Últimas indefectivações

sábado, 30 de novembro de 2013

Vitória em Coimbra...

Académica 3 - 6 Benfica

Como vem sido habitual, mais uma entrada em grande estilo, aos 15 minutos já estávamos a vencer por 0-4... É a melhor maneira de retirar qualquer esperança de uma surpresa aos adversários. Antes do intervalo voltámos a marcar, mas desta vez foi na própria baliza!!!
A 2.ª parte, foi mais calma... temos demonstrado alguns problemas em 'partir' para a cabazada, os golos levaram algum tempo a aparecer... 1-6... e foi já nos últimos minutos que a Académica reduziu. Sendo que o 3-6 foi conseguido numa situação de 5x4 (contra), algo que continua a falhar na nossa equipa.

Mais um triunfo claro...

Benfica 9 - 1 Cambra

Vitória fácil, com o 1.º golo a aparecer aos 50 segundos da partida!!! Até ao intervalo, a bola devia ter entrada mais vezes na baliza adversária (3-0), mas como vem sendo habitual na 2.ª parte, com o desgaste, o resultado avolumou-se...!!!
Na próxima jornada vamos a Paço de Arcos, recordo que na pré-época, perdemos na 'linha'...!!!

Acima da centena...

Benfica 112 - 75 Oliveirense
37-18, 20-17, 29-16, 26-24

Entrada demolidora, num festival ofensivo... muitos triplos, com o Jobey Thomas mais uma vez a provar que é mesmo lançador. Deu para dar vários minutos ao Carreira (algo raro esta época), o Mário Fernandes não saiu do banco... e o Ferreirinho também teve a oportunidade de demonstrar que também merece mais minutos.

3 bananas !!!

Marítimo 0 - 3 Benfica
18-25, 20-25, 22-25

Resultado esperado, aliás a existir alguma surpresa foram os parciais relativamente equilibrados!!! Esperava uma maior diferença, afinal o Marítimo esta temporada só conseguiu vencer 2 Set's...!!!

Eliminados

Pick Szeged 31 - 25 Benfica

Depois da derrota por 1 na Luz, o destino parecia estar traçado. A entrada no jogo não podia ter sido pior, vários golos para os adversários, exclusões prematuras... e 6 golos de desvantagem (12-5; 12-6; 13-7; 14-8). Antes do intervalo reduzimos para 4 (14-10), mas a esperança era pouca...
A entrada na 2.ª parte foi magnifica: empatámos a 15 e a 16... o jogo estava bom, a equipa acreditava, a atitude estava a ser excelente, mas a partir do 21-19 para os Húngaros, nunca mais os apanhámos, e por esta altura tivemos em superioridade numérica (algo raríssimo durante o jogo: 6 exclusões nossas, contra 3 do Pick!!!), mas ao contrário dos Húngaros, que quando em superioridade foram mortíferos, nós fomos perdulários... aliás, por mais elogios que o guarda-redes adversário possa levar, alguns falhanços nossos aos 6 metros, deveram-se mais a deslumbramento - facilitismo -, do que a mérito do adversário.

Pelo 2.º ano consecutivo ficamos à porta da qualificação para a fase de grupos da Taça EHF. Mais uma vez, o sorteio foi-nos madrasto, mesmo não sendo cabeças-de-série podia-nos ter calhado, uma equipa mais fraquinha... levámos logo com um dos favoritos à vitória final desta competição (o nosso carrasco o ano passado foi finalista vencido: Nantes). Por outro lado, para o Campeonato - o nosso principal objectivo - a eliminação europeia até pode ter sido boa. Não seria fácil manter um nível interno elevado, com estes jogos europeus pelo meio...

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

As palavras alheias

"Sven-Goran Eriksson, um dos treinadores mais conceituados do mundo, apresentou recentemente a sua biografia. De entre várias revelações, sobressai a constatação do óbvio: «Durante os cinco anos que passei fora de Portugal, o futebol lá tinha-se tornado mais sujo, mais corrupto. Havia muitos escândalos e conversas sobre árbitros.» O sueco confirma o que todos conhecem e que em Portugal se tenta lavar pelo silêncio.
Walter Casagrande, ex-futebolista internacional brasileiro, em Abril deste ano, declarou e repetiu que foi dopado no FCP em quatro ocasiões (tendo feito apenas seis jogos para o campeonato nacional). Em Portugal, e como resposta, antigos colegas garantiram que era mentira e Casagrande passou a ser proscrito. Um destes dias, ainda se arrisca a ser apagado das fotografias oficiais do clube.
Alex Fergusson, que está entre os melhores treinadores de sempre, há uns anos, dizia, a propósito do FCP, que «(…) eles compram o campeonato no Tesco (supermercado). Eles ganham todos os anos. Sempre que compram um pacote de leite somam mais três pontos».
Declan Hill, jornalista e investigador de corrupção no futebol à escala global, denuncia no seu livro ‘The Fix’: «Mencionem a qualquer português o nome de Pinto da Costa e verão no seu rosto uma expressão de resignação, parecida com a que os ingleses assumem quando se lhes fala do tempo horrível que faz em Inglaterra. Ele é um fenómeno português, tão desagradável, tão poderoso e, aparentemente, tão natural ao ambiente.»
Leio o que em Portugal se escreve sobre a corrupção no futebol e nada é concretizado, nada é denunciado, tudo é vago e as frases passam a ter um sujeito algures entre o indefinido e o indeterminado. Entre as loas de uns e o silêncio de outros fica um dobre a finados sobre o futebol português."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Todas as cautelas são poucas

"A vitória sobre o SC Braga no passado sábado foi importante. Pode até dizer-se que quem ganha jogos tão apertados se arrisca a ser campeão. Mas para isso é preciso domingo, frente ao bem treinado Rio Ave, haver uma atitude de extrema aplicação. Tropeçar agora seria fatal e, por isso, o jogo de Vila do Conde é tão decisivo. Chegar ao fim do primeiro terço do campeonato a um ponto da liderança depois de tantos percalços é esperançoso.
É muito improvável o Benfica conseguir o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, mas a verdade é que foi saborosa a vitória em Bruxelas. Primeiro porque se venceu onde nunca se havia vencido, depois porque um jogo de cinco golos com tanta incerteza e uma boa vitória consolidam prestígio. Em matéria europeia estamos entre um apuramento digno para a Liga Europa e um feito heróico na Liga dos Campeões. Aquela táctica de não haver táctica confundiu primeiro os adeptos, mas depois foi muito eficaz com o adversário.
Aos olhos da sua própria massa adepta este FC Porto parece mais perto do ocaso que do zénite. Aos olhos dos seus adversários, que não ignoram o histórico do clube, todas as cautelas são poucas porque o FC Porto renasce a qualquer momento rumo aos seus objectivos. O futebol tem algumas injustiças, o Jackson falha de baliza aberta e a culpa é de Paulo Fonseca, o Helton dá um semi-frango e a culpa é do Paulo Fonseca, o FC Porto vai em primeiro no campeonato e o mérito é da estrutura.
Benfica, FC Porto e Sporting separados por um ponto é no mínimo um campeonato emotivo, mesmo que em sempre (ou quase nunca) bem jogado. Por isso, continuo teimoso, se o Benfica começar a jogar bem tem mais hipóteses que os adversários. Eu acredito que o Benfica tem condições para ser primeiro e chegar primeiro aos seus objectivos."

Sílvio Cervan, in A Bola

Mati...



E aqui, mais uma entrevista.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Da necessidade da figura do adepto-carnaval-o-ano-inteiro

"Aconteceu ao Sporting ter agora um presidente que consubstancia essa figura do adepto-carnaval-o-ano-inteiro que redunda sempre num festim para a imprensa. E qual é o problema?

O Benfica apresentou-se ao jogo com o Braga sem Óscar Cardozo na equipa e sem Jorge Jesus no banco.
Ou seja, fazendo a todos os que, depois da final da Taça, suplicaram pela saída de ambos, em prol disciplina, do bom senso e da dignidade, este Benfica de sábado passado esteve em sintonia com os reclamados saneamentos de Maio.
Gostaram?
Nem por isso, não é?
E quem faz mais falta, Jorge Jesus ou Óscar Cardozo?
Respeito todas as opiniões mas tenho a minha. O que de bom aconteceu no jogo com o Braga, para além do fulgor de Matic e do golo de Matic, foi o facto de ter o Benfica conseguido aguentar-se 90 minutos sem sofrer um golo de pontapé de canto.

