Últimas indefectivações

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Acalento e desalento… nada é perfeito (uma reflexão sobre a luta dos atletas de judo)


"Faz uma semana que assisti à cerimónia da assinatura do Contrato-Programa para Paris 2024. Foi um dia feliz, como a Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares ali referiu. Fui também feliz naquele momento, porque pude ver que o desporto, apesar de discretamente e num tão difícil momento para todos, não foi preterido e mereceu algum esforço financeiro, para procurar fazer face a um país que, embaraçosamente, se apresenta na cauda da Europa ao nível da prática desportiva…
Todos sabemos quão foi duro este período de pandemia. Cada um de nós o viveu e lhe sobreviveu da melhor forma que soube e pôde. Falei disso e de tantos outros assuntos relacionados com a carreira desportiva com quatro atletas durante a mesa redonda que tive a oportunidade de moderar, em Leiria, neste sábado que passou. Fui ao 45.º Congresso da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação, em que pela primeira vez os atletas foram chamados a dar voz às suas experiências e realidades. Cheila Vieira (Natação Artística), Alexis Santos (Natação Pura), Tiago Campos (Águas Abertas) e Tiago Paraty (Polo Aquático) falaram abertamente e sem tabus de temas que passaram pelo treino, recuperação e prevenção de lesões, relação com a equipa e treinador, preparação olímpica e até sobre saúde mental no mundo do desporto. Apreciei vivamente este momento, com o retorno tão positivo dos que estiveram na plateia, os quais notoriamente souberam dar sentido e forma àquela conversa.
Percebi e senti ali que a voz dos atletas, sempre muito ténue e discreta, tem vindo a ganhar espaço, relevância, e começa a ser um valor positivo na equação desportiva. Pelo menos no mundo da natação…
E se domingo foi um dia ensolarado e de usufruto daquelas sensações plenas com que regressei a casa, rapidamente me enchi de preocupações extremas com o grito de revolta da Telma a que todos assistimos.
Este conflito entre os judocas e a Federação Portuguesa de Judo tem-me, infelizmente, avivado a memória de um lado da minha experiência desportiva, vivida ainda enquanto adolescente.
Com a devida distância temporal, sei muito melhor aquilatar a ação e omissão das entidades desportivas, e fundamentalmente a importância das medidas tomadas pelos dirigentes, que na sua essência e visto num sentido bastante lato, resultam nos resultados desportivos e na formação da pessoa enquanto atleta.
Com efeito, na adolescência falta-nos o discernimento e conhecimento dos factores que levam as pessoas com poder a fazer as suas escolhas. Que fazem, muitas vezes só porque têm o poder para isso, e em conformidade com interesses. Os jovens olham muitas vezes para a situação como um status quo, algo que sempre assim foi, é e será, apesar de com isso não concordarem.
Vivi essa conflitualidade durante quase toda a minha carreira desportiva, e sei quão prejudicial se tornou. Não cabe aqui elencar essas situações. Mas perdi muita da minha vontade e alento para competir em determinadas alturas. Era jovem, e talvez essa inexperiência me tenha levado a prosseguir, porque se não o fosse, o afastamento da competição teria sido inevitável.
Estes atletas do judo não têm essa candura. Sentem-se prejudicados e reagem. E é difícil dizer-lhes que agarrem nessa revolta para a tornarem a seu favor em cada luta. Porque isso não é óbvio. Embora eu já o tenha pedido…
A voz dos atletas não pode ser sumida nem discreta. Mas também não se pode deixar chegar ao ponto de gritos de desespero e de revolta, pois no momento em que isso acontece a ruptura já parece irreparável.
Se, como parece, esta supremacia dos dirigentes não era contestada, a algo inédito estamos todos também a assistir. A tutela está a ouvir os atletas. E todos queremos que os resultados das investigações que estão em curso tragam, rapidamente, resultados palpáveis. Pois, este fim de semana irão ao tapete estes judocas, em mais uma das provas de apuramento olímpico. Vão com o que têm, com o que não têm, e, com o vazio de muitas incertezas.
O judo, uma luta que eu e muitos outros conhecemos."

Lutar pelos três pontos


"Em dia de clássico entre FC Porto e Benfica (Estádio do Dragão, 20h15), um jogo sempre muito exigente, é com o pensamento na vitória que todos aguardamos pelo início da partida. E ontem houve desafios internacionais no andebol e voleibol. Estes são os temas em destaque na News Benfica.

1
Na antevisão ao jogo, Roger Schmidt deixou claro que a equipa está focada em tentar vencer: "É um jogo especial entre duas equipas que querem ser campeãs nacionais. É um confronto direto. Estamos preparados para este jogo, para lutar pelos três pontos."
Na opinião do nosso treinador, a partida é importante, mas não decisiva: "É uma oportunidade clara para nós, no sentido de melhorar a nossa posição na Liga, mas estamos na 10.ª jornada e nem é um terço da temporada. Não é decisivo, mas queremos estar concentrados no jogo, mostrar a nossa qualidade, realizar um bom jogo e queremos ganhar. Quando entramos em campo é para ganhar, seja este jogo, ou com o PSG na semana anterior."
Schmidt prevê "um jogo de alta intensidade para ambas as equipas" e considera que "o resultado dependerá de quem conseguir a vantagem na altura certa e eventualmente levar esse resultado até ao fim".
Veja a conferência de Imprensa de Roger Schmidt no Site Oficial.

