Últimas indefectivações

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Perdemos com Cabo Verde porque só jogámos com 10! (diria o Lopetegui se fosse português)

"Lopetegui, o Medina Carreira da arbitragem, disse que «não devem ser os árbitros a decidir o campeonato» mas não disse que os árbitros não devem decidir a Taça da Liga.

NO domingo Matic assinou um golo extraordinário na Luz, a fazer lembrar um golo não menos extraordinário que marcou ao Porto quando era jogador do Benfica.
Na véspera do jogo dos sérvios com os portugueses, Matic expressou-se em bom português perante os jornalistas para lhes dizer que acredita que o Benfica vai ser campeão.
Curiosamente, da última vez que Matic falou à imprensa nacional foi também para se atrever a uma previsão arriscada de que se saiu com extraordinário brilhantismo. Lembram-se?
Na semana que antecedeu a visita do Benfica a Alvalade o jogador sérvio não se coibiu de afirmar perentoriamente que Jardel marcaria um golo ao Sporting na casa do Sporting.
Acertou? Acertou em cheio. E não digam, por favor, que esta era fácil.
O nosso desejo é que Matic continue a acertar em todas as suas previsões, umas naturalmente mais extraordinárias do que outras.

NOTÍCIAS fresquinhas, dizem-nos que o Kléber do Estoril está em dúvida para o jogo de sábado no Porto. Dizem-nos que Kléber está «condicionado».
Só pode ser boato.

O Real Madrid é um colosso, é dono de uma equipa mirabolante, tem milhões de adeptos espalhados pelo mundo inteiro mas do Real Madrid, com toda a franqueza e com o devido respeito, a única coisa que me interessa verdadeiramente é o Fábio Coentrão.
Já na última final da Liga dos Campeões, aquela que foi disputada no Estádio da Luz, vi-me a braços com o dilema de por quem torcer se por um lado estava, precisamente, o Real Madrid de Fábio Coentrão estando no outro campo o Atlético de Madrid de Tiago, que não é de somenos.
Mesmo assim devo confessar que torci convictamente pelo Real Madrid enquanto Fábio Coentrão esteve em campo mas assim que o dito Coentrão foi substituído pelo brasileiro Marcelo passei a desejar de todo o coração a vitória da equipa de Tiago, o que não veio a acontecer com grande tristeza minha.
Sou, portanto, Coentrão à parte, alheia às coisas do dia-a-dia do Real Madrid. É lá com eles. No entanto, quase juraria ter passado os olhos recentemente por uma notícia a respeito de um outro jogador do mesmo emblema, Cristiano Ronaldo.
Dizia-se que estava em blackout. Que não prestava declarações à imprensa por estar aborrecido com qualquer coisa que se escrevera a seu respeito e que, entretanto, já esqueci por não me ter parecido assim tão importante ao ponto de a reter.
Tudo isto vem a propósito do jogo de domingo da selecção contra a Sérvia. Tratou-se, em súmula, de um pequeno festival protagonizado por dois ex-jogadores do Benfica – Matic e Fábio Coentrão, por ordem de entrada em cena –, que viria a terminar com a vitória por 2-1 da nossa equipa nacional. Merecidíssima, acrescente-se.
Quero crer que o blackout de Cristiano Ronaldo foi óptimo para a selecção. Deixou-a concentrar-se em si mesma sem barulheiras fúteis a causar distracções.
Muitos parabéns a todos. Não mudem.

OUTRA notícia fresquíssima. Em entrevista ao Porto Canal, Julen Lopetegui, com um ar muito sério, exigiu competência aos árbitros portugueses.
Se não é boato olhem que parece.

NO jogo com o Paraguai, Talisca marcou um golo pela selecção olímpica do Brasil e caiu redondo. O desmaio do jogador do Benfica causou grande alarme no relvado e nas bancadas do Estádio Kléber Andrade, na cidade de Vitória.
Talisca foi prontamente levado ao hospital mais próximo e sujeito a uma catrefada de exames radiológicos e neurológicos que não indiciaram qualquer tipo de lesão.
Talisca chegou ao Benfica no início desta temporada e, sem fazer férias, integrou-se imediatamente nos trabalhos do seu novo emblema. O rendimento de Talisca na equipa do Benfica não é agora tão fulgurante como quando chegou mas é da maior conveniência e justiça contrapor que o jovem jogador brasileiro não goza férias vai para dois anos.
A meia dúzia de minutos que esteve sem dar acordo de si no jogo com o Paraguai foi o único período de descanso, ainda que forçado, gozado por Talisca nos últimos longos tempos. A ver se chega porque precisamos muito de Talisca daqui até fins de Maio.

DE acordo com um matutino da capital, o presidente do FC Porto viu-se obrigado a defender com veemência o seu treinador perante o discurso aguerrido e, principalmente, inconformado do dirigente Antero Henrique consumado que foi o empate com o Nacional na ilha da Madeira.
Outro boato. Isto está imparável.

