Últimas indefectivações

sábado, 9 de novembro de 2024

Tarde vitoriosa...

Benfica 11 - 10 Esslingen
2-0, 4-2, 1-4, 4-4
Macleod(6), Lousa(4), Jardim(1)


Contra as Alemãs, no segundo jogo do dia, vitória pela margem mínima, depois de uma vantagem pequena, o empate a 7-7 ainda assustou, mas voltámos a ter uma ponta final forte...

Amanhã, contra as Romenas, que estão a jogar em casa, temos a último jogo. A derrota 'curta' até pode garantir o 1.º lugar, mas também pode dar o 3.º lugar, portanto o melhor é ganhar!!!

Manhã vitoriosa...

Galatasaray 8 - 12 Benfica
0-2, 3-1, 2-4, 3-5
Lousa(6), Macleod(4), Jardim(1), Aikema(1)


Contra as favoritas, vitória complicada, mas com um quarto período forte...

Entrevista: Pavlidis...

Pre-Bet Show #85 - Arranja desculpa para Domingo!

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - FC Porto não passa em Roma: que consequências para a Luz?

Zero: Tema do Dia - Benfica com melhor resultado do que exibição em Munique

BolaTV: Linha de 3 - Clássico...

Vinte e Um - Como eu vi - Bayern...

RicFazeres: Bayern...

Zero: Saudade - S03E09 - «O que fizeram comigo no Benfica foi uma injustiça, por isso saí»

Muito Benfica para apoiar


"A agenda desportiva benfiquista para o fim de semana em foco nesta edição da BNews.

1. Chamadas internacionais
António Silva e Tomás Araújo integram a mais recente convocatória da Seleção Nacional.

2. Clássico no domingo
Benfica e FC Porto encontram-se na Luz, domingo às 20h45. Já é conhecida a equipa de arbitragem.

3. Futebol
No sábado, a equipa feminina visita o Racing Power (17h00). Os Sub-19 defrontam o Torreense no Benfica Campus (15h00). No dia seguinte, a equipa B recebe o Alverca (15h30), os Sub-23 deslocam-se ao reduto do Portimonense (11h00) e, à mesma hora, os Sub-15 são anfitriões da Académica de Santarém. 

4. Equipas masculinas
Há várias equipas em ação no sábado. No futsal, o Benfica tem encontro marcado com o Fundão, às 19h00, na Luz. Em basquetebol, hóquei em patins e voleibol, jogos na condição de visitante de Esgueira (21h30), Oliveirense (18h00) e AA Espinho (17h45), respetivamente.

5. Equipas femininas
Em andebol, partida na Luz com o Gil Eanes (sábado, 15h00). Domingo, às 14h30, visita ao Parede em hóquei em patins; às 15h00, desafio com o Maia, na Luz, em futsal; e, às 15h30, deslocação ao Avense 78 em voleibol.

6. Na Europa
A equipa feminina de polo aquático do Benfica compete no Grupo D da 1.ª fase de qualificação da LEN Challenger Cup Women. Nas duas primeiras partidas obteve vitórias frente a Estrela Vermelha (7-28) e Galatasaray (8-12). Nesta tarde é a vez de defrontarem o Esslingen, da Alemanha (17h00), e, amanhã, às 17h00, o adversário é o Unirea Alba Iulia, da Roménia.

7. Seleção Sub-18
A mais recente convocatória inclui cinco jogadores do Benfica.

8. Reforço
Samara Vieira, internacional brasileira, junta-se ao plantel da equipa feminina de andebol do Benfica.

9. História
Veja a rubrica habitual das manhãs de quinta-feira na BTV."

Lanças....


