Últimas indefectivações

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Passo importante...


Farense 1 - 5 Benfica


Jogo importantíssimo para garantir a qualificação para a Fase de Campeão da Liga Revelação, e talvez por isso o 'reforço' Melro baixou à equipa de sub-23!!!

Partida onde fomos essencialmente eficazes, estranhamente eficazes ao contrário do habitual, e onde até o golo do Farense, foi marcado por um jogador do Benfica!!!

Faltam duas jornadas, matematicamente ainda não estamos apurados, mas com um jogo em Mafra, e outro no Seixal com um Estrela apurado, temos tudo para subir na classificação...

O Natal está a chegar...!!!

Que foto!!!!!!

A falta de ordenado, tem efeitos engraçados!!!

Não permitimos que mentiras passem impunes! ⛔

Fever Pitch - Domingo Desportivo - O Benfica Que Devolva os 3 Pontos de Arouca

Terceiro Anel: Bola ao Centro #82 - De fato-macaco também conta!!!

RND - Carrega...

Falar Benfica #186

5 minutos: Diário...

Pre-Bet Show #92 - "O melhor Central da Liga Portuguesa"!

Noite-não, noite-sim


"1. O minuto 55 do jogo com o Estrela da Amadora para a Taça de Portugal fornecei-nos uma lição memorável do treinador do Benfica. Não tenhamos, porém, ilusões. Não estivesse já o Benfica com a eliminatória resolvida a seu favor goleando o adversário graças aos 3 golos de Di Maria, e, provavelmente, a reação das bancadas não teria sido o que foi. A ditadura dos resultados não o consentiria.

2. Recordemos esse momento que fica para a história dos comportamentos. Tranquilo no jogo, exibindo uma superioridade indiscutível sobre o Estrela, o Benfica teimava em adiar o seu quarto golo. As várias perdidas de Arthur Cabral iam sendo recebidas com a benevolência possível até ao momento em que, face a mais um momento de azar do avançado brasileiro, ao minuto 55, o público deu sinais vivos de insatisfação, virando-se contra o jogador em noite-não.

3. Seguiu-se a transformação de uma noite-não em uma noite-sim. A contestação a Cabral só demorou breces segundos e não foi por milagre. Foi graças à intervenção do treinador, que, mal se deu conta do burburinho, se levantou do banco e, de olhos nos olhos com a bancada, aplaudiu Cabral dando o exemplo que redimiria a noite do jogador e.... a noite do público da Luz. Ao mesmo tempo, no relvado. Frederik Aursnes e Akturkoglu correram para o companheiro prostado e  levantaram-no do chão.

4. O exemplo dado pelo jogador norueguês e pelo jogador turco do Benfica e a lição fornecida pelo treinador do Benfica foram dos momentos mais comoventes e mais pró-Benfica vividos no nosso estádio inaugurado em outubro de 1003, já lá vão 21 anos. Na Luz, como em qualquer outro estádio, ao longo dos anos somam-se registos de golos marcados, de golos sofridos, de vitórias, de derrotas, de grandes festas e de momentos de frustração. Mas uma coisa destas nunca se tinha visto.

5. As bancadas aderiram num ápice ao gesto de Bruno Lage. E se, naquele lance falhado, Cabral foi ao chão sob um coro de insatisfação, logo se levantou sob uma trovada de aplausos. Será assim, certamente, que um treinador ganha o respeito de toda a gente.

6. Quando, pelos primeiros dias de setembro, Lage regressou ao comando da equipa técnica do Benfica, disse qualquer coisa como 'quero que esta minha passagem tenha um fim diferente da passagem anterior'. Se acontecerá assim ou de outra maneira, ninguém sabe. O que se sabe e nunca se esquecerá é que, numa certa noite de novembro de 2024, o treinador do Benfica deu uma lição que há muito era pedagogicamente devida. Venha o que vier, este título já ninguém lhe tira.