SE a Natureza prosseguir o seu curso, como lhe cabe por definição, o nome a ser mais falado durante toda a próxima semana será o do árbitro Carlos Xistra, a quem presto já por antecipação toda a minha solidariedade institucional.
Carlos Xistra está nomeado para dirigir hoje o jogo Marítimo-Porto que decidirá o nome do segundo finalista da Taça da Liga e, como se não lhe bastasse, foi também nomeado para dirigir depois de amanhã o Benfica-Nacional para a Liga que decidirá se o Benfica está ou não está no seu perfeito juízo tendo em conta que quer ser campeão, outra vez.
No entanto, e para mal dos nossos pecados, o árbitro Carlos Xistra vai entrar mais condicionado na Luz, no sábado, do que condicionado vai entrar nos renovados Barreiros do Funchal, já hoje.
E porquê?
Porque Lopetegui, o emérito catastrofista, a quem já chamam o professor Medina Carreira da arbitragem nacional, disse que «não devem ser os árbitros a decidir o campeonato» mas, atentem bem, não disse que não deviam ser os árbitros a decidir a Taça da Liga.
Ou disse? Não, não disse.
Coisas cirúrgicas como estas servem apenas para lançar mais e maior confusão nas cabeças dos árbitros. Quanto ao Benfica, que é o que nos interessa, ser-lhe-á conveniente não entrar nestas discussões e, sobretudo, ser-lhe-á da maior conveniência jogar muito à bola com o Nacional não se atrevendo a repetir o trabalho indigente com que nos presenteou, vai para quinze dias, em Vila do Conde.

DEPOIS da boa vitória sobre a Sérvia, sem ponta-de-lança em campo e com o treinador fora do banco, a selecção perdeu frente a Cabo Verde com ponta-de-lança sempre em campo e com o treinador sempre no banco.
E se perdeu não foi por causa do árbitro.
Aliás, se o Fernando Santos fosse tipo-Lopetegui, (não é), ter-se-ia justificado no final do jogo de terça-feira alertando para o facto, indesmentível, de Cabo Verde ter jogado com 11 contra 10 durante a última e fulcral meia hora de jogo.
«O que fez toda a diferença», acrescentaria Lopetegui.
O Portugal-Cabo Verde foi divertido e teve as suas curiosidades. A primeira dessas curiosidades nem sequer foi o resultado, como se poderia facilmente admitir, mas sim a persistência da nossa selecção em Éder, o avançado do Sporting de Braga que somou anteontem a sua 17.ª internacionalização pela equipa A sem nunca ter conseguido marcar um golo que se visse.
O mesmo Éder, no entanto, já marcou nesta temporada um golo ao Benfica, nem mais nem menos do que ao campeão nacional, e um golo que fez muita diferença.
Gosto de repetir que o Benfica é muito mais do que um clube, é uma obra social.
E é mesmo. Mas às vezes, caramba, exagera…

AO serviço das respectivas selecções muitos foram os jogadores do Benfica que, pela primeira vez este ano, fizeram um jogo a meio da semana. Acredito que se vão apresentar com grande intensidade competitiva frente ao Nacional.
Os jogadores do Benfica são todos atletas de altíssima competição, não são atletas de baixa competição. Por isso mesmo tem-lhes faltado jogar na Europa e testarem-se naquele frisson internacional que dá balanço para os grandes cometimentos. Foi o que aconteceu no ano passado. E no ano anterior ao ano passado.
Esta coisa de não ter nada que fazer a meio da semana amolece os espíritos mais audazes."

Leonor Pinhão, in A Bola

Alarme na Luz: perigo amarelo

"Meia equipa à beirinha de exclusão, problemão nos 3 jogos antes do dito dia D... (ou até nesse...). Aqui reside a maior esperança portista.

