Últimas indefectivações

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

𝑳𝑶𝑨𝑫𝑰𝑵𝑮...

E ainda há quem ingenuamente acredite que esta malta não tem agenda? Têm, e não nos cansaremos de expor todos aqueles que a seguem. ⚠️𝗣𝗔𝗥𝗧𝗜𝗟𝗛𝗘𝗠!

Não abram os olhos que não é preciso

Não jogam nadinha. NADA! O FC Porto está completamente a arder e dois troféus já arderam também.


"Tchau Supertaça. 👋
Tchau Taça da Liga. 👋
3.º lugar no campeonato. ⏳
Liga dos Campeões… ⏳
Força Shakhtar! Zero respeito por quem não respeita o Sport Lisboa e Benfica."

Na época passada, a Taça da Liga era fantástica para exibir no Museu do Dragão. Agora está de volta a Taça da Carica! 😏


Mas se por acaso o FCPorto perder 3-1 com o Estoril, não passa nada... 😏

Alberto Mota, in Facebook

Sangue por antecedência...!!!


"A comunicação social, em pulgas, já levanta cenários de catástrofe, de modo a, mais uma vez, tentar destabilizar, não só internamente, como também os adeptos dos encarnados.
É uma campanha do mais vil que já se viu em Portugal. Só possível porque, todos sabem, mas mesmo todos, se o Benfica for campeão será um desastre financeiro para Sporting e FC Porto.
Não estão preocupados com a integridade de ninguém ligado ao Benfica. Apenas querem sangue..."

RTP, excerto...

Derrota em Londres...

Crystal Palace 2 - 1 Benfica
Varela

Ribeiro; Kiko(Zambrano, 82'), Lacroix(Rafa Luís, 46'), Muller, Parente; Zan, Prioste, Maestro; Precatado(Tomé, 70'), H. Félix; Varela

Minutos dados a jogadores menos utilizados, numa derrota pela margem mínima...

Vários temas


"Esta edição da BNews é dedicada a diversos assuntos da atualidade benfiquista.

1. Recorde nacional
Em estreia no Campeonato da Europa de piscina curta, e a contas com constrangimentos de ordem física e logística nos últimos dias, Diogo Ribeiro ficou a um décimo de segundo de se apurar para a final dos 100 metros mariposa, classificando-se no 9.º lugar. Os 51,01 segundos constituem novo recorde nacional.

2. Despedida com vitória
O Benfica venceu o IFK Kristianstad, campeão sueco, por 27-31 na última jornada da fase de grupos da EHF European League. Jota González elogia o plantel: "Os jogadores foram muito sérios, rodámos todos os atletas e isso foi importante. Temos de continuar a crescer para os jogos seguintes no Campeonato e para a Supertaça."

3. Liga dos Campeões no feminino na Luz
Já estão à venda os bilhetes para o Benfica-Eintracht Frankfurt relativo à 3.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões de futebol no feminino. A partida é disputada no próximo dia 13, às 20h00, no Estádio da Luz.
Entretanto, foram cinco as jogadoras do Benfica em campo por Portugal no desafio com a França, entre as quais não pôde constar Jéssica Silva, lesionada no jogo anterior da seleção portuguesa.

4. Empate cedido no fim
Os Sub-23 deslocaram-se a Faro e empataram 2-2 com o Farense.

5. Prestação meritória
Bárbaro Timo foi 5.ª classificada na categoria -63 kg no Grand Slam de Tóquio. Nos quartos de final eliminou a atual campeã europeia.

6. Europeu de hóquei em patins no feminino
São sete as hoquistas do Benfica no certame.

7. Ligação à comunidade
No âmbito deste projeto, os Sub-19 do Benfica receberam, no Benfica Campus, Daniel Pereira e Paulo Conceição, treinador principal e jogador, respetivamente, da equipa de basquetebol da Associação Portuguesa de Deficientes (APD).

8. Cozinhar com as Lendas
Trinta e oito antigos jogadores do Benfica revelam as suas preferências gastronómicas, contam histórias passadas à mesa relacionadas com o seu tempo de águia ao peito e inspiram Vítor Sabarigo, o reputado chef que lidera um restaurante com uma estrela Michelin em Budapeste, para escrever receitas tradicionais portuguesas. O resultado está à vista no livro inédito "Cozinhar com as Lendas", que foi apresentado, ontem, na tribuna presidencial do Estádio da Luz.

