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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A força da manipulação das massas


"Bruno Paixão sempre foi associado ao Benfica sem motivo nenhum e acaba na miséria, a viver em casa dos pais e a trabalhar na Uber. Os que sempre roubaram o Benfica acabam em presidentes da Liga, comentadores especialistas e destacados em lugares de topo do panorama desportivo nacional.
A título de exemplo:
• Hugo Miguel, mais conhecido por “Macron”, é árbitro afeto ao Sporting e responsável pela Macron em Portugal. Este confirma que recebeu dinheiro do Sporting para pagar o fornecimento de equipamento desportivo.
• Artur Soares Dias tem dirigentes do FC Porto e da Câmara Municipal do Porto na inauguração da sua famosa confeitaria - que, por sinal, é gerida pela filha e o genro do Reinaldo Teles.
• Manuel Oliveira, árbitro da Associação de Futebol do Porto, tem camarote no Dragão.
Ninguém ouve uma palavra da comunicação social. Tudo isto é encarado como normalidade absoluta neste nojo de país.
A Cofina e CNN entretêm-se a abafar casos dos rivais e a sujarem o nome de pessoas inocentes, sem qualquer pudor.
O Ministério Público cospe para a borda do prato as suspeitas de corrupção do cashball, das dezenas de milhões de euros desviados por Pinto da Costa, dos perdões de dívida do Sporting, da riqueza não declarada de Fernando Madureira. A Comissão de Inquérito do parlamento ignora tudo e só chama a inquirir quem representa o Benfica.
A Autoridade Tributária e CMVM deliciam-se a escrutinar as contas do Benfica e ignoram os R&C martelados dos rivais, com declarações falsas de contratos (Otávio) e negócios fantasma (FC Porto - Vitória Guimarães, FC Porto - Sporting, FC Porto - Portimonense, FC Porto - Estoril).
O Governo ignora o que se passa a norte do país e os escândalos no Estádio do Dragão, que envergonham Portugal em todo o mundo.
A violação do segredo de justiça só causa celeuma quando se violam investigações ao Sporting e ao FC Porto. Quando se violam investigações ao Benfica, é em defesa da liberdade de informação.
O líder de uma claque é proibido em tribunal de entrar num estádio de futebol durante 5 meses, no mesmo dia apresenta-se em plena bancada do Dragão. Um presidente de um clube de futebol diz à boca cheia que tem amigos juízes e jornalistas que ajudarão o seu clube nos tribunais e na comunicação social. No ano seguinte, o seu clube é campeão com um jogador que jogou castigado por ordem de um amigo juiz lagarto. Mais tarde, o Supremo dá como provado que o jogador nunca deveria ter jogado e que o tribunal não tinha competências para decidir o que quer que fosse, e nada se passa.
Um diretor de comunicação é proibido de abrir a boca, compra uma conta no Twitter, muda o nome para "Porto Media" a mete-se a debitar verborreia de forma sistemática.
O silêncio é ensurdecedor. A conivência e compadrio das altas instâncias que regem este país são por demais evidentes. O ataque ao Benfica é constante.
E de quem é a culpa? É do Benfica, claro."

Tó Bernardo: embrulhos encomendados!

«O SL Benfica, de momento, está atrás do Sporting CP, não há como contestar»


"Ascendeu a imperador no ano de 2007 d.C., quando chegou a Portugal para representar o futsal do SL Benfica. Manteve-se no reinado por seis anos até rumar a outras paragens. O expansionismo reflete-se no que conquistou: uma UEFA Futsal Cup, três Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e quatro Supertaças. No futsal, a palavra “sucesso” escreve-se em português e César Paulo deixa-nos um olhar sobre a realidade nacional, as rivalidades entre águias e leões e um fenómeno que viu crescer chamado Ricardinho.

– Portugal no coração –
«Fico muito feliz pelo futsal português estar a conseguir alcançar todos esses títulos maravilhosos»

O imperador conquistou tudo o que queria no mundo do futsal?
Com certeza. As pessoas dizem que parei relativamente cedo. Infelizmente, tive algumas lesões sérias no joelho. É muito difícil superar isso.