Corrida pelo título apenas a oito passadas da meta e distância encurtada entre os dois protagonistas que podem, e tanto desejam, receber louros de campeão. Tropeçar é-lhes definitivamente proibido. Ou como isto está de gritos!
Tem-se falado do calendário que resta a Benfica e FC Porto, com decorrente análise de qual deles terá mais difíceis obstáculos. Muito subjectivo, até por já haver provas de flagrante erro nas opiniões que os consideravam intraváveis por adversários por adversários deles tão distantes em capacidade, como, é verdade, a classificação tão vincadamente expressa (até o SC Braga, tão cómodo no 4.º lugar, já a 15 pontos do FC Porto e a 18 do Benfica...). Ora essas recentes provas do contrário chamam-se Paços de Ferreira e Rio Ave (ambos derrotaram o líder), Marítimo e Nacional (vitória e empate enfrentando supostas labaredas do dragão).
Com muito maior firmeza se tem dito que a chave do título estará no directo confronto entre ambos, no estádio da Luz, daqui a 4 jornadas. Bem provável, mas não certeza. Depende de, sim ou não, ao Benfica bastar empate; que é como quem diz de o FC Porto ter de vencer e de, sim ou não, ter de fazê-lo por diferença de 2 golos, no mínimo. Em qualquer dos casos, ainda ficando a faltar 4 passadas...
Em primeiro lugar: depende do que acontecer até lá... Que programa antes do choque directo? Benfica recebe Nacional e Académica e visita Belenenses. FC Porto joga, em sua casa, com Estoril e Académica, pelo meio vai ao terreno do Rio Ave. Parecem equilibrados no grau de dificuldades, não assustador (Belenenses e Rio Ave estão lado a lado, a 1 ponto do 6.º lugar). Grande diferença: neste espaço de tempo, o FC Porto terá dois jogos com o Bayern, decidindo acesso ao tão prestigiante e lucrativo luxo e meia-final da Champions. Desgaste físico inevitável. Num ápice ultrapassado por fabuloso choque vitamínico se o FC Porto cometer a proeza de eliminar um dos gigantes europeus/mundiais.
Intensa expectativa: neste decisivo Abril, como irá o FC Porto analisar a gerir prioridades entre ataque à fortaleza do colosso alemão (dificílimo levar a melhor) e aposta em recuperar o título nacional, seu máximo objectivo da temporada (sobretudo para não consentir Benfica bicampeão).
Neste momento, total responsabilidade de cortar a grande meta nacional como campeão é do Benfica. Por ter avanço de 3 pontos (eventualmente equivalentes a 4, face ao 2-0 do seu triunfo no Dragão), por disputar no seu estádio o dito jogo do título e, ainda, por não ter qualquer desgaste extra campeonato... Nestas privilegiadas condições, perca do título daria terramoto na Luz

Porém, convirá colocar foco no intenso perigo amarelo que alastra sobre o Benfica e muitíssimo o ameaça nas próximas semanas (crucial no jogo com o FC Porto incluído). Num plantel com quantidade de qualidade bem inferior ao portista, a densidade de importantes jogadores à beirinha de disciplinar exclusão é enorme dor de cabeça para Jorge Jesus. Para além de não poder contar com Luisão depois de amanhã, tem os defesas laterais Maxi e Eliseu, o médio Samaris e os avançados Salvio e Jonas no limite de cartões amarelos. Meia equipa, 5 titulares e logo estes... Impossível passarem incólumes por 3 jogos antes do tal dito dia D (e o despique imediatamente anterior será em casa do Belenenses).
Que gestão deste problemão irá Jorge Jesus fazer? Decerto não arriscará poupar alguém perante Nacional que está em fase ascensional e até acaba de empatar com o FC Porto. De segunda, face a Académica com espectacular pedalada nas últimas semanas e na visita a Belenenses quiça ainda com sonho europeu, que capacidade para vencer sem quase meia equipa?
Ora Benfica que entre no directo confronto com o FC Porto não dispondo da actual salvaguarda de 3 pontos estará num fiozinho de débil arame... Aqui reside a maior esperança portista: os próximos 3 jogos deste Benfica sob alarme de tremendo perigo amarelo."

Santos Neves, in A Bola

Cartão branco

"A policromia faz parte dos cartões exibidos no desporto. Desde o temido cartão vermelho, ao avisado amarelo, passando por um alaranjado que não existe nos regulamentos mas exprime a cor da dúvida algures entre o amarelo e o vermelho, passando ainda pelo azul (por exemplo, no hóquei) para 2 minutos fora do rinque.
Platini anunciou a hipótese de um cartão por suspensão temporária no futebol. De cor branca. Imagino o que seria, na prática, esta ideia bizarra. É que este tipo de suspensão, além de ser de difícil aplicação (como se definiria o intervalo entre o amarelo e o vermelho para se aplicar esta zona de purgatório?), não vejo como medir 10 minutos fora do campo sem ser através da contagem do tempo efectivamente jogado, coisa que não existe no futebol.
Aqui chegado, quero saudar um outro cartão branco: o português. Várias organizações (AF Setúbal, várias organismos de árbitros e a Direcção do Plano Nacional de Ética no Desporto) lançaram um projecto-piloto do Cartão Branco Fair Play, incidindo, nesta fase, nos escalões mais jovens e no futsal e que será igualmente testado pelas Federações de Basquetebol, Patinagem e de Andebol.
Pretende-se valorizar as atitudes e conduta exemplares, visando a centralidade da componente humana e ética do desporto, não só dos atletas, como dos treinadores, dirigentes e até expectadores.
Excelente iniciativa com um carácter pedagógico e polinizador dos bons exemplos. Também para os árbitros é um cartão que permite associá-los não só à sanção punitiva, como a ter um papel na explicação das boas práticas e do fair play."

Bagão Félix, in A Bola

Pára tudo...