9. Sexta-feira preenchida na Luz
Além do jogo com o Farense, às 18h00, há partida de voleibol, às 16h00, com o Ala Nun'Álvares, e, em basquetebol, com a Oliveirense (20h30). Consulte a agenda."

Terceiro Anel: Cosme #5 - Favoritismo da UEFA e Estádio da Luz obsoleto?!

5 minutos: Diário...

Aguilar: Rollheiser

Terceiro Anel: Diário...

A Verdade do Tadeia #2024/87 - O estigma da segunda época

BI: Bancada Jovem #2 - Planeamento falhado

No Princípio Era a Bola - Gyökeres, o jogador mais decisivo do campeonato, e as contradições do Benfica

A importância do veredito


"Mas afinal de contas, aquilo foi ou não foi penálti? E aquela entrada... o VAR não tinha que chamar o árbitro? O golo foi bem ou mal anulado? No futebol, o povo gosta de verdades absolutas. Precisa de saber o que está certo ou errado, o que foi bem ou mal decidido. E o pobre do jogo, que é fantástico por ser tão inesperado e emocionante, é jogado, treinado e arbitrado por pessoas. Pessoas que andam ali pelo meio a fazer coisas diferentes, que não se repetem: uns saltam, outros correm, uns dão pancada, outros caem e levantam-se...
A verdade é que nem sempre é possível catalogar lances. Nem sempre é possível dizer é assim ou assado. Vem a reflexão a propósito de dois lances do jogo de ontem em Alvalade (resultaram em golos do Sporting), mas podia vir a propósito de muitos outros que acontecem. 
Se a infração for evidente, se as imagens forem esclarecedoras, se o lance for claro e óbvio, só os mais irracionais poderão discordar ou continuar em negação. Mas se tudo fosse assim no futebol (aliás, no desporto), tão evidente e cristalino, não seriam necessários árbitros.
Em Alvalade, Esgaio deu um sai daqui a Murilo depois do adversário cruzar o seu caminho de braços abertos. A dúvida foi ali a que é quase sempre: Será que o contacto foi suficiente para ser considerado como faltoso? Será que o agarrão foi ostensivo e exigia punição? Ou o toque foi na sequência de obstrução mal preparada? Ou o jogador, assim que sentiu a mão no braço, parou e protestou, porque perdeu o lance?
Acreditem, são demasiadas dúvidas para quem tem o apito na boca e até para quem, em sala, vê aquelas imagens e fica com a tal sensação de não saber bem o que pensar. Isto acontece mesmo e não há mal nenhum. O que tem que haver depois é uma resposta coerente e afirmativa, que vá ao encontro daquilo que o futebol espera. O que não pode acontecer depois é, em lances idênticos, haver opções distintas.
Ontem, Cláudio Pereira foi coerente na amplitude técnica que deu às suas análises, ainda que numa delas contrariando a opinião do VAR: é verdade que Gyokeres colocou as duas mãos nas costas de Zé Carlos, como é verdade que o defesa caiu de imediato. Mas apesar da alegada causa/efeito, nenhuma imagem conseguiu medir que carga foi colocada naquele contacto e se essa foi suficiente para ter tal desfecho. Quem nos garante que o defesa não escorregou (como parece ter acontecido) e caído por isso e não por ter sido derrubado pelas mãos do sueco? Quem nos assegura que a queda só aconteceu para levar o árbitro a assinalar infração do atacante? Nada. Nem para um lado, nem para outro. E aí voltamos ao essencial: decide quem está bem colocado, quem tem a autoridade e quem sabe o critério que utilizou no jogo. Tem é que o fazer com consistência e uniformidade. A decisão final pode ser errada? Pode. Mas a conversa seria a mesma se a opção técnica fosse oposta.
Moral da história: nos lances de nim, os tais subjetivos, cinzentos ou de interpretação, aqueles que as imagens pouco ou nada esclarecem, tenhamos o bom senso de aceitar como boa a decisão de quem está lá dentro. São esses que têm legitimidade para decidir. Deixemos a crítica feroz para aqueles momentos em que o erro é abissal, em que a má decisão quase nos faz corar de vergonha (e sim, infelizmente acontece).
Em todos os outros, não contribuamos para incendiar um ambiente já de si inflamável, censurando opções que não foram diferentes daquelas que, há um ou dois jogos, até nos podem ter beneficiado."