Quando falas com pessoas sobre futsal, o que é que dizes do futsal português?
Que foi uma experiência maravilhosa. Quando cheguei, as pessoas diziam que o futsal português estava a crescer. Isso foi notório. Quando se fala do futsal português hoje, é inevitável dizer que é o melhor futsal do mundo. Fico muito feliz pelo futsal português estar a conseguir alcançar todos esses títulos maravilhosos. Na altura, em que eu cheguei, não existiam esses resultados assim tão expressivos. Era uma seleção forte, com bons jogadores, mas depois foram aparecendo jogadores e treinadores que fizeram com que Portugal desse esse salto.

O nível do jogador português está mais alto agora?
Está. Evoluíram muito. Isso trouxe resultados. Há vários jogadores portugueses a fazer sucesso fora de Portugal e isso é importante. É importante que os jogadores portugueses vão para fora para que voltem mais fortes e mais experientes.

Sentes que também foste parte da evolução do futsal no SL Benfica e a nível nacional?
Acredito que sim. Todos os jogadores estrangeiros que façam os jogadores, treinadores e equipas locais crescerem são bem-vindos. Todos os estrangeiros que foram para o SL Benfica e para o Sporting CP ajudaram a esse crescimento. Lembro-me de, na brincadeira, o Orlando Duarte, que era o selecionador nacional na altura, me perguntar quando é que eu me tornava português. Tinha só seis meses de SL Benfica, era impossível. Antes de ir para o SL Benfica, até estava a ir regularmente à seleção brasileira e queria mesmo continuar lá. Depois, criei um vínculo muito forte com o SL Benfica e com Portugal e… por que não dizer amor? Digo de coração e sem nenhuma hipocrisia que o SL Benfica foi um clube que amei e amo até hoje. Consegui amigos e experiências maravilhosas.

Em que patamar colocas a passagem pelo SL Benfica na tua carreira?
Foi o meu auge enquanto profissional de futsal. Foi o clube onde melhor joguei e onde conquistei os maiores títulos. Também cheguei a ir à seleção brasileira nesse período.

A conquista da UEFA Futsal Cup é outro momento especial que guardas?
Foi o título mais importante da minha vida, em termos de clube. A equipa do Inter Movistar, naquela época, tinha jogadores como Schumacher, Luis Amado, Marquinhos, Gabriel ou Betão. Ganhar um campeonato europeu contra uma equipa assim tão forte é de se valorizar muito. Quando chegámos à final, ninguém acreditava em nós.

Jogar em casa ajudou?
Nunca tínhamos vivido um ambiente assim. Estavam quase 10 mil pessoas a puxar pelo SL Benfica. Foi um ambiente muito caloroso a nosso favor.

– Rivalidades –
«Cheguei a discutir com companheiros de equipa por falarem com jogadores do Sporting CP»

Viveste a rivalidade entre SL Benfica e Sporting CP da forma como passa para fora?
Sou muito suspeito para falar. Vivia isso muito intensamente. Cheguei a discutir com companheiros de equipa, porque eles falavam ou tinham estado com jogadores do Sporting CP.

Que histórias guardas desses dérbis?
Há uma que agora é engraçada, mas, na altura, foi muito chata. Fui com a minha família comer uma francesinha num bairro em Lisboa, onde a maioria das pessoas eram sportinguistas. Estavam lá duas pessoas que eram de uma claque do Sporting CP e reconheceram-me. Começaram a provocar e, a determinado momento, veio um rapaz pedir-me que autografasse um cartão de sócio do Sporting. Eu ia a assinar e ele disse “achas que vou dar o meu cartão para um lampião assinar”. Não recebi aquilo muito bem e levantei-me. Foi uma confusão. Teve que vir a polícia e o restaurante teve que fechar. Para veres o nível da rivalidade no tempo em que jogava aí. Acredito que hoje, pelo que vejo, há rivalidade, o que é muito bom, mas é mais sadia.

Tinhas amigos no lado do Sporting CP?
Falava educadamente, mas amigos não tinha. Eles lá, eu cá.

E dentro do campo, são sempre ambientes muito fervorosos…
Dentro do campo, queria matá-los [risos]. Dava a minha vida, ainda para mais num dérbi. Quem me viu a jogar contra o Sporting CP tem essas lembranças. São coisas do jogo. Fora da quadra jamais teria o comportamento que tinha dentro da quadra. Eu queria ganhar pelo SL Benfica e eles queriam ganhar pelo Sporting CP.

