam todos ao lado.
Mas para lá dessas palavras, que há um ano nos pareciam inócuas, de circunstância, e que agora tememos, Jorge Jesus entrará em 2021 com outra frase persecutória, aquele “vamos arrasar, vamos jogar o triplo” que lançou do alto de toda a sua conhecida confiança no dia em que foi apresentado no regresso ao Benfica. Ela está aí para o assombrar em todo o seu esplendor e o jogo com o Portimonense, o último do ano, foi uma espécie de chamada de atenção para que não se festeje antes do tempo.
Porque o Benfica começou o jogo a, de facto, jogar o triplo. Sou de humanidades e por isso não grande coisa a matemática e por isso não sei se esta multiplicação será factual, mas falando de forma mais ou menos simbólica, sim, o Benfica teve 25 minutos de bom futebol, de ataque vertiginoso, que deram dois golos e mais uns quantos momentos que poderiam fazer crer que a profecia de Jesus estaria finalmente a confirmar-se.
Darwin marcou o primeiro, numa grande jogada de, como se diz agora, “futebol associativo”, que começou numa recuperação de Weigl, passou por Taarabt, depois por uma combinação entre Waldschmidt e Rafa e terminou com o uruguaio a encostar a bola para a baliza. Bonito.
Não menos bonita, ainda que com um final um pouco mais atrapalhado, a jogada do 2-0, aos 23’, uma boa combinação de Darwin com Rafa, com o internacional português a aproveitar a incapacidade de matar o lance dos centrais do Portimonense que, por essa hora, ainda parecia algures longe, talvez no Algarve.
E aqui estávamos, aos 25 minutos de jogo, com o Benfica a jogar bem e a marcar, parecia estar-se a construir um início de noite tranquilo para a equipa da casa. Só que com o 2-0 o Portimonense reagiu, apareceu, reorganizou-se e quase automaticamente o Benfica começou a sentir dificuldades na construção, a encadear a mais simples jogada de ataque.
Essa incapacidade seria transposta para a 2.ª parte, em que o nível de jogo caiu para nível correspondente ao frio dos últimos dias, mas sempre com o Portimonense com mais bola - aliás, acabaria o jogo com 55% de posse. No Estádio da Luz. Hum.
Com muitas dificuldades de pressão a meio-campo, o Benfica limitou-se praticamente a tentar o contra-ataque na 2.ª parte, sempre com muito pouco critério e com Darwin não poucas vezes completamente sozinho lá à frente. E como já tem sido hábito esta temporada, a qualidade do Benfica, que existe, como se viu na 1.ª parte, foi aparecendo apenas momentaneamente, como aos 56’, quando Waldschmidt encontrou Darwin na pequena área, com o uruguaio, com todo o espaço, a rematar ao poste.
Mesmo que bastante melhor no jogo, ao Portimonense faltavam as oportunidades de golo. Luquinhas esteve perto, aos 71’, mas foi só já nos descontos que Beto reduziu, de cabeça, após mais uma perda de bola a meio-campo do Benfica. Já não foram a tempo os algarvios, porque se têm marcado antes o Benfica iria sofrer para aguentar a vitória.
Seguramente que quando falou em jogar o triplo, Jorge Jesus não estaria a pensar em jogar o triplo apenas durante 25 minutos, para depois se ver o rame-rame habitual. 2020 provou-nos que devemos ter cuidado com o que desejamos."

SL Benfica 2-1 Portimonense SC: Primeira parte de “nota artística” encarnada, segunda para esquecer