Um trio de ases


"Jorge Jesus que me dê licença, ele que continua a espalhar competência e a agrupar títulos, mas há três treinadores portugueses que têm de ser colocados acima dos demais, ao dia de hoje: Marco Silva, Paulo Fonseca e Rúben Amorim. Marco porque compete a nível de topo – não há campeonato acima da Premier League – e cada vez melhor; Paulo por ser apenas o terceiro português, após Mourinho e Villas Boas, a ter chegado, no caso dele a pulso, a um dos maiores (mesmo dos maiores) clubes europeus; Rúben Amorim por estar a dias de integrar esse mesmo núcleo restrito e após ter conseguido tornar-se o melhor treinador - pelo menos dos que nos lembrámos - da história do Sporting. Escolho escrever isto esta semana, também em homenagem a três jogos admiráveis que as suas equipas concretizaram.
A vitória menos impactante foi naturalmente a do Fulham, diante do Brentford, até por ser um resultado previsível. O elogio não resulta por isso, na essência, de um jogo só, mesmo com aquele final empolgante, de uma reviravolta após o minuto 90 que foi tão feliz como justa. Há duas razões mais relevantes: uma anímica, porque a equipa vinha de uma série de jogos sem ganhar, com uns quantos pontos perdidos à beira do fim, pelo que perder de novo, e em casa, agravaria uma sensação de incapacidade que a forma de jogar não sugeria; e uma outra ainda mais decisiva, eminentemente tática, porque fez justiça a uma equipa que sabe o que faz em cada momento e que reparte o jogo, corajosamente, em qualquer campo, mesmo face ao mais apetrechado oponente. Este Fulham 2024/25 é o melhor projeto da carreira de Marco Silva até agora. E o treinador português está hoje claramente na elite, em grande medida porque nunca deixou de evoluir. E fez a equipa, todo o histórico clube londrino, crescer com ele.
O que escrevi antes, recordo que disse, por palavras muito idênticas e na minha crónica anterior, sobre Rúben Amorim. Quando um treinador melhora a cada ano a sua proposta de jogo, percebe melhor os jogadores de que necessita e os faz crescer, e tem como consequência uma evolução notável da equipa e mesmo do clube que serve, não há prova de competência mais eloquente. No últimos anos, o Sporting não foi apenas Amorim mas nada foi mais importante que Amorim no Sporting. O modo como saiu de Alvalade foi a imagem certa numa história perfeita: uma exibição para guardar, um resultado para nunca esquecer, e, na hora de analisar toda aquela emoção, a mesma lucidez, humildade e classe que sempre revelou. Estava escrito, disse ele. Pareceu mesmo. Mas o essencial do guião foi ele que o escreveu, ao longo destes anos.
Na mesma noite, outro resultado incrível de um comandante português, na impecável vitória do Milan em Madrid, em casa do rei da Champions e perante um Ancelotti atónito. Porque não foi só o resultado, foi o modo como conseguiu. Uns dias antes, o Barcelona tinha goleado no mesmo estádio, com o brilho dos seus meninos geniais que aqui elogiei, marcando quatro golos mas vivendo igualmente uns quantos lances de sobressalto, resultantes de um jogar de risco que deve ser sempre a matriz do Barça. Vi ambos os jogos com atenção e devo ser justo: o Milan, coletivamente, foi ainda melhor. Fonseca estudou o adversário como sempre soube fazer e aplicou a estratégia que lhe permitiu dominar a todo o tempo, numa aula de como controlar sem bola e ferir com ela. Não marcou mais golos porque simplesmente não calhou, ou então porque Rafael Leão não é ainda o atacante completo que Fonseca reclama que ele seja, chegando-se mais à baliza e definindo melhor. Mas se alguém tiver capacidade de dizer isto ao (ainda) jovem e prodigioso atacante português que lhe faça chegar: em vez de amuar com o técnico que tem, que o aproveite. O Leão que vi em Madrid é talvez o melhor de que me lembro. E bem gostava de os ver festejar juntos daqui a uns meses. Porque Leão vai a tempo de juntar aos melhores do mundo e de caminho fazia justiça a Paulo Fonseca, o melhor dos treinadores que os portugueses têm dificuldade em colocar entre os melhores."

