Últimas indefectivações

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Massacre, e podiam ter sido mais...!!!

Benfica 7 - 0 Araz

Qualificação garantida, falta agora garantir o 1.º lugar... os Ucranianos venceram o Halle por 7-3, e assim também têm 4 pontos, portanto a diferença de golos deverá ser decisiva, sendo que temos uma vantagem importante: jogamos depois!!!

O jogo de hoje não teve histórica: domínio total...

Clubes e Selecção

"A enorme diferença europeia: não ter ou ter jogadores com consistente hábito de ritmo em alta competição (inexistente em Portugal)

Europa mais longe, porque dela nos afastamos. No futebol de clubes. Felizmente não quanto a Selecções Nacionais; aí, em todos os escalões, porque talento não falta, discutimos e alcançamos conquista de títulos. Vide Selecção A campeã da Europa e também na Liga das Nações triunfante - porém, frise-se: graças a emigração de quase todos os nossos melhores jogadores para campeonatos - Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália, mesmo França (José Fonte), Rússia (João Mário, Éder), Holanda (Bruma), Turquia (Beto), Grécia (José Sá, Rúben Semedo, Podence) - onde adquirem consistentes hábitos de ritmo em alta competição inexistentes em Portugal. Valho-nos isso!

Fraquinho futebol caseiro. Nos mais recentes titulares da Selecção A, quem joga em Portugal? Apenas Rúben Dias e Bruno Fernandes. Ambos, bem se percebe, desejosos de partir. E, nos agora convocados para enfrentar Luxemburgo e Ucrânia, acrescente-se, tão-só, Pepe, Danilo, Pizzi e Rafa. Em 25, são 6 os que por cá continuam. Tendo Fernando Santos deixado de fora outros internacionais que do nosso campeonato estão longe (quase outra equipa): Anthony Lopes, João Cancelo, André Gomes, Adrien, Renato Sanches, Éder, Diogo Jota...
Não haja ilusão de tapar sol com peneira: o caseiro futebol lusitano está fraquinho - crescentemente mais fraco. E a esperança de ultrapassagem à Rússia no ranking europeu de clubes vem, sobretudo, da súbita quebra russa (Zenit à parte). Porque o rendimento das nossas equipas prossegue muito baixo.
Vá lá, desta vez, SC Braga e V. Guimarães atingiram a fase de grupos da Liga Europa.
Imediato, e brutal contraponto: FC Porto caiu da Champions, desastrosamente!, às mãos de um tal de Krasnodar que, logo de seguida, levou sova do Olympiakos (4-0 + 2-1 = 6-1). E o FC Porto já reencontrou desaire, agora perante Feyenoord, . na Holanda.
Benfica, senhor campeão nacional em 5 dos últimos 6 anos, prossegue em apagadíssima e vil tristeza mal entra em meças europeias! Os seus anunciados objectivos a este nível não têm passado de chocantes quimeras. Soma e segue nas demonstrações de clamorosa falta de estofo - desde logo, de peso - face a adversários cujo craveira europeia se fica por mediana. Tratando-se do quase hegemónico campeão português, eis chocante prova do nível do nosso campeonato.
V. Guimarães faz o que pode, luta muito, joga benzinho, mas... soma derrotas.
SC Braga brilhou no triunfo em casa do tão lusitano Wolverhampton - que acaba de sair de Manchester pregando 2-0 ao City de Guardiola, bicampeão inglês! - e logo tropeçou (2-2), em casa, perante banal Slovan eslovaco.
E o Sporting, após perder em Eindhoven (quiçá na sua mais equilibrada exibição da época), alcandorou-se a único que nos deu 3 pontos na 2.ª ronda europeia, mas... graças a sorte espantosa, monumental! Em minha opinião, jogou pior do que nunca! - 1.ª parte nada menos do que horrível! - e, com inesperadíssimos 2 golos em 5 minutos, venceu austríaco Lask que, em Alvalade, o dominou e vergastou em 95% do tempo e poderia ter goleado.
Senhores dirigentes da Liga e, sobretudo, os dos 3 grandes clubes - estes sempre muito entusiasmados/orgulhosos com o seu umbigo; que é isso de equilibrar direitos/dinheiros televisivos?! -, continuem a cavar o fosso que a todos soterrará. Com o futebol português, financeira e competitivamente, à beirinha do abismo, intrépidos passos em frente.