O Benfica começou o jogo com três sérvios e acabou só com um, Matic, naturalmente. Djuricic esteve discretíssimo em campo e até no momento em que foi substituído se manteve discreto. Já Markovic esteve menos apagado do que o seu compatriota e até no momento em que foi substituído se mostrou menos apagado protagonizando um gesto de desagrado dirigido ao banco, melhor dizendo, ao treinador-substituto.
Espero que Matic os tenha convidado para jantar depois do jogo. São muito talentosos, muito jovens e precisam, ambos, de comer uns valentes bifes.
Por falar em bifes, gostava de ver um dia destes outro jovem, ainda que português, na equipa principal do Benfica. Chama-se Bernardo Silva. Estará pronto para os desafios de primeira categoria, tal como as suas exibições na equipa B sugerem, ou também ele precisará de ganhar corpo para as guerras do mundo dos adultos?
Só vendo, não é? Só vendo.

NUNCA será demais realçar a proeza de termos três treinadores compatriotas qualificados com as respectivas selecções para a fase final do campeonato do mundo de futebol.
É obra. Melhor dito, são obras. E logo três.
De Paulo Bento já se disse tudo na semana passada. Encómios atrás de encómios como sempre quando acontece nestas felizes ocasiões. E Paulo Bento fez por merecê-lo, alguém duvida?
Mal, mal, apenas esteve Judite de Sousa quando, no rescaldo da incursão épica à Suécia, perguntou ao seleccionador nacional se, numa próxima fase da sua carreira, ambicionava treinar «um grande».
Francamente...
Rápido e atento, Paulo Bento logo corrigiu a gafe da entrevistadora naquele seu português meio-espanholado com que se exprime para delícia dos seus imitadores.
Fernando Santos e a sua Grécia que, tal como Paulo Bento e o nosso Portugal, teve de porfiar no play-off para se poder ver seguro e certinho no Brasil, também merece um grande aplauso.
Reza a história que a Grécia até já ganhou uma vez um campeonato da Europa que, nesse ano, já nem me recordo, com certeza que deve ter sido um torneio muito esquisito e original, benza-o Deus.
Mas, para além do prazer que é sempre ver um compatriota triunfar num país estrangeiro, Fernando Santos mostrou-nos a todos como se trabalha para triunfar lá fora. O treinador português expressou-se fluentemente em grego na conferência de imprensa que fechou o jogo de Bucareste.
Fluentemente grego foi, pelo menos, o que me pareceu, a mim que não falo grego.
Sobra Carlos Queiroz, há muito apurado com o seu Irão.
Instado a pronunciar-se sobre o sucesso português de Estocolmo e, inevitavelmente, sobre a exibição individual de Cristiano Ronaldo, coroada com um hat-trick, o professor saiu-se com mais uma das suas afirmações ligeiramente ressabiadas que em nada o ajudam a ser uma figura popular no país, globalmente estimada como seria devido a um técnico com o seu currículo.
Disse Queiroz, depois de Estocolmo, que Portugal teria seguido para os quartos-de-final do Mundial de 2010 se Cristiano Ronaldo tivesse jogado «assim» com a Espanha.
Francamente...
Para piorar as coisas, disse-o em português. E toda a gente entendeu. Dissesse-o em persa, fluente ou não, de modo a que o seu triste desabafo não contribuísse para o afastar do pessoal em festa por São Cristiano.

O sorteio da próxima fase de grupos da Taça da Liga colocou o Sporting no caminho do FC Porto, ou vice-versa, e o Benfica no caminho do Nacional, ou vice-versa. Sem menosprezar os demais adversários de ambos os grupos, poucos acreditam para as respectivas decisões não se travem entre os emblemas mencionados.
O caminho não é fácil para ninguém.
Naturalmente, o grupo que mete Sporting e FC Porto ao barulho concita as atenções gerias. Sempre são dois grandes. Embora, neste caso particular, um seja maior do que o outro em função de declarações expressas.
Do lado do Sporting, já ouvimos Bruno de Carvalho assumir publicamente que a Taça da Liga é um dos objectivos para 2013/2014. Enquanto do lado do FC Porto, ainda ninguém veio desdizer o postulado antigo de que a Taça da Liga é para fazer rodar jogadores menos utilizados da equipa principal com uma pitada de juniores, quanto baste.
Vamos ter assim, uns diazinhos antes do fim do ano, um Sporting «mais grande» do que o FC Porto porque é da Taça da Liga que se trata.
Quando ao grupo que engloba o Benfica e Nacional, faço votos sinceros de que ninguém do meu clube venha falar na besta negra. E que ganhe o melhor.

QUATRO pontos perdidos em duas jornadas consecutivas da Liga e um percurso periclitante na fase de arranque da Liga dos Campeões deixam o ex-Paulo Fonseca mal visto pelos adeptos do FC Porto que, ao contrário dos adeptos de outros clubes, não estão habituados a estas coisas.
Bem cedo nesta época, comecei a referir Paulo Fonseca por ex-Paulo Fonseca em função duma aparente alteração de personalidade do jovem treinador que o fazia parecer outro que não o Paulo Fonseca que, na temporada passada, treinou o Paços de Ferreira.
É o peso da camisola, já me explicaram as mais variadas pessoas. Mesmo assim, para mim ficou como ex-Paulo Fonseca porque este não reconhece o anterior. Esquisitices minhas.
Depois do jogo de sábado com o Nacional, no Dragão, e do jogo de terça-feira, também no Dragão, lendo de soslaio nos jornais o noticiário sobre o desencanto das hostes portistas com o seu treinador, a visita presidencial ao treino, etc... mais me que parecer que o ex-Paulo Fonseca vem na linha de um ex-Vítor Pereira. Sendo que este último, noblesse oblige, foi sempre o mesmo.

COM toda a franqueza custa-me entender a indignação que grassa por entre algumas hostes do meu clube depois de o presidente do Sporting ter afirmado que os problemas do país se resolviam tirando o vermelho da bandeira nacional.
Onde para o nosso sentido de humor?
É sabido que todos os emblemas grandes, médios ou pequenos, têm as suas figuras típicas, adeptos que à força de uma originalidade desconcertante, ora verbal ora de figurino, atraem a comunicação social na mesma medida em que se sentem atraídos por ela.
Estas figuras estimáveis cumprem garbosamente a sua função social. Respondem individualmente a um anseio geral.
Do Manuel do laço do Boavista ao Emplastro do FC Porto, do Adepto Possuído do Benfica ao velho Manolo da pandeireta que acompanha a selecção espanhola pelo mundo de lés-a-lés, não há equipa de futebol que se preze que não tenha o seu adepto especial. Muito especial.
Aconteceu agora no Sporting ter um presidente que consubstancia essa figura do adepto-carnaval-o-ano-inteiro que, seja em que emblema for, redunda sempre num festim para a imprensa.
E qual é o problema? Nenhum.

BELÍSSIMO resultado e exibição mais do que suficiente ontem em Bruxelas, não se desse o caso de o Benfica ter complicado as suas contas nos dois jogos com o Olympiakos. Ainda há esperança. Refiro-me à Liga dos Campeões. Quanto à Liga Europa, essa já está assegurada e, francamente, até nos calha melhor. Bonito foi ver o Sulejmani e o Rodrigo saltarem do banco para a decisão da vitória."

Leonor Pinhão, in A Bola

5.ª jornada - UEFA Youth League

Anderlecht 3 - 6 Benfica

Entrámos a dormir, aos 11 minutos já estávamos a perder por 2-0 !!! Mas o Rochinha não gostou... e em 5 minutos - entre os minutos 23 e 28 -, fez um hat-trick !!! Chegámos ao intervalo em vantagem, beneficiando de uma grande eficácia... O Diogo Rocha esteve perto do poker - ao ferro -, mas o Hildeberto fez o 4.º, o Romário aumentou para 5... o Anderlecht ainda reduziu, mas o Romário já nos descontos fez o resultado final.

Com o empate de ontem entre o PSG e o Olympiakos, já tínhamos a qualificação garantida, hoje, só podíamos perder o 1.º lugar se os Belgas vencessem por 4 golos!!! Nada disso aconteceu, e assim a uma jornada do final, temos o 1.º lugar garantido - importantíssimo, já que assim, nos Oitavos-de-final vamos jogar em casa... a eliminatória será decidida num jogo -, o jogo com o PSG será para cumprir calendário, e poderá servir para utilizar alguns jogadores menos utilizados, mas cuidado porque os Franceses são tacticamente ingénuos, mas fisicamente, são muito fortes...

Politicamente (in)correcto

"1. A atribuição do galardão FIFA tem sido uma novela venezuelana. Envolta num nevoeira espesso de dúvidas e manobras de corredor. Afinal o prémio é para a época ou para o ano civil? Se é para todo o ano e é anunciado em Janeiro, porque termina a votação em Novembro? E que regulamento de vão de escada é esse de se mudar a data do fim da votação em jeito de improviso?