Chega para lá...

A Verdade do Tadeia - Flash - Sporting...

105x68, excerto...

Total, excerto...

Central, excerto...

Cancelo Culture


"Uma exibição fenomenal de João Cancelo cancelou um FC Porto que se agigantou em boa parte do jogo, nunca deixando sossegar totalmente os catalães. E, de facto, uma boa fatia da 1.ª parte deste Barcelona-FC Porto foi a continuação do domínio exercido pelos azuis-e-brancos aquando da recepção aos catalães no Estádio do Dragão. Um domínio e controle que atestam os benefícios de ter uma equipa com propósito e organizada, intensa, ligada, aguerrida com bola e sem bola, mesmo contra uma equipa infinitamente mais talentosa, mas que demora a encontrar um propósito claro para as montanhas de criatividade que possui. Assim, com surpresa ou não, o FC Porto escondeu (até não poder mais) o talento dos blaugrana, ao mesmo tempo que, com simplicidade e objectividade, foi-se acercando da baliza de um Iñaki Peña que saiu melhor que as normais encomendas. Isto é, melhor do que a história de habituais guarda-redes suplentes do Barça – tradicionalmente muito inferiores em qualidade ao habitual titular. E depois de vários testes (sem sucesso) a Iñaki, o golo de Pepê, nascido na insistência, prova o porquê de Sérgio Conceição não poder abdicar da matriz mais conhecida do seu jogo. O FC Porto era então uma equipa muito mais ligada, muito mais fluída e, em suma, muito mais perigosa. Contudo, o golo dos dragões, deu novo propósito aos de Xavi que, reanimados por um fabuloso João Cancelo, cresceram imediatamente no jogo. Não ao ponto de amordaçar totalmente o Dragão, mas ao ponto de no fimpoderem reclamar para si uma vitória que já mostrou vários aspectos daquela que poderá ser a melhor versão – ao contrário, por exemplo, daquilo que tinha acontecido na 2.ª jornada quando visitaram a Invicta.
Sim, este é um Barcelona que deixa dúvidas. Mesmo quando as vitórias se acumulavam e se teciam loas a João Félix&cia, o que era mostrado parecia não ser suficiente. Isto porque falamos do FC Barcelona. Um clube que carrega o pesado histórico de ter tido, por várias vezes, uma equipa que revolucionou o futebol, ao mesmo tempo que enchia o olho a quem o seguia. Equipas sempre com líderes inquestionáveis e uma proposta que congelava totalmente as oposições. Pois bem, este Barça demora em apresentar as duas coisas. Não só não domina imperialmente (porque hoje todas as equipas são melhores com bola, ao mesmo tempo que bloqueiam os espaços interiores sem ela) como demora a encontrar star quality suficiente para se tornar inquestionável. E desta versão, ainda sem um propósito claro, a esse objectivo de ser Rei e Senhor da Europa, vai um buraco onde equipas com qualidade como o FC Porto se metem.
É nesse gap que Sérgio Conceição encontrou espaço para ver a sua equipa mandar, em vários períodos, no Olímpico LLuís Companys (como já havia feito no Dragão). Uma equipa prática que foi, por exemplo, tentando sair curto e apoiado, mas que encontrou soluções quando não o pôde fazer. Uma equipa que não tricotou demasiado, mas que temporizou somente o suficiente para encontrar as movimentações certas. Em suma, um conjunto inteligente que, mais uma vez, não deixou o Barça reavivar o Paradigma 74, aquele que controla e amordaça sem apelo nem agravo os oponentes. Contudo, a noite perfeita que Sérgio pediu era algo manifestamente difícil de ser obtido. Isto é, enquanto o Barça navegou naquele limbo sem chama e sem (mais uma vez) propósito, foi mais fácil encontrar espaços ao mesmo tempo que foi mais simples roubar a bola, e tempo de domínio aos catalães. O problema é que as estratégias assentam sempre numa relação manta/corpo. A tão falada analogia das mantas curtas cobre também na perfeição a explicação para o facto de, mesmo no melhor período dos dragões, a sua linha defensiva ter de estar permanentemente alerta.

