Últimas indefectivações

terça-feira, 11 de abril de 2023

Empate na Amadora...

Estrela 2 - 2 Benfica
H. Félix(2)


Duas vantagens perdidas, para o líder da Liga Revelação...

Raça, querer e ambição


"Estamos nos quartos de final da Liga dos Campeões pela segunda temporada consecutiva e hoje, na Luz, às 20h00, é o pontapé de saída na eliminatória. Frente ao Inter, predomina a ambição de prosseguir na prova. Este é o tema em destaque na News Benfica.

1
Roger Schmidt perspetiva um embate muito exigente: "Quando estamos nos quartos de final, na fase a eliminar, temos de esperar sempre um adversário ao seu melhor nível. Os jogos são muito importantes para as duas equipas. Ambas despenderam muita energia e foco para atingir este nível."
Na opinião do nosso treinador, o plantel do Inter "está recheado de jogadores muito experientes e de qualidade", e antevê "dificuldades" para as quais "temos de encontrar soluções".
Como tal, Schmidt refere: "Queremos jogar o nosso melhor futebol e temos de estar preparados para uma equipa que é muito boa, com muita qualidade individual, com diferentes opções no ataque, na defesa e no meio-campo. Sabemos que precisamos de uma performance de topo."

2
Gonçalo Ramos considera o desafio com o Inter "uma oportunidade de fazer um grande jogo, frente a uma boa equipa" e deixa uma garantia: "Vamos dar o nosso melhor."
Segundo o avançado, "a abordagem vai ser igual à de sempre". "Entramos sempre para ganhar, ainda para mais numa eliminatória. Entramos sempre para resolver o mais rapidamente possível", afirma.
O número 88 releva ainda a importância de ter os Benfiquistas junto da equipa: "É sempre bom ter o nosso Estádio cheio e sentir o apoio dos nossos adeptos."

3
Chiquinho completou 100 jogos em competições oficiais pelo Benfica. "É um sentimento de orgulho para mim", refere o médio. Na entrevista exclusiva aos meios do clube, Chiquinho antevê o encontro com o Inter: "A equipa está focada nesse jogo e estamos a trabalhar bem para conseguir uma vitória perante os nossos adeptos."

4
Saiba os dados individuais e coletivos mais relevantes de Benfica e Inter neste artigo do Site Oficial.

5
Conheça a nova imagem da Casa do Benfica de Vila Franca de Xira através desta reportagem da BTV."

A Verdade do Tadeia #784 - Inter testa Benfica europeu

Universos paralelos


"1. Comecemos por Diogo Ribeiro. Na última competição em que participou não perdeu tempo a assegurar em que participou não perdeu tempo a assegurar os mínimos para o próximo Campeonato do Mundo de Natação e para os Jogos Olímpicos. Estamos perante um fora de série da natação portuguesa. Ribeiro é um daqueles fenómenos que surgem de tempos em tempos - largos tempos -, e a sua extrema juventude só vem confirmar a dimensão superior das suas capacidades e do futuro que o aguarda. Dele há a esperar tudo. O facto de ser um atleta do nosso clube envaidece-nos, naturalmente. Diogo Ribeiro é incrível.

2. No último fim de semana, outros atletas do Benfica de outras modalidades conquistaram importantes títulos nacionais. As equipas masculina e feminina de futsal venceram as respetivas finais da Taça de Portugal, e a equipa feminina de futebol triunfou na final da Taça da Liga. Mais três taças para o nosso museu, que um dia destes vai ter de ser alargado.

3. Mesmo que não contemos com uns célebres e recantados vinte e dois mil títulos desde a data da nossa fundação - outros afirmam possuir números assim festivamente conquistados nos universos paralelos onde habitam -, o trânsito de troféus para o Museu Cosme Damião continua imparável.

4. Por falar em universos paralelos, o presidente do Sporting aviltou o nome do Sport Lisboa e Benfica numa alocução televisiva destinada a cobrir de lama o nosso emblema, colocando-o a par, por supostas malfeitorias, do emblema titular do processo Apito Dourado. È um insulto grave ao Benfica e é um insulto igualmente grave à justiça, acusada de absentismo ou de outras coisas piores.

5. O presidente do Sporting, na realidade, nada tem a temer da polícia, dos juízes e dos tribunais, tal como explicou, com a maior das inocências, quando lançou a sua candidatura à presidência: 'Tenho na minha lista dos juízes do Supremo, um procurador da República e um juiz-desembargador. Acham que estas pessoas não nos vão fazer braço de ferro na justiça pelo Sporting?' Achamos que não. Só num universo paralelo é que uma coisa destas poderia acontecer.

6. O Benfica começou a ganhar o seu jogo com o Rio Ave com aquela empolgante onda vermelha que, em Vila do Conde, recebeu o autocarro que transportava a equipa à entrada do estádio. E selou a vitória com aquele abraço da bancada a Gonçalo Ramos e aos seus companheiros após o avançado assinar o golo da vitória. Engolidos pela multidão de vermelho e branco. Uma beleza de se ver.