2. Se o eleito é individual não deve ficar excessivamente ligado aos êxitos colectivos. Se estiver, quase terá que ir obrigatoriamente para um jogador do Bayern (Ribery? Robben?).

3. É doentia, cá e lá, a comparação entre Cristiano e Messi, sem dúvida os melhores. Mas felizmente diferentes: Cristiano mais «corridinho», Messi mais «tango». Por isso, prefiro a conjunção «e» à disjunção «ou». Mas tendo que haver um só primeiro, o português justificou, este ano, a distinção. Está a fazer a melhor época de sempre. Melhor do que, em 2008, quando ganhou o prémio.

4. Chega de tv, rádios e jornais que a toda a hora nos bombardeiam, até à náusea, com esta saga. É uma mistura de patrioteirismo pateta, de artificialismo maniqueísta de uma escolha e de um folclore opinativo que tresanda ao politicamente correcto. A que acresce, na racional Suécia, o pestífero anúncio da Pepsi. Haja senso. Ronaldo tem sido, no meio disto tudo, o mais sensato.

5. No momento da vitória em Estocolmo, Josué (agora internacional... porque no FCP) passou da fase doméstica salivar para a fase extramuros digital. Com a agravante de envergar a camisola da Selecção de Portugal. Um gesto feio e injustificado. De quem não sabe ganhar. «É a vida», proclamou o homem! É défice de boa educação, digo eu."

Bagão Félix, in A Bola

Começou mal, mas acabou muito bem...!!!

Anderlecht 2 - 3 Benfica

Mais uma vitória sofrida - desnecessariamente -, com muito suor e com toda a justiça. As dificuldades no jogo aéreo defensivo, são irritantes, mas pelo menos tivemos muito bem - sendo o Maxi o principal responsável, já que é ele que está sempre ao primeiro poste -, nas subidas da equipa em bloco nos cantos, colocando os adversários em fora-de-jogo, algo muito importante, sempre que existe uma segunda bola favorável ao nosso oponente - e infelizmente, isso é algo frequente - e como os fiscais-de-linha não foram à Marisqueira, marcaram os respectivos impedimentos!!! A novidade, foi mesmo o Benfica, também ter marcado um golo numa 'bola parada' - livre lateral -, e até podíamos ter marcado mais, nas mesmas circunstâncias... algo que tem sido raro esta época.

Não gostei da estratégia inicial, com o Enzo na direita, e o Markovic atrás do Lima... a equipa melhorou quando o Enzo fez o triângulo no meio-campo, e o Markovic encostava na direita. Apesar de pessoalmente defender, que sem o Amorim, o formato do nosso meio-campo mais efectivo, será o Fejsa e Matic lado-a-lado e o Enzo mais à frente no meio.
A noite começou mal, com a lesão do Sílvio e golo do Anderlecht, mas foi melhorando, terminando com um golo nosso (e alguns sustos!!!)... o aspecto negativo nos últimos minutos foi a incapacidade que o Benfica voltou a demonstrar: extrema dificuldade em gerir um resultado positivo... recuámos demasiado, e tivemos pouca bola, quando estava 1-2 a nosso favor...

Gostei do regresso do Fejsa, o Matic parece que quer tirar o lugar ao Cardozo!!! Tudo corre mal ao Lima, o Nico lutou e merece que o golo, lhe seja atribuído... Os passes para as diagonais do Markovic não estão a sair bem, o Amorim é especialista neste tipo de jogo...!!! O Enzo voltou a fazer um jogo enorme... A defesa falhou no ar. O Artur esteve bem. O Rodrigo creio que depois de Elche, nunca mais marcou... o problema do Rodrigo é essencialmente um problema de confiança: tem talento, é rápido, é lutador, mas denota demasiada sofreguidão na maior parte dos jogos, espero que este golo, sirva para lhe acalmar a alma...!!!

Não acredito que o Anderlecht vá pontuar a Atenas, ainda por cima os Gregos estão com o mijo todo... Hoje jogaram 45 minutos contra 10, marcaram um golo irregular numa carambola, isto depois do nosso jogo na Grécia, são demasiados sinais!!!
Os Belgas têm bons jogadores, hoje não jogou o melhor - Suárez -, ainda bem. Os jornaleiros Tugas têm feito tudo para desvalorizar o Campeão Belga - o grande gigante Europeu é o Áustria de Viana!!! -, no jogo em Bruxelas do Olympiakos (0-3), o melhor em campo foi o Roberto!!! Mas como disse, tenho pouca fé...!!!
Para memória futura: primeira vitória do Benfica em Bruxelas, aliás primeira vitória de uma equipa Portuguesa na casa do Anderlecht!!!

Nós, na Luz, vamos jogar pela honra... creio que vai depender muito da forma como o PSG vai encarar o jogo. Sendo que no pior cenário vamos regressar à Liga Europa. Algo que me deixa dividido:
- Como se provou o ano passado, esta é uma competição que podemos verdadeiramente ganhar.
- Dá algum dinheiro (pouco), mas dá muitos pontos para o Ranking oficial da UEFA, e isso tem importância...
- Podemos voltar a ter grandes noites europeias na Luz, como foi a vitória aos Turcos nas meias-finais da última edição.
- Por outro lado, a Liga Europa é uma muito má notícia, para quem quer lutar pelo 1.º lugar do Campeonato Português!!! Eu sou daqueles que defende a teoria de que o empate com o Estoril o 'ano passado', começou no jogo com o Fernabache, o desgaste foi enorme...
- Esta minha posição anti-Liga Europa leva-me a pensar muitas vezes, que sem a qualificação para os Oitavos da Champions, o melhor para o sucesso interno, era mesmo ficar fora da Europa...

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Início complicado...

Sp. Tomar 3 - 6 Benfica

Foi mais difícil do que seria de esperar. Entrámos a ganhar, mas antes do intervalo levámos com 2 cartões azuis (simultaneamente: Diogo e Traball), e assim ao intervalo estava 2-2.
A 2.ª parte foi bem melhor, o João Rodrigues esteve inspirado... mesmo assim, ainda levámos com outro azul (Coy)!!!

Empate... e Bernardo expulso!!!

Feirense 1 - 1 Benfica B

As crónicas do jogo falam de um resultado justo: uma 1.ª parte do Benfica e uma 2.ª parte com sinal mais dos homens da Feira.
Como não vi os lances, não os vou comentar directamente: mas tem sido visível nos últimos jogos fora (principalmente), um festival de faltas sobre o Bernardo, algumas bastante duras, e quase sempre com impunidade... e como o miúdo não é ferro, parece que desta fez protestou... Desconheço o senhor Carlos Espadinha, árbitro da partida, mas o observador foi um velho conhecido: Elmano Santos!!! Deu uma boa nota, de certeza...

1/3

"Está concluído 1/3 do Campeonato. Ao correr do teclado, uns apontamentos:
1. Voltou a normalidade dos 3 pretendentes ao título, ainda que uns mais do que outros e ainda que dois à vista desarmada e o outro a fingir que não é. Para a Champions já estão encontrados os candidatos do costume.
2. Na 10.ª jornada, o Benfica não teve Jesus no banco, mas teve Deus nas traves; o Porto teve o 'papa' na tribuna mas não teve (São) Mateus para vencer; o Sporting não teve Vitória no banco, mas teve a vitória (e Alá) no banco. Tudo sem casos enjoativos de arbitragem!
3. O Estoril tem treinador para bem ganhar, o Gil Vicente tem um Deus para surpreender e o Braga e Guimarães são candidatos a campeão da falta de sorte.
4. O Porto, ainda primeiro, perdeu 4 dos 5 pontos de avanço, coisa rara, assim copiando o Benfica das últimas épocas, só que mais cedo.
5. Novidade é também no FCP a constatação de que empata (Liga) ou perde (na Champions) depois de sempre ter estado a ganhar: Estoril, duas vezes, Belenenses, Nacional, Atlético de Madrid e Zenit. E o que significará o Nacional só ter feito 7 faltas no Dragão?
6. O Benfica, pé entre pé, é, a par do PCP, a defesa menos batida da Liga, quando era habitual ser o melhor ataque.
7. Quem tirará mais vantagens de jogar (ou não) na Europa? O Benfica e Porto ou o Sporting (que só tem Liga e Taça da Liga)? Respondam os entendidos.
8. Neste terço da Liga elejo o melhor e a decepção dos grandes: Benfica, Cardozo e Djuricic; Porto, Fernando e Varela; Sporting, William Carvalho e Carrilo.
9. Promete a luta pela permanência. Os grandes que se cuidem quando jogarem com os aflitos."