7. Por tudo isto, o facto, alegre o indesmentível, de Arthur Cabral ter maracdo 2 golos nos minutos derradeiros do encontro é o pormenor menos importante da noite."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Uma conquista junto dos seus


"Ao lado dos antigos companheiros e dos seus colegas de equipa, Artur Jorge alcançou um grande objetivo

Quando pensamos no futuro e traçamos objetivos, imaginamos sempre a quem contaremos primeiro caso se realize. As conquistas têm um sabor diferente quando são celebradas junto dos que nos são mais próximos. O momento ganha uma dimensão exponencial pela felicidade desses pessoas, a conquista passe a ser de todos.
Na temporada 1969/70, Artur Jorge transferiu-se da Académica de Coimbra para o Benfica. O jogador rapidamente ganhou um lugar no onze e foi determinante para que os benfiquistas vencessem a Taça de Portugal, ao bisar na final frente ao Sporting, em que triunfaram por 3-1.
Na época seguinte, a dupla de ataque com Eusébio tornou-se ainda mais letal. Para tal, Artur Jorge estudou a forma de jogar do Pantera Negra. E o próprio Eusébio também se adaptou à sua maneira, e 'tudo entrou no bom caminho'. Os dois jogadores foram responsáveis por mais de dois terços dos golos do Benfica no Campeonato Nacional.
Os encarnados sagraram-se campeões nacionais quando ainda faltava disputar um jogo. Com o título atribuído, a as atenções da última jornada viraram-se para a luta pela Bola de Prata. Vítor Batista, avançado do Vitória de Setúbal, partia em vantagem, com 22 golos, seguido de Artur Jorge, com 21 tentos. A disputa era tão acérrima, que A Bola decidiu publicar as regras em caso de empate. O jornal salientou, ainda que 'Artur Jorge, para ser primeira, terá de marcar mais dois golos que o setubalense, pois, igualando-o, (...) Vítor Batista seria o primeiro por pertencer à equipa mais mal classificada'.
O benfiquista confidenciava: 'Tudo farei por conquistar um troféu que tanto ambiciono', mas punha de parte a ideia de que teria maiores facilidades em relação ao avançado sadino: 'Não há jogos bons nem maus para marcar golos. Trata-se duma questão de disposição e de oportunidades'.
Na receção à Académica, o Benfica começou a construir a vitória logo nos primeiros minutos, com Eusébio a inaugurar o marcador, com assistência de Artur Jorge. A 10 minutos do final do encontro, os benfiquistas venciam confortavelmente por 3-1. No entanto, Artur Jorge continuava sem marcar... e precisava de pelo menos dois golos. O tempo passava, a parecia que o avançado não ia atingir o objetivo.
A 8 minutos do final, com uma excelente jogada após umas tabelas com os companheiros, fintou o último defesa e depois o guarda-redes dos estudantes, atirando para o fundo das redes. Gerava-se uma réstia de esperança. No último minuto, Eusébio retribui a assistência, e Artur Jorge fixou o marcador em 5-1. Toda a equipa fez questão de o facilitar, e entre os abraços surgiu o que mais o marcou, o do irmão José Manuel, jogador da Académica. Artur Jorge concretizava um objetivo junto dos antigos e dos atuais companheiros de equipa.
Saiba mais sobre este magnífico jogador na área 22 - De Águia ao Peito, do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Homenagens merecidas


"Estou ansioso pelo jogo que irá homenagear Nuno Gomes, o camisola 21 do SL Benfica. Depois dos 10-0 que honraram o genial número 10 de Fernando Chalana e os 7-0 que evocaram o mítico camisola 7 Nené, nem quero imaginar a alegria que seria para os benfiquistas ver um resultado tão desnivelado para lembrar o avançado de Amarante. Já sei, é quase uma impossibilidade, mas, com Bruno Lage e a sua equipa técnica, tudo parece ser possível. Basta que om foco continue nas exibições maravilhosas dos nossos rivais e nunca nos deem o devido valor pela média superior a 3 golos por jogo, nesta segunda passagem pelo Clube.
Imaginem vocês que até um 'idoso' de 36 anos, criticado pelos adeptos que nos são rivais, conseguiu fazer o primeiro golo de bicicleta da sua carreira num jogo da Taça de Portugal entre o Glorioso e o primodivisionário Estrela da Amadora. É certo que a goleada por 7-0 não foi contra uma equipa da Liga 3, senão os elogios teriam sido ainda maiores. Nem tivemos jogadores adversários e chorar de alegria quando pisaram o relvado da Catedral, mas foi mesmo uma noite especial para os 56 mil adeptos (mais do que em todos os outros jogos desta eliminatória da Taça juntos).
É por isso que quero muitas mais dessas noites. É por isso que sonho com a quase impossibilidade dos 21 golos para Nuno Gomes. Enquanto isso não acontece, já me contentaria com o 3 de Humberto Coelho, o 4 de Mozer, o 5 de Veloso e Bastos Lopes, o 6 de Jaime Graça e Germano ou o 8 de João Alves ou de José Augusto."