7. Venham mais belezas de jornada em jornada até à meta."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Curiosidade de uma digressão a África


"No Verão de 1950, a conquista da Taça Latina levou o Benfica até ao continente africano

Em 1950, o Benfica realizou aquela que é considerada a primeira grande digressão da sua história. Pelos mais variados motivos, o destino não podia ser outro senão África. O convite surgiu por parte da filial de Luanda e da delegação de Lourenço Marques, com o objetivo de estreitamento das relações entre o Clube e as suas filiais nas colónias. Após várias conversações, estabeleceu-se que a digressão se iniciaria dia 25 de Julho para terminar em 4 de Setembro. Além de Angola e Moçambique, o Benfica realizou também um jogo na África do Sul e outro no Congo Belga.
Ao anunciar a viagem do Benfica ao Ultramar, foram várias as cartas e os telegramas recebidos pelo jornal do Clube, escritos por portugueses residentes em Angola e Moçambique. Pediam que a caravana benfiquista visitasse uma determinada cidade ou região, porque eram muitos os benfiquistas aí residentes, ou que jogadores como Espirito Santo, Alfredo e Melão integrassem a caravana para visitarem Luanda. Um outro telegrama, enviado da cidade da Beira, em Moçambique, informava que um grupo de benfiquistas tinha encomendado uma obra de arte, de marfim, para oferecer ao Clube, tal como um outro, de Lourenço Marques, que referia a aquisição de uma valiosíssima taça de prata que se destinava a ser entregue ao Benfica como recordação.
Nesta deslocação, o Benfica foi alvo das mais variadas demonstrações de carinho, muitas vezes apoteóticas. À partida da comitiva encarnada, milhares de pessoas reuniram-se no Aeroporto de Lisboa, agitando bandeirinhas, para se despedirem dos seus ídolos. A chegada ao destino foi vivida pela comitiva com grande admiração e surpresa, pois milhares de pessoas reuniam-se para lhes dar as boas-vindas. Na chegada a Lourenço Marques, só 'muito a custo, foi possível tomar assento nos automóveis' que os conduziriam ao hotel, e, ainda assim, a equipa foi, nesse trajeto, acompanhada por um cortejo de automóveis que se prolongava por muitos quilómetros. Em êxtase, as pessoas aclamavam os seus ídolos, em especial Francisco Ferreira. Durante a estada em África, a comitiva benfiquista foi convidada para vários baquetes, organizados pelas mais diversas entidades, de tal modo, que, à chegada a Luanda, foram proibidos os banquetes e receções, pois considerou-se que estavam a afetar o desempenho físico dos jogadores.
Desta digressão o Benfica trouxe, além de muitos troféus e ofertas, um saldo positivo de conquistas, uma vez que em quinze jogos realizados somou onze vitórias, três derrotas e um empate.
Saiba mais sobre as digressões do Benfica na área 26 - Benfica Universal do Museu Benfica - Cosme Damião."

Marisa Manana, in O Benfica

Parece que há um jogo com o FC Porto


"No dia em que escrevo, ouvi uma história sobre um homem, o qual, já há uns 50 anos, costumava frequentar o Jardim da Parada, o 'centro' do bairro lisboeta de Campo de Ourique, fazendo-se sempre acompanhar de quatro ou cinco livros, o que, muito naturalmente, suscitou curiosidade.
Quem seria? O que faria? Talvez se tratasse de um antigo aluno de engenharia que enlouquecera de tanto estudar, porventura um dilecto professor reformado ou mesmo um escritor desinspirado à procura de dias mais inspirados. E lá alguém desvendou o mistério: simplesmente era um tipo que gostava de ir ao jardim para ver as modas e passear livros, além de ser analfabeto.
Caro leitor, como já terá percebido, esta crónica é sobre irrelevâncias. Até porque necessito de evitar a todo o custo a confissão sobre quão emocionado fiquei - quase lacrimejei, passo a rima - com as palavras simpáticas e muito acertadas, quem diria?, do Sérgio das antevisões sobre o percurso do Benfica na presente temporada.
Desconheço o que pensa o Sérgio dos bancos sobre o Sérgio das antevisões, mas coisa boa não será. E nem sequer consigo imaginar o que o Sérgio dos pós-jogos sentirá pelo Sérgio das antevisões.
Conflitos de personalidade? Não sou especialista. Jogos mentais de vão de escada? É possível. Sinceridade? Já vi de tudo. Até um qualquer treinador, não sei se das antevisões ou dos pós-jogos, a desculpar-se com a ausência de reforços enquanto remete para a bancada o jogador mais caro de sempre do futebol português. Nenhuma das versões é para levar a sério.
Mas não só há vários Sérgios como parece haver Varandas para todos os gostos. Aprecio particularmente este que tem o condão de nos relembrar que há uma distinção clara, embora pouco preponderante dos primeiros, entre sportinguistas e lagartos.
O estereótipo de lagarto alude à imagem das touradas: ponham vermelho à frente, e já se sabe quem fez o quê. No entanto, esta imagem não vale as palavras suficientes para que a ideia seja completa.
Aquela entrevista repleta de alarvidades do Varandas em modo Afeganistão - nunca o Varandas em modo negócio com o FC Porto de trocas de jogadores que ninguém ouviu falar por 15 milhões de euros daria tal entrevista - pode ser explicada numa frase: O Sporting corre o risco de ficar em 4.º lugar e, mais relevante, há a percepção generalizada de que o Benfica será o campeão. Tão evidente quanto previsível, até aborrece.
Reconheça-se, no entanto, que alguma coisa teria de ser dita. É mesmo muita a areia que tem de ser atirada para os olhos (perdão, para a vista). Ressalva-se que não uma qualquer, só proveniente do Ancão, da Comporta, dos Salgados - em São Martinho, claro - ou do Moledo), afinal eles dizem-se diferentes. E são-no mesmo: o poço de virtudes é tão fundo, tão fundo, que, ao longo dos anos, se afundaram em episódios rocambolescos da mais variada espécie. Já dizia o outro: faz o que ele diz, não faças o que ele faz.
E eis que os irrelevantes vieram todos dar à costa. Acabei de ouvir um antigo futebolista do FC Porto cujo maior feito foi ter marcado um golo irregular na Luz - um verdadeiro jogador à FC Porto - afirmar que não há nada melhor do que ganhar aos mouros. Aqui está um belo exemplo da propagação da ignorância. Mas a culpa não é dele. Os tontos que gostam de apelidar de mouros as gentes de Lisboa, como se os mouros não tivessem ocupado toda a Península Ibérica à excepção das Astúrias, influenciaram o rapaz e, diga-se de passagem, sempre é melhor do que nos chamar inimigos. Por isso, merece ser informado.
Por cá, mas também em qualquer lugarejo brasileiro, usam-se os algarismos arábicos, perfeitos para fazer contas simples como, por exemplo, a mais desejável 74-61. Acaso seja 72-62 ou 71-64, cá estaremos no fim sem necessidade de calculadora, mas cientes de que, independentemente das circunstâncias, a águia voa sempre mais alto."