2
Gonçalo Ramos foi eleito, pelo Sindicato dos Jogadores, o Melhor Jovem dos meses de agosto e setembro na Liga Bwin.

3
Vitória por 1-3 na visita ao Levoranta Sastamala foi o resultado obtido na 1.ª mão da ronda 3 de qualificação para a fase de grupos de voleibol, colocando-nos numa posição favorável para obtermos o apuramento, mas há que confirmá-lo na Luz (dia 26).
Na opinião de Marcel Matz, "foi uma boa vitória". "Agora vamos com tudo para ganhar em casa, com o apoio dos nossos adeptos. Vencer fora é sempre importante", disse o treinador.
O resumo da vitória benfiquista está disponível no Site Oficial.

4
Ficámos muito perto de chegar às meias-finais da Super Globo de andebol, claudicando perto do final do jogo na partida derradeira da fase preliminar, ante o Al Ahly, do Egito (28-29), naquela que foi uma presença histórica de um clube português na competição mundial de clubes.
Chema Rodríguez fez a análise da partida: "Foi um jogo difícil, que se complicou com o passar dos minutos, com as lesões, exclusões e expulsões. O ambiente era desfavorável, estávamos a jogar fora de casa. Apesar de tudo, a equipa fez um bom trabalho, tivemos a possibilidade de passar às semifinais no último remate, mas não conseguimos marcar e ficámos fora das meias-finais. Os atletas trabalharam muito bem, fizeram um esforço muito grande, mas ficámos sem a recompensa."
Pode ver o resumo do jogo no Site Oficial.

5
A nossa equipa de basquetebol joga hoje, na Luz, com a Ovarense. A bola ao ar está agendada para as 18h00."

BI: Vlog - Caldas...

Continuar invicto na Invicta | FC Porto x SL Benfica


"A Antevisão: Águias E Dragões Prometem Um Clássico Escaldante E Com Muita Emoção

O SL Benfica vai entrar mais logo no Estádio do Dragão para defrontar o FC Porto, sem saber ainda o sabor amargo da derrota esta temporada. E nada mais irónico do que visitar a Cidade Invicta nessa condição.
Os encarnados lideram o campeonato com mais três pontos que os azuis e brancos, e este duelo promete ser um grande espetáculo de futebol, mas também muito escaldante como já vem sendo hábito. Um clássico tem sempre um desfecho imprevisível e não importa qual das equipas está em melhor forma, pois nem sempre ganha quem vem de uma fase positiva de resultados.
A questão é que desta vez ambos os conjuntos estão a atravessar um bom momento e isso faz com que este jogo possa ser dos mais equilibrados dos últimos anos.
Roger Schmidt tem a sua equipa na máxima força e deverá voltar a apostar no onze habitual, que inclui a presença de David Neres, ele que está totalmente recuperado da lesão que o afastou dos últimos compromissos. As águias voltam assim a ter mais poder de fogo e magia no ataque. Mas a maior dor de cabeça do treinador alemão surge no lado direito da defesa.
Alexander Bah está recuperado do problema gástrico que o afetou na última semana, e já pode ser opção para o lugar que esta época tem discutido taco a taco com Gilberto. Ainda assim, penso que será o brasileiro a alinhar de início, pois prevê-se um jogo muito combativo e nesse sentido Gilberto é um jogador mais raçudo que o dinamarquês.
Schmidt já nos habituou que não muda a sua filosofia de jogo seja qual for o adversário, e o FC Porto não será exceção. Fazer pressão alta poderá ser uma das chaves do sucesso e os dragões não estão habituados a que lhes façam isso na sua própria casa.
Do lado do FC Porto, Sérgio Conceição tem uma baixa de peso no centro da defesa. Pepe lesionou-se com alguma gravidade e não vai poder dar o seu contributo à equipa nas próximas semanas. O técnico dos dragões sabe da importância e da experiência que o internacional português tem neste tipo de jogos, mas confia nas alternativas que tem à disposição.
Há ainda as dúvidas sobre a utilização de João Mário e Galeno, que só irão ficar dissipadas momentos antes do início do desafio. Os dragões irão entrar com tudo, ou não estivessem a jogar em casa, e o próprio ADN do clube assim o obriga. No entanto, Sérgio Conceição vai ter todas as cautelas, pois sabe que do outro lado estará uma equipa que também já possui uma identidade própria e que ainda não perdeu.
A rivalidade entre SL Benfica e FC Porto já tem muita história, mas acentuou-se e muito a partir dos anos 80, altura em que Pinto da Costa subiu pela primeira vez à presidência do clube portista. Daí para cá, os dois emblemas são os que mais campeonatos nacionais têm conquistado e as picardias entre eles fora de campo são uma constante.
Embora esta partida não decida nada para já em termos de classificação final, logo à noite vão estar frente a frente as duas melhores equipas da Primeira Liga até ao momento. Por isso, que role a bola e comece o espetáculo. O árbitro do encontro será João Pinheiro, da Associação de Futebol de Braga.

10 Dados Rápidos
1. FC Porto e SL Benfica já se defrontaram 250 vezes em todas as competições. 100 vitórias para os azuis e brancos e 88 triunfos para os encarnados. Registaram-se ainda 62 empates.
2. Na sua casa, os dragões dominam em toda a linha os confrontos frente à formação da Luz. Dos 116 encontros já disputados na Cidade Invicta, 69 vitórias e apenas 17 derrotas.
3. A maior vitória caseira do FC Porto frente ao SL Benfica aconteceu na época 1932/1933, no extinto Campeonato de Portugal. 8-0 foi o resultado.
4. O maior triunfo das águias na casa portista foi de 0-3 e verificou-se em duas ocasiões. Na Taça de Portugal de 1973/1974 e na temporada seguinte para o campeonato.
5. O FC Porto marcou 365 golos na história dos clássicos entre os dois clubes. Já os encarnados marcaram mais 20 que os azuis e brancos.
6. O score mais frequente na casa dos azuis e brancos entre dragões e águias é de 2-1 e 1-1. Aconteceu por 16 vezes em cada um dos resultados.
7. O SL Benfica só ganhou um dos últimos cinco jogos em todas as provas. O FC Porto vem de uma série de cinco triunfos consecutivos.
8. A formação comandada por Roger Schmidt é a única do campeonato que ainda não perdeu nas nove partidas já realizadas. Oito vitórias e um empate.
9. O conjunto encarnado tem o segundo melhor ataque do campeonato, com 23 golos marcados. Os dragões surgem logo a seguir com 22.
10. Gonçalo Ramos e Mehdi Taremi são os melhores marcadores de SL Benfica e FC Porto respetivamente.