Bagão Félix, in A Bola

Lixívia 10

Tabela Anti-Lixívia:
Benfica......23 (-5) = 28
Sporting.....23 (-1) = 24
Corruptos...24 (+5) = 19
Braga.........12 (+2) = 10

Jornada sem grandes casos...
Na Luz, ficou um penalty por marcar a favor do Benfica, por falta da Micaela sobre o Garay: uma coisa é tentar estorvar a corrida do adversário nos pontapés de canto, outra coisa é agarrar-lo e atirá-lo para o chão!!! Ainda alguns foras-de-jogo mal tirados...
Estava com muito receio desta arbitragem, Nuno Almeida marcou, na época anterior, no último minuto das compensações, um penalty a favor do Benfica, na recepção à Académica. O penalty foi bem marcado, mas como é habitual, montou-se um enorme Circo à volta desta decisão... que aliás teve início no próprio relvado, no final da partida!!! A pressão para 'compensar' nestas situações é enorme, mas felizmente o Benfica mesmo jogando pouco, venceu. Mas para quem esteve no Estádio foi nítido, principalmente após o golo do Matic, que qualquer contacto junto da área do Benfica seria sempre falta...
Uma nota para o comportamento da Micaela: sempre a protestar, sempre a chorar, sempre, sempre!!! Existem jogadores que gozam de uma impunidade digna de registo. O Garay protestou uma falta mal assinalada contra o Benfica, levou imediatamente amarelo!!!

Os Corruptos reclamaram penalty num remate do Josué, mas o defesa do Nacional encolheu-se, não aumentou  a área do seu corpo, a bola bateu-lhe no ombro, mas sem falta... o Xistra decidiu bem (faz-me impressão escrever estas três palavras seguidas na mesma frase!!!)...

Não vi, nem me chegou aos ouvidos algum erro significativo em Guimarães, alguns foras-de-jogo duvidosos e nada mais...

Anexos:
Benfica
1.ª-Marítimo(f), D(2-1), Jorge Sousa, Prejudicados, (2-2), (-1 ponto)
2.ª-Gil Vicente(c), V(2-1), Paulo Baptista, Prejudicados, Sem influência no resultado
3.ª-Sporting(f), E(1-1), Hugo Miguel, Prejudicados, (0-2), (-2 pontos)
4.ª-Paços de Ferreira(c), V(3-1), Paixão, Nada a assinalar
5.ª-Guimarães(f), V(0-1), Bruno Esteves, Prejudicados, Sem influência no resultado
6.ª-Belenense(c), E(1-1), Jorge Tavares, Prejudicados, (2-0), (-2 pontos)
7.ª-Estoril(f), V(1-2), Manuel Mota, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8.ª-Nacional(c), V(2-0), Jorge Ferreira, Nada a assinalar
9.ª-Académica(f), V(0-3), Hugo Pacheco, Prejudicados, Sem influência no resultado
10.ª-Braga(c), V(1-0), Nuno Almeida, Prejudicados, Sem influência no resultado

Sporting
1.ª-Arouca(c), V(4-1), Rui Costa, Nada a assinalar
2.ª-Académica(f), V(0-4), Soares Dias, Beneficiados, Sem influência no resultado
3.ª-Benfica(c), E(1-1), Hugo Miguel, Beneficiados, (0-2), (+1 pontos)
4.ª-Olhanense(f), V(0-2), Benquerença, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
5.ª-Rio Ave(c), E(1-1), Xistra, Prejudicados, (2-1), (-2 pontos)
6.ª-Braga(f), V(1-2), Paulo Baptista, Nada a assinalar
7.ª-Setúbal(c), V(4-0), Duarte Gomes, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8.ª-Corruptos(f), D(3-1), Soares Dias, Nada a assinalar
9.ª-Marítimo(c), V(3-2), Bruno Esteves, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
10.ª-Guimarães(f), V(0-1), Paulo Baptista, Nada a assinalar

Corruptos
1.ª-Setúbal(f), V(1-3), João Capela, Beneficiados, Impossível contabilizar
2.ª-Marítimo(c), V(3-0), Jorge Ferreira, Beneficiados, Sem influência no resultado
3.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-1), Rui Costa, Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
4.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Hugo Pacheco, Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
5.ª-Estoril(f), E(2-2), Rui Silva, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
6.ª-Guimarães(c), V(1-0), Proença, Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
7.ª-Arouca(f), V(1-3), Vasco Santos, Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Sporting(c), V(3-1), Soares Dias, Nada a assinalar
9.ª-Belenenses(f), E(1-1), Miguel Mota, Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
10.ª-Nacional(c), E(1-1), Xistra, Nada a assinalar

Braga
1.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-2), Bruno Paixão, Nada a assinalar
2.ª-Belenenses(c), V(2-1), Xistra, Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Gil Vicente(f), D(1-0), Vasco Santos, Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Estoril(c), V(3-2), Capela, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Arouca(f), V(0-1), Marco Ferreira, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
6.ª-Sporting(c), D(1-2), Paulo Baptista, Nada a assinalar
7.ª-Nacional(f), D(3-0), Soares Dias, Nada a assinalar
8.ª-Académica(c), D(0-1), Benquerença, Beneficiados, Sem influência no resultado
9.ª-Rio Ave(c), D(0-1), Jorge Tavares, Nada a assinalar
10.ª-Benfica(f), D(0-1), Nuno Almeida, Beneficiados, Sem influência no resultado

Jornadas anteriores:

Épocas anteriores:

Sven-Goran Eriksson, the 'Little Genius' and the 'wrong woman'

"It seems strange to say it now, but there was a time when Sven-Goran Eriksson was famous for being a football manager.
Born in 1948 , Eriksson's playing career does not progress beyond Sweden's second tier.
His time as a right-back comes to an end when injury forces him to quit in 1975.
Becomes ex-team-mate Tord Grip's assistant at third-tier Degerfors, then takes control in 1977.
Moves to IFK Goteborg in 1979, wins five trophies, including Uefa Cup More titles follow at Benfica, which leads to jobs at Roma and Fiorentina, before returning to Benfica in 1989 for more success.
Five years with Sampdoria are followed by a glorious run at loaded Lazio, culminating in Serie A title in 2000.
Becomes England's first foreign manager in 2001 and takes team to three straight quarter-finals.
Hounded by the media, Eriksson loses England job after 2006 World Cup, the team are ranked fifth by Fifa.
A year after England exit, Eriksson gets Manchester City job, but is sacked in 2008.
A disastrous spell in charge of Mexico is followed by a bizarre stint at Notts County in 2009 , where he is duped into believing County are rich.
Ivory Coast's failure to get out of the group at the 2010 World Cup brings four-month stint to an end.
He takes Leicester City job, leaves a year later Linked with Leeds United, Ukraine and others, Eriksson opts for jobs in Bangkok and Dubai, before taking charge at Guangzhou R&F in 2013.