João Tomaz, in O Benfica

#peloBenfica


"Mais nada. É só isso que desejo para o jogo de hoje, que ganhemos por nós, pelo Sport Lisboa e Benfica, pela nossa história, pela conquista do 38.º campeonato. Sim, é o clássico, mas o que está em jogo é muito mais do que isso. São duas formas de viver o desporto, seja qual for a modalidade.
De um lado, está um conceito social e desportivo assente no confronto, na provocação, nas jogadas de bastidores, no regionalismo, um modelo antigo e ultrapassado de comportamento. Do outro, estamos nós. Um clube virado para fora, de Portugal e do mundo, de portugueses, de quem fala português e cada vez mais internacional. Uma equipa que luta para dar espectáculo, que tem sido melhor do que os adversários porque tem mostrado que o quer ser. É essa mudança de mentalidade, associada a um trabalho técnico competente, baseado na felicidade de cada um dos seus operários, que tem feito a diferença.
Hoje, às seis da tarde, quando a Catedral estiver a rebentar pelas costuras e o árbitro - quem quer que ele seja - apitar o início da partida, só é preciso continuar a ser o melhor.
A pressão está do outro lado, há que ser inteligente. Até porque o FC Porto pode dar-se por feliz por ainda poder sonhar com o título. Se tudo tivesse acontecido como mandam as regras, mais facilmente estaria a lutar para não ficar em 4.º lugar, com os 'amigos' de Alvalade. Só que há sempre quem falhe, seja no vídeo, seja em campo, para minorar danos.
É por isso que não há outra forma de encarar o jogo desta tarde de sexta-feira, que se quer santa - tem de ser por nós. Pelo Sport Lisboa e Benfica e por aquilo que significa ser benfiquista."

Ricardo Santos, in O Benfica

Sexta-Feira Santa, ou sexta-feira 13? Tanto faz


"Carne ou peixe? Não faço ideia do que irei almoçar ou jantar hoje. Porém, sei bem qual é a receita para que este dia seja efetivamente de Sexta-Feira Santa: estamos todos a pensar no mesmo. E no meio destes pensamentos encontraram-se perspetivas interessantes. Poderei estar a correr o risco de dar um ligeiro nó cego na cabeça do leitor, no entanto, sou incapaz de ignorar que, apesar de nesta manhã termos acordado numa sexta-feira, dia 7 de abril, à noite podemos até chegar à conclusão de que, afinal, esta é uma sexta-feira 13. O que não impede, muito pelo contrário, que continue a ser santa. Confuso? Bem dizia o filósofo francês Blaise Pascal (o leitor não se atreva pensar que fui buscar os dados do autor ao Google e não à minha alargadíssima cultura geral): 'O coração de um benfiquista tem razões que a própria razão desconhece'.
É mesmo assim. De facto, o papel de treinador do Benfica não é fácil: Roger Schmidt não só tem de estar habilitado a preparar a equipa da melhor forma para os jogos como tem ainda de lidar com este tipo de questões relativas ao calendário gregoriano que atormentam os adeptos.
Um clássico é sempre especial por um motivo principal: porque o Benfica entra em campo. Nunca é demais reforçar a diferença cultural entre um e outro emblema. Independentemente da posição na tabela classificativa, dos plantéis, dos dirigentes, do número de taças nas prateleiras dos museus, ou do que possa dizer a comunicação social, existe uma distância gigante entre aquilo que é a paixão por um clube e o ódio por outro. Ninguém tem a menor dúvida relativamente ao combustível que move os adeptos benfiquistas. O maior clube do Norte vai receber o FCP."

Pedro Soares, in O Benfica

Decidir já


"Nós sabemos, eles sabem, nós sabemos que eles sabem: se o Benfica ganhar o clássico, a questão do título ficará presa apenas pela matemática.
Foi muito importante alcançar estas 10 vitórias consecutivas na Liga, e chegar aqui com uma vantagem à prova de percalço. Neste contexto, a partida com o FC Porto só é decisiva do lado de lá. Porém, ganhando-a, poderemos dar uma machadada definitiva no rival e na classificação. E fazê-lo já não é despiciendo.
Como escrevi neste espaço aquando do sorteio, no plano internacional o Benfica está perante a oportunidade única de, primeiro, chegar a umas meias-finais inéditas no formato actual da Champions League, e depois, quem sabe?, chegar mesmo à final - o que seria absolutamente notável na história do Clube e do próprio futebol europeu das últimas décadas.
Isso será tão mais viável quanto o campeonato ficar antecipadamente resolvido, deixando margem de erro suficiente para apostar todas as fichas nos confrontos internacionais. Ou seja, ganhando ao FC Porto, o Benfica também estará mais perto de vir a escrever história na Europa.
Este é, por isso e muito mais, um jogo especial. È também um desafio à estatística recente, pois em 20 anos de clássicos com o FC Porto no novo Estádio da Luz, obtivemos somente quatro triunfos. Trata-se de um adversário que tradicionalmente defende bem, permite poucos espaços, é extremamente atlético e agressivo, e raramente o futebol bonito e aveludado do Benfica tem sabido lidar com isso. Quem espera facilidades é melhor ficar em casa.