Jogadores A Ter Em Conta
Mehdi Taremi (FC Porto) – O avançado iraniano, eleito esta semana jogador do mês de Setembro da Primeira Liga, é, neste momento, o melhor elemento do conjunto orientado por Sérgio Conceição. Numa época em que tem sido muito criticado por simular grandes penalidades, o número nove dos dragões tem sabido responder dentro de campo a essas críticas, com golos e assistências para os seus companheiros. A passar uma fase menos boa da sua vida pessoal devido a problemas sociais no seu país, Taremi tem tido uma total entrega ao jogo e opta apenas por não se manifestar na hora de festejar os tentos da sua equipa.

João Mário (SL Benfica) – Quem o viu e quem o vê. João Mário voltou às boas exibições que mostrou durante várias temporadas ao serviço do Sporting CP. O médio internacional português é agora um jogador mais solto neste sistema tático de Roger Schmidt, podendo fazer várias posições, o que não acontecia nos tempos da segunda passagem de Jorge Jesus pelo SL Benfica, onde atuava mais fixo na direita. É o pêndulo do meio-campo encarnado e é dos únicos jogadores que consegue pausar e pensar o jogo, além de ter agora muito mais participação nos movimentos ofensivos da equipa, e não é por acaso que já leva seis golos marcados e sete assistências em 17 jogos.

XI´S Prováveis
FC Porto: Diogo Costa; Rodrigo Conceição, David Carmo, Fábio Cardoso e Zaidu; Matheus Uribe, Stephen Eustáquio e Otávio; Pepê, Taremi e Evanilson
Treinador: Sérgio Conceição

«O SL Benfica tem uma equipa que me parece completa, que interpreta bem todos os momentos de jogo, que reage bem à perda de bola e que tem capacidade para chegar ao último terço e criar situações para finalizar. Individualmente é uma equipa recheada de bons valores, tal como nós, por isso espero um jogo equilibrado, um clássico, onde vão estar as duas melhores equipas, até por causa da classificação. Acho que tem tudo para ser um grande jogo, em termos estéticos poderá, aqui ou acolá, haver momentos de menor beleza, mas espero um jogo de Champions, de grande nível».

SL Benfica:
Vlachodimos; Gilberto, Otamendi, António Silva e Grimaldo; Florentino, Enzo Fernández e João Mário; Rafa, David Neres e Gonçalo Ramos
Treinador: Roger Schmidt

«É o primeiro contra o segundo, sexta-feira, estádio cheio. As duas equipas querem ser campeãs, são concorrentes diretos, estamos ansiosos, bem preparados e prontos para lutar pelos três pontos. Estar três pontos à frente é melhor, e quando duas equipas assim se defrontam pode significar seis pontos de diferença, é uma oportunidade de melhorarmos o lugar na Liga, mas esta é a décima jornada, por isso não é decisivo. Queremos focar-nos, aparecer, fazer um bom jogo e ganhar. Para eles, a jogar em casa com três pontos a menos talvez tenham um pouco mais de pressão, mas o que conta são os 90 minutos no campo».

Previsão De Resultado:
FC Porto 2-2 SL Benfica"

A Verdade do Tadeia #676 - O que esperamos do clássico

Para chegar ao topo, é preciso começar cedo


"João Pinheiro desde cedo se destacou e já em 2017 "espalhava magia" nos relvados portugueses."

Taremi já sabe com o que contar


"Com João Pinheiro no apito é fácil. É só cair.
O ano passado em Guimarães transformou duas simulações em 2 penáltis. Poucos meses depois, é nomeado para o Clássico."

A reboque...


"As instituições que tutelam o futebol português e os seus agentes necessitam de andar a reboque dos adeptos do Benfica para começarem a tomar medidas.
Após as já mais que ventiladas ameaças e coação praticadas em direto, numa rede social, por Vítor Catão, foi necessário que o conhecido adepto do SL Benfica, Mauro Xavier, fizesse uma denúncia ao Ministério Público - note-se que não foi uma denúncia anónima - para que a APAF viesse a terreiro fazer o mesmo na defesa um associado seu, no caso João Pinheiro, o árbitro do jogo FC Porto-SL Benfica de mais logo."