Ainda por cima, na posição de pivot tinhas duelos muito diretos com os fixos contrários.
Eram duelos bem fervorosos. Eles consideravam-me um jogador muito forte na posição, um pivot de força, que retinha muito bem a bola. Eu também proporcionava muito esse jogo de força. Para me marcarem, eles tinham que fazer o mesmo. Às vezes, acabava por sair uma coisinha a mais.

Quem era o fixo que te chateava mais?
Do Sporting, praticamente todos. João Matos, Caio Japa, Djô, Davi, quando era do Sporting, Bibi. Eram sempre confrontos muito difíceis, mas também dava muito gozo quando fazíamos um bom jogo e conseguíamos um bom resultado.

O amor que tinhas pelo SL Benfica foi o que fez com que não representasses o Sporting CP, mesmo quando tiveste oportunidade para isso?
Logo quando saí do SL Benfica, disseram-me que o Sporting CP me queria fazer uma proposta. Diziam que o presidente do Sporting CP gostava muito do meu estilo de jogo. Ainda que me fizessem uma proposta formalmente, não conseguiria representar o Sporting CP. O que vivi no SL Benfica foi muito forte. Mesmo sendo profissional, mesmo vivendo daquilo, não conseguiria. Se fosse para o Sporting CP, não seria o jogador que sempre fui de deixar a vida em campo, de dar o sangue pela equipa.

O Sporting CP conquistou a Liga dos Campeões de Futsal duas vezes. O desenvolvimento do SL Benfica levou também ao desenvolvimento do Sporting CP, devido à competitividade?
O Sporting CP investiu muito, forte e bem para conquistar a Liga dos Campeões. Clubes com uma rivalidade tão forte, não querem ficar atrás um do outro. Parabéns para eles, estão no caminho certo. O Sporting está numa fase maravilhosa, em que está a ganhar tudo. É notório que o Sporting está num momento melhor que o SL Benfica. Alguma coisa o SL Benfica está a fazer mal.

Vês o Sporting CP superior ao SL Benfica?
Os resultados falam por si. O SL Benfica, de momento, está atrás do Sporting CP, não há como contestar. Quando um clube grande se sai bem no futebol, tende a estar bem nas modalidades.

O Gonçalo Alves, com quem jogaste, é atualmente o team manager do SL Benfica. Referiste que o clube, no que ao futsal diz respeito, não está num nível tão alto como já esteve. Para superar isso é importante ter na estrutura pessoas que trazem a mística de um passado de conquista?
Acredito que o Gonçalo deve estar a ter muito trabalho na atual situação do SL Benfica. A posição em que ele está é muito difícil. Uma pessoa tão vitoriosa como ele é a pessoa certa para estar onde está, no clube que está. O Gonçalo, apesar de ter vindo do Sporting CP, ganhou tudo pelo SL Benfica. Vai conseguir resolver os problemas e ajudar a que a equipa alcance os títulos que merece.

Jogaste com vários jogadores que atuam no futsal português. Por exemplo, o Guitta que ainda agora foi eleito melhor guarda-redes do mundo. O que é que achas que diferencia o Guitta dos outros guarda-redes?
Quando saí do SL Benfica, fui para o clube onde o Guitta jogava. O Guitta é extremamente concentrado nos treinos e nos jogos. Gostava muito que ele estivesse no SL Benfica. No entanto, o SL Benfica também não está mal, o Roncaglio é um excelente guarda-redes. Todas as equipas que querem ter bons resultados têm que ter um excelente guarda-redes.

– No mundo da magia –
«Vi o Ricardinho fazer coisas que o Falcão fazia»

Acompanhaste o Ricardinho numa fase ainda precoce da carreira dele. A magia do seu pé esquerdo iludiu-te muitas vezes durante os treinos?
O Ricardinho sempre foi um fenómeno. Quando o conheci, já era uma estrela. Está entre os melhores jogadores do mundo que vi jogar. Foi um absurdo as coisas que o vi fazer nos treinos e nos jogos. É um mágico. Eram coisas que eu via o Falcão a fazer. Em certos momentos, vi o Ricardinho fazer mais e melhores coisas que o Falcão. O Ricardinho é uma estrela do futsal mundial e sabe que carrega esse peso. Apesar de ter lances individuais que sobram, sempre foi um jogador que jogou muito para a equipa. Se fosse egocêntrico, nunca teria conquistado o que conquistou.