Crónica de uma viagem a Munique


"Estas viagens têm uma certa rotina associada. Sai o sorteio, começam as conversas nos grupos do WhatsApp. "E que tal Munique? Quem vai ao Mónaco? Para Turim os voos estão carotes...". A minha opção recaiu por Munique. Sempre quis visitar a Alemanha, é um clube e estádio icónico, uma cidade com uma vibe muito forte por cerveja e conseguiríamos ficar em casa do familiar de um dos nossos. Vamos a isso! Que é como quem diz a mais de 4.000 quilómetros e 3 países no espaço de 48 horas...
A viagem começou às 22h de 3ª feira no aeroporto de Lisboa. Voo até Barcelona onde faríamos escala para Munique. Do seguinte modo: aterrar na cidade Condal à meia-noite e meia e embarcar para a Baviera às 6h da manhã. Dormir? Dormir is overrated. Tal como ficar no conforto do aeroporto nessas horas. É muito mais divertido sair, apanhar um autocarro e chegar às Ramblas à 1h30 da manhã de uma 4ª feira. Com tudo naturalmente quase fechado e pouca gente na rua. Bares abertos já foi difícil de encontrar, discotecas pediam valores de entrada que não queríamos dar, a solução foi a mesma que quando lá tínhamos estado em 2021 para o 0-0 com o Barcelona (ainda hoje não te perdoo, Seferovic!): comprar latas de cerveja aos vendedores ambulantes nas Ramblas. Latas a 1 euro e sempre fresquinhas (tiram-nas das tampas de esgoto, não sei como isso funciona e acho que nem quero saber). A meio da noite um daqueles vendedores senegaleses "oferece-nos" as tradicionais pulseiras, em que já todos sabemos o esquema: "é de borla porque sou muito simpático, mas já que as tens na mão, agora oferece lá uma moedinha, que até parece mal". Os meus dois companheiros de viagem tomaram a decisão certa e óbvia: colocá-la no pulso a viagem toda porque daria sorte no jogo e eu cometi o grande erro: atirei a pulseira para o lixo. Escusado será dizer que ainda hoje me culpam da derrota. Se tivesse mantido a pulseira, claramente teríamos vencido 1-0 e o Bayern só teria tido 30% de posse de bola. No regresso ao aeroporto o nosso uber esteve envolvido num acidente de automóvel e um sem-abrigo bateu no motorista, coisas tão random que às vezes me pergunto se estas histórias para contar durante muitos anos são inevitáveis nos aways europeus. Mas pronto, apanha-se outro uber e pede-se a ele para voar até ao aeroporto, para chegarmos a tempo do avião para Munique.
Está frio na cidade alemã. "Ainda bem que trouxe o casaco. Mas as botas vieram só passear, porque não chove.". Comboio para deixar a mochila em casa e rumo à Marienplatz, a icónica praça da cidade. Tempo para comer uma sandes cujo nome em alemão nem me recordo nem atrevo a tentar escrever e as famosas salsichas. E claro, começar a beber cerveja, muita cerveja. Num bar de repente já não somos 3, somos 15, porque mais malta que conhecemos vai chegando. Há um senhor idoso alemão que se aproxima de nós e explica (a um de nós que vive na Alemanha e percebe alemão) que se lembra de ter visto na TV o Benfica de Eusébio a ganhar ao Real Madrid. Coisas que nos fazem recordar a grandeza intemporal do Benfica.
Quando saímos do bar, está já a praça cheia de Benfiquistas. Resolvemos não ir na primeira leva rumo ao estádio e sabemos pouco depois que a linha se encontra parada, por terem atirado uma tocha para os carris. Coisas que não se entendem. Mas lá seguimos num comboio a abarrotar de adeptos do Benfica e do Bayern em ameno convívio até à estação do Estádio e é quando o vejo pela primeira vez. Aquele exterior vermelho é icónico. E o interior também. Ainda bem que o jogo foi adiado por 15 minutos, porque ainda deu para beber mais uma cerveja nos corredores do estádio e o jogo começa. 4.000 Benfiquistas contra 71.000 alemães. O apoio deles ao início é forte, mas depois calam-se. Soubemos que tinha sido pela morte de um adepto deles. O Benfica não ajuda, porque pouco toca na bola e pouco passa do meio-campo, mas o nosso apoio é forte na medida do possível. Algo desorganizado e nervoso, mas vamos tentando. Como os outros não cantam, ecoamos pelo estádio.
Nestes jogos contra o Bayern há sempre o receio da goleada e portanto quanto mais o tempo vai avançando, mais vamos agradecendo o nulo. Mas é triste ver um Benfica tão encolhido e tão incapaz de ser corajoso e sei lá, tentar jogar um pouco à bola. Nem as equipas pequenas do Tugão jogam assim tão recolhidas na Luz. Mas enfim, todos sabem o que aconteceu e esta crónica não é sobre táticas nem sobre o jogo propriamente dito. O Benfica sofreu um golo na 2ª parte e isso bastou para perder. No final do jogo regressamos a casa, sem grandes aventuras pelo meio, apenas uma paragem num restaurante de fast-food para comer qualquer coisa e ir dormir. Aquela coisa que não tínhamos feito na noite anterior!
Baterias recarregadas, tempo de acordar, tomar o pequeno-almoço (novamente aquela sandes que nem sei como googlar o nome) e passear pela cidade, o chamado "turistar". A cidade é bonita, mas fico com a sensação que só lá voltarei para novo jogo com o Bayern ou para a Oktoberfest. Por volta das 14h arrancar para o aeroporto, fazer escala de 2 horas em Milão e voo para Lisboa. Aterramos em Portugal por volta da meia-noite. 
Não sei se os jogadores do Benfica têm noção dos sacrifícios que fazemos nestas viagens. Do dinheiro que gastamos, do sono que não dormimos, das horas passadas em aeroportos, mas é o que é. Também, honestamente, não é por eles que o fazemos. É pelo amor ao clube, pelo emblema e para ver o senhor de idade alemão a falar-nos de ter visto o Benfica de Eusébio a derrotar o Real Madrid em 1962. E é também pela amizade, pela aventura, pela cultura e pelo viver mundo. O jogo do Benfica é o pretexto para a viagem, mas o jogo acaba por ser apenas 90 minutos em 48 horas. Quem não é adepto de futebol talvez não entenda e considere tudo isto uma maluqueira, mas quem sente, sabe. E quem não sente, não sabe o que perde.