"A Crónica: Triunfo Não Abafa Exibição Cinzenta
Depois da derrota na Supertaça, o SL Benfica queria dar uma boa resposta na despedida de 2020, e isso até aconteceu com uma vitória por 2-1 frente ao “lanterna vermelha”, o Portimonense SC.
O triunfo não abafa um exibição de duas faces: um primeiro tempo com a tal “nota artística”, algo que o técnico Jorge Jesus gosta de sempre evidenciar, mas uma segunda parte péssima em que teve de defender a vantagem mínima no tempo de compensação. Um fechar de ano de certa maneira positivo, embora a performance das águias tem de ser claramente diferente em 2021.
O desaire em Aveiro tinha feito mossa em toda a equipa encarnada e nada como reagir com um triunfo convincente para fechar o ano em beleza: os comandados de Jorge Jesus entraram determinados no jogo, a tentar desde o apito inicial criar perigo à baliza de Samuel Portugal.
A forte pressão do Benfica estava a ter o sucesso desejado, já que os visitantes não estavam a conseguir ter bola. Foi sem surpresa que o Benfica abriu o marcador aos 14’: Weigl recupera a bola a meio-campo e passa a Taarabt. O médio marroquino deixa para Rafa combinar com Darwin, que só teve de finalizar um belo lance de ataque.
Até ao momento, o Portimonense não estava a conseguir fazer uma jogada com “cabeça, tronco e membros”, e tinha de ser de meia distância que os visitantes poderiam causar algum perigo ao Benfica: Luquinha tentou ameaçar Vlachodimos num remate de longe aos 19 minutos, mas saiu fácil para o guardião.
A acutilância benfiquista ia semeando o pânico na defesa algarvia, e Rafa acabou por dilatar a vantagem caseira ao minuto 23, com um remate já dentro de área numa espécie de penálti em movimento.
Tal como aconteceu na partida de Aveiro, Grimaldo voltou a estar perto de festejar um golo após a marcação de um livre direto aos 36’, contudo o guarda-redes Samuel tinha outras pretensões e fez uma grande defesa.
A resposta dos algarvios apareceu também num livre direto ao minuto 42 de Lucas Possignolo, só que a bola foi às malhas laterais. Esse foi mesmo o último lance da primeira parte que terminou com uma vantagem justa para o Benfica.
Insatisfeito com a exibição da sua equipa na primeira parte, Paulo Sérgio fez uma dupla substituição: Anderson Oliveira e Beto foram lançados para o reinício da partida. O Portimonense entrou com a intenção de mostrar uma imagem diferente daquela apresentada nos primeiros 45 minutos.
De facto, isso até aconteceu com o conjunto visitante a jogar com maior intensidade e a pressionar o Benfica logo na sua primeira fase de construção, só que, no momento da tomada de decisão, nem sempre isso estava a acontecer.
A primeira ocasião de perigo na segunda parte para o Benfica apareceu aos 56’, em que Darwin quis desviar tanto a bola do guardião e atirou em cheio no poste, após uma recuperação de Taarabt no último terço do campo.
A equipa encarnada abdicou de ir em busca de mais golos, e deu a iniciativa de jogo aos visitantes que, dentro das suas possibilidades, ia procurando levar perigo à baliza de Vlachodimos. No minuto 71, Anzai tirou o cruzamento no lado esquerdo para Júlio César assistir Luquinha, que rematou a rasar o poste.
O tempo corria e o Benfica já estava à espera que o jogo acabasse, só que o Portimonense não baixou os braços e foi recompensado: aos 90+2’, Beto respondeu com um bom cabeceamento a um cruzamento do lado direito de Moufi e reduziu a diferença no marcador, com a bola a bater antes em Gilberto.
Os algarvios ainda foram à procura de alcançar o empate, mas o certo é que o conjunto encarnado conseguiu atingir o principal objetivo que era vencer. Em relação à exibição, essa deixou muito a desejar e espera-se (muitas) melhorias na forma de jogar para os lados da Luz quando chegar o novo ano.

A Figura
Primeira parte do SL Benfica Depois de um desaire que abalou toda a equipa e veio pôr em causa a qualidade exibicional, o Benfica precisava de vencer e convencer os seus adeptos. A mensagem foi bem captada pelos jogadores que entraram a todo o gás na partida frente ao Portimonense, e chegaram sem grandes dificuldades à vantagem. A fazer rolar a bola com grande qualidade, as águias podiam muito bem ter marcado mais golos na primeira parte e fechar logo o encontro. A segunda parte foi uma conversa totalmente à parte…

O Fora de Jogo
Fali Candé – Foi a única mudança no onze inicial visitante, contudo essa aposta correu mal: o lateral de 22 anos teve dificuldades em estancar a dinâmica ofensiva da asa esquerda encarnada. Foi sem surpresa que ficou no balneário ao intervalo, e, na segunda parte, o Portimonense jogou muito melhor e causou perigo pelo seu lado esquerdo.

