Últimas indefectivações

quinta-feira, 13 de março de 2014

Red London !!!

Tottenham 1 - 3 Benfica

Num País onde são poucos os jogos onde as equipas portuguesas conseguem triunfar (em jogos oficiais a contar para as competições Europeias), num relvado onde nenhuma equipa portuguesa tinha ganho um jogo, o Benfica, esta noite, venceu... categoricamente. Mesmo mantendo a rotação do plantel, mesmo com alguns titulares de fora, mesmo sofrendo defensivamente um pouco mais (no início), do que aquilo que estamos habituados (nos últimos tempos) a equipa manteve-se sólida, e desta vez, foi mortal no conta-ataque, e nas bolas paradas (que tantas vezes no deixam desesperados com tanta ineficácia!!!)...
Provavelmente, a conclusão dos do costume, é que este Tottenham é muito fraquinho... o mesmo Tottenham que no início de época, treinado pelo Aldeias-Reles, era a 8.ª maravilha do mundo!!! Foi só a equipa que mais gastou em contratações na pré-época, que tem alguns lesionados (nós também), e que antes da derrota azarada com o Chelsea (no último fim-de-semana), ainda tinha aspirações no apuramento para a Champions...!!!
Tanto o Rodrigo como o Luisão, tal como o Rùben pelas assistências, vão ser mais destacados, mas muito sinceramente a equipa merece o elogio colectivo. O melhor em campo foi a 'equipa'.
Só três notas individuais: o golo do Eriksen é um grande golo, mas o Oblak já sofria golos 'destes' em Leira!!! Eu sei que não é fácil, mas o jovem Esloveno tem mais dificuldades nos remates de longe, é uma questão de leitura da trajectória da bola...; o Rúben fez um grande jogo, mas na Segunda na Madeira tem que fazer um jogo ainda melhor, porque não terá a muleta do Fejsa, espero que recupere totalmente do esforço; com o castigo do Sílvio para a 2.ª mão, será preferível apostar na titularidade do Sìlvio com o Nacional, a defesa-esquerdo, e depois com o Tottenham teremos o Siqueira...
Como é óbvio, não acredito numa eliminação, não estou a ver o Benfica sofrer 3 golos na Luz, mas o jogo da próxima Quinta terá que ser jogado, e estas equipas Inglesas, joguem bem ou mal, dão aos jogos sempre muita intensidade, e assim obrigam os adversários a correr também... Portanto, mesmo com a eliminatória encaminhada, ainda faltam 90 minutos de entrega, só estamos no intervalo!!! Pode parecer demasiado prudente, mas esta tem que ser mensagem.
Mas antes do jogo da 2.ª mão, vamos ter o jogo mais 'importante da época': na Choupana!!! Sim, não se deixem enganar pelos parabéns antecipados, pelo título no Campeonato, por parte dos avençados e dos nossos adversários, ainda não ganhámos nada... e se por acaso no futuro próximo, permitirmos uma aproximação, a pressão será muito grande...
E além disso, depois da exibição de hoje, depois de ver o jogo do Nápoles no Dragay, depois de saber que a Juventus está em desvantagem na eliminatória (e joga a 2.ª mão em Florença), depois de especular quais serão os outros Clubes que vão estar nos Quartos-de-final da Liga Europa, temos que decidir o mais depressa possível o Campeonato, para nos podermos concentrar a 100% na Europa, porque com o Benfica a apostar tudo na Europa, a única equipa que me mete 'respeito' é a Juve (principalmente se for na Final...), o resto está perfeitamente ao nosso alcance.
Fazendo de Zandinga, depois da 1.ª mão, aposto para os Quartos: Valência, Basileia, AZ, Lyon, Bétis, Fiorentina e o Nápoles (estas últimas duas equipas, é mais um desejo, do que uma fezada)!!! 

Sofrimento !!!

Barcelos - 61 - 64 Benfica
19-20, 17-16, 17-14, 8-14

Sinceramente não esperava um jogo tão sofrido nestes Quartos-de-final da Taça de Portugal... Jogo decidido, nos últimos 5 minutos, com muitos erros nos últimos ataques para os dois lados!!!
O Benfica tem dominado o Basquetebol nacional nas últimas épocas, mas por alguma estranha razão, ainda não conseguimos vencer a Taça de Portugal (desde do regresso da secção aos triunfos)!!! E a jogar assim, no Sábado, com o Vitória de Guimarães, corremos o sério risco de voltarmos a ter uma desilusão!!!