PS: O último fim-de-semana trouxe-nos mais três importantes troféus para o Museu Cosme Damião. No futebol feminino, e no futsal de ambos os sexos, o Benfica voou alto e mostrou que o estado de graça não se resume à equipa principal de futebol. Há Benfica por todo o lado."

Luís Fialho, in O Benfica

Quando o Benfica faz, faz bem!


"Nunca como hoje se reconheceu tanto o valor da água ou de uma simples árvore. Coisas simples e dadas como certas na meninice de todos, mas que afinal estragámos sem pensar de onde vinha tanta abundância, e agora temos todos de correr atrás do prejuízo. Mas, como diz o povo, não adianta chorar sobre o leite derramado, por isso temos é de ser proativos e garantir que cada pessoa faz a sua parte. No mundo do futebol temos um ditado bem mais interessante que nos pode inspirar e dar esperança no futuro: 'o jogo não é como começa, é como acaba...'
No nosso caso, apostamos na educação ambiental e na reflorestação das zonas ardidas de que a memória dos portugueses parece abrandar com o passar do tempo e avivar com as chamas de cada verão. Temos vindo a trabalhar continuamente para que não se esqueça a importância duma floresta autêntica, limpa e de qualidade e se evite o mais possível e tragédia e a dor que dela vem. Fazemo-lo mobilizando a energia do Benfica e a força imensa da multidão benfiquista, temos tudo para dar uma importante contribuição na defesa do nosso ambiente e do futuro das novas gerações. Porque, quando o Benfica faz, faz bem!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"3
O Benfica conquistou a sua 3.ª Taça da Liga na vertente feminina do futebol:
Diogo Ribeiro tem presença assegurada em Paris 2024, é o primeiro português a garantir a qualificação. É também o primeiro nadador nacional a poder participar em 3 especialidades numa edição dos Jogos (50 e 100 metros livres e 100 metros mariposa). Os 3 mínimos alcançados são todos recordes nacionais;

6
6.ª deslocação consecutiva no Campeonato Nacional sem golos sofridos, igualando a melhor série de sempre numa época (já aconteceu 2 vezes - 1975/76; 1977/78);

7
O Benfica venceu a Taça de Portugal de futsal feminino pela 7.ª vez;

8
O Benfica venceu a Taça de Portugal de futsal no masculino pela 8.ª vez;

10
São 10 as vitórias consecutivas no Campeonato Nacional. É a 14.ª vez que o Benfica chega à dezena de triunfos consecutivos numa edição desta competição (excluindo sequências de 10 vitórias incluídas em séries mais prolongadas - máximo de 23 em 1972/73);

25
Na presente época, com 10 a 13 jogos por disputar, Gonçalo Ramos leva 25 golos, todos de bola corrida. Desde 1990/91, só os seguintes jogadores marcaram mais numa só temporada, excluindo penálties: 29 (Jonas - 2014/15, 2015/16 e 2017/18); 28 (Cardozo - 2009/10; Darwin - 2021/22); 27 Seferovic - 2018/19); 26 (Nuno Gomes - 1998/99; Lima - 2012/13);

32
Grimaldo representou o Benfica pela 293.ª vez em competições oficiais e passou a ser, a par de Cardozo, o 32.º com mais 'jogos oficiais' pela equipa de honra benfiquista;

39
Gonçalo Ramos passou a integrar o top 60 dos melhores marcadores de sempre da equipa principal do Benfica em competições oficiais, soma 39 golos, assim como Vata e Saviola;

2026
Roger Schmidt prolongou o vínculo ao Benfica até 2026."

João Tomaz, in O Benfica

Editorial


"1. Foi um fim de semana à Benfica, com três Taças em dois dias: futebol feminino, futsal feminino e futsal masculino. É o vincar da aposta acertada nas modalidades e num ecletismo cada vez mais vitorioso. Neste jornal O Benfica trazemos a reportagem de cada uma das conquistas. No fundo, o olhar próximo e por dentro de quem merecidamente fez a festa, em total comunhão com os adeptos.

2. Hoje é dia de clássico. Na nossa 1.ª página, relevamos precisamente o apoio dos adeptos, tão precioso e decisivo ao longo desta época, a par de um compromisso e de uma determinação inabaláveis por parte de toda a equipa desde a primeira jornada. Que seja um grande final de tarde, à Benfica. Com uma chama imensa, como só nós sabemos.

3. Nesta edição olhamos ainda com particular destaque para o embate europeu que nos espera na próxima semana. Há um desnível histórico que aqui trazemos numa viagem ao passado que revisitamos com orgulho e respeito, mas também com muita ambição. O desafio é mesmo contrariar o passado, como se vê pela clareza da estatística, e trilhar o futuro que tanto almejamos. Votos de uma Páscoa feliz para todos. À Benfica!"

Pedro Pinto, in O Benfica

Seguir em frente

Mauro Xavier, in Record

Dia de bravura cénica

Vasco Mendonça, in A Bola

RND - Soares: Cancelo...

RND - Cortes, Carrega: Culpado...

3x4x3

Titulares, excerto...

Segunda, excerto...

A Legendary Night

Antevisão...

Treino...

Quezada: Champions...

Euro Fut: Cortes - Champions...

RND - Carrega #4

BI: Antevisão...