Selecção das nossas alegrias (não tanto para muitos que se fecham em cegueiras clubísticas...) vai já prosseguir na luta por entrar no próximo Europeu - detentora de inesquecível título! - como 1.ª classificada no seu grupo. Por muito que Fernando Santos lembre os últimos resultados do Luxemburgo, bico de obra estará, de seguida, na Ucrânia, actual líder. Porque fora de Portugal, escrevo sem saber se há confirmação de William Carvalho em KO clínico. Forte baixa seria. Danilo como médio mais defensivo, avançado Rúben Neves? Ou um deles com Moutinho... Mais à frente, acompanhando Ronaldo e Bernardo, não óbvia escolha, para 2 lugares, entre os médios Bruno Fernandes, João Moutinho e João Mário, tal como entre os avançados João Félix, André Silva (o mais próximo de puro ponta de lança), Gonçalo Guedes e Bruma (este em notório crescimento no PSV). Sobretudo na Ucrânia, decisão fundamentalmente táctica."

Santos Neves, in A Bola

Caloteiros!


"Campeão nacional pela última vez em 2001/2002 e com poucos títulos ganhos no futebol profissional desde então, a relevância desportiva do Sporting Clube de Portugal tem diminuído drasticamente. Em consequência das fracas prestações desportivas, estão os sucessivos e fracassados resultados financeiros.
“Felizmente” a dívida acumulada do Sporting não é de 500 euros nem de 20 mil euros, pois para a banca tais montantes só são relevantes para o comum português que se mata a trabalhar. O Sporting tem a “vantagem” de possuir dívidas de centenas de milhões de euros à banca, o que acaba por resultar numa vantagem negocial. Os perdões da banca sucedem-se e bancos intervencionados continuam a dar "facilidades" a um clube de futebol completamente falido, constituindo uma vantagem competitiva inadmissível face a outros clubes.
2011: Sporting emite VMOCs no valor de 55 milhões de euros;
2014: Sporting emite novos VMOCs no valor 80 milhões de euros;
2018: Novo Banco faz reavaliação do valor das VMOCs do Sporting. Os 135 milhões de euros emprestados valem agora 40.5 milhões de euros. No total são perdoados 94.5 milhões de euros. Negócio fica a aguardar concretização;
2019: Apollo compra cerca de 200 milhões de euros da dívida do Sporting aos bancos por 100 milhões de euros. Sporting deixa, assim, de dever 200 milhões ao BCP e ao Novo Banco e passa a dever o dinheiro à Apollo; Conclusão: Bancos perdoam metade da dívida do Sporting, vendem a mesma por metade do preço à Apollo e o Sporting garante um perdão de cerca de 94.5 milhões.
Mas a vantagem desportiva é a menor. A maior e menos aceitável vantagem é a que têm para com a generalidade da população portuguesa, que faz o que pode e não pode para honrar os seus compromissos e que muitas das vezes, atrasando-se um ou dois dias no pagamento de uma prestação, se arrisca a ser despejada de casa ou a ter o carro penhorado.
Se um dos requisitos para se ser presidente do Sporting é ter historial na banca - como têm vários dos últimos presidentes do Sporting Clube de Portugal - os bancos credores que assumam publicamente e indubitavelmente a gestão do clube. Não recorram a marionetas nem a fantoches e muito menos recorram ao bolso de todos os contribuintes portugueses.
Chegou o momento de dizer basta.
Não podemos continuar a ajudar sistematicamente o Sporting Clube de Portugal.
Têm a palavra os portugueses."


PS: Faltou uma referência ao 'inventor' das VMOC's: o ex-presidente Cotonete Bettencourt... Curiosamente, agora, assalariado do Novo Banco!!!!