Com ou sem punhos de renda

"É difícil discordar de Carvalho quando diz que o futebol precisa de coisas novas. Mas do que o futebol não necessita é de um 'banditómetro'.

DE acordo com as aparências, o presidente do Concelho de Arbitragem não ficou minimamente impressionado com as palavras proferidas pelo presidente do Sporting passadas vinte e quatro horas sobre o jogo de Setúbal, na noite de domingo.
Evitando ajuizadamente os calores do momento, Bruno de Carvalho deu a si próprio um dia de reflexão e de serenidade para se apresentar ao país em prime time, e com a cobertura televisiva devida a um presidente de um clube grande, apelando à mobilização dos sportinguistas de todos os quadrantes contra a quadrilha da arbitragem nacional que impede o Sporting, feitas as contas, de ser o líder do corrente campeonato.
Vítor Pereira, o presidente dos árbitros, respondeu-lhe no dia seguinte, na terça-feira, com a nomeação do paciente Olegário Benquerença para o clássico. Julgo ser prática rara a indigitação de árbitros à terça-feira. Mas foi precisamente isso que aconteceu. Digamos que foi uma espécie de experiência corrigida imediatamente no dia seguinte.
Ficou decidido ontem, quarta-feira, que se Pedro Proença não se lesionar até domingo será ele o árbitro do Sporting-FC Porto.
Tinha ficado decidido na terça-feira que seria Olegário Benquerença mas Olegário meteu atestado médico e ficará em casa a recuperar.
Com 8 jornadas e 24 pontos por disputar, institui-se levianamente que o Sporting-FC Porto de domingo é o jogo decisivo para a atribuição do segundo lugar, o tal lugar que dá acesso directo à Liga dos Campeões e a um prémio assegurado de 8 milhões de euros. E é este o jogo que mereceria a nomeação de Olegário Benquerença vindo de uma prestação lamentável no jogo que afastou o Braga da Taça da Liga, isto se o mesmo Benquerença não tivesse metido baixa.
Quanto ao primeiro lugar, conluiaram-se de uma maneira geral os nossos adversários para o considerar entregue ao Benfica à laia de agouro, a ver se não pega.
Dizem em coro que o campeão está encontrado mas, lá no fundo, acreditam que nas tais 8 jornadas com os tais 24 pontos em disputa, os 7 e os 9 pontos que o Benfica tem de avanço sobre, respectivamente, o Sporting e o FC Porto podem ver-se reduzido a zero num piscar de olhos. Vá lá, em dois piscares de olhos.
E é por esta mesma razão que o presidente do Sporting não demorou a reagir às nomeações de terça-feira, não reagindo à nomeação de Olegário Benquerença para o jogo que lhe diz directamente respeito – Bruno de Carvalho já saberia que Olegário estava doente? - mas reagindo indirectamente à nomeação do árbitro para o Nacional-Benfica da próxima segunda-feira, apodando-o de «fanático» benfiquista sem lhe citar o nome.
Cá está a subtil evidência de que, no próximo fim-de-semana, o jogo grande, o jogo que importa, o jogo em que vale a pena tudo apostar é o Nacional-Benfica e não o Sporting-FC Porto que, em função do resultado a verificar-se, elegerá a equipa melhor cotada para a perseguição ao primeiro lugar.
Os primeiros três lugares da prova estão longe de estar decididos e quem acreditar nisso ou é muito ingénuo ou é muito religioso.
O designado árbitro «fanático» do Benfica que vai dirigir o jogo de segunda-feira dos líderes da prova no campo do Nacional é o tal árbitro, talhante de profissão, a quem a sempre renovada campanha em prol da verdade desportiva já vandalizou dois talhos com grande aparato cénico.
Na sua alocução na noite de segunda-feira, o presidente do Sporting não admitiu comparações entre a vandalização de talhos de árbitros e a vandalização do carro de Augusto Inácio e até as ameaças de morte que ele próprio tem recebido, tal como as anunciou publicamente.
São coisas diferentes, na sua opinião. Na verdade, não são. São exactamente a mesma coisa e que muito se lamenta.
É difícil não concordar com Bruno de Carvalho quando diz que o futebol português precisa de muitas coisas novas.
Mas, certamente, do que o futebol português não necessita é de um banditómetro para medir, julgar e decidir quais são vandalizações-criminosas e quais são as vandalizações-legitimadas pela pertinência da ira popular acicatada por terceiros.
Não venham, portanto, aspirar por fins de regime e por amanhãs que cantam quando os inícios de regime, bem vistas as coisas, com punhos de renda ou sem punhos de renda, lhe são em tudo semelhantes.