Ricardo Santos, in O Benfica

Dezembro é vermelho e branco


"Dezembro começa bem: logo no primeiro dia, joga o Benfica. Há quem diga que o Natal é a melhor época do ano, mas para mim fica em segundo lugar neste ranking. A época que mais me entusiasma acima de todos as outras pode ser qualquer uma, desde que jogue o Glorioso. É esse o grande momento do meu ano, e felizmente ocorre duas vezes por semana na larga maioria dos 12 meses. Nada supera a felicidade de ser do Benfica. Também dizem que o Natal é quando o homem quer, e é aí que consigo ver a única vantagem do Natal. Porque no caso do Benfica, o Benfica só joga quando o calendário assim determina, o que significa que a nossa felicidade tem dia e hora marcada, mas esta agenda não é controlada por nós. Caso contrário, não ia ser fácil para Bruno Lage gerir o plantel. Eu seria a favor de haver três jogos por dia: ao pequeno-almoço, ao almoço, e ao jantar, porque o contacto com o Benfica é tão essencial à sobrevivência como qualquer refeição.
Ainda assim, dezembro sabe ser especial. As ruas e as casas são enfeitadas por luzes majestosas, luzes essas que criam um cenário de esplendor apenas superado por aquele espaço e que deram nome: o Estádio da Luz. Há presentes entregues por um homem vestido de vermelho, e são precisamente os presentes que os homens de vermelho nos servem ao longo do ano que nos trazem as maiores alegrias. Celebra-se o nascimento do filho de Maria, e continua-se a celebrar o rejuvenescimento do pé esquerdo de Di Maria. Eu como sonhos, e o Benfica faz parte deles todos. A minha mãe come bolo-rei, mas ainda hoje não sei qual é a relação de Eusébio com este doce. Não sobram dúvidas: dezembro é especial porque todo ele é Benfica."

Pedro Soares, in O Benfica

Angelito e mais dez


"Já aqui escrevi, mais de uma vez, sobre Ángel Di Maria. Mas todas as palavras são poucas para expressar a admiração que sinto pelo astro argentino, o qual, a caminho dos 37 anos, continua a presentear-nos com exibições deslumbrantes como a doa passado sábado.
Di Maria é, continua a ser, um jogador muito acima do nível da liga portuguesa. Outros há, no nosso campeonato, de grande valor, mas que ainda têm de demonstrar que noutros contextos são tão eficazes como por cá. Di Maria já o fez, ao longo de uma sumptuosa carreira mas melhores equipas do mundo. E continua a fazê-lo, para nosso gáudio, no Benfica, sendo um privilégio poder vê-lo em campo com o manto sagrado.
Dele se diz que não defende. Eu pergunto se Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo alguma vez defenderam, isto para não ir mais atrás no tempo (Maradona, Eusébio...), e cingir-me aos parâmetros do futebol moderno.
Com um jogador deste quilate no plantel, o que há a fazer é criar as melhores condições para ele poder brilhar e, com isso, fazer brilhar a equipa. É o quem tem feito Bruno Lage, que no plano físico o tem sabido gerir habilmente, e no plano táctico, com a colocação de Aursnes como médio interior direito, lhe deu a liberdade criativa de que necessitava. Os resultados estão à vista.
O que é mais espantoso em Angelito não é propriamente o seu talento - pois esse já há muitos anos havia sido revelado. O que é admirável é a vontade e a garra com que joga, parecendo um miúdo de 18 anos à procuro de se afirmar no onze. Aliás, Schjelderup disse tudo quando confessou ficar impressionado com a atitude competitiva do Mago - que ele vê, e bem, como exemplo supremo.
Muito gostaria que Di Maria permanecesse no Clube mais uma época. A correr como corre, a jogar como joga, não será fácil encontrar um 'jovem' que o substitua."