This, of course, was before we knew about Nancy, Ulrika, Faria, Roxy, Graziella, Malin, Debora and "the other women" Eriksson casually mentions in Sven: My Story, his picaresque account of life as an international playboy and football coach.
But back then, before he became a full-time celebrity, the relationships the Swede was best known for were with Roberto, Marcelo, Pavel, Juan and Michael, because for three decades Eriksson coached some of the greatest footballers - and the best teams - of the modern era.
As you may have noticed, Eriksson was recently in a newsroom or studio near you plugging his book with as much gusto as a jet-lagged 65-year-old could muster - and he passed through this one, too.
He had just arrived in the UK from China, where his 17th job in football management (across nine countries) has him pulling the strings at Guangzhou R&F.
So, Sven, just to warm up, how are Guangzhou R&F doing?
"Ah, well, the season finished yesterday", he said wearily (this was his fifth interview of the afternoon, and a colleague was loitering for number six).
"There was one game to play. I don't know if we finished fifth or sixth. So that's good."
It was sixth, Sven, 37 points behind local rivals Guangzhou Evergrande, so that's OK, although a little concerning you did not know where your team finished - there are managers of pub teams who can reel off Opta-like possession stats for their left-back these days.
Perhaps this Chinese adventure, worth a reported £2m a year, will be no more substantial than any of the other seven jobs Eriksson has held since losing the England gig, but let's move on to more exciting ground. 
Who was the most skilful player you ever worked with, Sven? One who would take your breath away in training?
"[Roberto] Mancini must be one of them," he said, leaning forward and sounding a lot more awake. "I had him as my captain at Sampdoria and brought him to Lazio."
"He was very important to his team. He'd phone the kit man, take training, organise travel. And what he could do with a ball. Wow."
"But I had one for a year, [Fernando] Chalana, you won't remember him…"
"He trailed off, and sat back in his chair. Was this reminiscence more than just a fleeting memory?"
I pushed on. Where was it, Sven? "Benfica - but he met the wrong woman", he said, without a flicker of self-awareness.
The wrong woman? "Yes, absolutely", he continued, matter-of-factly. "He went to Bordeaux after that, when they had a great team, but he never did it there and that was that. He had injuries".
And that was that, for Chalana and the anecdote.
Hold on a moment. This guy was a rising star from a small country who made a big move that did not quite pan out because of bad luck and woman trouble, leading to a slow decline - who are we talking about here? 
Beloved at Benfica, bemoaned in Bordeaux, Chalana's story is far more than a thinly stretched metaphor for Eriksson's career. He is Portugal's answer to George Best or Paul Gascoigne: that hoary old cliche, the flawed genius.
"Years before Futre, Figo, Simao, Quaresma, Ronaldo or Nani, Chalana is regarded as Portugal's first truly great winger", says Portuguese sports journalist Rui Catalão.
"He was also the typical Portuguese man of the 1980s: short, with a big moustache. Many people used to call him 'Asterix', or 'Chalanix', along with 'Pequeno Genial' (the Little Genius)".
His legend is based on a fine body of work between 1976 and 1984. Capped at 17, the winger's mazy dribbles and pinpoint crossing would help Benfica win five league titles and three cups by the time he was 25. 
But it was at the 1984 European Championship in France that Chalana would really scale the heights as he helped Portugal reach the semi-finals. There they would face the hosts; what followed was one of the greatest games in history.
In an end-to-end contest, Chalana provided the assists for Rui Jordao to first force extra time at 1-1, and then give Portugal the lead. As BBC commentator John Motson put it: "This little pocket genius provides another cross that cuts out every defender".
When France equalised with six minutes left, penalties seemed inevitable. And then, with 90 seconds to play, Portugal broke forward. Chalana tried to slip a pass inside, but Luis Fernandez intercepted it on the edge of the area.
Chalana clapped his hands in frustration. And well he might, because the moment before that pass was the height of his career.
Fernandez surged forward and picked out Jean Tigana. The midfielder glided into the area, where his cut-back was collected by Michel Platini and slammed into the net. It was his eighth goal in four games and he would get another in the 2-0 win over Spain in the final.
"Platini was the star of the competition, but there's no doubt Chalana was right next to him. He was as good as anyone else at the time", says Catalão.
Bordeaux's ambitious president Claude Bez shelled out £2.3m on the man who had nearly derailed Platini and co.
In France he would now be playing with four of the stars of the European Championship-winning team - Patrick Battiston, Alain Giresse, Bernard Lacombe and Tigana - and Bez hoped "Chalanix" would turn his French champions into indomitable Gauls.
He nearly did it. In a stop-start first season he helped Bordeaux to the semi-finals of the European Cup. They would lose 3-2 to Juventus on aggregate, and the Italians would progress to the final against Liverpool at Heysel, a dark and fateful occasion.
Chalana was never the same again, though. Constantly injured, at odds with the club's doctors and homesick for Benfica, he would return to the Estadio da Luz in 1987, but he had lost his sparkle.
Eriksson, in the meantime, was building his reputation for understated but effective football at Roma and Fiorentina. There was only a Coppa Italia with Roma in 1986 to show for his efforts, but he was winning admirers in Serie A, on and off the field as we now know, for his cool professionalism.
He and Chalana would be reunited in 1989, however, when Eriksson returned for a second stint at Benfica. He would see now for himself the damage the intervening years had done to his favourite winger.
In an interview with Portuguese newspaper A Bola, Chalana said he had nothing to say about Eriksson "as a coach, but he failed me as a man", claiming the manager made him train on his own.
"He said my ex-wife was the reason I didn't go further", Chalana added. "Like he can talk!"
The "Anabela" story, like Sven's own Casanova capers, may hold some water, though.
"It's true. She turned his head, spent his money. He was never the same again", says Fernando Eurico, a reporter for radio station Antena 1.
Catalão confirms Anabela's outspoken nature made them gossip-column favourites at a time when he should have been concentrating on his football.
"Anabela was a source of news for journalists and of trouble for her husband", says Catalao.
But Portuguese football expert Ben Shave sees Chalana more as a victim of his times.
"He was probably born slightly too early", says Shave.
"When he started, Portugal was just emerging from years of dictatorship, which basically vetoed any moves abroad, and that mind-set was still strong in the early 1980s."
"But Chalana going to France laid the foundations for others to venture outside the country. Players like Rui Barros, Figo and so on."
"If Chalana was five years younger, with more protection from referees, who knows what would have happened?"
Chalana finished his playing career in Portugal's second tier at Estrela Amadora in 1992. He had left Benfica in 1990, the year Eriksson took the Lisbon giants to the final of the European Cup. They would lose that game 1-0 to a famous AC Milan line-up, but go on to win another Portuguese title a season later.
With his stock high, Eriksson would return to the best league in the world, Serie A, in 1992. Chalana was moving into coaching, too, eventually becoming a coach at Benfica's academy and an assistant to the first team's manager.
He even had short stints as caretaker manager in 2002 and 2008, but is now back coaching the club's youngsters.
Chalana remains a popular figure with Benfica's fans, as does Eriksson, but his is a life led far from football's spotlight, much like his former manager's in China, but without the side-line in tabloid scandal.
Nancy Dell'Olio, Eriksson's official consort during his time in England, was on ITV's This Morning recently, defending her good name and rubbishing her former boyfriend's book.
She had not read it, sadly, but she has definitely got its number.
"He was one of the best managers in the world, but people are not interested in Sven the football manager", she said.
Returning to the interview and listening to Eriksson trying to justify his decision to play Paul Scholes on the left side of England's midfield, lament his bad timing at Manchester City and explain what went wrong at Leicester City, it was hard to avoid the sad truth about Sven's story: even the wrong woman can be right some of the time."

Cardozo dependentes

"Algures em 2010, Óscar Cardozo esteve umas jornadas lesionado e impedido de jogar. Na altura, Kardec, um avançado que surgia como uma promessa do futebol brasileiro, teve a sua oportunidade. Jogou vários jogos a titular, numa equipa que então atravessava uma boa fase. Golos, nem vê-los. Pela primeira vez desde que havia chegado ao Benfica, percebeu-se a falta que Tacuara fazia.
Nos últimos anos tem sido sempre assim: quando joga, Cardozo é assobiado por parte dos adeptos, para logo depois resolver partidas que parecem não ter solução. Quando não joga, torna-se evidente a falta que faz. Podemos ser levados a crer que isso acontece porque sem ele fica mais difícil marcar golos (que convém não esquecer é o propósito de uma partida de futebol), mas Cardozo faz falta também porque torna o jogo mais fácil para os colegas. O jogo contra o Braga foi disso exemplo. Sem Cardozo as oportunidades de golo escassearam, os extremos ficaram sem soluções e Lima rendeu bem menos.
Hoje, podemos estar agradecidos ao presidente do Fenerbahçe por não ter apresentado as garantias bancárias exigidas. Caso isso tivesse acontecido, o Benfica teria vendido o paraguaio por 12 milhões de euros. Não seria um mau negócio, mas sim um péssimo negócio. Desde logo porque as possibilidades de chegarmos a maio e celebrarmos o campeonato nacional seriam bem menores. Em todo o caso, o sai-não-sai do verão acabou por ter um efeito colateral positivo. Como por arte mágica, os assobiadores do paraguaio evaporaram-se das bancadas da Luz. Já não era sem tempo.

P.S. – Pela primeira vez em muito tempo, o Benfica tem fortes possibilidades de vir a ter uma equipa com muitos portugueses. Basta atentar no quinteto que gravita em torno dos B – André Almeida, Bernardo, Cavaleiro, Cancelo e André Gomes. Todos têm condições para singrar na equipa titular. Mas, para quem veja os jogos do Benfica B, há uma questão que se coloca já hoje: em que é que Djuricic é melhor do que André Gomes?"

Sílvio na relva !!!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Eis um Benfica-Sporting a vermelho e verde!

"Antes de um Benfica-Sporting, já tinham sido jogados dois Sport Lisboa-Sporting. Mas hoje vamos falar do terceiro dérbi, disputado no velho Campo da Feiteira, em Outubro de 1909. Primeira vitória das 'águias'...