O Benfica joga esta noite em Londres para a Liga Europa. É o regresso a White Hart Lane cinquenta e dois anos depois de uma histórica meia-final da Taça dos Campeões disputada com o Tottenham que terminou com a qualificação muito sofrida do Benfica para a final que haveria de conquistar ao Real Madrid.
Não vem isto a propósito da recente inauguração de uma estátua de Bella Guttman no Estádio da Luz nem, muito menos, da lenda da alegada maldição que o treinador húngaro terá lançado sobre o Benfica de onde saiu, rezam as crónicas, francamente aborrecido com qualquer coisa.
Guttman merece a estátua. Quanto à maldição se, de facto, ocorreu está neste momento desativada. Com punhos de renda ou sem punhos de renda, Eusébio e Coluna terão tratado do assunto assim que se reencontraram com o velho mestre.
Também não vem isto a propósito, embora possa ter parecido, de considerar a presente edição da Liga Europa um objectivo primordial do Benfica nesta temporada de 2013/2014.
Admitindo, no entanto, que haja muito benfiquista para quem ganhar uma competição europeia, seja ela qual for, é uma meta, um sonho, uma urgência.
E, se bem se recordam, no ano passado o Benfica esteve bem perto de o conseguir.
Vem isto a propósito, agora sim, do que verdadeiramente preocupa nesta viagem do Benfica a Londres, no tal regresso a um palco onde já foi extraordinariamente feliz. Trata-se de Lazar Markovic.
É de temer que se jogar hoje com o Tottenham e se, eventualmente, assinar uma exibição, ou mesmo só meia-exibição, do género das que nos tem vindo a habituar, fique logo em Inglaterra.
Diz-se que o Chelsea e o Liverpool e mais uns tantos andam de olho no jovem sérvio. E sendo verdade que o nosso campeonato, embora extraordinariamente animado, não tem grande visibilidade para lá de Badajoz, é certo e sabido que um brilharete, ou mesmo meio-brilharete, de Markovic esta noite em Londres, venha a significar um adeus muito rápido à Luz.
Lazar Markovic, portanto, é a minha única preocupação com o jogo de White Hart Lane. Obviamente que gostaria de seguir em frente na Liga Europa. E se não seguir frente gostaria de sair da competição fazendo boa figura.
Mas mais importante do que a boa figura é que não se lesione ninguém nestes dois jogos com o Tottenham. E neste ponto, confesso também reside uma preocupaçãozinha. Do meu ponto de vista, nesta época, e falando com franqueza, o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto objectivo do Benfica é o campeonato nacional. Quer isto dizer que a Liga Europa, a Taça de Portugal e a Taça da Liga, por muita graça que tenham, não têm, todas juntas, metade da graça da prova maior de trazer por casa na edição 2013/2014.
Por isso me ralo menos. É a vida santa dos adeptos dos clubes que só têm uma coisa com que se preocupar.
Na próxima jornada da dita competição tem o Benfica de ir jogar à Madeira com o Nacional, uma equipa muito sólida que dificilmente perde um jogo na sua casa. É bom recordar aos adeptos mais esfusiantes – se os houver – que no ano passado o Benfica empatou com o Nacional na Madeira.
Não será preciso lembrar o mesmo aos nossos jogadores porque, de certeza, que se lembram.

O madeirense Cristiano Ronaldo marcou por duas vezes aos Camarões e ultrapassou o açoriano Pedro Pauleta chegando, finalmente, ao topo da tabela dos melhores goleadores de todos os tempos da selecção nacional. Cristiano Ronaldo é único. E agora já se lhe pode chamar, com toda a propriedade, o melhor do mundo, o melhor de Portugal e o melhor das ilhas adjacentes. Não se vislumbra no horizonte quem o venha destronar em termos de selecção. E noutros termos também não se vê."