Foi só uma virose – amanhã às 20h, parINTERcetamol


"Imagine caro leitor que está à porta do Estádio da Luz em dia de jogo e pergunta a quem passa qual é a sua preferência futebolística. Não temos grandes dúvidas que a maioria escolherá o Sport Lisboa e Benfica tal como, se a mesma pergunta for feita no Dragão, a maioria escolherá o Porto.
A escolha da amostra é decisiva num estudo e facilmente percebemos que neste caso, estaríamos a fazer batota na nossa “sondagem”.
Agora, arriscando acompanhar o raciocínio de um professor de matemática, continuem a pensar alto comigo.
Têm que perguntar às mesmas pessoas qual era o seu prato preferido. Não consigo imaginar qual será a resposta que a primeira pessoa irá dar ou, sequer, das dez primeiras, mas quanto maior for o número de respostas, maior será a probabilidade de encontrar como escolha mais comum um prato “consensual”, seja lá o que isso for. O Sushi está na moda, mas terá uma marca etária, as tripas ou a feijoada serão pouco consensuais, etc... Vamos parar, não tenho dúvidas, num incrível Frango de Churrasco feito pelo nosso Sérgio!
Ou seja, quanto maior for a amostra, mais a escolha tende a ser “consensual”.
Assim sendo, em relação à questão do apoio no estádio quanto mais gente estiver no estádio mais o comportamento tende a ser “consensual” e o comportamento “natural” da maioria não é o de apoiar em pé e a cantar o jogo todo.
O povo Português é pouco dado a expressões públicas dos seus sentimentos. É o povo que menos manifestações faz, é um povo culturalmente recatado, como se a emoção fosse coisa individual. Não há tradição nem cultura de bancada onde “todos” puxam. Mesmo no antigo estádio era assim. Claro que as nossas memórias vão buscar o que de melhor lá vivemos, mas não era assim tão diferente do atual. Ou melhor era diferente, mas sentia-se que estava a acontecer alguma evolução que nos trouxe até aos nossos dias.
Num jogo fora, com três ou quatro mil dos nossos nas bancadas, a presença dos mais expressivos é mais significativa do que em nossa casa. O exemplo que tivemos há dias no pavilhão da Póvoa é disso uma prova. Menos Benfiquistas criaram um ambiente absolutamente incrível, precisamente porque era “um produto mais concentrado”.
Dito isto, penso que sofremos da nossa grandiosidade que ao serviço do “deus mercado” se torna um problema bem sério. Vamos a mais uma explicação?
O Benfica tem 1000 lugares para vender e apenas 100 interessados. Agora imaginem que tem os mesmos 1000 lugares e tem 5000 interessados. O que acontece aos preços?
Já muitos descobriram uma inflação “bem desagradável” nos preços das entradas na Catedral. Com esse aumento o acesso fica mais complicado para uns, os mais desfavorecidos, aqueles para quem a vida dá menos oportunidades.
Há mais gente de fato e gravata ou de saltos altos a comprar bilhetes e o ambiente no estádio vai, naturalmente, sentir-se disso.
Para quem não vive com os dias que sobram no fim do ordenado, ir ao estádio é apenas mais um momento na vida. Pode ser mágico, incrível, mas é apenas mais um momento bom da vida. Será que dá tudo o que pode? Ou melhor, será que dá tudo o que a equipa precisa?
Para outros, que vivem mal e em situação desconfortável, entrar no estádio é tudo. É o acontecimento da semana, ou do mês, quem sabe do ano ou até de uma vida. E aí vai com tudo, porque ali está a cumprir um sonho. E será que cumprindo esse sonho na bancada, dão tudo pela equipa?
Reparem que não estou aqui a personalizar, nem a criar rótulos. Estou apenas a criar figuras que permitam ajudar a pensar.
Mas, o Benfica são, “somos”, estes todos, homens e mulheres, adultos e crianças, gente com formação académica ou analfabetos, quadros superiores ou operários e essa foi e será sempre a nossa maior força.
A força dos que estão nos bairros de Lisboa, na Ericeira, na margem sul, em Canelas, na Alemanha, nos Estados Unidos ou nos Açores. Fazemos todos, à nossa maneira, o Benfica. E é por isso que a derrota de sexta-feira foi tão discutida, porque nas nossas diferenças, temos dificuldade em encontrar uma explicação.
Pode ter sido o medo cénico ou o brilhantismo tático do Sérgio Conceição, as falhas do nosso guarda-redes ou o estilo mais duro do Otávio.
Mas, encontrar uma explicação, não encontramos!
E não a encontramos porque ela não existe. É como os “putos no médico”:
- "Foi uma virose. Tome lá um bem-u-ron e espere uns dias."
O nosso chama-se Inter e é para tomar, amanhã, às 20h!
De muitos, UM! ..."

Queremos um Clube de gins nos camarotes ou de cânticos e paixão na bancada?