FC Porto apostado em fechar zonas interiores não conseguiu trancar a parte de fora da organização ofensiva. Xavi deu ordens para que as zonas exteriores fossem encontradas de forma célere e simples. Aqui, Cancelo e Lewandowski por fora – no lance do primeiro golo dos catalães. Por essas zonas andaram também Raphinha, Pedri e João Félix.

Isto porque, o Barcelona, mesmo não encontrando caminhos interiores, usou e abusou de um jogo directo para os espaços exteriores. Ora, um FC Porto que se esticava no terreno para discutir o jogo não podia ter os seus alas (Pepê e Galeno) a proteger o lado de fora de João Mário e Zaidu, ao mesmo tempo que precisava deles para esticar o seu jogo. Algo que os blaugrana aproveitaram por via de jogo bastante directo, nunca dando tempo aos dragões de montarem uma organização defensiva que pudesse cobrir os espaços onde João Félix, Raphinha e até Pedri apareciam. A linha de quatro ficava assim curta e o jogo ia entretendo o espectador com situações frequentes perto das duas balizas. Sim, o FC Porto assumia esse risco (nunca baixando totalmente para controlar esse aspecto exterior, pois perderia poder de fogo na frente), mas o Barcelona assumia outros tantos [riscos]. Não só o aproveitamento dessas situações foi escasso, como a linha defensiva demasiado alta via-se enrascada para controlar as muitas situações de perda e as posteriores incursões dos dragões.


O lance prossegue com João Mário a fechar em Cancelo. Mas o génio do lateral português do Barcelona (e o espaço que encontrou) provaram-se demais para uma linha defensiva um tudo ou nada distante. A aposta de Sérgio Conceição em montar linha de cinco nestas circunstâncias poderia ter alargado Pepe para uma cobertura mais eficaz. Ainda assim, caso fosse Varela a saltar para a linha defensiva, Eustáquio teria de baixar também para cobrir João Félix (e já estava atrasado pois tinha ido disputar a bola com Pedri.. Este é um lance onde a rapidez de Pedri a encontrar Cancelo define depois o posicionamento da organização defensiva portista. Depois, com o espaço referido e sem a cobertura ideal, Cancelo fez o resto.

Algo que, sem o talento de classe mundial de João Cancelo, redundaria certamente num podia dar para os dois lados. Mas foi absolutamente fantástica (quase assombrosa) a forma como resgatou uma equipa apática e (pela última vez) sem propósito, fazendo das suas incursões o ponto alto e mais perigoso de uma organização ofensiva que tem ficado a léguas da expectativa. Contudo, a forma com que Cancelo fez parecer fácil ziguezaguear defesa portista adentro, acordou o orgulho da equipa – que, como já referido, subiu (por toda a 2ª parte) os níveis de atenção e intensidade para um nível muito mais aceitável de se ver na Cidade-Condal. E enquanto por Portugal estaremos certamente, a esta hora, a fazer disto (e do golo de João Félix, assistido por… João Cancelo) um desnecessário Benfica-Porto, talvez o foco da conversa devesse ser outro: a forma como a intensidade do FC Porto tornou os dois jogos para o Barça numa subida com um nível de inclinação que não se faz a passo. É que os catalães tiveram mesmo de encontrar o que Sérgio Conceição não abdica para equilibrarem o jogo (e talvez a época, veremos). E nem assim impediram o FC Porto de ter mais duas ou três incursões que poderiam ter rendido (pelo menos) um ponto, as quais ficaram presas na já habitual falta de definição dos portistas nesses momentos-chave.