Luís Fialho, in O Benfica

Nada como jogar à bola


"Era assim que se dizia quando ainda se brincava na rua e os rapazes, sobretudo eles, se desafiavam uns aos outros sem samartphones, de viva voz, para formar equipas e jogar futebol até esfarrapar os joelhos. Esta é a realidade que está na memória dos nossos jogadores e jogadoras de walking football, sendo que, no que a elas diz, respeito, ontem ficavam a ver, e hoje jogam cada vez mais em pé de igualdade.
Ontem como hoje, havia no jogo da bola. As motivações eram diferentes, mas os efeitos eram basicamente os mesmos: um corpo fisicamente mais saudável e uma mente mais sã e animada pela socialização que dali vem, pela pertença a uma equipa, pela conquista conjunta e, acima de tudo, pela presença constante de todos a impedir o isolamento e a tristeza de alguns.
Ontem, estes jogadores queriam pertencer a uma equipa, brilhar entre seus pares a fazer a diferença, para se desenvolverem plenamente e se afirmarem como pessoas. Hoje, uma vida passada, perderem-se coisas que não se recuperam: a juventude, a saúde de ferro, aquela pessoa amiga, familiares, colegas e, nos mais velhos, o sentido de utilidade e que vem do exercício de uma profissão.
Mas há muito ainda para viver e mais ainda para preencher com vida ativa e bem-estar. Para tudo isso não há nada como jogar à bola. O futebol é precioso para quebrar a solidão e preencher vazios nesta fase da vida em que se produzem sentimentos de falta de propósito e relevância social, até familiar. São dias que se preenchem, ao mesmo tempo que se estabelecem novas pontes com pessoas e até com filhos e netos, unidos no seu gosto pelo futebol, surpreendidos e admirados pela vitalidade dos seus avós, que brilham em campo por fora, mas sobretudo por dentro, onde se reacende a cada jogo uma imensa chama que os benfiquistas bem conhecem."

Jorge Miranda, in O Benfica

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"3
Di María conseguiu um hat-trick pela 2ª vez de águia ao peito. A outra ocasião foi no triunfo em casa do Leixões (0-4) em 2009/10 para o campeonato;

4
O Benfica é tetracampeão nacional de corta-mato. No mesmo dia conquistou também o Campeonato Nacional de estafetas mistas;

5
Di María passou a ser o 5º com mais assistências para golo pelo Benfica nas últimas 20 temporadas (48). Pizzi, com 94, é o líder neste ranking, seguido por Gaitán (81), Rafa (67) e Grimaldo (62). Destes apenas Gaitán (0,32) e Pizzi (0,26) têm mais assistências por jogo (0,25 do astro argentino), porém há que recordar a idade precoce com que Di María foi lançado na equipa, tendo sido suplente utilizado em 35 dos 80 jogos em que participou nas duas primeiras épocas de águia ao peito;

7
Desde 19/12/2021 que o Benfica não marcava 7 golos num jogo oficial (Benfica 7-1 Marítimo). E excluindo o infame desafio, no Jamor, com o B SAD, desde 10/2/2019 que não ganhava por 7 ou mais golos de diferença;

9
Ao fim de 5 jornadas da fase da Liga dos Campeões, o Benfica soma 9 pontos e está no 14º posto em igualdade pontual com o 13º, a 2 do 5º classificado e com 5 de vantagem sobre o 25º;

40
Com o hat-trick ao Estrela, Di María chegou aos 40 golos em jogos oficiais pelo Benfica, sendo o 60º a perfazer esse registo;

82
O jornal O Benfica está de parabéns pelo 82º aniversário;

100
Bah atingiu, ante o Estrela, os 100 jogos, incluindo particulares, pelo Benfica;

200
Na partida com o Estrela, Otamendi completou 200 jogos, incluindo particulares, com a camisola do Benfica. Foi o 98º a alcançar essa marca."