Grande estouro no canal dos ALERTAS 🔴

Bernardo Silva é o melhor jogador português da actualidade


"Se elaborasse uma lista com as práticas mais recorrentes e imbecis associadas ao futebol, duas brigar-se-iam na luta pelo pódio. Aquela recolha muito pertinente das imagens dos golos do novo defesa-central do Villa Athletic Club. – escolhi um clube ao calhas, não se exaltem –, porque é de conhecimento geral que os golos são requisito basilar na avaliação a um homenzinho que passa mais de metade do jogo perto da baliza contrária; e aquela frase que torce, mastiga, corrói e inflama cada nervo do meu corpo: “é um bom médio, mas falta-lhe golo”. ‘Pá, companheiros, por este andar, não há-de estar muito longe o dia em que começam a lavar os dentes com um cotonete.
Lá porque, em 2014, no acampamento do MEO Sudoeste, foi assim que o teu amigo safou o mau hálito, continua a ser pouco inteligente pegares nessa referência para avaliares cotonetes. No futebol é igual. A gente sabe que é porreiro gritar golo, a gente também sabe que o golo é o objectivo da poda, mas por muito que a linguagem técnica vos atrapalhe, há que entender a especificidade das tarefas atribuídas pelo treinador aos jogadores dentro de um bicho-papão chamado sistema de jogo. “Ui, ai, sistema de jogo. A nova vaga de comentadores adora utilizar linguagem complexa. Assim, até fazem parecer que estão por dentro do assunto”.
Imaginem… (sorrio enquanto baixo a cabeça, como quem pensa: epá). Eu sei que o futebol é o ópio do povo, logo, normalmente, falamos para as grandes massas. Compreendo-o. Agora, sem brincadeiras: Que raio de nome querem que se dê a algo que já tem um nome? Vou transformar sistema de jogo em quê? Troco o termo? Chamo-lhe arroz de abóbora? Não lhe chamo? Que seja arroz de abóbora, desisto.
Há que entender a especificidade das tarefas atribuídas pelo treinador aos jogadores dentro de um arroz de abóbora.
Suponhamos que o Van Dijk chega ao Benfica após ter estado a jogar no arroz de abóbora do treinador Zé e que o treinador Zé trabalha num arroz de abóbora de cariz ultra-defensivo, no qual é concedida pouca liberdade de progressão aos defesas-centrais – liberdade de progressão está ok, certo?
Suponhamos, também, que a equipa do treinador Zé se defende num bloco baixo e que, por norma, chega à baliza adversária através de contra-ataques. O Van Dijk vai lá acima nas bolas paradas, mas, de resto, nem costuma pisar o meio-campo ofensivo.
Suponhamos que o Bernardo Silva chega ao FC Porto após ter estado a jogar no arroz de abóbora do treinador Manel e que o treinador Manel trabalha num arroz de abóbora de cariz ultra-ofensivo, no qual os médios interiores, por vezes, batem com a linha defensiva contrária, andando pelas meias direita e esquerda do ataque, aproximam-se dos extremos ou dos laterais, um desses sempre projectado para combinar, e surgem em zonas de finalização.
O Bernardo Silva passa longos períodos no último terço, contudo, há milhentas tomadas de decisão do Bernardo Silva dentro de um arroz de abóbora talhado para oferecer as melhores condições possíveis no momento da finalização, o que pressupõe ter paciência na circulação, não rematar de qualquer lado, lidar com espaços curtíssimos sem perder a bola, tentando ganhar vantagens, movimentar-se com e sem bola para abrir espaços para ele ou para os outros invadirem. Isto tudo perante opositores que se fecham com os 11, que aglomeram equipas inteiras atrás com o intuito de dificultar cada processo.
Claro que o treinador Manel não se irá queixar se o Bernardo Silva fizer uns golitos, mas essa estará longe de ser a métrica crucial na hora de avaliar a performance do seu jogador.
O mesmo, por motivos diferentes, irá suceder com o treinador Zé na hora de avaliar a performance do Van Dijk. Nestes casos, marcar golos será um bónus, dada a imensidão de funções elegíveis.
Portanto, se queres condenar um médio como o Bernardo Silva porque lhe falta golo, começa mesmo a limpar os ouvidos com escovas-de-dentes e a lavar os dentes com cotonetes, para que compreendas o significado de especificidade.
Estes foram os meus cinquenta cêntimos na busca inglória de respostas sobre o bizarro eclipse de Bernardo Silva sempre que se ordenam os melhores do mundo naquela patética gala. O Bernardo Silva não só é o melhor jogador português há já algum tempo, como, na temporada transacta, foi um dos melhores do mundo. E assume esse estatuto porque executa com nota muito elevada todas as tarefas descritas acima. Assume com constância, enquadrado num arroz de abóbora do qual é protagonista, tendo já assumido vários papéis. O de médio mais recuado, o de médio interior, o de falso extremo, o de falso 9 (!), somente na Liga Inglesa, que não tem o gabarito de uma Liga Portuguesa, por onde passou ao lado de uma bonita carreira de lateral, mas que nem está mal cotada ao nível da qualidade individual."

Ronaldo não está a saber envelhecer com dignidade


"Para não ir mais atrás, aos tempos da Juventus, o craque português decidiu que não queria fazer a pré-época com o Manchester United na convicção de que surgiria um grande clube interessado nele, e que estivesse na Liga dos Campeões.

A novela já tem uns meses, mas ontem ganhou outros contornos de dramatismo. A antiga estrela principal do elenco não aceita que a vida não pára e fez mais uma birrinha, desta vez faltando ao respeito aos colegas, ao treinador e aos adeptos. Cristiano Ronaldo, o melhor marcador da história das seleções e várias vezes considerado o melhor jogador do mundo, não aceita o passar dos anos e está a desfazer a imagem que tanto lhe custou a construir: de um atleta exemplar, o primeiro que chegava aos treinos e o último a sair. Aquele que era um chato quando convidava os amigos para jantar em casa e só lhes dava comida saudável, além de bebidas sem álcool, como já o disseram vários amigos que com ele partilharam os balneários dos diferentes clubes que representou.
Para não ir mais atrás, aos tempos da Juventus, o craque português decidiu que não queria fazer a pré-época com o Manchester United na convicção de que surgiria um grande clube interessado nele, e que estivesse na Liga dos Campeões. Não só não apareceu, como se soube que foram vários os treinadores que recusaram a sua contratação.
Apesar dessa birra – que acabou por prejudicar o seu atual desempenho – Ronaldo não mostrou em quase nenhum jogo deste ano que merece ser titular indiscutível no Manchester United e na própria seleção, onde num dos jogos fez com que Portugal jogasse com menos um, tal a sua apatia. É certo que levanta muito os braços a protestar com os colegas, mas devia era protestar consigo próprio. Com a atitude no jogo do Tottenham, em que quando percebeu que não ia ser utilizado, ao minuto 87, foi para os balneários sem esperar pelo apito final, Ronaldo provou que não está a saber envelhecer com dignidade, manchando uma brilhante carreira, em que deu tantas alegrias aos portugueses.
Ontem, a imprensa especializada dava conta de que Ronaldo foi afastado da equipa e que se treinará à parte dos restantes colegas, isto a um mês do início do Campeonato do Mundo. No crepúsculo da sua carreira, Ronaldo devia ser melhor aconselhado, pois não faz qualquer sentido sair pela porta das traseiras, quando o devia fazer pela porta grande e em ombros – jogando 45 minutos, 10 ou 90.