CONFESSO para mim, em Portugal, não há jogo como o Benfica-Sporting. Tem tudo o que um espectador quer de um jogo; tem tudo o que um estudioso do Futebol ou das massas quer de um jogo. Gosto tanto dos jogos entre Benfica e Sporting que, na comemoração dos 100 anos sobre o primeiro Benfica-Sporting, escrevi um livro chamado: «Benfica-Sporting/Sporting-Benfica:... mais que inimigos eram irmãos».
Agora, nesta romagem no tempo, auxilio-me da memória e de algumas páginas desse livro. Para falar de um jogo em especial. Já o escrevi, mais do que uma vez, que os Benficas-Sportings são tão antigos que começaram mesmo antes de haver Benficas-Sportings. Não, não é exagero. É a mais cristalina das verdades: o primeiro Benfica-Sporting não foi Benfica-Sporting, foi Sport Lisboa-Sporting. E, já agora, o segundo também.
No dia 30 de Novembro de 1907, o «Diário de Notícias» noticiava esta possibilidade: «Vida Sportiva. Foot-ball. Desafios da Liga. Devem realisar-se hoje, no campo de Carcavellos, os desafios da Liga entre o Sporting Club de Portugal e o Sport Lisboa e entre o Carcavellos Club e o Club Internacional de Foot-ball». (Respeitou-se, como não podia deixar de ser, a redacção da época).
A possibilidade desse «devem» tornou-se realidade. E os desafios disputaram-se mesmo.
O primeiro Sport Lisboa-Sporting teve lugar no dia 1 de Dezembro de 1907, no Campo da Quinta Nova, em Carcavelos. Ganhou o Sporting, por 2-1, (golos de Cândido Rodrigues e Cosme Damião, na própria baliza para o Sporting, e de Corga para o Benfica). E ganhou também o segundo, disputado no dia 23 de Fevereiro, por 2-1 (golos de António Rodrigues e Meireles, para o Sporting, e de Mocho, na própria baliza, para o Benfica.
Mas, para já, vou deixar cair estes dois jogos.

Já na altura havia queixas
SIGO directamente para o terceiro Benfica-Sporting. Vamos então até ao dia 25 de Outubro de 1908. Aí já não era Sport Lisboa e sim Sport Lisboa e Benfica. Ou seja, estávamos perante o primeiro autêntico Benfica-Sporting. E assim mesmo: Benfica-Sporting, porque jogado no Campo da Feiteira, ali junto à igreja de Benfica.
Disputava-se a segunda jornada do Campeonato de Lisboa, e ambos vinham de vitórias na primeira: a do Benfica mais folgada (6-0 ao Ajudense); a do Sporting mais pragmática (1-0 ao União Belenense).
Sonhavam os de Benfica com a primeira vitória sobre os irmãos fugidos, os Rodrigues, António e Cândido, que juntamente com mais seis jogadores do Sport Lisboa - Cruz Viegas, Emílio de Carvalho, Albano dos Santos, António Couto, Queirós dos Santos e Henrique Costa - tinham aceite o convite de José Holtreman Roquete para se transferirem para o Lumiar. E eles continuavam por lá, do outro lado do campo, agora com as vistosas camisolas bi-partidas, metade verdes, metade brancas, imaginadas por Eduardo Quintela de de Mendonça, conhecido por Farrobo, e importadas especialmente de Inglaterra para todos os atletas de todas as modalidades do clube.
Foi, por isso, também o primeiro Benfica-Sporting a vermelho e verde, já que nos anteriores, ao garrido encarnado do Sport Lisboa, opusera o Sporting um sóbrio equipamento intocavelmente branco, com excepção do oval emblema verde de leão ao centro. Os calções sportinguistas continuavam, para já, brancos. os pretos surgiriam apenas em 1915, por sugestão do jogador Raúl Barroso.
Sobre este Benfica-Sporting visitemos a «História do Sport Lisboa e Benfica», de Mário Fernando de Oliveira e Carlos Rebelo da Silva, e leiamos e prosa bem fornida.
Bom apetite!
«O encontro começou ao meio-dia. Lançada a moeda ao ar, coube ao Benfica o direito de escolha do campo, tendo Cosme Damião optado pelo lado norte do terreno do jogo. Dado pelo Sporting o pontapé de saída, o jogo caiu logo para o campo ocupado pela equipa 'leonina', que se manteve numa defesa denodada, na qual de salientou José Belo, jogador de muito mérito. Não se tornou por isso viável a marcação de qualquer ponto. Ao intervalo o resultado era de 0-0.
No segundo tempo, o Benfica abriu a série de golos e fixou-a em dois tentos, marcado um por Cosme Damião e apontado o outro dos David da Fonseca. O resultado final foi, por de 2-0.
As duas turmas tiveram a seguinte constituição:
SPORT LISBOA E BENFICA - José Persónio; Henrique Costa e Leopoldo Mocho; Artur José Pereira, Cosme Damião e Luís Vieira; António Costa, David da Fonseca, Carlos França, Eduardo Corga e António Meireles.
SPORTING - Augusto Freitas; José Belo e António Neves Vital; Francisco Stromp, António Couto e Albano dos Santos; António Rosa Rodrigues, F. Amorim, Carlos Shirley, Cândido Rosa Rodrigues e Nóbrega e Lima.
Arbitrou Gastão Pinto Basto.
O Sporting reclamou o resultado do jogo, mas a reclamação não foi considerada procedente».
A vingança consumava-se. E tinha requintes de malvadez. O ciclo de êxitos 'encarnados' iria estender-se até 1915.
Já na altura havia queixas leoninas, mesmo sendo um tempo em que o Sporting era indiscutivelmente mais rico do que o Benfica.
Sinal de que muitas vezes a vida muda e os hábitos não."

Afonso de Melo, in O Benfica

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Discurso directo...

Eriksson: Benfica, Portugal e a vida na história dele

"Sven-Goran Eriksson é o homem que em 1977, tinha 29 anos, chegou a um clube da III Divisão sueca e decidiu contratar um psicólogo para ajudar a ultrapassar o bloqueio mental da equipa nos momentos decisivos. É o homem que marcou uma era no futebol português no início dos anos 80 e voltou no final da década para aquele que chama um «futebol mais sujo, mais corrupto». É o homem que conta histórias sem fim de futebol, (tantas cruzadas com Portugal) no mesmo tom frio em que fala das mulheres que traiu, do dinheiro que ganhou e perdeu, de corrupção e de doping, dos muitos escândalos e negócios escuros em que se envolveu. É o homem que se expõe assim numa biografia de 350 páginas de relatos crus, sem rodeios e sem floreados. E que, a começar e depois a acabar, tenta explicar por que motivo, depois de já ter estado lá em cima, não consegue parar, apesar de a sua carreira se ter tornado há muito irrelevante. Aos 65 anos, Eriksson escreveu um livro, entre um cargo de diretor de um clube no Dubai e uma nova aventura, que ainda dura, na China.

«Sven, a minha história», é uma narrativa de vida na primeira pessoa. Desde que nasceu, em 1948, filho de uma mãe solteira que o criou sozinha durante dois anos até o pai adolescente ganhar coragem para dizer à família que eles existiam. Passando pela infância no centro da Suécia, onde Eriksson justifica aquele que é um dos principais traços da sua personalidade: «Em Varmland não falamos muito de nós próprios. Somos educados, mas raramente revelamos as nossas verdadeiras emoções. Um traço de caráter que me ajudou na minha vida profissional.»

Eriksson relata uma adolescência despreocupada, num meio de classe média baixa. De um jovem que não fazia grandes planos de vida, a não ser dizer um dia, já com uns copos a mais, que «iria ser famoso». Um rapaz que começou por trabalhar numa companhia de seguros, antes de decidir que queria estudar desporto na universidade. E que sempre teve, diz ele, «sucesso com as raparigas».

Um sistema novo conhecido como 4x4x2
Eriksson teve a primeira oportunidade como treinador no Degerfors pela mão de Tord Grip, que viria mais tarde a ser o seu número dois, ora como ajdunto ora como scout, em muitos dos clubes e seleções que treinou. No livro relata a luta para implantar no Degerfors «um sistema novo conhecido como 4x4x2», no qual lhe agradava a ideia de «tudo ser assente em organização e lógica colectiva»: «Era uma revolução contra o individualismo.»
Subiu com o Degerfors à II Divisão e deu nas vistas. Em janeiro de 1979 já estava no IFK Gotemburgo. Quis saber mais sobre o futebol inglês e o 4x4x2 e visitou Bobby Robson no Ipswich. Conta como se espantou quando Robson lhe disse para se sentar ao lado dele no banco no jogo seguinte.
Prosseguiu em Gotemburgo a sua batalha pela organização tática. «Pressionar e cobrir eram termos gregos para os jogadores. O facto de eu usar bola em 95 por cento do treino talvez fosse uma surpresa positiva para eles, mas devem ter ficado chocados com a forma como os exercícios eram rigorosos.»
Alguns quiseram fazer dessa batalha tática uma batalha ideológica. Num clube com raízes políticas fortes na esquerda, houve quem visse paralelismos entre a organização baseada no coletivismo de Eriksson e a social-democracia sueca de Olof Palme. Mas Eriksson não se compromete: «Não havia ideologia política por trás da minha filosofia de futebol. Queria construir a melhor equipa possível. Se jogássemos como equipa – um por todos e todos por um – conseguíamos melhores resultados. Não era mais complicado que isso.» 
Eriksson começou noutro tempo e noutro futebol. Mais esta consideração tática, não isenta de ironia: «Durante a época de 1980 fiz a grande descoberta de que o futebol também podia ser jogado no meio-campo. Antes olhava para o meio-campo como uma peça na engrenagem defensiva.»