Análise Tática – SL Benfica
Depois de perder a Supertaça, o Benfica queria vencer para calar os críticos e ainda ficar novamente a dois pontos do líder. Jorge Jesus apresentou o seu habitual 4-4-2, com o onze inicial a ser exatamente o mesmo que começou a partida frente ao FC Porto.
As águias entraram motivadas para o jogo, a pressionar fortemente a defesa contrária e era uma questão de tempo até se assistir ao primeiro golo: Darwin inaugurou o marcador na Luz aos 14’ e deu início a um resultado volumoso na Luz. Rafa Silva ampliou a vantagem, naquela que estava a ser até então uma boa exibição coletiva, algo que já não se via há algum tempo.
O segundo tempo trouxe um Benfica a jogar mais na expetativa e a dar a iniciativa ao Portimonense, o que veio contradizer as boas indicações dos primeiros 45 minutos. O golo sofrido perto do fim lançou algum pânico na defesa encarnada, mas o importante foi conseguido. Apesar do triunfo, foi mais uma exibição que não deixa os adeptos satisfeitos certamente…

11 Inicial e Pontuações
Odysseas Vlachodimos (5)
Gilberto (4)
Nicolás Otamendi (5)
Jan Vertonghen (6)
Grimaldo (6)
Julian Weigl (5)
Adel Taarabt (6)
Rafa (7)
Everton (5)
Luca Waldschmidt (5)
Darwin Núñez (5)
Subs Utilizados
Pedrinho (4)
Franco Cervi (5)
Nuno Tavares (5)
Ferro (-)
Samaris (-)

Análise Tática – Portimonense SC
Numa situação bastante delicada, o Portimonense apresentou-se na Luz com o objetivo de tentar causar uma surpresa. O treinador Paulo Sérgio utilizou o seu típico 4-4-3 com apenas uma alteração face à última partida: Fali Candé rendeu Anderson Oliveira no onze inicial.
A entrada avassaladora do Benfica dificultou ainda mais a tarefa dos visitantes, que sofreram o primeiro golo antes dos primeiros 15 minutos. A equipa de Portimão não conseguiu reagir ao tento sofrido e voltaria a sofrer aos 23 minutos, o que complicou ainda mais a missão de tentar levar pontos para o Algarve. Os últimos minutos do primeiro tempo ainda mostraram um Portimonense com vontade de voltar à discussão do resultado, mas sem grande sucesso.
No início da segunda parte, Anderson Oliveira e Beto foram lançados para dar maior poder de ataque. A mensagem passada por Paulo Sérgio teve o efeito desejado, já que o Portimonense conseguiu encostar o Benfica em busca de um golo que ajudasse a voltar à discussão, só que faltou maior assertividade no momento de tomar a decisão mais correta.
Beto ainda ajudou a reduzir a diferença no marcador (cabeceou contra Gilberto, que fez autogolo) perto do final da partida e toda a equipa ainda sonhou em chegar ao empate, o que não aconteceu. Fica a sensação de que se os algarvios tivessem demonstrado a mesma garra e determinação desde o apito inicial, poderiam muito bem ter levado pontos da Luz.

11 Inicial e Pontuações
Samuel Portugal (6)
Fahd Moufi (6)
Maurício Antônio (5)
Lucas Possignolo (6)
Fali Candé (3)
Willyan Rocha (5)
Luquinha (5)
Dener (5)
Koki Anzai (5)
Aylton Boa Morte (5)
Fabrício (4)
Subs Utilizados
Anderson Oliveira (5)
Beto (6)
Júlio César (5)
Ricardo Vaz Té (-)
Henrique (-)"