P. S. O castigo agora aplicado ao craque português até pode jogar a seu favor para o Campeonato do Mundo, já que dificilmente se lesionará e poderá preparar-se para estar na melhor forma para a prova mais importante do mundo do futebol. Ironias da vida..."

21 de Outubro


Antevisão...

Vitória na Finlândia...

Levoranta 1 - 3 Benfica
21-25, 25-21, 22-25, 17-25


Regresso à Finlândia, com nova vitória, numa partida parecida com a do ano passado!
Muita luta dos homens da casa, nos primeiros Set's, mas com o decorrer do jogo, com o cansaço a aparecer, o Benfica conseguiu superiorizar-se...

Muito importante a remontada no 1.º Set, com o Westermann e o Nikula!!!

Apesar de alguns momentos, a equipa, este ano, ainda não me convenceu... a idade começa a pesar nas pernas dos nossos veteranos!

2.ª mão, na Luz, para a semana, só temos que vencer dois Set's e voltaremos à fase de grupos da Champions!

Critérios absurdos!!!

Al Ahly 29 - 28 Benfica
(12-13)

Jogo decidido pelo critério da arbitragem! 10 exclusões: foram 20 minutos em inferioridade numérica (metade para o Al Ahly), com 2 expulsões pelo meio... e ainda a lesão do Grigoras! 10, Livres de 7 metros, para o adversário, contra 3 para nós!!!
Numa competição onde o Benfica foi obrigado a jogar 2 jogos em 2 dias, quando os Egípcios tiveram 1 dia de descanso pelo meio!
Somando ainda o 'estilo' de jogo conhecido dos Egípcios! Parecia que estávamos a jogar contra 7 'Taremis'! Sempre a simular faltas, sempre a chorar, sempre a fazer faltas não assinaladas, sempre a protestar... e os árbitros, nada!!!

É pena, que depois de todo este esforço, sejam terceiros a decidir as partidas!

Preparar com tempo o jogo de estreia nas competições europeias...

BI: Antevisão...

Queixinhas!


"SL Benfica, FC Porto, Sporting CP e SC Braga foram controlados em testes anti doping pela ADoP. Só um deles se veio "chorou" até agora..."

Chateado?!


"Há pois é... Já só falta tirarem o VAR da Cidade do Futebol e colocarem um árbitro estrangeiro 😏 


5 em 6 !!!

Números...


"Os números da vergonha. Os números de um jogo inquinado à partida, de há 30 anos para cá. Os números de um jogo que é uma farsa e que serve apenas para nos gozar e rebaixar. Os números de um jogo que não é jogo. Os números que factualmente nos dizem que, naquele Estádio, o futebol praticado é a última das variáveis a decidir resultados. Um nojo!"

Grande estouro no canal dos ALERTAS 🔴




"Mauro Xavier apresentou uma denúncia ao Ministério Público a propósito do vídeo de Vítor Catão, que em direto, numa rede social, alegadamente coagiu o árbitro do FC Porto vs SL Benfica.
Mauro Xavier explicou num canal de televisão que o fez por sentir que mais ninguém o fez e até estranhou o facto de a APAF não ter vindo ainda fazer a defesa do árbitro depois destas, alegadas, ameaças ao pai e aos filhos de João Pinheiro.
Carrega Mauro Xavier 🔴⚪🦅
#LigaPortugalbwin #LigadaFarsa #40anosdisto"

Ponham-se no lugar do árbitro!


"Ponham-se no lugar de um árbitro. Amanhã apitam um dos jogos mais importantes da vossa carreira. Na véspera, um adepto de uma das equipas usa as redes sociais para ameaçar publicamente a vossa família, incluindo os vossos filhos. Conseguem ignorar isso e fazer o vosso trabalho?
Há um padrão. Estas coisas continuam a acontecer e não vemos reação das entidades que deviam governar o futebol. Mais tarde nascerá uma campanha de comunicação assente em generalidades, mas, quando é preciso atacar situações concretas, assobia-se para o lado. Até quando?"

Ameaças...


"Vitor Catão, vassalo do FC Porto, ameaça claramente o árbitro escolhido para o clássico de amanhã, falando dos filhos dele, do pai e do negócio de família do árbitro para o condicionar. Diz mesmo para o árbitro “olhar pela vida deles”.
Isto é absolutamente inacreditável. O nosso país é uma anedota. Não há uma entidade que se insurja e que mande prender estes ventríloquos ao serviço de movimentos obscuros.
Até quando? Até matarem alguém?"

Não se passa nada!!!


"O seu pai tem uma fábrica de tabaco, o senhor tem os seus filhos..."
Este sujeito acaba de fazer um direto a coagir o árbitro do encontro FC Porto vs SL Benfica.
Autoridade acordadas ainda?
#coação #LigadaFarsa #40anosdisto"

Visão: Explica #6 - Bah vs. Gilberto...

Visão: Sinal #8 - Antevisão...

Águia: Diário...

Benfica Podcast #462 - Paris-Caldas-Dragão

Terceiro Anel: Taça...

BI: Rescaldo, Barcelona-Benfica...