Finalmente paz para Mile

"Mile Svilar é um caso especial de precocidade. Menino prodígio vindo da conceituada escola belga, com mais de duas dezenas de internacionalizações nas selecções jovens, exige na chegada a Lisboa protagonismo imediato e um lugar cativo na primeira equipa. À custa de uma evolução saudável e acentuada no tempo, é lançado ás feras em jogos de Liga de Campeões, surgindo numa fase horrenda de Rui Vitória: depois do desastre de Basileia, Júlio César cede espaço a Bruno Varela, que, não estando também de todo preparado, luta durante uma semanas pela titularidade com o belga de dezoito anos. Entre 14 de Outubro e 5 de Novembro de 2017, Svilar faz todos os minutos, assumindo a baliza na jornada dupla frente ao Manchester United de José Mourinho, onde a notória falta de preparação para o nível de topo é resumida no famoso auto-golo após balão inofensivo para a área. 
Numa idade onde o tempo de jogo se torna crucial para a evolução do atleta, o SL Benfica comete erro crasso no desenvolvimento sustentável da sua futura estrela, ao mantê-lo no plantel para 2018/19, entregando-lhe as taças de Portugal e da Liga. Quando o atleta suplicava por minutos, e podendo remetê-lo para a equipa B numa fase transitória ou empresta-lo com garantias de titularidade, o clube decide que Svilar é para ficar como segundo guarda-redes, na sombra de Odysseas. Naturalmente, os números são escassos: doze jogos que traduzem 1080 minutos, uma época de estagnação e o adiar da confirmação de todo o potencial que lhe é reconhecido.
E é no verão seguinte que entra o planeamento de Bruno Lage, que entrega a Mile definitivamente o espaço ideal de crescimento: a baliza da equipa B é dele em 2019/20, depois de várias ofertas de empréstimo rejeitadas, segundo noticiado na comunicação social. É agora visível um projecto a curto e médio prazo, numa aposta séria nas capacidades do imberbe belga, que tem tudo para assumir a baliza encarnada nos anos vindouros.
Valendo-se do seu forte sentido posicional, elasticidade e coragem, Svilar é um guarda-redes moderno, não se coibindo de fechar uns metros à frente de forma a anular a profundidade adversária e funcionar como líbero – é, nesse sentido, o melhor guarda-redes nos quadros. Dos sete jogos do SL Benfica B até agora na Liga Pro, Mile completou os 630’ correspondentes, exibindo bons pormenores apesar da inconsistência da equipa liderada por Renato Paiva e dos dez golos sofridos. 
A direccioná-lo no seu desenvolvimento terá dois bons treinadores de guarda-redes. O “Record” desta semana noticiava o plano de acompanhamento que Fernando Ferreira teria preparado para Mile. O treinador de guarda-redes que transitou com Lage da equipa B é alguém de créditos firmados, com passagens pela formação do Sporting CP, Real SC e 1º de Agosto – o mesmo que garantiu uma excelente segunda-volta a Odysseas, com oito clean sheets em dezanove jogos, um registo exemplar e digno de atenção.
Na equipa B, Paulo Lopes, o “senhor da trave”, terá certamente conhecimentos cirúrgicos da posição, fruto da larga experiência e da carreira de vinte anos ao mais alto nível e passada em todos os escalões profissionais do futebol nacional: um senhor na verdadeira acepção da palavra e que certamente ajudará o menino Svilar a perpetuar a excelente fase que atravessa."

Artur...

Camavinga, o menino de Cabinda que a França quer segurar

"Médio do Rennes foi o primeiro jogador de 2002 a alinhar como titular numa das cinco maiores ligas europeias

Depois de Victor Osimhen, reforço garantido esta época pelo Lille, o «P.S. – Para Seguir» continua de olho no talento africano que dá cartas na Ligue 1, e destaca agora Eduardo Camavinga.
Com apenas 16 anos (faz 17 dentro de um mês), o médio do Rennes está a encantar França, a ponto de a federação gaulesa estar a acompanhar proximamente o processo de naturalização, na perspectiva de assegurar este talento em breve.
Camavinga nasceu em Cabinda (Angola), de ascendência congolesa, mas com cerca de dois anos mudou-se com a família para França.
Aos sete anos largou o judo e começou a jogar no AGL-Drapeau. Esteve quatro anos no emblema de Fougères, ponto de partida da onda de solidariedade que ajudou a família Camavunga por altura do incêndio que destruiu a casa que estava a construir.
Mas pouco tempo depois, ainda no ano de 2013, Eduardo transferiu-se para o vizinho Rennes, um dos símbolos maiores do futebol francês, nomeadamente ao nível da formação.
Assinou contrato profissional no final de 2018, logo depois de ter festejado o 16º aniversário, e não perdeu muito tempo para chegar à equipa principal. A estreia proporcionou-se a 6 de Abril de 2019, frente ao Angers, e a 1 de maio, diante do Mónaco, tornou-se o primeiro jogador nascido em 2002 a jogar como titular numa das cinco maiores ligas europeias.
Terminou a época com lugar no onze, e conserva esse estatuto desde então, graças a exibições arrebatadoras como aquela que assinou no triunfo sobre o campeão PSG. Camavinga foi mesmo eleito o melhor jogador da Ligue 1 em Agosto, e no mês seguinte ainda ouviu rasgados elogios de André Villas-Boas antes da visita do Rennes ao Velódrome.
«É um jovem excepcional. Pode jogar em qualquer posição. Quando cheguei ao Marselha dediquei algum tempo a observá-lo, e foi impressionante. Perguntei ao Andoni (ndr: Zubizarreta, o diretor desportivo) se podíamos fazer uma oferta, mas ele disse-me que pediam 40 milhões de euros», revelou o técnico português.
Outra declaração que vale a pena recuperar é a de Ben Arfa, tantas vezes polémico, mas absolutamente certeiro na forma como descreveu Camavinga, com quem partilhou o balneário na época passada.
«É um monstro. Tecnicamente e fisicamente. Tudo o que faz é perfeito. Para mim é a definição do médio moderno. Não há nada que não saiba fazer. Defende, desarma, mete a cabeça, cria, marca, oferece golos. É possante, mas com um pé esquerdo dotado tecnicamente. É inteligente e elegante. É raro ver um jogador como ele nesta idade», resumiu o internacional francês à ESPN.
Completo. É essa a palavra que melhor define Camavinga, por mais ousado que seja aplicá-la a alguém com 16 anos. Pela (rara) capacidade para promover consensos entre aqueles que ficam rendidos à airosidade daquele pé esquerdo e aqueles que dão valor acrescido à dimensão física. 
Eduardo mostra uma maturidade que está muito acima da idade, patente na capacidade para interpretar o jogo. Um médio esguio, de passada larga, aproveitada para sair rapidamente na pressão ou para arrancar com a bola conduzida.
Um jovem que não renega a responsabilidade de pegar no jogo, e particularmente hábil a virar o jogo para o flanco contrário, ainda que por vezes esteja tão focado nessa solução que esqueça um pouco a verticalidade que também é capaz de oferecer.
Mas um médio de campo cheio, com uma gama imensa de recursos para aprofundar."