Benfica, a primeira passagem
Na última época em Gotemburgo, 1981/82, Eriksson ganhou tudo: campeonato, Taça e Taça UEFA. E então apareceu o Benfica. Ele diz que aceitou de imediato e relata a chegada a Lisboa, com centenas de pessoas no aeroporto. «Pensei que estavam ali à espera de um primeiro-ministro ou outro alto-dignitário, mas estavam à minha espera.» Depois, conta como foi conduzido direto à sala de troféus da Luz: «Estava a abarrotar de taças. Nunca tinha visto nada tão impressionante. Foi quando percebi o que esperavam de mim no Benfica. Calculo que tenha sido essa a razão por que me mostraram aquela sala.»
Depois, recorda como Fernando Martins teve dificuldades em impor o seu nome num «clube muito conservador» como o Benfica, e como foi ganhar para a Luz «quatro ou cinco vezes mais» do que ganhava na Suécia. Conta como ficou «chocado» quando chegou ao treino e percebeu que a equipa tinha 45 jogadores. Fala de um clube que tinha «estagnado» e que precisava de uma «revolução», e explica como escolheu Toni para adjunto porque sentiu logo empatia com o antigo jogador.
As recordações misturam a paixão da família por Portugal e os grandes jogos europeus. A final da Taça UEFA perdida para o Anderlecht em 1983 - «a minha primeira grande derrota» - e a eliminação com o Liverpool na Taça dos Campeões na época seguinte, quando começou a pensar se «teria chegado ao limite com o Benfica».

A paixão italiana
E então apareceu a Roma. Eriksson assume que tinha há muito uma paixão pelo futebol italiano, então «a maior Liga do mundo». E não desperdiçou a oportunidade de treinar o campeão italiano, apesar de se ter «sentido mal por trair Fernando Martins, os jogadores e os adeptos» do Benfica.
Foram 17 anos de futebol italiano, interrompidos pelo regresso à Luz entre 1989 e 1992. A Roma é um relato de tempos difíceis, uma primeira época de pesadelo, num tempo em que os treinadores estrangeiros nem podiam sentar-se no banco na Serie A. O período italiano é também um relato na primeira pessoa do mundo obscuro do calcio. Conta Eriksson que perguntou ao filho do dono da Roma se o clube tinha mesmo subornado, como se insinuava, o árbitro Michel Vautrout na meia-final da Taça dos Campeões de 1984. «O Riccardo acenou devagar. Infelizmente era verdade.»
Anos mais tarde, na Fiorentina, outra história. Uma conversa com o diretor desportivo viola, Nardino Previdi: «Foi falar comigo sobre o jogo que íamos ter. Será um jogo duro, disse. Talvez um empate seja suficiente. Sim, disse. Um empate seria suficiente, mas uma vitória seria melhor. Previdi olhou para mim. Depois disse: ‘Se ficarmos satisfeitos com o empate, talvez se possa arranjar.’ De repente percebi onde ele queria chegar e abanei a cabeça. ‘Não, não, não.’»
Foi na Fiorentina que encontrou aquele que diz ser o melhor jogador que já treinou. «Nunca tinha treinado, e possivelmente não voltarei a treinar, um talento como Roberto Baggio.» E foi lá que teve como adversário Diego Maradona. Um Nápoles-Fiorentina desse tempo pelos olhos de Eriksson: «O Maradona fez de nós o que quis. A certa altura o nosso lateral-esquerdo, Stefano Carobbi, correu para o banco e disse: ‘Que raio quer que eu faça com o Maradona?’ ‘Não sei’, gritei. ‘Dá-lhe um pontapé na perna’.»

Benfica, a segunda vez
A Fiorentina era pequena de mais para ambição de Eriksson e por isso, quando voltou a aparecer o Benfica, com a Taça dos Campeões como meta, ele voltou. Para um futebol diferente, diz. «Durante os cinco anos que tinha estado fora de Portugal, o futebol lá tinha-se tornado mais sujo, mais corrupto. Havia muitos escândalos e havia sempre conversas sobre árbitros. O Porto tinha-se tornado muito mais poderoso.»
O segundo período no Benfica inclui um relato detalhado da visita às Antas no famoso campeonato de 1991 decidido por César Brito, «um jogador periférico de que ninguém voltaria a ouvir falar». «Quando chegámos ao balneário, estava trancado. Pedi aos seguranças para o abrirem, mas eles ignoraram-me por completo. Pinto da Costa, o presidente do FC Porto e o homem mais poderoso do futebol português na altura, apareceu, a dizer que de acordo com as regras, o balneário dos visitantes só tinha que estar disponível uma hora antes do jogo. ‘Respeito muito o senhor Eriksson como pessoa’, disse. ‘Mas guerra é guerra.’».
«Quando o balneário foi finalmente aberto», continua o livro, «descobrimos que tinha sido pulverizado com um químico qualquer que tornava impossível respirar. Os nossos jogadores tiveram que se equipar no átrio, cá fora. Perguntei a um funcionário do Porto se podíamos pelo menos ter acesso ao relvado, mas as ordens de Da Costa eram que a equipa visitante só podia subir ao relvado meia hora antes do pontapé de saía. Quando subimos para o campo, o relvado estava tão molhado que dificilmente conseguíamos fazer um passe, e as linhas tinham sido redesenhadas para tornar o campo mais pequeno. O nosso banco tinha sido colocado quase em linha com a área de penálti, e preso de forma que era impossível movê-lo.»
Veio a terceira época no Benfica, que «foi um pesadelo». Eriksson diz que foi Gaspar Ramos quem o convenceu a ficar mais essa temporada, o que «foi um erro». Conta como conheceu nessa altura Pini Zahavi, até hoje um dos empresários com mais peso no futebol mundial e com quem manteve relações desde então, e lhe comprou Yuran e Kulkov. «Tínhamos dois jovens médios, Rui Costa e Paulo Sousa, que se estreavam na primeira equipa, mas éramos fracos na frente e não sei como consegui montar uma defesa. Os reforços russos nunca se adaptaram.» Yuran «gostava da boa vida, mas não estava habituado ao dinheiro; não confiava no banco e guardava o dinheiro no colchão».

«Il perdente di successo»
Eriksson queria voltar a Itália apesar de, diz, poder ter ido para o Bayern Munique. Apareceu a Sampdoria e não olhou para trás. Foram cinco anos no clube de Génova, duas Taças ganhas e uma meia-final da Taça das Taças. Onde eliminou o FC Porto, nos quartos de final. «Perdemos a primeira mão em casa, 1-0. Na segunda mão fui ter com Pinto da Costa e lembrei-o do jogo pelo Benfica uns anos antes. Ele limitou-se a rir. Desta vez fui o último a rir.»
Foi na Sampdoria que começou a ganhar a alcunha que o perseguiu desde então. «Il perdente di successo», o perdedor com glamour. Seguiu-se a Lazio e, apesar de ter ganho duas Taças de Itália e a Supertaça no clube romano, só contrariou de facto aquela imagem ao fim de quatro anos, quando conquistou finalmente o «scudetto». Uma vitória no meio da nebulosa que era o futebol italiano. A Lazio lutou pelo título com a Juventus e Eriksson relata o episódio famoso em que o árbitro Massimo De Santis invalidou um golo do Parma à Juventus na penúltima jornada. De Santis viria a ser suspenso anos mais tarde, envolvido no Calciocaos, em 2006.

Inglaterra, o emprego impossível
E depois a vida de Eriksson mudou. Apareceu a seleção de Inglaterra, disse adeus ao futebol de clubes a alto nível e entrou num mundo novo. Era 2001. Foram cinco anos num cargo «impossível», como o definiu o antigo primeiro-ministro Tony Blair numa conversa de aeroporto com Eriksson.
Os anos ingleses são um relato de futebol, mas também da sucessão de casos e de escândalos em que se viu envolvido.
Antes de mais, as dificuldades em construir a equipa. «Em miúdos, os jogadores mais fracos ou iam para a baliza ou para o lado esquerdo. Talvez em Inglaterra funcionasse como em Torsby, porque havia poucos bons jogadores para essas posições. Foram o tendão de Aquiles durante todo o meu tempo como selecionador da Inglaterra.»
O livro tem, claro, o relato dos dois Mundiais e um Europeu, em todos eliminado nos quartos de final. Sempre frente a Scolari, duas vezes frente a Portugal.