João Tomaz, in O Benfica

Bruno Lage parte na frente


"Aos poucos, os velhos atores do nosso futebol vão saindo de cena, uns pela via democrática, outros pela via judicial, mas todos na direção que merecem, que é a de uma gradual irrelevância. Há uma tendência para afirmarmos que, aos poucos, se vai respirando um novo ar, mas a verdade é que, feitas as contas, é tudo muito novo no atual futebol português. E mais novo ficará depois das eleições do Benfica no próximo ano, mas sobre isso podemos falar noutro dia.
De repente, parece que entraram novos concorrentes na casa. As novas combinações de presidentes e treinadores nos principais clubes traduziram-se num contexto mais difícil de prever, que ainda estamos a assimilar. Ninguém sabe se os velhos vícios serão retomados, se os novos líderes se revelarão de facto novos ou herdeiros de vícios antigos. Para a maioria, o período experimental ainda dura, já que, no caso do dirigismo desportivo, esse termo equivale no mínimo à duração de um mandato (e há quem seja mandado para casa no fim do período experimental).
Por agora, olhamos curiosos para o novo elenco do reality show ou da série que abandonou os heróis e vilões cansados das últimas 20 temporadas. É tempo de descobrir o que os guionistas prepararam para nós. Por estes dias, vale a pena olhar para os quatro treinadores dos três maiores clubes. Digo quatro porque um deles, apesar de estar fisicamente em Manchester, vai continuar a assombrar o Sporting e o futebol português por mais algum tempo.
Ruben Amorim trouxe uma frescura ao futebol português que há muito não se via. É a partir dele que os próximos treinadores portugueses de sucesso tentarão construir a sua imagem. Mais importante do que isso, conseguiu o que nem mesmo os sportinguistas arriscariam prever. Venceu duas ligas em quatro épocas, mais do que a esmagadora maioria dos treinadores foi capaz de fazer no Benfica ou no FC Porto, o que faz dele um autêntico milagre e provavelmente o melhor treinador da história do Sporting. Bom comunicador, belíssimo treinador, um tipo com impacto imediato por onde passa, enquanto lá está e, sabemos agora, imediatamente após a sua saída. O comboio passou quando menos esperava e assim foi, uma espécie de filho pródigo que decidiu ir à sua vida e que, um dia, inevitavelmente, regressará a casa. Por casa entenda-se o clube do coração e não a entidade patronal destes últimos anos. Até Ruben Amorim saberá que está destinado a treinar o Benfica, mas sobre isso podemos falar noutro dia.
De um benfiquista para outro. Não vou mentir. É uma sensação agradável olhar para o Sporting poucas semanas depois da saída de Ruben Amorim e ver toda a gente — jogadores, presidente e João Pereira — com um ar desorientado de quem subitamente perdeu o superpoder e não sabe como o recuperar. É, digamos, divertido. João Pereira bem pode ter sorrido no dia da apresentação e falado da sua cadeira de sonho, mas não acredito que não tivesse consciência da missão incrivelmente complicada que tinha pela frente.
Sim, o plantel do Sporting é equilibrado e tem bons jogadores, incluindo um avançado sueco quase impossível de travar. Mas, nada disso livra João Pereira do berbicacho em que se meteu. O contexto é assim: um treinador com pouco currículo e pouca preparação para o cargo, num contexto de elevada pressão, menos vocacionado para a relação com a comunicação social, a quem não se reconhece impacto nos poucos contextos em que foi treinador principal, sem uma ideia de jogo relevante que tenha demonstrado ser capaz de executar, e, como se tudo isto não bastasse, alguém a quem é hoje exigido mais do que foi exigido a Ruben Amorim quando este chegou ao Sporting, tanto em qualidade de jogo como em sucesso desportivo.
Tivesse eu dúvidas e rapidamente as teria esclarecido com uma leitura dos jornais. Todos vimos notícias do tipo «direção-está-convictamente-ao-lado-do-treinador!», mas não me lembro de muitas surgidas tão pouco tempo depois de o referido treinador ter sido contratado. Se não fosse benfiquista, mas antes um mero observador da condição humana, a minha empatia levar-me-ia a sentir alguma pena de João Pereira. Não tendo essa empatia em mim, aguardarei pacientemente pelo jogo do Sporting em Moreira de Cónegos, fazendo votos de que seja mais um duríssimo embate com a realidade. Costuma dizer-se que o futebol é o momento e eu concordo. É um belíssimo momento para o Sporting voltar a perder pontos.
Bem vistas as coisas, João Pereira e Vítor Bruno não são muito diferentes. É verdade que João Pereira se mostra bastante tímido na sala de imprensa e Vítor Bruno parece por vezes estar a promover uma metodologia de auto-ajuda, mas ambos sucederam a lideranças fortes e marcantes. No caso de Vítor Bruno, a circunstância é agravada pela angústia da massa adepta, a braços com uma crise existencial depois de décadas a endeusar uma certa forma de estar. É complicado. As semanas vão passando, a equipa joga pedras, as conferências de imprensa doem quase tanto como o futebol, o presidente já não sabe quantos mais murros na mesa há-de dar, e o coração dos portistas balança. No caso dos sportinguistas, há uma conclusão imediata de que o segredo estava no treinador. No caso dos portistas, há uma leve suspeita de que o segredo talvez estivesse naquela insuportável tríade presidente-treinador-diretor técnico. O portista está indeciso: será que quer uma mudança, custe o que custar, ou prefere antes um presidente e um treinador como os que vieram antes, um pouco na lógica do rouba-grita com os árbitros-intimida toda a gente-mas-faz. Vítor Bruno não parece feito desta fibra que os portistas passaram décadas a gabar. Será que essa cultura é recuperável, ou é uma construção que ruiu com Pinto da Costa e não será reerguida? Seja qual for o desfecho, tem dado gosto acompanhar este FC Porto. É manter!
Feitas as contas, tem a palavra Bruno Lage, homem a quem já dediquei uma igreja, meses antes de ganhar juízo. Mas o contexto mudou de tal forma que o treinador do Benfica é agora o mais preparado dos três treinadores que lideram os grandes, apenas superado em experiência pelo SC Braga de Carvalhal, que não parece capaz de entrar nestas contas. A inteligência que Lage tem revelado na preparação e na gestão da equipa ao longo dos jogos, a par de ideias mais consolidadas e tangíveis, parecem indicar, pelo menos em tese, que é Lage quem parte na frente para aquilo que resta deste campeonato. São boas condições para conseguir aquilo que há poucos meses parecia impossível. Resta-lhe continuar a trabalhar para isso e não desiludir. Cá estaremos para apoiar do primeiro ao último minuto."