A enorme timidez do envolvimento de marcas no desporto feminino (e não só)

"Na passada semana dois dos maiores símbolos do desporto mundial quebraram recordes para muitos inimaginaveis.
Até aqui, nada a estranhar, os recordes existem para serem desafios a ultrapassar, e todos os dias são “batidos”.
A singularidade passa por, serem recordes que revelam uma enorme consistência de carreira - mais de 10 anos no topo mundial, a elevar a qualidade do desporto que representam e transformando-se em lendas para as gerações sucedâneas - e por terem sido alcançados por mulheres:
Simone Biles acaba de atingir o feito de ser a Atleta com mais condecorada em campeonatos do mundo (21 medalhas de ouro, mais precisamente).
Allyson Felix ultrapassou o recorde mundial (detido anteriormente por Bolt), alcançando as 12 medalhas de ouros, apenas 10 meses depois de ter sido mãe e de ter avançado com um processo com a Nike que, ao saber que estaria grávida, procurou reduzir os seus valores contratuais.
Não sendo o propósito deste artigo levantar uma temática de género – se fosse esse o caso, teríamos até casos mais “escandalosos” onde, por exemplo, a melhor atleta de futebol brasileiro (Marta), apesar de ter indicadores de rendimento muito superiores ao, considerado por muitos, melhor atleta homem (Neymar), acaba por receber cerca de 1% do vencimento deste – importa introduzir alguma reflexão.
Assim, de repente, passa-me pela cabeça “O que será que as mulheres terão que fazer para ter a atenção das marcas e dos media?”
Possivelmente, nada. Possivelmente, manterem-se fieis a si próprias e ao seu compromisso e profissionalismo.
O que tem que mudar mesmo, são os quadros de referência de quem, em posições de decisão dentro das grandes empresas, possam vir a tomar posições de influência sobre o actual paradigma.
E, aqui, se estivéssemos a falar “apenas” de um tema de género, a reflexão ainda se complicaria mais, na medida em que existem, de facto, muitas mulheres em cargos de poder e decisão (nas empresas e nos media) que, em boa verdade, também nada fazem.
Um tema de “género” ou uma enorme incapacidade do tecido empresarial (e media) em se envolverem em projectos onde o retorno possa vir a médio-longo termo?
Actualmente, toda a cultura desportiva está virada maioritariamente para o desporto masculino – é daí que advém o retorno do valor investido mais rapidamente.
Torna-se, por isso, difícil de definir qual o denominador com mais peso: género ou, pura e simplesmente, incapacidade de projecção a médio/longo prazo?
Não recordo mesmo, ter alguma vez ouvido “empresa investe X milhões a apoiar o desenvolvimento de uma academia de formação”. 
Nunca.
Numa análise um pouco “rude” lembro-me de uma imagem que uma vez um atleta profissional me trouxe:
“Há quem se associe ao Sucesso tipo “mexilhão” – vai agarrado.”
Adorei a imagem por ser uma excelente tradução da nossa (infeliz) realidade.
Em boa verdade, as empresas associam-se aos atletas e desporto “tipo mexilhão” – ou seja, a sua capacidade de serem parceiros e catalizadores da sua optimização é nula, aparecendo apenas quando o atleta/a modalidade já revela sucesso. Não posso deixar de olhar com estranheza para este tipo de estratégia – empresas que preferem ser “o mexilhão”, em vez de serem o catalisador do sucesso (bizarro mesmo).
Recordo, com saudades, o discurso de um CEO de uma empresa nórdica que, envolvendo-se como principal “sponsor” num projecto onde estive envolvida e, como resposta às críticas referentes à prestação das atletas em competições internacionais, no discurso de abertura desse mesmo projecto referiu:
- “No meu país, há 15 anos as empresas uniram-se para dar uma oportunidade às atletas desta modalidade, assumindo claramente o processo de sponsorização da mesma – há 2 anos, fomos campeões olímpicos”.
Ora bem, este discurso tem 20 anos... o que quer dizer que ele se estava a referir a algo que aconteceu há 35 anos.
35 anos.
Lamentavelmente, esta é a realidade.
Lamentavelmente, não recordo interesse das empresas ou dos media na promoção de qualquer tipo de desporto e/ou atleta cujos “frutos” a recolher sejam vistos a médio ou longo prazo.
Lamentavelmente, não é sequer um tema do “desporto” mas sim da nossa Sociedade (expresso em todas as áreas: empresarial, académica e, inclusive pessoal) que precisa, urgentemente, ser alvo de uma reflexão crítica.
Melhor dizendo, se calhar, o que falta mesmo é passarmos do “pensar” para o “fazer”.
Urge, mesmo, Mudar."