Ps: Obrigado ao zerozero pela compreensão da minha ausência prolongada nestas crónicas, devido a motivos pessoais. Espero voltar a escrever novamente com mais regularidade."

Respirar Benfica


"Todos sabemos que o Sport Lisboa e Benfica, desde a sua fundação, é um bastião do povo, uma instituição baseada na humildade, no trabalho árduo, na competência, na honestidade e na perseverança dos seus fundadores, sócios e adeptos, todos eles alimentados pela chama imensa que arde dentro de cada alma Benfiquista pelo Mundo fora.
Cada um de nós teve o seu trajeto de como se tornou Benfiquista, logo cada um de nós respira Benfica de maneira diferente, onde todos nós temos as nossas opiniões acerca da Direção, dos treinadores e dos jogadores. Elas, muito provavelmente, irão divergir em algum momento e isso é natural. No entanto, há uma coisa que nos une a todos e que, consequentemente, nos torna todos iguais: o nosso amor pelo Benfica.
Este amor onde todos nós pomos de parte as nossas diferenças, os nossos problemas e as nossas mágoas pessoais em prol do Glorioso. Este amor onde, seja onde for, haverá um Benfiquista a cantar e a apoiar. Este amor onde todos nós caminharemos juntos e sempre com o Benfica, jamais contra. Este amor que, durante mais de um século, viu incontáveis glórias, vitórias e conquistas que, ainda hoje, são faladas de forma saudosa para nunca nos esquecermos do quão grandes somos.
Que se continue a respirar Benfica e que nunca deixemos as nossas diferenças, a incompetência, a apatia, as aldrabices e a arrogância matarem este sentimento único e radiante que pode ser resumido numa frase:
E Pluribus Unum."