Os méritos de Lage


"Esta subida de forma não se deve a nenhum jogador, dirigente ou apenas a uma evidente queda de forma dos nossos rivais. Deve-se muito ao dedo do nosso treinador que apresenta ‘nuances’ táticas que apesar do pouco tempo que teve demonstrou conhecer (ou não se agarrou apenas a um modelo como Schmidt) e até apresentou novos modelos dentro do mesmo sistema (4-4-2, 3-4-3, 4-1-4-1, etc.) E acho que os méritos no nosso treinador podem ser apresentados por estes tópicos:

Construção de Jogo
Bruno Lage tem mérito em vários aspetos, começando pela construção de jogo, onde apostou na construção a 3 com o Carreras a fazer de 3.º central. Na minha opinião, o Carreras destaca-se nesta função por não ser particularmente rápido e por ser muito forte no passe, algo que parece já estar no seu repertório e que melhorou ainda mais com a confiança que lhe foi dada.

Gestão de Di María
Outro grande mérito do Lage é a gestão do Di María. Para além de ajustar o posicionamento do Aursnes para médio interior direito, aliviando muito o desgaste do Di María e permite combinar bem com o Bah, o Lage também soube gerir os minutos em campo e o esforço do craque argentino. A retirada do Di María da seleção ajudou muito a potenciar ainda mais a forma dele.

Confiança em Florentino
Florentino recuperou a confiança que não tinha desde os primeiros meses de Schmidt, quando jogava ao lado de Enzo. O conhecimento de Lage é grande porque já o treinou na equipa B e lançou na equipa A.

Aursnes, todo-terreno
Aursnes tem sido fundamental como médio interior direito, desempenhando uma função box-to-box, onde auxília na pressão, fecha bem o lado direito, reduzindo o desgaste do Di María, e combina de forma eficaz com o Bah.

Kerem, a revelação
Encaixou como uma luva na posição de extremo esquerdo, desempenhando a função de avançado interior e, em algumas ocasiões, de segundo avançado mais aberto. Isso tem potenciado o jogo do turco, que é muito forte na finalização e na procura de espaços.

Kökçü a 10
Já o Kökçü começou a época em alta na função de 10 mais clássico, mas é importante considerar alternativas como Amdouni (a 2.º avançado), Rolheiser (a médio interior esquerdo/10) ou até Arthur (ponta de lança combinando com Pavlidis), caso a forma do turco continue a cair.