Espaço, o melhor amigo de Rafa – curtas do Benfica


"Foi um encontro que se dividiu literalmente em… duas partes. Não só por uma questão cronológica, mas também pela diferença da qualidade.
- Um primeiro tempo do Benfica bastante aceitável, principalmente até à meia hora de jogo. Muito espaço concedido pela equipa do Portimonense, principalmente no miolo, a possibilitar aos encarnados acelerarem na zona onde são mais perigosos: o corredor central.
- Portimonense a apresentar-se num 4-4-2 losango, procurando encaixar o seu médio ofensivo em Weigl. No entanto, o Benfica conseguiu sempre encontrar espaço, principalmente nas costas dos médios laterais, de forma a chegar à frente.
- Portimonense subia poucas vezes e com poucos elementos, sem ruturas de segunda linha. Bloco bastante afastado, sem e com bola. Também por isso, perdas pouco acauteladas na transição defensiva. 
- Na segunda parte, o Portimonense esteve bem mais junto. Isso possibilitou à equipa ter mais apoios à frente, mais tempo de posse de bola e uma recuperação mais rápida da posse.
- Em sentido inverso, o Benfica resguardou-se mais e, na transição ofensiva, procurava um Darwin Núñez que, desamparado, teve dificuldades em dar continuidade às jogadas.
- Demora dos extremos e médios do Benfica a chegar em apoio nesta fase. A equipa acabaria por ter ataques de pouca duração. O facto de este ter sido o primeiro jogo da época em que o Benfica termina com menos posse de bola que o adversário espelha bem as dificuldades que o Benfica teve em organização ofensiva neste segundo tempo.
- Ofensivamente, foram raros os lances em que o Portimonense incomodou a baliza de Vlachodimos, pese embora ter tido mais bola e domínio territorial.
- No entanto, não deixaram de assustar Jorge Jesus após terem conseguido o golo. Ferro e Samaris entraram aos 90min, num jogo frente ao último classificado do campeonato, sendo este um sinal de alguma insegurança por parte do técnico dos encarnados.

Destaques individuais
Rafa – um golo, uma assistência e muitos desequilíbrios criados na primeira parte, na qual o jogo do Benfica fluiu mais e o Portimonense concedia mais espaço. Em ambos os golos, ficaram bem patentes os estragos que pode causar quando esse espaço surge no corredor central. Indubitavelmente, o maior quebra-cabeças para os adversários das águias nesta fase da temporada.
Everton Cebolinha – continua bem longe de ser o jogador que todos esperariam. Nunca arrisca o duelo individual. Apenas se cinge a combinações curtas e, mesmo aí, falha alguns passes. Parece necessitar de frescura física e de perder o medo de errar quando tem a bola, ou então nunca “quebrará o gelo”."

Benfica Podcasat #391 - Bye 2020

Benfica FM #140 - Supertaça, Portimonense...

Benfica After 90 - Portimonense...

Fever Pitch - João & João... Espanha!

Vermelhão: Bom arranque...

Benfica 2 - 1 Portimonense


Jogo fácil de analisar: boa primeira parte, provavelmente a melhor da época, com pressão, saídas rápidas, boas combinações, remates, oportunidades e golos... Mas o final do 1.º tempo, já deu alguns indicadores de como seria a 2.ª parte, com a equipa a demonstrar algum cansaço...
Na segunda metade, a equipa entrou para 'gerir', demos a 'bola' ao adversário... é verdade que a maioria das oportunidades continuou a ser do Benfica, e que o Portimonense só marcou num anto-golo, mas podíamos ter feito a 'gestão' com mais golos no marcador! E assim evitar aqueles minutos de 'susto' no final...!!!

Com as muitas ausências com o Covid (5 para já...!!!), além das lesões do Almeidinhos e do Gabriel, é verdade que estamos com poucas opções para algumas posições, mas se os jogadores estavam cansados, por exemplo o Samaris deveria ter entrado mais cedo...

O Benfica não está de facto a jogar bem. Nota-se pouca confiança, a defender e várias más decisões em zonas de finalização... Dito isto, se o Benfica anda a ganhar os seus jogos do Campeonato à rasquinha... os 'outros' também estão na mesma situação! Sendo que nas últimas jornadas, tanto os Corruptos como os Lagartos tiveram 'super-empurrões' para chegar às respectivas vitórias, por parte dos apitadeiros, algo que não acontece nos jogos do Benfica... Mas nos rescaldos das partidas, enquanto no Benfica está tudo mal, em relação aos 'outros' está tudo bem...!!! É verdade que a equipa necessita de reforços em Janeiro, é verdade que existem jogadores em sub-rendimento, é verdade que a equipa não está a conseguir jogar como o Jesus gosta (com muita correria, muito jogo pelos flancos...), mas além das questões técnicas ou tácticas, o campeonato também se vai decidir no 'embalo' fora de campo! É preciso não entrar em depressões suicidas...

Na próxima jornada vamos a São Miguel, onde vamos encontrar um Santa Clara que apesar dos maus resultados nos últimos tempos, vai meter toda a carne no assador... e tenho a certeza que não vamos beneficiar de frangos, como acontece regularmente com os 'outros'!!! Será importante a recuperação do Pizzi...