Tentar voltar a memórias gloriosas | SL Benfica


"O que esperar do SL Benfica na UEFA Futsal Champions League?

Para os mais distraídos, a Liga dos Campeões do Futsal regressa no dia 25 deste mês e a expetativa é grande para perceber o que os dois representantes portugueses poderão fazer na prova. Olhemos para o que se pode esperar de um deles, o SL Benfica.
Em comparação com Sporting CP e FC Barcelona as chances de conquista não são tão altas, mas ainda assim elas existem, mesmo que em grau menor. Não se pode dizer que a equipa do Benfica entusiasme atualmente, mas esta competição está na wishlist do clube e também dos seus adeptos, desejosos de repetir o sucesso de 2010. De modo a poder lutar pela Liga dos Campeões, o Benfica investiu 400 mil euros em transferências, o que no Futsal é um valor alto, nas contratações de Diego Nunes e Higor de Souza, a juntar ao regresso de Bruno Coelho e a aquisição de Léo Gugiel.
Os encarnados procurarão a sorte que não tem tido dentro de portas, onde tem sido superado pelo Sporting com alguma regularidade, já nesta época até por uma vez. Dos três jogos da equipa da Luz esta época, dois foram contra o Sporting CP (dois empates – com derrota nos penáltis na Supertaça) e um contra o Leões Porto Salvo (vitória mínima por 1-2). Os sinais para já não são de confiança, e não se observa sequer uma galvanização da massa adepta como ao nível de outras modalidades do clube. Apesar disso, o Benfica continua a ser uma equipa com um grande estatuto e tem o talento individual para ‘bater o pé’ a qualquer equipa. De relembrar que na época transata as águias ficaram em terceiro na competição e nas semifinais chegaram a estar a vencer o FC Barcelona por um confortável 3-0, até tudo se desmoronar numa miserável segunda parte.
Neste momento, ainda há que ultrapassar a ronda principal antes de chegar à Ronda de Elite e consequentemente Final Four, e os adversários no caminho dos portugueses são o Haladás, United Galati e Uragan Ivano-Frankovsk. Estes jogos irão decorrer num espaço de quatro dias (25-28) e são de importância máxima. Antes destes, o vice-campeão nacional terá pela frente CR Candoso e Futsal Azeméis, em jogos que serão cruciais para ganhar confiança e poder embalar a equipa para os jogos desta ronda inicial.
O que é certo é que quando chegarem os jogos de concentração e atitude máxima, só um Benfica de alto nível é que será capaz de os vencer. Tudo menos que isso trará mais um ano de dissabores.
Há mais qualidade que na época passada e a esperança de voltar a sorrir na Europa. Existe a qualidade, mas depois tudo dependerá da abordagem tática e como a equipa reage em momentos de alta pressão. São candidatos."

Aconteceu Taça, mas não só


"E de repente, quando uma série de equipas da primeira liga são eliminadas por outras tantas do terceiro escalão, vamos em busca das razões que o explicam. Duas são rapidamente apontadas: a perda de capacidade de investimento dos emblemas do principal campeonato ao longo dos últimos anos e a qualidade acrescida com que se trabalha hoje nas divisões inferiores. E se a última é verdadeira, com claro aumento de competitividade também garantido pelo modelo de sucesso que tem sido a Liga 3, a primeira é não só profundamente discutível (e até falsa, quanto aos primeiros da tabela) como só por manifesta falta de pudor pode ser invocada – como bem reconheceu Rúben Amorim após a humilhante derrota com o Varzim –, já que não há um mínimo de comparação possível entre a qualidade individual disponível (até no banco!) de Sporting, Boavista, Chaves, Paços de Ferreira, Portimonense, Santa Clara ou Marítimo e qualquer dos opositores que defrontaram e com quem perderam. Naturalmente, cada jogo é um jogo e toda a generalização é perigosa, mas há um traço essencial que não pode ser ignorado. E tem sido. Falo da qualidade de jogo, o elefante no meio da sala que não se discute, seja por facilitismo ou ignorância.
O caminho mais fácil é sempre o do mensurável e por isso o debate sobre a evolução do jogo – em Portugal mas não só - tem sido lançado em redor de dois temas: a participação do VAR e, mais recentemente, o tempo útil de jogo. Sempre o que se pode medir, sejam os centímetros do fora de jogo ou os minutos de tempo perdido. O VAR, que ainda acredito ter mais virtudes que problemas, nasceu para proteger uma classe – a dos árbitros – mas enrolou-os num emaranhado em que até os especialistas divergem permanentemente, com atualizações de interpretações que transformaram a análise de uma mão na bola ou bola na mão numa tese de doutoramento. Quantos de nós hoje sabem, efetivamente, se deve ser marcado penalti quando um defesa é simplesmente atingido pela bola num dos membros superiores? E é diferente se for no avançado? Ou nesse caso mantém-se o absurdo de ser sempre falta, mesmo perante um toque totalmente inadvertido e inevitável? Às vezes é preciso lembrar que boa parte do sucesso de futebol se deveu à simplicidade das suas leis, que qualquer criança pode aprender a partir dos 4 anos. Além de que o mais importante do jogo não é cada decisão do árbitro, mas o que acontece entre elas, o jogo ele mesmo. Do mesmo modo, o tempo útil – que faz sentido discutir – só é útil de facto se as equipas quiserem jogar, seja antes ou após os 90 minutos. Muitas vezes a qualidade é tão má que só há compensações de tempo… inútil.
Toni Kroos, que responde como joga, com inteligência acima da média, respondeu há dias a um questionário publicado pelo El País, a propósito do futuro do jogo “Se penso nos próximos 10, 15 anos, vejo-os com preocupação. Os clubes estão em busca de jogadores de outro perfil. Perguntam: É veloz? É grande? É forte? E só depois perguntam: sabe tocar na bola?”. O problema é o mesmo: a quantidade, o que se pode medir e transformar em gráficos, tem anulado o debate sobre a qualidade. Ou a falta dela. Não se avança sem discutir mais o jogo, os modelos táticos e sobretudo as intenções. Quem não valoriza um futebol positivo, de iniciativa, não pode aplicá-lo sem mais, só porque naquele dia dava jeito. Quantas equipas em Portugal apostam verdadeiramente no processo ofensivo e quantas demonstram qualidade efetiva nos momentos com bola? Os quatro mais ricos, claro, mesmo se com variantes óbvias - e mau seria que assim não fosse, tal a superioridade de argumentos - e quantos mais? Alguma coisa no Estoril, no Chaves, ainda no Vizela, embora menos audaz que antes. E o resto? A esmagadora maioria organiza-se atrás e sai rápido para o contra-ataque. A competência no processo defensivo é naturalmente diversa, nalguns casos até muito elogiável, mas o perfil de jogo repete-se. Um dia há Taça e é o adversário que se organiza atrás para sair rápido. E aí as respostas treinadas não respondem às novas perguntas que o jogo coloca. Some-se a isso alguma rotação de jogadores (mais homens com menos ritmo) e um natural relaxamento frente aos teoricamente mais frágeis e acontece taça, como se diz desde que me lembro. Não se negue nesses momentos o mérito dos “pequenos”, que por uma vez ganham, mas anote-se o ainda maior demérito das equipas “maiores”, que inesperadamente perdem. Foram oito, só desta vez. Dá que pensar."