Jogaste com o Ricardinho, jogaste com o Falcão. Quem te fez mais vezes os olhos brilhar?
Foi o Ricardinho. Ganhei mais coisas ao lado dele do que do Falcão. Joguei com os dois melhores jogadores do mundo.

O que é que eles diziam um do outro?
O Ricardinho era declaradamente fã do Falcão. O Falcão adorava o que o Ricardinho fazia e torcia muito por ele. O Ricardinho fez uma tatuagem do Falcão e ele ficou muito feliz com a homenagem.

Consideras o Ricardinho o melhor de sempre?
Ele não é o melhor jogador de sempre, mas está entre os melhores. O melhor de sempre, indiscutivelmente, é o Falcão, até por tudo o que conquistou."

(...) conhece Bruno Paixão desde 1994 e sabe como “o povo” o trata: “Nunca valorizou as boas decisões, mas jamais esquecerá os erros que cometeu. É assim com todos”


"Chegaram juntos à arbitragem, foram a casa um do outro e viu Bruno Paixão a crescer, casar-se e ser pai. Duarte Gomes escreve que “nunca, em tempo algum” o viu ter “comportamentos suspeitos, conversas estranhas ou atitudes censuráveis”. O antigo árbitro não põe as mãos no fogo por ninguém, mas acredita que o ex-colega será ilibado, apesar de saber que hoje “ser suspeito de alguma coisa é uma sentença de morte, com direito a carimbo”

Há momentos em que sentimos ser importante assumirmos posição pública sobre alguns temas da atualidade. Quando isso acontece em temas como este, mais sensíveis e fraturantes, expômo-nos à justiça de quem nos lê, de quem concorda ou discorda com a nossa opinião. Faz parte, chama-se democracia e não muda nada: o direito à crítica de uns, a liberdade de expressão de outros.
No caso em concreto, sei que o mais fácil seria não dizer nada. Ficar caladinho. Bastava alinhar neste vasto oceano de distanciamento onde agora tantos se posicionam. Mas o caminho mais fácil nem sempre é o melhor e, se cada um sabe de si, eu sei de mim. É por isso que decidi, na crónica de hoje, falar-vos sobre o Bruno Paixão e as notícias recentes que o envolvem.
Deixem-me que seja, antes de mais, muito claro: o que espero da justiça portuguesa, em qualquer circunstância, é que seja implacável na forma como condena qualquer tipo de ilegalidades. Espero que qualquer pessoa, formalmente considerada culpada de um crime, seja punida em conformidade. Seja quem for, seja onde for. Doa a quem doer.
Dito isto, começo por vos dizer que conheço o Bruno Paixão desde 1994.
Tirámos o curso de árbitros em distritos diferentes (eu em Lisboa, ele em Setúbal), mas subimos juntos até à primeira categoria nacional. Durante mais de vinte épocas estivemos em dezenas de cursos, estágios, jogos e ações de formação (em Portugal e, mais tarde, no estrangeiro).
Chegámos à 1.ª Liga muito novinhos — ele com 23 e eu com 24 anos —, algo cujo preço pagámos em campo: a vontade até era boa e muita, mas, nesta carreira, experiência e maturidade são fundamentais para arbitrar com categoria e respeitabilidade.
Com o passar dos anos e por entre acertos e erros, fomos crescendo, evoluíndo, calibrando a nossa bitola, definindo o nosso registo. Cada um no seu estilo, cada um com a sua personalidade e forma de estar, cada um com as suas ferramentas e ideias.
O Bruno foi menos feliz do que eu no famigerado sorteio, a forma como éramos indicados para os jogos quando chegámos ao futebol profissional: as bolinhas brancas colocaram-no várias vezes em jogos teoricamente exigentes e ele, muito verdinho e impreparado (tal como eu), nem sempre esteve à altura.
O impacto mediático de alguns dos seus erros acabou por ensombrar toda a sua carreira. O povo nunca valorizou as boas decisões que tomou, mas jamais esquecerá os erros que cometeu. É assim com ele, foi assim comigo, é assim com todos os árbitros.
Vi o Bruno crescer como homem (enquanto eu também crescia), vi-o casar-se e vi-o ser pai de duas meninas. Vi-o terminar o curso superior, gerindo estudos com trabalho e arbitragem. Estive algumas vezes na casa dele e ele na minha. Estivemos juntos em muitos momentos profissionais e pessoais. E participámos em várias reuniões da nossa associação de classe, numa altura em que os árbitros eram, de facto, unidos e juntavam-se regularmente para falar sobre a sua atividade, as suas condições, sobre presente e futuro.
Conversámos várias vezes sobre muitas coisas: sobre estratégias para sermos melhores em campo, sobre a forma como geríamos as nossas emoções e frustrações, sobre liderança, stress, momentos bons e maus, metas, família e tudo o que colegas e amigos conversam ao longo de uma vida. Tenho que ser totalmente honesto convosco quando vos digo que nunca, em tempo algum, vi o Bruno ter comportamentos suspeitos. Nunca, em tempo algum, o vi ter conversas estranhas ou atitudes censuráveis.
O Bruno não era (não é) perfeito e cometeu muitos erros dentro e fora do campo, mas nenhum deles alguma vez me levou a pensar, por um segundo que fosse, que o fez de forma premeditada ou intencional.
Na verdade, tenho-o como um homem sério, como uma pessoa de bem e, não sendo ingénuo ao ponto de pôr as mãos no fogo por ele — garanto-vos que, com esta idade, não as ponho por ninguém —, acredito piamente que está inocente neste processo.
O que espero é que a justiça disciplinar e civil sejam minuciosas e incisivas. Espero que investiguem tudo e que vão até as últimas consequências para desmontar esta trama, ilibando quem têm que ilibar e punindo quem têm que punir.
Se o Bruno for culpado, que pague por isso e que pague bem. Mas se for ilibado (como estou convencido que será), que as pessoas que já o chacinaram publicamente tenham ao menos a decência de reconhecerem que se precipitaram. De admitirem que caíram no erro de confundir o árbitro com o homem.
Hoje em dia, ser suspeito de alguma coisa é uma sentença de morte, com direito a carimbo. Mesmo que a justiça até clarifique a situação, os danos reputacionais causados a quem vê o seu bom-nome espezinhado em praça pública são quase sempre irreversíveis. Isso está mal, seja o atingido um árbitro, um dirigente, um político ou um carpinteiro.