Lanças... Multas e afins!!!

Ambições renovadas

"Como uma das secções mais antigas do Clube, sendo, provavelmente, o mais antigo do mundo com actividade ininterrupta nesta modalidade, o hóquei em patins é, por estes dias, razão de entusiasmo e leva a encarar a nova época com optimismo.
A participação na Elite Cup, torneio que juntou os oito melhores classificados do Campeonato Nacional anterior, foi a última etapa de uma pré-temporada propositadamente longa, com incidência na integração dos novos atletas e consolidação dos processos de jogo trabalhados desde a chegada ao Clube de Alejandro Domínguez. Em Agosto, numa entrevista de lançamento da temporada à BTV, foi o próprio a definir os objectivos para 2019/20.
“Temos de chegar ao final do Campeonato Nacional com hipóteses de o vencer, temos de ir à final four da Liga Europeia para poder ganhá-la, temos de ir à final four da Taça de Portugal para poder conquistá-la. Há que estar na luta por todos os títulos”, afirmou o técnico argentino.
O próximo domingo, dia 13, marca o arranque das competições oficiais para a turma encarnada. No Pavilhão Fidelidade, pelas 16h00, Benfica e Sanjoanense medem forças em jogo a contar para a primeira jornada do Campeonato Nacional. A base do plantel manteve-se em relação à temporada passada, registando-se apenas a saída de Miguel Rocha e as entradas do internacional espanhol Edu Lamas e de Gonçalo Pinto, formado no Benfica e que passou as últimas duas temporadas a evoluir com empréstimos ao Lodi (Itália) e Valongo.
Além de Gonçalo Pinto, que avança para a sua 9.º temporada de águia ao peito, Diogo Rafael (16.ª época consecutiva) e o guardião Pedro Henriques (14.ª não consecutiva), praticantes habituados aos maiores palcos da modalidade, são os restantes representantes da formação no plantel que este ano conta com onze atletas, aumentando assim a competitividade do mesmo e fornecendo mais alternativas a Alejandro Domínguez.
Ainda a propósito da formação, nota para a recente conquista europeia da equipa masculina de Sub-17.

P.S.: Hoje decorre uma iniciativa da Casa do Benfica do Fundão em parceria com o Gabinete para a Inclusão e Diversidade Cultural daquele Município em que um grupo de dez refugiados, oriundos da Guiné Conacri, Nigéria, Senegal, Sudão e Guiné Bissau, visitam o Estádio da Luz e o Museu Benfica Cosme Damião. Uma visita que pelo seu simbolismo fazemos questão de destacar, como um excelente exemplo da acção das Casas do Benfica em prol das comunidades em que estão inseridas, elevando assim o nome do Sport Lisboa e Benfica e contribuindo para o engrandecimento da instituição. Responsabilidade social, cidadania e inclusão são valores de que nos orgulhamos promover e praticar."

Benfiquismo (MCCCXVIII)

Boa fornada!!!

Massacre, empatado!!!

Benfica 1 - 1 Kherson

Os Ucranianos, defenderam com as linhas baixas, o guarda-redes defendeu praticamente tudo... e não perdemos, porque a barra salvou-nos perto do final!!!!

Das 4 equipas, 3 qualificam-se para a Ronda de Elite, portanto não estamos 'aflitos', mas será sempre melhor garantir o 1.º lugar, tendo em conta o Sorteio que se vai seguir...

O 5x4 que tentámos na parte final, foi muito mal 'amanhado'!!!

Vermelhão: mais um treino...

Benfica 2 - 0 Alverca
Vinícius, R.d.T


Jogo treino, para tentar manter o ritmo... provavelmente, haverá outro 'treino' deste tipo, antes da eliminatória da Taça com o Cova da Piedade!