"Disclaimer inicial, se achas que o mais importante do Benfica não são os seus adeptos, em particular os Sócios, podes parar de ler.
Escrevo o texto na madrugada após o Clássico de 7 de abril de 2023. Ponderei muito se o devia escrever e enviar. Cabeça quente e coração magoado. Tristeza e desilusão dentro e fora de campo. Escrevo apenas porque é a minha forma de deixar para trás um dia feio na Luz.
Findo mais um Clássico na Luz, o sentimento é semelhante ao do Derby. Pior, face à diferença dos resultados. Face ao Maior Rival, assim como já havia sido frente ao Rival Eterno, o Estádio da Luz de Inferno nada teve. Melhor, teve umas chamas a aparecer nos ecrãs LED. Apenas e só.
Vamos contextualizar com todas as letras. Dia 7 de abril, jogo em casa frente ao Maior Rival, numa época de grande futebol e apenas 1 derrota até à data. Sobranceria das bancadas? Poderia dizer isso se já tivesse sentido o Inferno na Luz durante a época.
Melhores adeptos do Mundo? Em potencial sim. Na prática? Deixo à consideração de cada um.
Esquecemo-nos das dificuldades que é ser Benfiquista no Norte ou longe de Portugal? Esquecemo-nos os que os nossos Heróis sofreram nas Antas? O que passavam só para ir lá ver um jogo? Sim, estou a falar dos nossos adeptos, esses Heróis que muitos anos até com equipas miseráveis estavam lá sempre. É assim que honramos esses Ases que nos honraram o Passado? Deixar o Maior Rival fazer da nossa Casa um Salão de Festas?
Sim, não referi ainda uma única vez jogadores. Jogadores são profissionais que contratamos para nos representar em campo. Hoje não ficaram nada bem na fotografia, nós também não. Nós temos a responsabilidade de sermos nós mesmos, ou pelo menos aquilo que deveríamos ser fora do campo.
Queremos ser o Clube dos gins nos camarotes, das selfies, do evento social? Se sim, assuma-se. E diga-se que estamos a caminhar bem para isso.
Sem me querer alongar demasiado, deixo o meu pensamento de muitos anos a esta parte, dirigido aos Sócios porque hoje, como sempre, o Estádio é cheio essencialmente pelos Sócios.
Ser Sócio do Benfica não é, não pode ser nem nunca deve (ou devia) ser banalizado, como alguém que faz uma qualquer assinatura de um jornal ou de um serviço de streaming. Ser Sócio do Benfica tem de ser acima de tudo um privilégio e uma responsabilidade.
Privilégio e responsabilidade de podermos seguir as pisadas dos Fundadores, as pisadas de tantos e tantas que no nosso Passado tanto pelo Clube fizeram. Pasme-se, iam trabalhar de borla no Estádio Antigo enquanto que no Novo levantar-se e cantar para apoiar a equipa dá demasiado trabalho.
Privilégio e responsabilidade do Clube ser nosso. Ainda ser nosso.
Talvez para muitos isso seja pouco relevante. Afinal, para se puder ver um espetáculo a uma terça feira às 20h 60000 bilhetes são poucos e a bilhética é horrível, mas para AGs às 21h de sexta feira aparecem 400 a 500 pessoas.
Podem-me chamar romântico. Podem-me chamar de ultrapassado pelo tempo. Aceito que o façam. Mas no momento em que aceitar que estou errado no meu pensamento, o Benfica para mim deixa de fazer sentido.
Dito tudo isto, espero ganhar amanhã, e domingo e na terça, ganhar nos pavilhões, piscinas, pistas e campos deste País e dar aquilo de mim que posso dar na condição simples de Sócio completamente anónimo. É assim que o Benfica continua a fazer sentido para mim.
Rematando, no texto que publiquei após o Derby, perguntava-me se o Inferno da Luz era um desejo meu (e de muitos outros, tenho por certo) ou se já tinha passado a ser um Mito. Continuo sem resposta. Mas começo-me a inclinar para uma delas."

El Mítico #39

O Benfica Somos Nós - S02E51

Visão S04E32 - O que foi isto?

RND - Soares: Inferno...?!!!

5 minutos: Antevisão...

Águia: Diário...

O Futebol é Momento #27 - O líder foi apanhado

Vambora: Campeão?

A Verdade do Tadeia #783 - FC Porto não se entrega

O medo cénico do Benfica


"Pode aparecer ali o Barcelona, o Ajax, o Liverpool, o PSG, a Juventus ou o Sporting. O Benfica, nobre e orgulhoso, a todos olha de peito feito e faz pela vida. Umas vezes melhor, outras vezes pior. Umas vezes ganha, outras empata, também perde. Mas aparece o FC Porto e é tudo diferente.
Existe no mundo do espetáculo o conceito de medo cénico. Quando um ator ou artista tem tudo preparado, ensaiou mil vezes a peça e até pode estar confiante que tem talento. Até sente que vai correr bem e nem se sente especialmente nervoso nos momentos antes de entrar no palco. E no entanto...ao abrir a boca, ao ver as luzes, ao sentir os olhos do público...vem o calafrio. Quando dá conta, já o medo cénico invadiu todos os poros. E sabe que todos estão a reparar. Quanto mais disfarça, menos disfarça. É esse fenómeno que o Benfica vive com o FC Porto. Principalmente no Estádio da Luz. São já demasiadas derrotas, demasiados traumas. E tornou-se algo cultural no clube. É até engraçado (se não fosse dramático) perceber que os clubes têm mesmo uma alma, uma identidade, uma cultura que vai além dos treinadores e jogadores que momentaneamente o representam. Porque a verdade é que isto se passou com Jesus, Rui Vitória, Lage ou Schmidt. Com Aimar, Jonas, Pizzi ou Rafa. Com portugueses, brasileiros, argentinos ou alemães.
Tem que haver aqui uma preparação muito diferente deste jogo. De certeza que a semana no Porto é diferente. A maneira como eles se comportam é vincadamente diferente. Jogasse sempre o FC Porto como jogou na Luz e seriam eles com 10 pontos de avanço. Assim que começa o clássico, logo nos primeiros minutos se percebe que vão ganhar. Querem mais. Lutam mais. Guerreiam mais. Jogam mais.
Da mesma maneira, assim que começa o jogo, basta o FC Porto fazer 3 passes seguidos e se percebe logo que o Benfica vai perder. A preparação durante a semana tem que ter sido diferente. Porque os de vermelho encolhem-se. Desaparecem. Como por mistério, todos têm más exibições. Escondem-se do jogo, não seguram a bola e dar 3 passes seguidos é uma dificuldade tremenda.
Não há clube que eu goste menos que o FC Porto. E escrevo isto da forma mais politicamente correta. Portanto assumir esta menoridade do Benfica nos jogos com o FC Porto é uma dor. Sinto vergonha de na nova Luz, já lá vão 19 anos, o Benfica só ter vencido 4 vezes para o campeonato. Contra 9 do Porto. Entristece-me que não consigamos que a Luz seja um Inferno para o FC Porto. Revolta-me que tenham sido duas vezes campeões na nossa própria casa (e que nas duas vezes não tenham ido mais de 40.000 Benfiquistas lutar contra tal tragédia. Quando foi o oposto eles tinham o estádio a abarrotar. De gente a gritar "nem pensem que serão campeões na nossa casa". E não fomos. Numa das vezes até a jogar em superioridade numérica).
O Benfica não tem que ter este complexo. É o maior clube português, o mais famoso e mais apoiado. O que tem mais campeonatos e mais taças. Que tem o estádio maior. Tem passado por momentos difíceis, mas mesmo assim vencendo este campeonato, terá ganho 6 das últimas 10 ligas. Venceu mais troféus nos últimos 10 anos que o Porto. Mesmo no Dragão o Benfica sofre, mas não cai com esta facilidade. Já lá várias vezes foi vencer e empatar. Também perder, claro.
Haverá tempo para tentar perceber este fenómeno. Da próxima vez que o FC Porto voltar a casa tudo terá que ser diferente. A preparação no Seixal tem que ser diferente. O ambiente no estádio terá que ser diferente. Teremos que ser nós a querer mais. A lutar mais. A guerrear mais. A jogar mais.
Agora é "fingir" que isto não aconteceu, é usar a mais horrível das típicas expressões dos jogadores da bola, o irritante "vamos levantar a cabeça" e pensar no Inter. Que irá à Luz receber o nobre e orgulhoso Benfica que pode aparecer ali o Barcelona, o Liverpool, o PSG ou a Juventus e não se encolhe. O Inter até é azul, nas não traz listas azuis e brancas.
Depois vem o Chaves. E o Braga. E o Gil Vicente. E o...é jogo a jogo, passo a passo, rumo ao 38. Este campeonato não nos irá escapar. Não nos pode escapar. Somos a melhor equipa deste país. Só temos é ali um trauma por resolver.