Nota final
Um dia, um velho amigo disse-me que as amizades a sério vêem-se quando estamos na cadeia, no hospital ou num funeral. É aí que percebemos quem realmente está connosco, quem está ao nosso lado, quem não nos abandona. Ser amigo quando estamos na mó de cima é fácil. Difícil é ficarmos com eles quando as coisas correm mal. Tenho pensado muito nisso, agora que ouço o silêncio ensurdecedor de tanta gente que já devia ter assumido uma posição.
Que mundo este…"

O Führer estava nervoso...


"O norueguês Magnar Isaksen foi a figura do único jogo de futebol a que Adolf Hitler assistiu em toda a sua vida. A Alemanha seria derrotada por 0-2 nos Jogos Olímpicos de 1936

Joseph Goebbels deixou escrito no seu diário: «O Führer está muito nervoso, eu só me posso controlar a mim próprio». Cáspite! Que diacho de acontecimento poderia deixar nervoso o inefável canalha do bigodinho ridículo? Que tremenda batalha era essa que lhe surgia pela frente capaz de bulir com a coordenação das ações voluntárias e involuntárias de tão grande cavalgadura? Pelos visto um jogo de futebol. Um simples jogo de futebol. Aquele que, segundo tudo indica, foi o único jogo de futebol que Adolf Hitler viu na vida.
Por toda a cidade de Berlim os altifalantes mandados colocar pelo ministro da Propaganda nazi teciam loas a esse desígnio nacional de organizar os Jogos da XI Olimpíada da Era Moderna, preparados para se transformarem numa exibição mundial da superioridade da raça ariana. As provas eram relatadas em direto para os ouvidos dos cidadãos alemães, a realizadora do regime, Leni Riefenstahl, foi contratada para fazer um filme revolucionário, com técnicas inovadoras, sobre o evento, todas as delegações se sujeitaram ao opróbrio de erguerem o braço na saudação fascista no dia de abertura da competição.
Hitler tinha todos os motivos para andar impante, exibindo a sua vaidade insuportável, e ainda assim, segundo o seu ideólogo, estava nervoso? Ah! Quão grande podia ser o poder do futebol!
Ficara decidido por Goebbels que seria importante para a imagem do Führer que este assistisse a pelo menos um dos jogos do Torneio Olímpico. Isto a despeito do desprezo que a besta destilava em relação ao desporto inventado pelos ingleses e que considerava congregador de vícios antissociais. Preferia as monótonas sessões de ginástica, bem mais encaixáveis no seu espírito que requeria ordem sobre o caos acima de tudo e que, ao mesmo tempo, lançava todo o mundo no caos de uma guerra incomensurável. Dava jeito, naturalmente, que fosse um jogo da seleção alemã e, de preferência, contra um adversário não muito problemático. A Alemanha já tinha estraçalhado o Luxemburgo por 9-0 na primeira eliminatória e iria jogar os quartos-de-final contra a Noruega. Parecia ideal. Agendou-se a presença do figurão no Poststadiom, no dia 7 de agosto, pelas cinco e meia da tarde. A título experimental, e alardeando que grande parte do governo nazi se faria representar, a televisão transmitiria o encontro em direto.