A autossabotagem de Cristiano Ronaldo


"O profissionalismo sempre foi uma das maiores e mais louváveis virtudes da gloriosa carreira de Cristiano Ronaldo. Imaculável durante mais de 20 anos, agora é constantemente colocada em xeque... pelo próprio.
Os episódios de falta de respeito no Manchester United têm sido recorrentes. Dentro e fora de campo. Não consegue lidar com a rejeição, um sabor amargo que, na verdade, começou a ser sentido ainda no mercado de transferências.
Foi oferecido aqui e ali, mas bateu de frente com várias portas fechadas. Ora por motivos financeiros, ora por questões táticas e de bastidores. O primeiro impacto de tamanha reprovação foi notado nas redes sociais, com publicações disparatadas e sem sentido.
Prometeu uma entrevista para explicar a "sua verdade" de todos os fatos. Por enquanto, e já estamos quase no meio da temporada, optou pela (respeitável) lei do silêncio. Ninguém é obrigado a falar, nem mesmo depois de ter anunciado que o faria.
Distante do melhor nível mental, técnico e físico, também porque praticamente não teve pré-temporada, passou a conviver com um lugar até então desconhecido: o banco de reservas. Uma cadeira espinhosa, nada confortável, especialmente para um dos maiores de todos os tempos.
Sem qualquer tipo de zelo ou receios, comprou de vez uma "briga" pública com Erik ten Hag, que claramente tem apoio total dos dirigentes. Faz questão de promover praticamente toda e qualquer insatisfação: ser suplente, ser substituído e ser ignorado.
Outrora de outro planeta, uma máquina indestrutível e invejável, está agora a provar, talvez, o papel de reles mortal. A frustração é um prato que se come de frente, não de costas."

No futebol, as mulheres ainda não devem ganhar o mesmo que os homens


"Vem esta conversa a propósito de uma discussão recorrente de que as mulheres futebolistas devem ganhar o mesmo que os homens – algo que defendo nos países onde geram tantas receitas como os homens. Mas, em Portugal, por exemplo, isso faz algum sentido? Claro que não, pois o campeonato feminino apenas tem quatro equipas profissionais, que geram uma parte ínfima das receitas dos homens.

O futebol feminino é uma realidade e de ano para ano surgem mais jogadoras, havendo países, sem tradição futebolística, onde as mulheres têm tanto ou mais sucesso que os homens. Mas, convenhamos, isso são exceções e as mulheres estão ainda a uma grande distância dos homens, no que diz respeito à qualidade de jogo, e ao interesse que despertam.
Acredito que no futuro essa margem vá diminuindo, mas nunca chegando ao nível dos homens. E por uma razão muito simples: o físico. É assim em todos os desportos mais musculados, pois nenhuma mulher, por exemplo, consegue levantar os quilos que um homem consegue no halterofilismo.
Vem esta conversa a propósito de uma discussão recorrente de que as mulheres futebolistas devem ganhar o mesmo que os homens – algo que defendo nos países onde geram tantas receitas como os homens. Mas, em Portugal, por exemplo, isso faz algum sentido? Claro que não, pois o campeonato feminino apenas tem quatro equipas profissionais, que geram uma parte ínfima das receitas dos homens.
Quando conseguirem encher estádios, atrair publicidade igual, então que se fale na igualdade de ordenados.
Nos tempos que correm assistimos a um histerismo em que se quer a igualdade em tudo, independentemente do mérito.
E não consigo perceber como há tanta gente que vai atrás destes novos inquisidores, que tudo fazem para destruir as diferenças entre as pessoas. Não tem nada a ver se uns são melhores ou piores, mas sim que são diferentes. Um asiático tem uma cultura diferente de um europeu ou de um africano e por aí fora. São tantos os campos em que sentem as coisas de forma diferente, que não entendo esta política de igualização.
Também as mulheres são diferentes, felizmente, dos homens e devem lutar pelos seus direitos, mas no mundo do espetáculo quem toca guitarra é que vai à frente. A propósito, Madonna e Taylor Swiff não são dos cantores que mais ganham com as digressões? Por ganharem mais vão exigir ganhar menos para estarem mais equiparadas aos homens? A estupidez dos novos inquisidores é assustadora.