Geringonça

"1. Quando o campeonato regressar, todos os estádios devem passar em ecrã gigante as cenas dos últimos capítulos. É que já ninguém se lembra. Que raio de calendarização.
2. Concordo com Carlos Carvalhal, devia jogar-se no Natal. Só tenho receio que a Liga de Clubes marque jogos para depois da missa do galo.
3. Entretanto, andam zombies à solta na Taça de Portugal: mais uma vez, 21 dos 55 eliminados na 1.ª eliminatória foram repescados. E o Canelas defronta equipa que já tinha eliminado. Brilhante.
4. Neste momento há dois homens a tentar montar geringonças em Portugal, mas a missão de Silas é claramente mais difícil do que a de António Costa.
5. Enquanto isso, Frederico Varandas continua a achar que um grupo de pirilampos (alguns deles fundidos) é o mesmo que uma constelação de estrelas.
6. O Sporting queixa-se que faz menos faltas por cada cartão do que os rivais. Estatística estúpida: não interessa a quantidade mas sim a gravidade (fora os cartões por protestos). Uma só falta por jogo pode dar sempre vermelho, isto está ao nível do russo que processou a Apple porque o iphone o tornou gay.
7. Bruno Lage (que apelou ao voto quando está em queda nas sondagens) disse sobre João Félix: «Parece um miúdo a jogar com os amigos no jardim». O Benfica na Champions também. O sonho europeu é, afinal um pesadelo.
8. Irónico: o árbitro Tiago Martins fez mais dinheiro na Luz num bocadinho (cinco cêntimos) do que o Benfica em dois jogos da Liga dos Campeões.
9. Curioso como Luís Filipe Vieira ficou envergonhado com a derrota em São Petersburgo mas não por agarrar um adepto pelo pescoço numa AG (sem pedir desculpa). Devia rever os critérios.
10. Samaris está à espera do sucesso de Lage para voltar a ser opção a renovar com o Benfica. Já vi este filme.

P.S. - Este artigo foi escrito a comer conguitos. Por Bernardo Silva e contra a estupidez daqueles que tornam as curas mais extremistas do que as doenças."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Eleições, o futebol livrou-se de boa...

"O futebol livrou-se de boa! Tivesse havido jornada no último fim de semana e estaria encontrado o bode expiatório para o aumento de abstenção. Será que é desta que vão perceber, de uma vez por todas, que a responsabilidade de votar não cresce pela proibição de certas actividades? Curiosamente, nenhuma outra área da sociedade foi forçada a manter taipais cerrados, dos cultos religiosos aos cinemas...
Há países, de forte tradição democrática, onde os actos eleitorais se realizam durante a semana, com as pessoas a exercerem o direito de voto numa aberta das suas actividades regulares; por cá, na véspera é proibido falar do assunto, e até o aniversário da República foi chutado para canto, passando um atestado de menoridade aos votantes. Parece claro como água que os males de que padece o regime, e que estão na base da desmotivação de 45 por cento dos recenseados, estão muito para além de um jornada de futebol. Antes não estivessem, seria tudo mais simples. Mas estão...
E, com mais esta paragem, o nosso campeonato transformou-se ainda mais uma coisa desequilibrada, tanto se descansa até mais não, como se joga como se não houvesse amanhã. Para os treinadores, esta é a tempestade perfeita, em termos de planificação; para os jogadores, trata-se de um machadada no ritmo competitivo; para os adeptos será preciso, lá para o fim do mês, lembrar qual o ponto de situação e quem vai jogar com quem; e, para os clubes, não sendo bom para nenhum, para aqueles que estão envolvidos nas competições europeias (que interessa a todos) é muito pior."

José Manuel Delgado, in A Bola

Nuno Violoncelo !!!

Portugal não pode ter uma justiça desportiva em que ninguém acredita, alvo de gozo e chacota