Barcelona-Porto, 2-1 (João Cancelo 32′ e João Félix 57′; Pepê 30′)"

Podes fugir (e marcar três) mas não te podes esconder (e não correr), Benfica


"O Benfica-Inter, da passada quarta-feira, servirá de exemplo perfeito para se atestar a dualidade em que vive este Benfica versão 2.0 de Roger Schmidt. E à hora em que escrevemos este texto já toda a gente saberá que, com um hattrick de João Mário (assistido também três vezes por Tengsted), as águias voaram, toda a 1.ª parte, sobre um Inter que encarou a visita à Luz em modo gestão. Com este confronto de Champions metido entre jogos com a Juventus e o Nápoles, e já com a qualificação garantida, Simone Inzaghi procedeu a 8 alterações no onze que havia defrontado a Juve e criou a sua própria dualidade. Não sendo extremistas ao ponto de dizermos que tudo o que de bom o Benfica conseguiu na 1.ª parte tenha sido por falta de rotinas da Internazionale, convém assinalar o facto. E na realidade, seja qual for o peso no resultado dessa decisão de Inzaghi, o Benfica apareceu bem (como aliás há muito não se via) e parecia ter resolvido a questão bem cedo. Contudo, o barulho do falso alarme haveria de soar outra vez na Catedral encarnada quando o Inter resolveu chamar a si o propósito de rectificar um resultado criado por um Benfica mais ligado e intenso – características que perderia ao longo da maior parte da segunda metade.
Não será alheio a isso o facto de o Inter ter conseguido entrar no jogo. Se nos primeiros 45 minutos o Benfica (mesmo com uma linha de pressão mais baixa do que aquela a que nos habituou na época passada) conseguiu condicionar imenso as saídas do Inter e, até, dar-nos uns glimpses, daquela contra-pressão que partia a organização das equipas adversárias (ver 2.º golo de João Mário), já a segunda metade trouxe-nos a versão mais temida pelos adeptos. E ao longo desse período – que haveria de se tornar quase fatídico para as aspirações europeias dos encarnados – o propósito de o Benfica ser a equipa com identidade e cultura dominantes e pressionantes foi trocado pela segurança dos três golos, algo que, inevitavelmente, deixou crescer um Inter que tinha agora algo a provar. 
Chegados aqui, talvez esta seja a melhor oportunidade para nos debruçarmos sobre esta questão. É que quer que falemos do jogo com o Inter, ou de qualquer outro jogo do Benfica nesta época, essa dualidade está presente. Em algum momento, em qualquer jogo desta época, o Benfica perdeu essa génese, essa marca, que estava bem presente na maior parte dos jogos da época passada. Dominando os tempos recorrendo à intensidade, pressão e contra-pressão, a exposição era muito menor daquela que se viu na 2.ª parte deste jogo, e daquela que se tem visto ao longo da época. E esse é o primeiro problema com que Schmidt se debate.

No lance do primeiro golo do Benfica é bem visível a descordenação da linha defensiva nerazzurri. Com a possibilidade bem real da bola entrar nas costas (bola descoberta) De Vrij retira profundidade e Bissack permanece estático. Algo que Tengsted aproveitou, assistindo depois João Mário – que fez o seu primeiro da noite.