Foi ladeado por Goebbels, pelo líder do Partido Nacional-Socialista, Rudolf Hess, pelo comandante da Luftwaffe, Hermann Göring, e pelos ministros da Educação e do Interior, que Adolf Hitler se sentou na bancada presidencial, talvez nervoso, como escreveu Goebbels no seu dário, mas absolutamente convencido de que iria assistir a uma vitória gloriosa da Alemanha na direção da medalha de ouro da competição.
Para grande contrariedade das autoridades germânicas, o futebol ainda não era um jogo controlável. 55 mil pessoas enchiam o recinto e viram, logo aos 6 minutos, um norueguês de ascendência judia, Magnar Nikolai Isaksen, nascido a 13 de Outubro de 1910 em Kristiansund, jogador do Lyn, um dos históricos clubes de Oslo, marcar o primeiro golo do desafio. Não contente com a proeza, enervantemente festejada frente aos focinhos nazis, Magnar repetiu a dose a cinco minutos do fim, fechando o resultado em 2-0 para os nórdicos e eliminando a Alemanha. Magnar não voltou a marcar, até porque se lesionou no jogo seguinte frente à Itália, mas a Noruega acabaria por levar para casa a medalha de bronze. Depois de ter aturado a desfeita de um negro chamado Jesse Owens, Adolf Hitler tinha agora motivos para se sentir apepinado por outra personagem muito improvável, e abandonou o estádio antes de o árbitro inglês Barton ter apitado para o final da partida. Goebbels não o escreveu no seu diário, mas parece que o Führer deitava fumo pelos ouvidos.
Magnar já tinha 26 anos quando foi chamado pela primeira vez à seleção do seu país, nesse preciso ano de 1936. Participou no Campeonato do Mundo de 1938, em França, e dois anos mais tarde assistiu à invasão da Noruega por parte da Alemanha. Um dos seus companheiros na grande vitória do Poststadiom, o também avançado Reidar Kvammen, oficial de polícia, teve a coragem de se opor à tomada de poder por parte dos germânicos que foi realizada sem grande resistência. Seria preso e deportado para um campo de concentração. Asborn Halvorsen, o treinador da equipa da Noruega de 1936, foi igualmente valente: ameaçou cancelar o jogo da final da taça norueguesa se a bandeira da suástica fosse içada no campo. A atitude valeu-lhe uma visita da Gestapo e uma temporada em diversos campos de concentração até 1944. Já Otto Nerz, o selecionador alemão, caiu em desgraça apesar de pertencer ao Partido Nazi. Acabaria morto pelos soldados soviéticos. Não era à toa que enervava Hitler."

Bar SportTV - Artur Moraes e Fernando Orge... (II)

Somar três pontos


"Vencer no Bessa é o desafio que se coloca hoje à nossa equipa, um jogo tradicionalmente difícil e que nesta noite, por certo, não será exceção. Olhamos ainda para os jogos europeus nos últimos dias e lançamos o fim de semana.

1
Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo desta noite (20:15), frente ao Boavista, no Bessa, Nélson Veríssimo deu conta das dificuldades e exigência esperadas: “Um jogo competitivo, em que temos de estar com níveis de ativação, de competitividade e de agressividade elevados para sairmos de lá com o objetivo conseguido, que é fazer um bom jogo e conquistar os três pontos.”