Ps: Uma pequena história de redenção. Regresso cabisbaixo para as roulotes. Uns falam com os outros, mas o ambiente é pesado. Continua a cerveja a rolar, mas há abraços, mãos nos ombros e "não penses mais nisso, terça estamos cá outra vez". Até que a tia de todos nós, que nos serve as cervejas na nossa roulote de eleição e a todos nos trata por sobrinhos, faz algo de inédito. Pega em colunas e põe a tocar a Calm Down do Rema. E de repente os sorrisos voltam e as danças espontâneas acontecem no meio da rua. Um portista que passasse ali pensaria que éramos doidos, depois do jogo que tinha acabado de acontecer. Mas o que se vive nas roulotes é mágico. Ali o Benfica ganha sempre."

E tu, a que horas jogas?


"Aqui e ali, quando me cruzo com um ou outro jogador de fim-de-semana, lá surge a pergunta: 
— A que horas jogas?
Posso estar enganado, algo que acontece com frequência, tenho, ainda assim, a convicção de que, a partir de certa idade, ninguém parece interessado em saber onde e com quem jogamos ou qual a nossa posição em campo. Já o dia e, sobretudo, a hora são um tópico quase incontornável de conversa. Uma característica inerente à condição de jogador. «Olá, boa noite, chamo-me João Ferreira Oliveira, ex-guarda-redes convertido em médio centro, tenho pouca técnica, péssimo jogo de cabeça, mas compenso com uma razoável capacidade de passe e visão de jogo e excelente disponibilidade física. Ah... e o mais importante de tudo: jogos às quintas-feiras, das 23h às 00h.»
Ainda me custa, confesso. Ou custa-me mais do que nunca. Havia um período, algures entre a adolescência e a idade adulta, em que nada disto era questão. Jogador que é jogador tinha consciência de que só havia um dia e uma hora para jogar à bola: o sábado à tarde. O sábado à tarde era uma entidade, uma instituição, um conceito com luz, regras, ritmo e tempo próprios que todos reconheciam e respeitavam. Uma hora não correspondia necessariamente a uma hora, os ponteiros do relógio avançavam e recuavam consoante o ritmo do jogo, o sol ou a chuva, podendo passar num ápice ou durar uma eternidade. Ainda há quem continue a jogar ao sábado à tarde, adultos que esticam a herança e privilégios da adolescência e da masculinidade até ao limite, mas, o normal, é que a vida, os filhos, a família e relações reclamem o fim-de-semana para si. No máximo, conseguimos empurrar o sábado à tarde para o domingo de manhã, uma solução de compromisso capaz de manter a ilusão de que o desporto é algo alheio à rotina e ao dia-a-dia. Um fim-de-semana dentro do fim-de-semana.
O sábado à tarde fica, contudo, colado à nossa pele, mesmo que joguemos há décadas a meio da semana, como é o meu caso
 — Às 23h?! — exclamam, espantados, quase chocados, quando, por fim, lhes sacio a curiosidade. — Isso é tardíssimo!
Têm razão. Já percorri todo os dias da semana (menos a sexta, um péssimo dia para jogar à bola), mas há muitos anos que não entrava em campo tão tarde. Nos tempos da faculdade, sim, jogava às 23h ou mesmo à meia-noite. Terminado o jogo, fazíamos o percurso a pé, uma hora de caminho Covilhã acima, até à rua da Saudade, e só chegávamos a casa por volta das duas e pico quase três, ainda a tempo de sair à noite. Mais do que uma necessidade, jogar a horas tão tardias era um statement, uma forma de mostrar ao mundo (quando o mundo era pouco mais do que a nossa rua) que os nossos dias não eram limitados pelos horários e que 24 horas sabia a pouco.
Continuo a gostar de jogar a esta hora, a sensação de que estamos a roubar uma hora ao dia e à rotina, a vestir os calções quando a maioria da cidade enfia o pijama, mas não é fácil, admito. Tenho colegas que receiam adormecer antes do jogo. Que, arrumada a cozinha e deitados os filhos, não resistam à tentação de se recostar um pouco no sofá e, de ténis e caneleiras, acabem por passar pelas brasas. Já aconteceu, logo num dia em que estávamos à conta. E nada é mais ridículo do que jogar com menos um às onze da noite.
No meu caso, o problema não é tanto o pré, mas o pós-jogo. A partir dos 40, com crianças em casa e um corpo que, depois de praticar desporto, se recusa a desligar e a dormir, o dia seguinte é uma pesada fatura que nos faz questionar e colocar tudo em perspetiva. Fico de ressaca, como se estivesse esvaziado a garrafeira ou carregasse às costas todos os jovens e jogadores de fim-de-semana do mundo. Só volto a ser eu lá para o sábado à tarde ou domingo de manhã."