Jogos de Destaque
Em termos de jogos, destacam-se pela positiva as partidas contra o Atlético de Madrid, Bayern e Porto. Nos jogos em casa contra o Atlético e o Porto, os resultados e as exibições foram uma consequência direta dos ajustes táticos do Lage.
No caso do Bayern, embora possa parecer estranho colocar este jogo no lado positivo da moeda, acho que o Lage acertou na estratégia ao segurar o empate até aos 60 minutos e poupar jogadores para o clássico contra o Porto."

Luz com 70.000? Faz todo o sentido


"Rui Costa anunciou que a lotação da Luz irá aumentar para os 70.000 lugares. Ficou por se saber o quando e o como, mas a medida faz todo o sentido e já se impunha.
Recorde-se que a Luz foi construída aproveitando a onda do Euro 2004. Com uma forte contribuição do Estado para a construção ou remodelação dos estádios, era uma ocasião que os maiores clubes portugueses não poderiam perder. Em Assembleia concorrida os sócios do Benfica deram aval à direção de Manuel Vilarinho, já com um Presidente-sombra chamado Luís Filipe Vieira, pela opção de demolir a antiga Catedral e avançar para um novo e moderno Estádio. Ainda hoje penso que foi tomada a decisão errada, pois como dizia Fernando Martins "Roma também não demole o seu Coliseu". O antigo Estádio devia ter sido remodelado, tal como fez e faz o Real Madrid com o Bernabéu, o Barcelona com o Camp Nou ou o Liverpool com Anfield. Teria ainda hoje o Benfica um Estádio mítico, obviamente renovado e com a lotação que agora e no futuro se pretenderá voltar. Mas pronto, isso já são águas passadas.
Mas não é por acaso que volto atrás no tempo até 2003. É que aí, nesse período histórico, a lotação de 65.000 lugares fez sentido. O Benfica tinha um Estádio com 80.000 lugares (depois da colocação das cadeiras, porque recorde-se que antes disso chegou a ter lotações superiores a 120.000 pessoas) que raramente enchia. O clube atravessava o momento mais frágil e trágico da sua existência, numa transformação de clube mítico em clube sofredor e muitos adeptos decidiram viver esses anos à distância, não indo ao estádio. É normal que se tenha optado por 65.000 quando nos anos 80 se pensava em 120.000.
As primeiras duas décadas do Estádio, aliás, confirmaram que uma lotação mais reduzida (se é que se pode falar assim num estádio que mesmo assim é o maior de Portugal e um dos maiores da Europa) fez sentido. Durante boa parte dos anos 2000 e até na década de 2010 o Benfica andou sempre com uma média a rondar os 30 ou 40.000 de lotação. Não estavam ainda consolidados os Red Passes e até a ida ao Estádio como uma experiência coletiva, quinzenal e que envolve mais do que apenas ver o jogo, ainda não existia.
Mas em 2024 chegamos a esse ponto. O clube tem agora uma média de assistência de 60.000 pessoas, independente da forma da equipa (a época passada foi negativa e à mesma o clube põe mais gente para uma eliminatória da Taça de Portugal que o clássico FCPorto-Sporting), tem os Red Pass esgotados e uma fila de espera de 17.000 sócios, sendo que este ano apenas 800 conseguiram um lugar novo. Ou seja, para alguém que se coloque hoje no último lugar dessa fila de espera, tem pela frente longos 20 anos até conseguir o lugar cativo anual, se nada mudar entretanto.
O Benfica pode e deve avançar de forma consciente para o aumento da lotação do Estádio. Sem medos nem receios que as lotações do tempo do Vietname ou dos anos 2000 regressem. Benfica tem que olhar para cima e não para baixo. Tem que ter confiança no seu futuro e noção da sua grandeza social. Acrescentar mais 5 ou 10.000 cadeiras ao Estádio significa mais receita garantida com os Red Pass, mais receita nos bares, lojas e restaurantes do clube, mais benfiquistas a viverem o clube por dentro, maior e melhor ambiente no Estádio, que contribuirão para maiores e melhores vitórias do clube.
Falta debater o quando e o como. Quando? É uma pergunta que esperemos que Rui Costa responda brevemente. Arriscaria no final desta época. Até porque, não sejamos ingénuos, há novas eleições em Outubro. Como? Fala-se no Safe Standing na bancada onde estão os No Name, em rebaixar o relvado, em encurtar o espaço entre cadeiras ou nas escadarias. Mais rebuscado é subir os cantos "em onda" do 4º Anel que supostamente se diz que já estaria contemplado no projeto original já a prever uma futura expansão do Estádio. Repito, perguntas que espero que brevemente o Presidente do Benfica responda.
Esta decisão segue em linha com uma tendência na Europa de aumento das lotações, e não há aqui nada de megalómano. Falamos para já de aumentar em apenas mais 5.000 lugares a lotação. Talvez num futuro se pense em 75.000 ou 80.000 lugares. Mas faz sentido para já, ir assim, de forma gradual.
Falta recordar que Rui Costa fez outra promessa na campanha eleitoral, que ainda não cumpriu: a renovação do exterior do Estádio, que dito de forma imparcial e não apaixonada, muitos benfiquistas concordarão que é feio, frio e bruto. Não é à Benfica. Depois da renovação interior com os ecrãs gigantes, led's, luzes e som novo, deve-se também avançar para a renovação exterior, fazendo da Luz cada vez mais a casa que nos aquece a alma e provoca calafrios e respeito aos adversários. A Catedral para nós, o Inferno da Luz para os outros."

