Últimas indefectivações
quarta-feira, 5 de março de 2025
Vitória...
Benfica 33 - 30 Bidasoa
13-14
A classificação estava fechada, o Bidasoa já tinha o 1.º lugar garantido, portanto acabou por rodar... e o Benfica acabou por fazer a nossa obrigação, de vencer em casa...
Vamos jogar com o GOG, e se passarmos jogaremos com o Flensburg. Não somos favoritos com nenhum!
Iniciados - 6.ª jornada - Fase Final
Sporting 1 - 4 Benfica
Goleada, que começou cedo... muito superiores!
Deliberado!
"Joga deliberadamente a bola com a mão."
— Porto ao Colo (@PortoaoColo2019) March 3, 2025
Vale tudo nesta Liga da Verdade do senhor Varandas.
Tá apertado? Penálti e expulsão. pic.twitter.com/xxSofcRxZi
A nova ordem mundial e o Desporto
"Estamos a assistir a transformações à escala global que passam diante dos nossos olhos à velocidade da luz. As consequências chegarão ao Desporto...
A chegada de março marca normalmente o início das polémicas mais duras em torno da arbitragem, o tempo em que as várias decisões - título, UEFA e permanência - começam a ganhar forma, e a intolerância cresce na mesma medida em que se procuram desculpas para os eventuais insucessos. Quem estiver atento, e nem é precisa grande atenção, percebe que não se trata de um fenómeno exclusivamente português, e que mesmo em países onde a questão do campeão está arrumada (França, Inglaterra, Alemanha), outras ‘guerras’ suscitam protestos e fazem correr muita tinta. Curiosamente, se é verdade que sempre assim foi, e assim continuará a ser, nem mesmo a chegada do VAR, que reduziu em mais de 90 por cento os erros graves de arbitragem, a entrada em cena de investidores sem ligação afetiva aos clubes, ou a mudança geracional dos dirigentes, parecem ser suficientemente fortes para que se constate uma alteração de paradigma. Entre tantas verdades relativas que estas questões encerram, há uma verdade absoluta (e apenas uma) a que todos preferem fazer ouvidos de mercador: em cada campeonato, só pode haver um campeão, e cada vez menos os clubes parecem confortáveis com esta inevitabilidade.
MAS detenhamo-nos um pouco sobre o VAR, que trouxe mais verdade ao futebol, sendo hoje uma ferramenta indispensável, de tal forma que nos jogos sem esta tecnologia toda a gente se sente no arame sem rede. Parecendo claro que há ajustes a fazer ao protocolo em vigor, a luta contra o antijogo nunca será ganha se não se associar a tecnologia do tempo à tecnologia do vídeo: é altura do futebol deixar de ser a única modalidade temporizada sem cronometragem que considere apenas o tempo útil. O que International Board fez agora, com mudanças cosméticas em relação aos guarda-redes, não vai fazer nenhuma diferença. E não venham dizer que se trata de uma questão de custos, porque estamos apenas diante de uma teimosia que mantém o futebol atrás das outras modalidades, mais verdadeiras, neste particular. Lamenta-se também que não tenha havido coragem para aprovar a ‘lei Wenger’ para os 'offsides’, que tornaria o jogo mais entusiasmante, ao mesmo tempo que faria diminuir as suspeições sobre o VAR. Ainda não foi desta, mas tenho a certeza de que o futuro seguirá essa rota.
O Mundo está um lugar cada vez mais perigoso e incerto, onde, depois da alteração provocada pela implosão da União Soviética, há mais de três décadas, voltamos a ser confrontados com aquilo que parece ser uma nova ordem, que faz do pragmatismo a bandeira, e dos princípios o lixo que se deita no caixote. As mudanças que vão passando, à velocidade da luz, à frente dos nossos olhos, não deixarão de ter consequências nos eventos desportivos globais, não só pelas crescentes tensões políticas, mas também pelas previsíveis limitações à circulação de adeptos. Como serão abordados os Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles, e antes deles, o Mundial de Clubes, já a partir de junho, nos Estados Unidos, onde estarão três equipas mexicanas, e o Mundial de 2026, co-organizado por mexicanos, norte-americanos e canadianos? Para já, navegamos num mar de incógnitas, a que, como uma das sedes do Mundial de 2030, deveremos estar particularmente atentos."