P. S. Que as mulheres ainda são menorizadas em relação aos homens em muitas profissões é um facto – que deve ser combatido com todas as forças. Mas não comparem alhos com bugalhos."

Marquês mas não dinamarquês


"Guatemalteco não é um título, mas o primeiro guarda-redes do Barcelona. Orgulhava-se de o ser tanto como ser marquês.

Se tivesse tido a desdita de me plantarem um nome como o de Juan de Urruela y Morales Palomo de Ribera y Valenzuela não sabia o que fazer com ele. Ou, pelo menos, sabia que o melhor era dizê-lo o menos vezes que fosse possível e pedir aos amigos que me tratassem só por Juan (ou por tu) e esquecessem o resto. Claro que um sujeito cujo nome ocupa quase metade da lista telefónica não aparece na face da Terra por geração espontânea. O bisavô do mamífero era uma figura com o aplomb de um Grande de Espanha, terratenente em Retes de Llanteno, Álava, uma das três províncias que compõem o País Basco, e que foi acrescentar mais umas moedas de ouro à sua fortuna na América Central.
No geral a gente fina torce o nariz a jogadores de futebol e atribui-lhes a categoria de parolos ou de broncos e olha para eles por cima do ombro como para se jogar a bola, bem ou mal, fosse obrigatório ter nascido numa favela ou num bairro de barracas. Pois, contra tal preconceito, aviso desde já que fui investigar a árvore genealógica de Juan de Urruela y Morales Palomo de Ribera y Valenzuela e, depois de não ter percebido nada de jeito, fiquei a saber que é antepassado de uma senhora chamada Ágatha Ruiz de la Prada y Sentmenat, muito considerada no meio da alta costura, confessando eu aqui a minha total ignorância entre o que distingue a alta da baixa costura (será a algibeira-alta e a algibeira-baixa?). No fundo, limitei-me a confirmar que Juan, acho que ele próprio gostaria que o tratasse assim (não é, pá?), era rico e gostava à brava de futebol, de tal maneira que até foi à baliza no primeiro jogo da história do Barcelona (o gajo tinha dinheiro, até podia ser o dono da bola, se foi para a baliza foi porque quis, ou não?), disputado no dia 8 de Dezembro de 1899 no Velódromo de la Bona Nova, frente a uma seleção da colónia inglesa de Barcelona. Os ingleses jogavam melhor, pois então, pelo menos sabiam as regras mais básicas já que inventaram o jogo, e ganharam por 1-0. Mas o herói do confronto foi Juan. No La Vanguardia, o jornalista destacado para cobrir o acontecimento, nessa altura sem nada de sensacional – se calhar até mandaram um estagiário – publicou com o devido destaque: «No puedo terminar sin hacer especial mención de un punto disputadísimo que salvó el “goal-keeper” del Barcelona Club, señor Urruela, quien fue saludado con un aplauso por parte de los asistentes, entusiasmados ante la vehemencia con que fue defendida la entrada de la pelota».
Já não era Juan para aqui e para ali: era señor Urruela. Ou seja, o primeiro guarda-redes do Barcelona não era apenas um fidalgo como era guatemalteco - nasceu na Cidade da Guatemala no dia 29 de janeiro de 1881. E mais ainda: era marquês! Ou melhor, cada coisa a seu tempo. Ainda vestiu a camisola do Barça em mais três partidas, nos dias 24 e 26 de Dezembro, contra o Catalá primeiro, numa vitória por 3-1, e de novo contra os ingleses de Barcelona, desta vez numa desforra por 2-1. Não consegui saber o motivo que levou Juan a jogar no meio-campo em vez de à baliza, como na estreia. Talvez tenha achado que não era muito divertido estar ali sozinho, debaixo de uma trave e no meio de dois postes, à espera que o diabo dos ingleses viessem por aí abaixo dar-lhe cabo da pachorra, obrigando-o a defesas de estalo como a descrita pelo jornalista do Vanguardia. Seja como fôr, o Barcelona parece ter ganho algo com a elegância com que o aristocrata vindo lá dessa encantadora Guatemala que se espalha em florestas magníficas e tem uma daquelas cidades que fazem parte do currículo básico dos grandes viajantes, Antigua, pérola do departamento de Sacatepéquez, se apresentou no domínio da bola e dos tempos do jogo. Juan era um señor. E foi também um señor no dia 6 de Janeiro de 1900 quando regressou à baliza para sofrer os três golos da maldita colónia inglesa que parecia ter gosto em apepinar os seus vizinhos barceloneses.
Dezasseis anos depois, Afonso XII, o rei que gostava de futebol, devolveu a Juan de Urruela y Morales Palomo de Ribera y Valenzuela o título de marquês de San Román de Ayala, recompensando por entreposto antepassado um título que fora extirpado a Domingo de Retes y Largacha. Nessa altura já o nosso Juan (a este ponto, de tanto falar no bicho, começo a abusar de uma certa intimidade, perdoem-me o excesso) tinha deixado o futebol de vez. Tornara-se, com o tempo e com as distinções de que fora alvo, um finório, se entendem o que quero dizer. Andar a raspar joelhos em campos de terra batida era muito plebeu e os seus amigos mais próximos deixaram bem clara a sua posição sobre a matéria. Tinha um orgulho muito íntimo do gesto que o rei tivera para com ele e todas as imagens que se lhe conhecem entretanto mostram-no em traje de luces e não de calções e botas de travessas. Ser guatemalteco também lhe agradava de sobremaneira. Dava um toque exótico à sua figura janota. Embora não fosse, como sabemos, um título. Nada de confusões, como as do personagem do Assis Pacheco, um filho que perguntava ao pai: «Quem é que vale mais? Um marquês ou um dinamarquês?»."

20 de Outubro