Últimas indefectivações

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Para quando um VAR auditado?


"No primeiro lance, a bola já não está no relvado, encontra-se no ar, em deslocação. Um frame à frente foi o que bastou para anularem este golo ao Darwin, no Dragão, por apenas 4 centímetros.
No segundo lance, o Pepe ainda nem tocou na bola. Escolheram convenientemente um frame atrás para validar, por 7 centímetros, um golo ao FC Porto. É disto que o VAR é feito.
É assim que se manipulam resultados.
#ligadafarsa"

Linhas!


"No mesmo Estádio. 4cm fora de jogo quando é a favor do adversário. 7cm em jogo a favor do Calor da Noite.
Tirem as vossas conclusões. Está tudo demasiado à vista.
Rui, não te esqueças de deixar o Domingos Soares Oliveira avançar com a centralização dos direitos televisivos com urgência! Estamos perante uma competição muito justa e verdadeira! Anda, mata-nos de vez!"


A verdade de Porti(r)mão


"É verdade: nada há, ou julgamos haver, de mais instável e movediço do que ela própria, a verdade: todos a buscam, mas cada um a veste à sua moda e a investe das roupagens garridas da sua inegociável subjetividade - ela move-se ao ritmo da girândola dos interesses de cada qual. Aliás, já diziam os latinos que 'todo o pensamento é axiológico', o que, traduzido e proclamado em uniforme de campanha, quer dizer que não há um único pensamento que não tenha a movê-lo uma qualquer espécie de interesse. Eis, amigos, a razão, que é antes uma des-razão, para a imparável engorda da falange do cepticismo: escasseia quem ame a Verdade e por ela paute a sua vida.
E se há campo onde mais sugestivamente a verdade se confunde com o interesse esse é o acanhado e acotovelado mundo do futebol: a estridência exultante e exaltada da patibular reacção ao golo que se urde não rouquidão das uníssonas gargantas determina o valor da verdade que inelutavelmente se esquiva.
Apesar do carácter deslizante da verdade, o homem necessita de dotá-la de um minimum aceptabile, para que, à volta dela, seja possível a organização social assente num suporte ético e, nessa medida, se possa exorcizar a ameaça anómica - uma vida 'sem rei nem roque'. Sim, o homem precisa de dispor de um mínimo de verdade lidável, como meio útil de estabilidade psicossocial - e foi essa verdade, no caso, desportiva, que, no passado fim-de-semana, foi obscena e provocadoramente espezinhada e falseada.
Em tempo de Páscoa, houve amêndoas do Algarve (amêndoas especiais, envoltas em farinha de alfarroba): o Portimonense entrou garbosamente na fortaleza do Dragão com a prévia garantia: já perdemos, antes de jogar. Aquele jogo foi, com efeito, dado por dirigentes, técnico e jogadores antecipadamente como perdido - não contava minimamente para os de Portimão, só contava, e muito, para o Porti(r)mão! O clube algarvio perdeu por falta de comparência, o que à luz dos regulamentos, acarreta derrota por 3-0, mas como insistiram na farsa, acabaram com 7-0 no cabaz.
De facto, se há verdadeiro motivo para nos espantarmos com a longevidade ganhadora do Presidente do FCP ele prende-se com a sua capacidade (leia-se poder informal) para urdir e arregimentar imprevistas cumplicidades, bem para lá da pura lógica da solidariedade geográfica. Até parece que tais cumplicidades capricham em surpreender - elas tecem-se quase sempre por uma lógica do avesso, da improbabilidade: assim, o efeito gerado é mais impressivo e convincente. É o movimento flutuante das alianças conjunturais, movimento que gera intencionalmente uma particular dinâmica de autoafirmação: inviesada, caprichosa e egocêntrica. É o reino do tacticismo e do salamaleque.
Com o inefável Presidente do clube nortenho sempre o mesmo desígnio: obter a referencial genuflexão do oportuno súbdito que, por sua vez e a troco de ilusórios e fugazes benefícios, aceita de boa mente desempenhar o papel de uma luzidia subalternidade, mesmo que tal lhe possa granjear algum tipo de enxovalho público: minimiza-se o enxovalho em troca do enxoval!
O certo é que num país a sério o arranjinho do FCP- Portimonense dava 'cana': a verdade desportiva foi despudoradamente defraudada - um crime. E foram estes os mesmos que, em honra da santa hipocrisia nacional, se levantaram contra o apelidado jogo da vergonha. Que topete!
Naquele jogo ainda foi possível descortinar atenuantes em contraponto com as agravantes de agora: os jogadores da B SAD não puderam jogar, estes não quiseram. Então, só jogaram sete, agora, nenhum. Foi uma equipa e um clube que aceitaram não jogar: caso de polícia.
Investigue-se."

Academias de futebol


"São cada vez mais escassos os chamados mecenas do futebol. Atualmente, os clubes viraram-se para a formação e escolas/academias de futebol. Acolhem jovens futebolistas de todo o mundo, com idades compreendidas entre os 13 e os 20 anos, dando-lhes a oportunidade de viver a sua paixão pelo futebol e de mostrar toda a extensão do seu talento. A abertura de academias requer condições de organização e financeiras, infraestruturas desportivas adequadas, recursos humanos, etc. Em Portugal, existem várias academias. Como qualquer empresa, elas visam o lucro. Assim, consoante a idade do interessado, cobra-se um valor financeiro mensal.
O gosto pelo futebol e as capacidades e os conhecimentos que se podem ter neste campo (futebol), não é inato. No dizer prosaico, “não existe esta coisa do génio”. A formação de um futebolista é um processo de socialização, primeiro no seio da família e depois em instituições especializadas, tais como os centros de formação/academias. A aquisição de competências e a entrada numa carreira profissional exigem, frequentemente, um mínimo de recursos (capital económico e social). A passagem pelas academias, com o seu conjunto de regras e constrangimentos, nem sempre é fácil para os jovens. Já não é a realização individual que se procura, mas o facto de “jogar coletivamente”. Numa determinada equipa, “o todo é maior do que a soma das partes”.
Era interessante que os meios de comunicação social (e não só) se interessassem pelo que se passa neste tipo de academias, a forma como são integrados os jovens oriundos de outros países sem serem da Europa, a sua “exploração comercial”, o seu aproveitamento escolar, as férias, a nutrição, etc."