Rumo ao Jamor, se faz favor
"1. A última terça-feira trouxe-nos uma efeméride poderosa, mas melancólico. Onze anos se passaram sobre o desaparecimento de Mário Esteves Coluna, que foi um dos nomes maiores da história do Benfica e da história do futebol português. Chamavam-lhe o Monstro Sagrado, e só isto é dizer tudo.
2. Ou, melhor, quase tudo, porque não há palavras para descrever o que Mário Coluna representou para o Benfica não só do imbatível ponto de vista desportivo, mas também do ponto de vista desportivo, mas também do ponto de vista da moral e do carácter. Dezesseis temporadas ao serviço do nosso clube, 677 jogos, 150 golos, 10 Campeonatos Nacionais, 6 Taças de Portugal, 2 Taças dos Clubes Campeões Europeus.
3. Um líder absoluto dentro e fora das quatro linhas, um profissional admirado e respeitado até pelos seus adversários, um cidadão de valores, ativo na defesa de causas, um símbolo eterno do Benfica e de muito mais. Mário Coluna, um luxo.
4. Tal como o treinador do Benfica previu, e não foi assim há muito tempo, o Benfica voltou a colar-se à liderança do corrente Campeonato Nacional de futebol, que, de facto, tem sido uma grande aventura, tantos foram os altos e baixos já vividos desde que a competição arrancou em agosto. Estamos a entrar no último terço da corrida, e a fé benfiquista impele-nos a apostar tudo nos 'altos' e a deixar os 'baixos' definitivamente para trás.
5. No jogo de sábado passado, com o Boavista, foi muito boa a atitude do público nas bancadas do nosso estádio. Ao contrário do que sucedera noutros encontros em casa, em que a impaciência dos bancadas não ajudou nem um bocadinho à estabilidade das emoções da equipa, no desafio com o Boavista os adeptos ajudaram, e de que maneira, à construção da vitória.
6. Entre o primeiro e o segundo golo do Benfica passaram-se 42 minutos, e todos sabemos como o segundo golo é importante para serenar a equipa e as bancadas. O que se viu e ouviu na Luz durante esse longo período em que o segundo golo não surgiu foi um apoio incondicional à equipa. Nem uma manifestação de insatisfação, nem um assobio, nenhum sinal de impaciência.... e, assim, o Benfica construiu tranquilamente a sua expressiva vitória sobre o Boavista. Foi muito bom. É este o espírito.
7. O Benfica avança para as meias-finais da Taça de Portugal com todo o mérito. O Sporting de Braga foi um adversário tudo menos fácil, mas a verdade é que não fez um único remate enquadrado á baliza de Samuel Soares. Segue-se o Tirsense numa eliminatória jogada em duas mãos. Com o maior respeito pelo Tirsense, uma equipa das divisões secundárias, rumo ao Jamor, Benfica, se faz favor."
Leonor Pinhão, in O Benfica
Uma vida a lançar sobre redes
"Além do seu exímio percurso no ténis do Benfica, David Cohen foi uma notável personalidade do voleibol lisboeta
David Lopes Cohen (1925-2008) teve várias paixões na sua vida. Como hoje clama a psicologia, somos muitas vidas numa só vida. Da engenharia à filatelia, do voleibol ao ténis, são vários os campos de destaque que fazem de David Cohen uma figura incontornável quando se estuda os primeiros anos do voleibol em Lisboa ou o ténis na história do Benfica.
Estudante de engenharia no Instituto Superior Técnico, defendeu a sua alma mater no voleibol na década de 1940, quando a modalidade dava os primeiros passos competitivos em Portugal. Foi campeão regional vários anos numa equipa considerada 'inexpugnável', como destacava o jornal O Benfica: 'Quão difícil é marcar pontos a uma defesa que tem um Cohen e um Martins'.