"Spoiler alert*
Este é um artigo de opinião de alguém que pertence a uma área diferente. Mas essa diferença não a inibe de ter determinado posicionamento quando em causa estão situações que se cruzam.
Importa, no entanto, ressalvar que este é um assunto vasto, complexo e delicado. Uma análise mais profunda - maior do que a mera percepção pública, que aqui procurarei transmitir - exige um conhecimento específico das leis e dos regulamentos em vigor.
Dito isto, lanço desde já um desafio: perguntem a 100 pessoas o que pensam sobre o actual funcionamento da justiça desportiva em Portugal.
Pelo que leio, vejo e ouço (e não me refiro aos Nobel da literatura que as redes sociais produzem diariamente, mas a vozes a quem reconheço conhecimento e competência), diria que, pelo menos, 90% estará desgostosa e descrente. Muito. Muito mesmo.
Esta é uma conclusão que não deve ser alvo de sátira ou de gozo. Que não deve dar alegria a ninguém. É triste e vale a pena reflectir sobre ela.
As razões serão as da evidência exterior, aquelas que a percepção pública concordará, contribuem para a nota francamente negativa: elevada burocratização de processos e (enorme) morosidade na sua resolução.
Na prática, muita volta pelo meio e demasiado tempo de espera.
O exemplo mais recente é relativo a uma decisão de arquivamento (pronunciada ontem, 8 de Outubro de 2019) sobre factos ocorridos no passado mês de maio. Factos que, aparentemente, até foram registados em vídeo o que, teoricamente - aos olhos de um leigo como eu ou o caro leitor - até facilitaria a produção/recolha de prova.
Quase cinco meses para que fosse tomada uma decisão relativa a um incidente que ocorreu na última jornada da época passada.
Há aqui uma (outra) ressalva que não deve ser omitida e que é da mais elementar justiça ser clarificada:
- A "culpa" de todo este peso e/ou morosidade não é de quem decide. Não é dos conselheiros do Conselho de Disciplina da FPF nem é da Comissão de Instrutores da Liga (nos casos em que esta é chamada a intervir). 
Um e outro órgão (e respectivos agentes) estão, literalmente, de mãos atadas.
Cumprem com os regulamentos que estão em vigor e que foram aprovados em sede própria. Cumprem com o que dispõe a lei. Nada podem fazer quanto aos passos obrigatórios que têm que ser dados, em determinados processos, a dado momento.
Muitas vezes, comparo estes profissionais - pessoas que tenho como sérias e com profundo know-técnico - ao videoárbitro que, em sala, vê claramente uma falta passível de segundo amarelo e nada pode fazer... porque o protocolo não permite.
O problema real não está nas pessoas, é estrutural. Está nas disposições emanadas pela legislação e regulamentação desportiva.
Não é normal - e ninguém pode achar que seja - que uma decisão como a que ontem foi divulgada, demore quase cinco meses a ser tomada. Desculpem, mas não é normal.
Portugal tem tudo para ser diferente dos outros. Diferente para melhor.
Tem os tais talentos puros que nos fartamos de elogiar e que nos enchem a auto-estima de alegria e o coração de orgulho; tem estádios fantásticos, condições geográficas de excelência e um boletim meteorológico de fazer inveja; tem um povo hospitaleiro, de brandos costumes, altamente tolerante e que ama futebol; tem uma das melhores gastronomias do planeta; tem paz, cultura, equilíbrio. Em suma, tem tudo para ser melhor do que todos. Em tudo. Ou quase tudo.
Mas não pode ter uma justiça desportiva em que ninguém acredita.
Uma justiça que é alvo de gozo e chacota, não apenas por parte dos toldados do costume, que veem as decisões com palas ou ao sabor do que lhes dá mais jeito mas, sobretudo, de quem procura olhar para as coisas e perceber que está errado. Muito errado.
É lugar comum falarmos do futebol inglês quando queremos dar exemplos de excelência. Às vezes, chega a ser injusto porque até lá há buraco sem cimento... mas não é à toa que se trata do melhor futebol do planeta. E não é à toa que é a referência mundial de qualidade. O expoente máximo do jogo.
Em menos de trinta anos, os ingleses tiveram a capacidade (ou melhor, a visão estratégica e a inteligência) de transformarem o seu futebol abrutalhado em algo absolutamente valioso.
O jogo evoluíu do puro pontapé para o ar, cheio de arruaceiros, hooligans e maus exemplos, para um espectáculo recheado de artistas talentosos, de valor acrescentado e de patrocinadores sequiosos por investir.
Essa mudança foi planeada, ponderada, pensada. Foi fruto de um plano de acção bem definido. Custou dinheiro e levou tempo. Eles chamam a isso investimento a longo prazo. E chamam bem. 
Passaram a cuidar da segurança interna, (impedindo o acesso do adepto criminoso), criaram uma empresa que gere, autonomamente, a arbitragem profissional, investiram na profissionalização de todos os seus agentes, montaram uma liga de excelência, apostaram na melhoria dos seus estádios e das condições das suas equipas, fizeram contratos inteligentes (sobretudo com patrocinadores e com as televisões), tornaram o seu produto apelativo para venda além-fronteiras e, claro, garantiram que, em termos de disciplina, tudo passaria a ser exemplar. Célere e eficaz. Nem sempre justo, quiçá... mas de credibilidade inatacável. Garantidamente.
É assim que eu e todos nós a vemos hoje: implacável. Rigorosa. Mas, caramba... exemplar!
Há que rever muitas coisas nesta matéria em Portugal. Não podemos continuar reféns de uma justiça que todos achamos ser lenta, excessivamente burocratizada e com tiques de "fato à medida".
Isso é profundamente inglório/injusto para quem a aplica e péssimo para o rosto e imagem de um futebol que não deve continuar a mascarar nos seus sucessos... muitas das suas debilidades."