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Semana decisiva para o Boavista FC. O que está em causa?

Zero: Ataque Rápido - S06E18 - Sporting com dores, Botafogo liberta dores

Observador: E o Campeão é... - FC Porto vence, mas não convence

Observador: Três Toques.... - Morreu Helmuth Duckadam

Jogo Pelo Jogo - S02E17 - Semana à Benfica

Quais erros?

56 mortos num jogo de futebol... e aparentemente ninguém se interessou com a notícia!

A Odisseia Benfiquista


""Se tu amas o futebol, amas o Benfica" - frase proferida por Roger Schmidt, após aterrar em Lisboa para treinar o clube de todos nós. No entanto, o Benfica não é só futebol e eu tenho vindo a descobrir isso, pouco a pouco.
Um pouco de contexto:
Os meus pais nunca ligaram muito a futebol e os meus amigos eram e são todos de clubes diferentes mas nunca me tentaram influenciar para apoiar o clube deles, logo fui crescendo sem clube. No entanto, houve um momento decisivo para começar a minha Odisseia Benfiquista. Estava a remexer nos armários dos meus pais e encontrei um cachecol. Era velho, vermelho e com uma águia no meio, com as palavras "E Pluribus Unum" escritas de cada lado da águia. Eu apercebi-me logo que era um cachecol do Benfica e esse momento inocente foi o puxar de gatilho para me autoproclamar Benfiquista.
Outros momentos marcantes que me definiriam como Benfiquista foram as enchentes ao Marquês e a festa que se fazia quando o Benfica era campeão, a felicidade estampada nas caras de toda a gente que via na rua quando o Benfica ganhava e, infelizmente, as finais perdidas na Liga Europa. A porta do futebol foi a minha entrada no Universo que era o Benfica.
Desde aí, a minha Odisseia só tem sido maior. Descobri o lado militante dentro do Benfica, fui aprendendo mais sobre a gigantesca História deste clube, procurei mais sobre figuras importantes dentro do Benfica, comecei a seguir mais as modalidades e vi, com os meus próprios olhos, todos os jogos em "casa" sempre que o Benfica ia ao estrangeiro, sendo no futebol, futsal, andebol, basquetebol, etc... Independentemente do que fosse, as romarias encarnadas eram sempre enormes. Fui me apercebendo do real tamanho deste clube que tive a sorte de escolher como meu, este clube tão majestoso que, à medida que vou mapeando todos os recantos e meandros deste Universo vermelho e branco, apaixono-me cada vez mais.
Por isso mesmo que esta Odisseia está longe de acabada. Tenho a certeza que ainda há muitos mais aventuras dentro do Universo Benfiquista que ainda não tive a oportunidade de começar e, honestamente, espero que nunca acabe pois quero que, com ela, o meu amor pelo Sport Lisboa e Benfica cresça ainda mais.
Viva o Benfica!"

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