Alinhou na primeira seleção de Lisboa em 1946 e foi bicampeão nacional de voleibol em 1948. No ano seguinte não participou na prova, e a sua falta foi notada ao longo dos jogos. Casou em Magherite Brixhe (Peggy), também ela voleibolista, no Sporting. A memória deste casal prefigura-se, no entanto, na modalidade de ténis, onde Peggy Cohen foi campeão nacional de singulares em 1953 e 1955 pelo Benfica. Entre os que praticaram ténis pelos encarnados, David Cohen teve um dos mais profícuos palmares.
Foi aluno de Geza Torok, o húngaro que potenciou o ténis em Portugal. De águia ao peito entre 1959 e 1969, conquistou vários campeonatos regionais. Em 1959, sagrou-se campeão nacional em singulares, depois de ter estado afastado das raquetes algum tempo, somou 4 Campeonatos Nacionais em pares e integrou a equipa do Benfica que conquistou o Campeonato Nacional de ténis por 6 vezes.
A sua postura desportiva e humana, que já se evidenciara no voleibol, tornava-o indispensável em provas internacionais, como revelou o dirigente da seção de ténis encarnada. Era um gentleman, como lhe diziam no mundo filatélico. Ao longo dos anos de 1950, David Cohen enriqueceu o seu palmarés com provas internacionais. Em 1953, contribuiu para a primeira vitória internacional portuguesa. Mais que uma vez, foi chamado pela Federação Portuguesa de Ténis a integrar a seleção nacional para disputar a Taça Davis, a mais relevante competição internacional da modalidade à época.
Agraciado como sócio de mérito em 1961, os seus últimos anos de vida foram dedicados a uma paixão que tinha desde os 10 anos a filatelia. Grande colecionador e especialista de literatura filatélica de inteiros postais, chegou a publicar artigos que 'fizeram doutrina'.
Conheça outros nomes do ténis benfiquista na área 3 - Orgulho Eclético, no Museu Benfica - Cosme Damião."
Pedro S. Amorim, in O Benfica
Não há crise!
"O Benfica, que está numa liderança partilhada do Campeonato, nos oitavos de final da Liga dos Campeões, nas meias-finais da Taça de Portugal, e já ganhou a Taça da Liga, está a fazer uma época mediana. O treinador, Bruno Lage, que pegou na equipa com 5 pontos de atraso e assumiu o comando de um plantel já construído, tem feito um trabalho mediano também. Pavlidis, avançado grego que leva 18 golos e 8 assistências na temporada de estreia ao serviço do Benfica, tem apresentado um rendimento classificado, caro leitor, ora deixa-me só fazer as contas, certo, isso mesmo: mediano. Nada podia fazer mais sentido, porque, se o Benfica tem o privilégio de ser tão acarinhado pelos media, então mediano é mesmo a avaliação que melhor assenta.
Por outro lado, o treinador do FCP, que abandonou o Cruz Azul depois de 2 vitórias em 10 jogos, e que fez um arranque de sonho com 2 vitórias em 7 jogos pelos portistas, esse já entrou no coração dos adeptos, mesmo que tenha ajudado o FCP a entrar no mês de março sem uma única vitória no Dragão. Este início absolutamente apoteótico permitiu-lhe, naturalmente, cair facilmente em boas graças. Sobretudo nas boas graças dos adeptos do Cruz Azul, que após a sua saída conseguiram 7 vitórias em 8 possíveis.
Quanto ao SCP, que não ganha 2 jogos seguidos desde o tempo de João Pereira, tem feito lembrar aquele programa da SIC: Não Há Crise! Talvez os teclados nas redações tenham ficado enjoadas com a palavra crise quando foi divulgado o famoso áudio de Bruno Lage, e agora, com a IA, são os próprios teclados que se recusam a repetir o mesmo termo. Entretanto, o treinador leonino avisou que vai estar atento às arbitragens, e isso são óptimas notícias. Que pena só ter tomado essa decisão no final do jogo nas Aves, porque, se tivesse começado a vigília 90 minutos mais cedo, então o Benfica já teria terminado a jornada passada num mediano 1.º lugar isolado."