Um homem e o seu pulmão



"Era sempre o homem da última palavra – mesmo que esta lhe saísse do único pulmão que tinha, como um sopro

Já não é a primeira vez que aqui falo de Nel Tarleton, a quem toda a gente tratava simplesmente por Nel, mas vendo bem não há nenhuma regra estabelecida para a quantidade de vezes que posso trazer a esta coluna as mesmas personagens, era o bom e o bonito se o fosse, olhem lá vir o diretor a dar-me nas orelhas e a dizer. Isto partindo do princípio que o diretor não tem mais do que fazer se não andar com um lápis azul à moda dos esbirros atrás dos nomes que aqui publico, algo que não faz o feitio dele nem o meu, afinal quase que nascemos juntos. Nel tinha aquele Tarleton que o meu querido amigo/irmão Luís Miranda (por extenso Perain) classificaria como batizado a quem caiu de uma árvore e se esbarrondou em cheio na terra batida. Por causa do TON, estão a ver? O miúdo devia chamar-se Tarle, mas como despencou lá do alto de um carvalho das charnecas do Merseyside quando era criança fez TON! quando bateu com o toutiço no antiquíssimo solo da velha Albion. Passou a Tarleton e ponto final. Embora, como já disse atrás, toda a malta o apelidasse de Nel, tipo tramado para a porrada, talvez por causa dos desequilíbrios mentais surgidos após ter vindo lá do alto do imponente carvalho, assim desamparado. Nascido em fevereiro de 1906 qualquer motivo era bom para armar uma cena de pancadaria à moda antiga, tendo-se tornado um especialista em ‘uppercuts’, vindo buscar o punho cá abaixo – o que não era difícil pois fisicamente era uma meia-leca, muito mais enfezado do que os outros – e erguendo-o com toda a força em direção às queixadas contrárias fazendo cortar línguas a meio com os dentes isto se, no final da trajetória, ainda sobrassem dentes na boca do infeliz que resolvera meter-se com ele.
Aos 20 anos deixou-se de brincadeiras. Ou seja, resolveu tornar-se profissional de murros na tromba e ei-lo entusiasmadíssimo com o seu primeiro combate contra George Sankey, em St. Pauls Square, Liverpol Stadium, um ‘scouser’, ou natural de Liverpool como ele. George era um estilista. Nel era um desenrascado. Aliás, dois pormenores marcaram definitivamente a sua vida e a sua carreira. O primeiro ter ficado sem o pulmão direito, algo muito pouco confortável como poderão imaginar, ainda por cima para alguém que quer fazer do desporto o seu ganha-pão. O segundo ser teimoso como um muar e nunca ter perdido um minuto que fosse a aprender os que os velhos mestres do boxe tinham para lhe ensinar. Subia ao ringue, saltitava de um lado para o outro com aquele estilo de finguelinhas, ia evitando que lhe acertassem em cheio – o que poderia provocar resultado desastrosos – e combatia como se fosse uma máquina de coser, assim quase cerzindo, um gancho aqui, um jab ali, uma verdadeira, como dizer, ‘pain in the arse’, batendo e fugindo logo de seguida para se expor segundos depois às punhadas de um adversário cada vez mais frustrado, mais irritado, mais obrigado a cometer erros, mais sujeito a ser golpeado, mais frequentemente humilhado por aquele cinco-réis-de-gente, mais e mais vítima do escárnio do povoléu que rodeava o ringue. Nel podia ter só um pulmão mas, caraças!, parecia que nunca lhe faltavam os bofes! Sendo resistente como um pneu de trator, mantinha-se minutos infindos sem nunca ser tocado. Não demorou muito tempo a ser um especialista em ganhar combates aos pontos. Ah! Não… não era fácil meter a mão nas ventas do homem que só tinha um pulmão.
Nos anos que se seguiram, Nel Tarleton tratou de apepinar todos os grandes pesos-leves britânicos do seu tempo, Dave Crawley, Freddie Miller e John King conquistando por três vezes o título britânico da especialidade, dando cabo, pelo caminho, do americano Freddie Miller que correu atrás dele a todo o redor do ringue com o público a rir às gargalhadas como se estivesse a assistir a um filme do Buster Keaton. Claro que Freddie não caçou Nel e, ainda por cima, sofreu dois murros bem assentes nos sobrolhos que fizeram espichar sangue para cima das fatiotas dos senhores todos bem paginados da primeira fila.
Ninguém esperava que Nel vivesse durante muito tempo e ele tratou de dar razão aos mais pessimistas ao tomar a barca de Caronte aos 49 anos. Até lá ganhou, perdeu e recuperou o título de pesos-leves por três vezes. Era tão convencido da sua eternidade que não perdia a hipótese de dar umas baforadas num cachimbo ou num cigarro, usando e abusando do único pulmão que tinha e lhe foi retirado com apenas três anos de idade por não ser capaz de se desenvolver e se manter num irritante raquitismo. Sentado no pub até que a campainha soasse pelas ‘last orders’, Nel podia não ser um homem de coração grande (embora tivesse espaço no peito de sobra para ele crescer) mas era sempre o dono da última palavra. Saía-lhe sempre do coração esquerdo. Como um sopro."