2
O histórico aponta para uma deslocação difícil, assim como o facto de, no Campeonato, só por uma vez o Boavista ter sido derrotado em casa na presente temporada (três vitórias e sete empates). Veríssimo reconhece este obstáculo acrescido e apela ao apoio dos Benfiquistas para ultrapassá-lo: "Contamos com o apoio de todos os nossos adeptos, que decerto estarão em grande número no estádio." 

3
Esta semana tivemos prestações importantes, a nível europeu, nas modalidades de pavilhão. No andebol, a vitória, na Luz, ante o TBV Lemgo, por 35-30, garantiu o apuramento para os oitavos de final da EHF European League. E, no voleibol, terminou a participação na fase de grupos da Liga dos Campeões e o saldo é muito positivo, com a obtenção de dois triunfos nas seis jornadas disputadas e um honroso terceiro lugar no grupo.

4
Há muito Benfica para seguir e apoiar nos próximos dias. Destaque para os seguintes jogos na Luz: Benfica – ABC em andebol masculino e feminino (sábado, 15h00 e 18h30, respetivamente); Benfica – Guifões em basquetebol feminino (12h00); Benfica – Leões Porto Salvo (hoje, 21h00); Benfica – Valongo em hóquei em patins (sábado, 16h30); Benfica – Voltregà para a Liga Europeia de hóquei em patins (feminino), sábado às 21h30 (e jogo com o CENAP, domingo, às 14h00); e Benfica – Leixões em voleibol (domingo, 14h00). Recordamos que a entrada é livre nos jogos das equipas femininas e o acesso é gratuito para Sócios nas partidas das equipas masculinas."

Em defesa...

Jota… Benfica ou Celtic?


"Mais do que falar de transferências, neste espaço queremos dar destaque a um jovem jogador que durante a sua formação prometia vir a ser um dos melhores jogadores portugueses da sua geração e que mesmo depois de enfrentar lesões graves, conseguiu chegar à equipa principal do Benfica.
João Filipe, ou Jota, como é conhecido, entrou na equipa principal do Benfica no ano de transição entre Rui Vitória e Bruno Lage fazendo apenas 6 jogos nessa altura. Na época seguinte iria assumir o seu espaço sem nunca ter convencido nem Bruno Lage, nem os adeptos, fazendo 28 jogos mas praticamente sempre a partir do banco e a entrar nos minutos finais das partidas. Mesmo assim, contribuiu com 2 golos e 2 assistências. Já com Jorge Jesus, acabou por sair primeiro para o Valladolid onde também não vingou e foi na segunda época de JJ, que pegou… no Celtic de Glasgow.
Hoje, a caminho dos seus 23 anos é dos jogadores mais importantes na equipa do Celtic e um dos jogadores mais acarinhados pela massa adepta escocesa.
O extremo português parece ter ganho a confiança de outros tempos e hoje não mostra receio em ir para cima dos adversários tendo ao seu dispor uma capacidade técnica bastante evoluída que lhe permite enfrentar adversários e sair do confronto vencedor e preparado para assistir ou finalizar.
Jota é um jogador com um talento que pode resolver jogos por si só, com capacidade para desequilibrar as defesas adversárias atraindo até si por vezes mais do que um oponente fazendo com que outros colegas fiquem com espaço para receber.
O que ainda não entrega é uma capacidade defensiva relevante e na sua experiência no Celtic é comum vermos o lateral do seu lado não subir tanto para compensar eventuais perdas do jovem extremo. Como qualquer jogador que brilha pelos malabarismos e decisões ousadas que toma, perde várias bolas sendo que a equipa onde se insere terá de estar sempre atenta e com uma reação à perda preparada o que necessitará de posicionamentos bem trabalhados para que Jota possa abrir o livro.
Esta época conta já com 10 golos e 8 assistências em 26 jogos pelos escoceses.
O presente plantel do Benfica terá em Everton o elemento mais parecido com Jota sendo que mesmo o brasileiro ainda procura a sua afirmação total. Numa altura em que parece que o Benfica vai novamente mudar o rumo do seu projeto desportivo para apontar para soluções internas e de baixo custo, será Jota uma possível solução para preencher o plantel da próxima época mesmo tendo em conta a opção de compra que o Celtic poderá acionar?"

Virtual ou Real?!