Pedro Soares, in O Benfica
Até ao fim
"As voltas e reviravoltas que este Campeonato tem sofrido, com mudanças de treinador em quase todos os clubes, com ondas inusitadas de lesões e afectarem os principais plantéis, não permitem aos benfiquistas embarcar num optimismo exagerado.
Na verdade, já estivemos e 5 pontos da liderança recuperámos e, por altura do Natal, ocupávamos, isolados, o 1.º lugar, pouco depois voltámos a atrasar-nos ficando então a uma distância ainda mais significativa, e eis-nos de novo na frente, embora desta vez em igualdade pontual. Ninguém sabe, portanto, como isto vai acabar.
Há 15 anos que não víamos um líder do Campeonato Nacional com menor número de pontos à 23.ª jornada. Nesta senda, é natural que se batam recordes negativos, numa época demasiado exigente e demasiado acidentada.
É preciso dizer, porém, que até agora, olhando para o panorama global de todos as competições, não há dúvidas sobre qual a melhor equipa portuguesa: o Benfica, além de seguir na liderança partilhada da Liga, venceu o único troféu disputado até ao fim (a Taça da Liga), e é também, de entre os chamados três grandes, o único a prosseguir a sua caminhada europeia - onde já nos brindou com alguns momentos de elevado brilhantismo, e onde mantém os sonhos em aberto.
Se falarmos de lesões, os nomes de Bah, Manu Silva, Florentino, Renato Sanches, Tiago Gouveia e Di Maria chegam e sobram para a troca. Se temos um plantel mais profundo? Temos, e só assim nos mantemos competitivos perante um vasto conjunto de fatalidades. O que não temos é um calendário fácil: para além dos exigentes compromissos internacionais, ainda viajaremos, por exemplo, ao Porto, a Guimarães e a Braga.
Muita água vai correr debaixo das pontes. Há que manter o foco e a confiança total no treinador e nos jogadores. Juntos, chegaremos à glória."
Luís Fialho, in O Benfica
O racismo não pode existir
"É ilógico, injusto e inconsequente. Senão, pendemos à luz do senso comum que parece ser palavra de ordem, nos nossos dias. É ilógico porque se baseia na discriminação nos diferentes, em minoria, com o pressuposto de que são inferiores á maioria, que se define como padrão. Ora, significa isto que, como a Terra é redonda, o mesmo indivíduo pode ser padrão, dominante, num lugar e diferente, minoritário, noutro, pelo que, evidentemente, se conclui que o racismo é medida relativa que nasce duma atitude antagónica face à diferença.
O racismo é injusto porque, ao estabelecer um padrão e discriminar os que mais se afastam dele, mais não faz que acrescentar direitos a uns suprimindo-os a outros. Daqui resulta uma sociedade condenada a viver com tensões internas e a produzir riqueza e pobreza duma vez só, isto é, uma sociedade contraditória que tem, ao mesmo tempo, a capacidade de criar valor para os seus membros, mas que, em nome dum preconceito absurdo, destrói automaticamente uma parte substancial dessa riqueza condenado todos, privilegiados e excluídos, a um nível de bem-estar inferior.
Finalmente, é inconsequente por muitas razões. Vejamos duas: em primeiro lugar, os atletas icónicos, os grandes cientistas, artistas, escritores ou estadistas, quando ascendem a símbolos nacionais, sofrem uma espécie de 'apagão' da raça e ganham estatutos de exceção. Em segundo lugar, por muito que o racismo, a discriminação, a violência ou até a morte ainda grassem, a história da humanidade demonstra à sociedade que, à medida que a tecnologia e a educação avançam, diminuem as condições objetivas para o sucesso do racista. E este processo pode ter, como tem, avanços e recuos, mas segue uma única tendência histórica, e é esta.
O racismo merece, por isso, cartão vermelho, penálti ou o mais que houver, e, neste jogo, o VAR somos nós todos!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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