E de facto, essa é a marca do treinador alemão. Um treinador que não veio parar à Luz por acaso e que, claramente, foi contratado pela marca que deixou na suas equipas. À cabeça estará obviamente aquela panela de pressão que foi o seu Bayer Leverkusen – e que deixou mossas nas equipas portuguesas que o enfrentaram, entrando aí na retina do futebol luso. Porém, e sem uma pesquisa exaustiva que torne como factos as ideias seguintes, devo dizer que o PSV que jogou na Luz contra o Benfica de Jorge Jesus, me chamou a atenção pela falta dessa característica. Não que não jogasse um bom futebol, bastante organizado e apoiado, ofensivo e de domínio (superiorizando-se até nesses duelos contra as águias – fora o resultado). Mas essa característica (da intensidade e pressing constante), tão importante nos clubes grandes portugueses (pelas características da Liga e pelo gap que existe em relação aos tubarões europeus) não estava definitivamente lá [no PSV], como não está nesta nova versão do Benfica.
Não que o Benfica não tente condicionar, entenda-se. Condicionar tenta sempre, seja mais alto, mais baixo ou médio, há uma tentativa de condicionar (ainda que infrutífera na maior parte do tempo). Mas a falta de ritmo, intensidade e regularidade nesse momento baixou abruptamente – a exemplo, se quisermos, deste jogo frente ao Inter, da primeira para a segunda metade.
As razões para isso poderão ser, obviamente, várias. Contudo, recordo que as características dos jogadores que tão bem mantinham esse ritmo, essa regularidade, essa génese no jogo encarnado, não eram assim tão diferentes. Na realidade, muitos dos que operavam essa pressão são os mesmos que agora a baixam sucessivamente para níveis não condizentes com as expectativas do clube. Aqui, regressar à base para chegar à raíz do problema poderá ajudar-nos a ter maior clareza do mesmo. A saber, da melhor versão encarnada na passada época saíram Gonçalo Ramos, Enzo (em Janeiro), Grimaldo e Florentino (do onze, já no final da época passada). Sendo que a época oficial iniciou com a Supertaça, não será descabido pensar que a escolha desse onze (sem ponta-de-lança) condicionou a tal génese logo à entrada. Estavam lá João Mário, Rafa e Di Maria (jogadores que provocam dúvidas nesta questão) mas não estava um ponta-de-lança (Rafa e Aursnes foram assumindo essas funções). No meio, Florentino foi relegado para o banco e João Neves e Kökçü (outro dos que deixa dúvidas em relação ao ritmo necessário) assumiam o miolo. E como sabemos, a primeira metade desse embate frente ao FC Porto não correu especialmente bem ao Benfica. Porém (e é aqui que quero chegar com este flashback) os segundos 45 minutos foram, sem dúvida, o melhor momento do Benfica na época. Pelo adversário (algo que na época passada falhou, sendo que o condicionamento a Porto e Sporting nunca foi evidente) mas sobretudo pelo ritmo, pressão e pelas recuperações altas. E para que isso acontecesse apenas se trocou João Mário por Musa, e Jurasek por Ristic, ao intervalo. E como a época passada demonstra, João Mário não tem que necessariamente ser preterido para a equipa ter um nível aceitável de ritmo e domínio sem bola. Mais à frente, Florentino faria a sua aparição no jogo e Chiquinho entraria por Kökçü (70′). Tudo isto já depois de o Benfica ter invertido o domínio do jogo, ocupando o meio-campo do FC Porto, o que contrastou com a tal 1.ª parte onde o Dragão esteve algo por cima (pelo menos nesse aspecto).

O jogo da Supertaça é um claro exemplo de que o problema do ritmo do Benfica pode ser a falta de foco. Com Rafa, Kökçü e Di Maria no onze, os encarnados jogaram no meio-campo portista, condicionaram e recuperaram alto, construíndo nesse período os dois golos que lhes valeram a conquista do troféu. A regularidade do ritmo, as características dos jogadores, não são falsas questões. Mas o foco e o ênfase no ritmo parece ter sido de alguma maneira perdido, visto que baixou imenso (para níveis não comportáveis) ao longo da época.

Obviamente que a escolha dos jogadores terá um peso nesta questão. Não o nego. O que pretendo que se discuta é se o Benfica precisa realmente de se tornar uma equipa indomavelmente física para conseguir níveis aceitáveis a condicionar saídas e a reagir à perda, enquanto protege a sua linha defensiva, provoca mais transições defensivas ao adversário e joga mais perto da baliza do adversário. E a meu ver, não me parece imperativo que todos os que deixam dúvidas nesse momento tenham de sair porque a maior parte deles já demonstrou, na época passada (como na 2.ª parte da Supertaça e na 1.ª deste jogo com o Inter) que o consegue. O problema, obviamente, será a regularidade nesse momento. É que como repararam estamos aqui a falar de momentos de jogos e não de jogos como um todo, onde o Benfica (até contra o Famalicão) tem extremas dificuldades em controlar um jogo, condicionar, dominar e criar a partir de organização ofensiva e provocando transições defensivas aos adversários).

A oscilação no ritmo foi também evidente na montanha-russa que foi o jogo com o Inter. Ritmo mais elevado na 1.ª metade (ainda assim não tanto como na época passada ou na segunda parte da Supertaça) seguido de um período de hibernação. Só com o orgulho a defender e com o trauma bem presente pôde o Benfica voltar a elevar a intensidade. Algo que foi feito em reação ao resultado e não numa ação que deveria ter perdurado ao longo de todo o jogo, como identidade da equipa.