Mundial 2002, Ronaldinho «a mentir»
2002, a queda frente ao Brasil, decidida num livre de Ronaldinho. «Ele queria marcar naquele livre ou foi sorte?», atormenta-se Eriksson. «Anos mais fiz-lhe a pergunta em português. ‘Sven, sabes que foi um remate.’ ‘Estás a mentir’; disse-lhe.»


Euro 2004, os penáltis e a relva
Depois 2004. Eriksson aproveita aliás para contar no livro que teve um papel na vitória de Portugal para a organização da prova. Amigo de Lennart Johansson, promoveu uma reunião com o presidente da UEFA e Gilberto Madaíl e garantiu ao compatriota que Portugal estaria à altura do desafio.
2004 para Eriksson terminou na eliminação com Portugal, com Ricardo e os penáltis. Daquele jogo, o golo de Rui Costa visto por Sven. «Iria Rui Costa, que tinha começado a carreira 14 anos antes no Benfica quando eu era treinador, terminar a sua carreira internacional eliminando-me do Europeu?» Antes, o golo de Sol Campbell que não valeu e custou a carreira ao árbitro Urs Meier. Eriksson conta que, perante a campanha de que Meier foi alvo em Inglaterra, ligou ao juiz a pedir-lhe desculpa em nome da seleção. E depois os penáltis, claro, e a falha de Beckham. Eriksson tinha pedido para arranjarem a relva na marca de penálti na Luz na véspera. «Não arranjaram.»



Mundial 2006, o fim
2006, de novo Portugal, os penáltis depois da expulsão de Rooney. «Nunca vi o lance na televisão. Não sei se Rooney foi bem ou mal expulso. Só sabia o que queria dizer quanto às nossas hipóteses no jogo.» A Inglaterra tinha treinado penáltis, uma e outra vez, garante Eriksson. «Mas no treino não era como no jogo a sério. Eu sabia disso.»



A Inglaterra caiu e foi o fim da linha para Eriksson. Ele voltou para a Suécia e remoeu vezes sem conta o que tinha corrido mal. «Devia ter trazido um treinador para preparar mentalmente os jogadores para os penáltis. Por que não o fiz?» Também responde às críticas dos media: «Em cinco anos e meio só perdi três jogos no tempo regulamentar.» Mas sabe que as estatísticas, no fim, pouco interessam. «A margem entre falhanço e sucesso é fina como uma lâmina. No fim só os resultados contam. Sabia-o melhor que ninguém.» 

Ferguson e Mourinho
De Inglaterra, Eriksson recorda ainda as batalhas com Ferguson, sempre relutante em ceder jogadores à seleção. Sobre todas a guerra por Rooney, quando o avançado partiu o pé num jogo com o Chelsea a dois meses do Mundial 2006. Ferguson proibiu Eriksson de entrar no balneário no fim do jogo e disse que não podia levar Rooney ao Mundial.
Eriksson relata uma reunião tensa em que o médico da seleção explicou que o jogador podia recuperar, na cara de um furioso Ferguson. Pelo contrário, conta Sven, Mourinho nunca levantou este tipo de problemas. «Gostava de Mourinho. Para fora, ele era vaidoso, mas era um tipo simpático. Ao contrário do Ferguson, nunca me deu problemas com os jogadores dele.»

Do sheik falso a Pyongyang
Eriksson já estava fora da seleção inglesa antes do Mundial. A gota de água tinha sido o escândalo do sheik, quando se deixou apanhar numa armadilha do tablóide «News of the World», a admitir treinar o Aston Villa.
Eriksson tenta explicar como se deixou envolver naquilo. O contacto foi de Athole Still, um empresário com quem trabalhava há muito e que até terá obtido autorização da FA para a viagem. E Eriksson foi. O livro está cheio de histórias em que Eriksson se deixou ir, que ele justifica num misto de boa vontade e ingenuidade. Como anos mais tarde, quando embarcou num obscuro projeto para fazer do Notts County um clube de topo. Era uma aldrabice e Eriksson conta que mais tarde até colaborou com a BBC para um documentário que desmontava a história.
É dessa altura o relato de uma visita surreal à Coreia do Norte. Os responsáveis do Notts County disseram a Eriksson que a presença dele seria útil nessa viagem, que pretendia avançar com «um grande negócio» relacionado com «recursos minerais». E Eriksson foi.
Dessa viagem relata uma conversa com aquele que pensa ser o presidente da Federação da Coreia do Norte, que tinha acabado de se apurar para o Mundial 2010. «Pediu-me para os ajudar a conseguir um sorteio favorável para o Mundial. ‘O que quer dizer?’, perguntei. «Dado que eu conhecia gente na FIFA, não poderia ajudar a assegurar que a Coreia do Norte tinha um grupo fácil?» Eriksson respondeu que era impossível e lá voltou para Inglaterra, não sem ter ficado retido no aeroporto em Pyongyang porque, aparentemente, o tal negócio que os seus sócios britânicos tinham ido fazer não correu assim tão bem.
Em 2010 acabou por voltar a cruzar-se com a Coreia do Norte (e com Portugal, e com o Brasil), quando levou a Costa do Marfim à fase final: «Aparentemente, o plano deles para combinar o sorteio tinha-se virado contra eles.»

Não ao Benfica
Depois de Inglaterra esteve mais de um ano parado. Ainda foi para o Manchester City, de onde o milionário tailandês que tinha comprado o clube o despediu. Contra a vontade, relata Eriksson, dos adeptos e dos jogadores, que chegaram a ameaçar fazer greve. Mas foi por estar preso num jogo do City que não viajou para a Suécia a tempo de se despedir da mãe antes da sua morte. A mãe a quem ligou todos os dias da sua vida.
O City foi o fim de Eriksson no futebol de topo. Em 2008 recusou voltar ao Benfica, depois de um encontro com Rui Costa e Luís Filipe Vieira. Arrependeu-se, como se arrependeu de muitas outras escolhas que fez. 
Seguiu-se a seleção do México, o Notts County, quatro meses na Costa do Marfim, o Leicester, depois foi diretor-técnico num clube tailandês e noutro do Dubai. Em junho de 2013 voltou ao banco, para treinar o Guanzhou RF.

O dinheiro e o resto que perdeu
É aí que acaba de escrever o livro. A olhar para trás. Confessa que, relendo o que está escrito, se sente deprimido. «Para onde foram os anos?» Hoje Eriksson está sozinho. A mãe dos seus filhos separou-se dele há muito, quando soube do seu primeiro caso, em Itália. As muitas namoradas passaram. Os dois filhos têm as suas vidas. O mais velho formou-se em desporto e chegou a trabalhar com Sven nos últimos anos. 
Perdeu muito do crescimento dos filhos. Um dos momentos mais duros do livro é quando relata como a filha lhe pediu que não fosse à sua formatura, porque não queria que a cerimónia se transformasse num circo de «paparazzi» ingleses. «O preço que paguei pelo meu sucesso foi alto, mas nunca me perguntei se valia a pena.»
Também está sem dinheiro, diz. Dinheiro é um assunto recorrente no livro. Porque Eriksson sabe que tem fama de ser ganancioso, passa o livro a dizer que não, que nunca ligou ao dinheiro. «Não sei o preço de um pacote de leite, mas também não sabia quando era jovem na Suécia.» O livro está no entanto cheio de pormenores sobre o dinheiro que foi ganhando, mas também sobre o que perdeu.
Perdeu muito, diz, com Samir Khan, o seu antigo conselheiro financeiro que acusa de ter gasto quase toda a sua fortuna sem ele saber, qualquer coisa como 10 milhões de libras. Na versão de Eriksson, Khan explorou precisamente o seu desapego ao dinheiro. Está em tribunal contra ele. Tem mais dois casos em tribunal. Um deles contra Nancy Dell’Olio, antiga namorada com quem viveu anos, de Itália a Inglaterra, por um diferendo sobre partilhas. E o terceiro contra os donos do «Mirror», que Eriksson acusa de ter colocado os seus telefones sob escuta, conseguindo assim divulgar, entre outras coisas, o seu caso com a sueca Ulrika Johnsson, o primeiro grande escândalo de saias de Eriksson em Inglaterra.
Eriksson diz que não tem assim tanto dinheiro e por isso precisa de trabalhar. Acaba de pôr a sua propriedade na Suécia à venda. Mas o motivo por que não para é mais profundo. No início do livro, Sven conta como se encontrou em Itália com Nils Liedholm, lenda do futebol sueco e do calcio, e este, já reformado, acabou a conversa a implorar-lhe que lhe arranjasse um clube para treinar, «nem que fosse uma equipa de juniores». «Se Liedholm, a lenda, não se sentia satisfeito, é possível alguma vez um treinador de futebol ficar satisfeito? Agora sei a resposta.» "