Uma humilhação desnecessária

"Naquela corrida mista de atletismo, que pretendia afirmar a igualdade entre mulheres e homens, o resultado foi o oposto: a humilhação desnecessária de uma atleta.

No sábado passado, vendo televisão (ao longe) em casa de um familiar, assisti a uma prova de atletismo insólita. Era uma prova de estafetas 4x400m, e até à segunda volta todos os atletas andavam juntos em pelotão. Mas na terceira volta um atleta destacou-se subitamente, ganhando em poucos segundos meia pista aos outros todos. Parecia que a sua equipa tinha a prova ganha. Mas na quarta volta, o atleta a quem passou o testemunho começou a perder terreno, o seu avanço a cada metro foi ficando mais curto – e na recta da meta foi ultrapassado por todos os concorrentes, acabando em último lugar. O que se passara?
Voltando a imagem atrás, percebi que se tratava de uma prova de tipo novo: uma corrida mista, com a participação de homens e mulheres.
Aquele atleta que se destacara e rapidamente ganhara meia pista era um homem – e os outros eram mulheres. E, na última volta, o atleta que perdera o avanço e fora ultrapassado por todos, era uma mulher, correndo contra homens.
Há algum tempo que eu pensava que chegaria o dia em que haveria provas mistas de atletismo, equipas mistas de andebol e futebol, etc., etc. Quando se proclama que homens e mulheres são ‘iguais’, que sentido tinha fazer provas separadas para homens e mulheres, campeonatos masculinos e campeonatos femininos?
Esta questão da ‘igualdade’ entre homens e mulheres é paralela à da igualdade entre ‘raças’ (palavra maldita que uso por comodidade).
Também se diz que as ‘raças’ são todas iguais, que não há diferenças, e quem se atreve a dizer o contrário é considerado «estúpido» (com todas as letras).
Os paladinos deste discurso ainda não conseguiram perceber uma distinção básica: uma coisa é a ‘igualdade de direitos’, outra é a ‘igualdade de características’.
Os homens e as mulheres são iguais em direitos, mas não são evidentemente iguais em características.
As ‘raças’ são iguais em direitos mas não são evidentemente iguais em características.
Para baralhar as coisas, achando que combatem o racismo, algumas pessoas dizem que já não há ‘raças’, pois as misturas são tão grandes que as ‘raças’ desapareceram. E citam estudos ‘científicos’. 
Ora, isto é o pior que se pode fazer para lutar contra o racismo. Porquê? Porque um fulano olha para a esquerda no café e vê um africano – e percebe que é diferente dele. E olha para a direita e vê um asiático – e percebe que é diferente dele. E olha para trás e vê um indiano – e percebe que é diferente dele. E olha para diante e vê um nórdico – e percebe que é diferente dele. E percebe que todos – africanos, asiáticos, indianos, nórdicos, são diferentes uns dos outros. E a teoria ‘científica’ de que já não há ‘raças’ cai por terra perante esta observação comezinha. Havendo ou não havendo ‘raças’, há povos diferentes.
O politicamente correto tende a tornar-se uma ideologia porque quer sobrepor-se à realidade. Se alguém diz que há diferenças entre as ‘raças’, é porque é ‘estúpido’, ponto final.
Se alguém alega que o aspecto das pessoas é diferente – desde a cor da pele, à fisionomia, mesmo à compleição física –, está a ver mal. Se alguém diz que os magrebinos são bons no atletismo em provas de resistência; ou que os negros americanos são óptimos no basquete; ou que os asiáticos são muito disciplinados; ou que os nórdicos são muito organizados, está errado.
O politicamente correto quer negar a própria realidade. Ora a negação da realidade, mais tarde ou mais cedo, acaba mal. Naquela corrida mista de atletismo, que pretendia afirmar a igualdade entre mulheres e homens, o resultado foi o oposto: a humilhação desnecessária de uma atleta, que começando a correr com meia pista de avanço acabou em último lugar.
Do mesmo modo, pretender que as ‘raças’ são todas iguais só contribui para fomentar o racismo, porque a observação mostra que são diferentes.
O caminho certo para acabar com a discriminação das mulheres, e para acabar com o racismo, é outro – é dizer que, sendo as mulheres e os homens muito diferentes, sendo os europeus do norte e do sul, os africanos do norte e do sul, os asiáticos, os indianos, os esquimós, muito diferentes – têm todos os mesmos direitos porque são seres humanos. Não têm os mesmos direitos por serem iguais – têm os mesmos direitos por serem seres humanos."