Trocando todos esses jogadores, a possibilidade de um Benfica fluido e que deixou marca positiva pela mobilidade também desapareceria. Mas, a meu ver, será importante que se tenha maior ênfase na importância de marcar esse ritmo. Não durante dez minutos, não durante meia-hora, não durante uma parte. Mas sempre – algo que obviamente não tem acontecido. Esta tentativa, essa ordem (se quisermos) separará o trigo do joio. Aqueles que o conseguem fazer durante a maior parte do tempo de um jogo (sem meter em causa a mobilidade e ligação fluida com bola) serão obviamente aqueles que terão de jogar (um pouco como aconteceu na época passada, onde durante grande parte da época o onze era sempre o mesmo). Mas não havendo ênfase total nesse momento, acontecerá como tem acontecido nesta época: praticamente já todos tiveram a sua oportunidade e todos, sem excepção, se têm apresentado um nível, ou vários, abaixo daquilo que se sabe que conseguem fazer. E essa procura do ritmo elevado (com bola e sem ela) ao longo dos 90 minutos não parece ser a prioridade, a principal ideia deste Benfica. Algo facilmente comprovado neste Benfica-Inter, onde o Benfica cheirou o sangue de um Inter sem rotinas e, a seu gosto e porque sim, aumentou o ritmo, sendo que na 2ª parte, já com a presa na boca, relaxou. E depois, aquando do 3-3, voltou a aumentar o ritmo (como o fez na entrada para a 2.ª parte em San Sebastian, já com o jogo perdido) em reação, sempre ao resultado e da perda das expectativas. Ou seja, este Benfica liga-se em reação e não em ação. Desperta sempre quando o trauma está perto da realidade (o trauma de estar a ganhar 3-0 e poder perder o jogo, o trauma de ser goleado, o trauma de poder não ser a equipa mais forte de Portugal…). Mas ao reagir, fá-lo em esforço, de mente fechada por medo. Não corre por certeza, corre por dúvida. E o erro fica mais próximo, o jogo fica mais caótico. Em suma, o Benfica tem de novamente encontrar o seu ritmo. Quem não o conseguir manter, dará lugar a quem o mantiver (sem perder fluidez com bola) e o objectivo terá obviamente de ser criar essa génese novamente e manter esse nível a todo o custo, por cima de tudo o resto.
Isto porque hoje, o objectivo do Benfica não é encontrar esse ritmo, é, muito basicamente, fugir a desilusões. E quando assim é, não se marca ritmo. Marca-se passo. Este parece-me a intenção apropriada para um Benfica que tem um treinador que já deixou fugir esse foco anteriormente e que tem jogadores com tendência a esquecerem esse foco, tornando esta época num déjà vu de épocas que acabaram com Nelson Veríssimo ao leme. E para fugir a isso, o foco terá de estar no processo de encontrar esse ritmo novamente e não num resultado (títulos) que não vai (vão) aparecer… sem esse ritmo."


Combate à corrupção


"A Assembleia da República aprovou, na semana passada, por unanimidade, a proposta de criação da Plataforma Nacional de Combate à Manipulação das Competições Desportivas, um órgão que irá funcionar junto da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária.
Cabe, essencialmente, a este órgão, coordenar a luta contra a manipulação de competições desportivas, centralizar as informações sobre apostas desportivas irregulares e, se for caso disso, emitir alertas, transmitir às entidades competentes elementos para investigação relacionadas com match-fixing e apostas desportivas ilegais, cooperar com organizações e autoridades a nível nacional e internacional, emitir pareceres científicos e técnicos, prestar apoio técnico às federações desportivas e propor medidas legislativas, entre outras competências.
Integram a Plataforma peritos indicados pela Procuradoria-Geral da República, PJ, pelo Mecanismo Nacional Anticorrupção e pela Comissão de Coordenação de Políticas de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo, bem como da Federação Portuguesa de Futebol, do Comité Olímpico de Portugal e do Instituto Português do Desporto e Juventude.
A Plataforma Nacional é obrigatória para os países que subscreveram a Convenção de Macolin, sendo que Portugal, apesar de signatário, ainda não havia concretizado esse dever. Surge, agora, no âmbito do Regime Jurídico da Integridade, diploma que compila todos os normativos que já existiam relativos a ilícitos criminais e disciplinares decorrentes de corrupção e manipulação desportivas."