Leonor Pinhão, in A Bola

Poupanças

" «O último treino dá ideia definitiva de como alguns jogadores estão depois do jogo de domingo com o Estoril, a partir daí vou ajuizar aqueles jogadores (...) que ainda não recuperaram totalmente.»
Jorge Jesus, treinador do Benfica, ontem, antes do jogo com o Tottenham

Já se sabe, a prioridade do Benfica é o campeonato. Jorge Jesus não se cansa de o dizer e reforçou-o ontem, em Londres, antes da primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa. Mas no ano passado também era.
Na recta final de 2012/2013, talvez porque as vitórias consecutivas na Liga se acumulavam, fazendo adivinhar facilidades, Jesus foi poupando cada vez menos na Europa - mas com o Bordéus, na primeira mão dos oitavos de final, deu descanso a Maxi, Matic, Enzo, Salvio e Lima, apresentando Roderick como médio defensivo.
O treinador das águias já admitiu que este será o melhor plantel (com mais opções) desde que chegou à Luz, não necessariamente a melhor equipa, ou o melhor onze. Ou seja, será aquele em que a substituição de um habitual titular menos se fará notar.
Tomando Maxi, que não foi convocado para o jogo de hoje, como exemplo: há um ano, não tendo jogado qualquer das partidas contra o Bordéus (André Almeida e Melgarejo foram os laterais), poder-se-ia falar em poupanças para a Liga. Este ano tenho dúvidas: creio que, depois do jogo com o Estoril, e nem que o Benfica só jogasse daqui por um mês, Sílvio seria sempre melhor opção, nem que fosse por estar mais fresco.
Uma coisa é poupar a pensar no futuro. Outra é mudar a pensar no presente, em quem está melhor. Com a quantidade de soluções que este Benfica tem, mesmo ganhando na segunda-feira ao Nacional, mesmo que Sporting e FC Porto empatem e fiquem os dois praticamente fora da corrida para o título, a melhor equipa para a segunda mão contra o Tottenham não é necessariamente a que tem jogado sempre. E isso não é poupar, é escolher os melhores caso a caso."

Hugo Vasconcelos, in A Bola

Cadê as goleadas (II)

"A média de golos marcados por jogo nos campeonatos europeus ilustra bem o que ontem escrevi. Em primeiro lugar e solidamente destacada surge a Alemanha com 3,17 golos por encontro, sempre com os estádios cheios e apesar de o campeão estar há muito encontrado. Seguem-se a Espanha (2,82), a surpreendente Itália com 2,70 e a Inglaterra com 2,68. Por fim, o sorumbático campeonato francês com 2,43 e Portugal na última posição com 2,38.
Embora com mais algumas jornadas, os actuais 1.ºs classificados daqueles campeonatos (Real, Bayern, Chelsea, PSG e Juventus) têm quase os mesmos golos que, por cá, se marcaram em 176 jogos.
O certo é que na nossa Liga só há tempo para fulanizações bloqueantes, guerrilhas intestinais, suspeições arbitrais, minudências regulamentares, divergências jurisdicionais, ou agora esse naco de puerilidade egocêntrica de um hiato de 9 dias entre a data estatutária e a data dos amotinados na eleição para a Liga. Às vezes quase parece que a essência do futebol - os jogos - é o que menos interessa tratar.
Voltando aos tentos (expressão curiosa e em desuso) na Europa, os oitavos de final da Champions evidenciaram eloquentemente a fome de golos. Espantoso o score acumulado da 1.ª mão: 6 golos, dos quais 20(!) marcados pelas equipas forasteiras. Todavia, estes resultados parecem evidenciar o perigo de se cavar um fosso entre a meia-dúzia de clubes ultra-ricos e outras boas equipas europeias mas que apenas podem almejar, como regra, ultrapassar a fase de grupos. Uma Europa cada vez mais desigual entre os que aspiram a vencer a Champions, os que querem vencer a Liga Europa e... o resto."

Bagão Félix, in A Bola