Uma derrota anunciada


"Este é um texto difícil de escrever.
Por um lado estou triste com a exibição e resultado de ontem. Por outro, e olhando para a equipa que temos, acho que seria quase impossível fazer melhor. E isto não faz de mim um benfiquista menos exigente ou resignado, mas uma equipa como o Bayern consegue evidenciar todos os defeitos de um plantel. E ontem foi feio. Já lá vamos.
Demos uma imagem pobre num dos principais palcos europeus e mentiria se dissesse que não me sinto desiludido, mas acho que este é um bom momento para fazer uma introspecção sincera. Não podemos esquecer que esta é a mesma equipa que há pouco mais de 1 mês nos maravilhou com uma exibição de encher o olho frente ao Atlético de Madrid (que ontem foi vencer a Paris, já agora). Então o que mudou? Vou tentar explicar a minha visão da coisa sabendo à partida que é difícil agradar a todos e que muitos nem vão passar do ponto 1 porque... enfim, estamos em 2024 e pouca gente tem tempo para ler coisas desalinhadas com as suas ideias.

1 - A estratégia
Poupanças! Medo! Estas duas palavras apareceram muito associadas ao 11 e à exibição da equipa. Creio que é aqui que vou perder metade dos leitores, porque acho que a estratégia e tática foram bem pensadas. Na teoria, tudo o que Bruno Lage preparou para este jogo fez sentido. Reforçou o centro da defesa para libertar os alas para que pudessem fazer todo o corredor; reforçou o meio-campo com 3 médios em que um era mais defensivo e os outros dois tinham a responsabilidade de fazer circular a bola. Akturkoglu no apoio ao ponta-de-lança, Amdouni, que tinha como missão dar profundidade à equipa. Não vejo aqui nada de escandaloso nem descabido. Continuo convencido que a ideia era correta e, muito provavelmente, tomaria decisões semelhantes nas mesmas circunstâncias. Até a gestão do Di Maria fez sentido para o palco e adversário! Sendo assim, pouco tenho a apontar ao nosso treinador. Começo bem, não é? Continuemos.

2 - O contexto
O nosso e o deles. 
No nosso tivemos a surpresa, que já não é surpresa nenhuma, da lesão do Bah que condicionou de forma evidente a nossa capacidade de sair a jogar. Não tanto pela ausência do dinamarquês, mas mais pelo seu substituto que, apesar de ter feito uma exibição qb, continua a não mostrar argumentos para jogar a este nível. Sem Bah e com Carreras amarrado do lado esquerdo, ficámos sem capacidade para sair pela alas e foi fácil para o Bayern controlar o jogo no nosso meio-campo. No deles, é preciso não esquecer os resultados do gigante bávaro contra os principais clubes portugueses e como isso provavelmente pesou na abordagem a este jogo. O Sporting já lá levou 7, o Porto 6 e o Benfica 5 por três vezes. O melhor que conseguimos foi um empate a 2 em casa e duas derrotas por 1-0 na Alemanha. E isto pesa. É inevitável que este cenário esteja na cabeça de toda a gente quando se joga frente a este adversário em particular. É um encaixe péssimo para as equipas portuguesas e, pior ainda, não temos armas físicas para contrariar o poderio do adversário. E é aqui que me parece estar a chave deste insucesso.

3 - O jogo
O Bayern não conseguiu rematar à nossa baliza nos primeiros 30 minutos e isso significa que esta parte da estratégia foi bem pensada e executada. Linhas baixas, sectores compactos, jogadores solidários. Nesse sentido tudo correu bem e o 0-0 ao intervalo abria boas perspectivas para, finalmente, termos um resultado positivo em Munique. Mas se esta parte da estratégia correu bem, a outra correu muito mal. A ideia, óbvia, era baixar linhas e aproveitar contra-ataques para ferir o adversário. Tirar-lhe o espaço das nossas costas e aproveitar o adiantamento da defesa contrária para explorar ataques rápidos. O problema é que não temos jogadores capazes de jogar assim, o que é um problema crónico nos nossos plantéis, e fomos completamente engolidos nos 90 minutos acabando por perder 1-0 sem qualquer ponta de dignidade. Não fomos humilhados no resultado, mas a exibição foi francamente pobre. Nós, os adeptos, sabemos; os jogadores sabem; o treinador também. E o diretor de comunicação, que esteve ao lado de Bruno Lage na conferência de imprensa após o jogo a pedir que assumisse a responsabilidade, também sabe. Passámos uma má imagem como clube e isso deixa-me profundamente triste. Se preferia jogar aberto e ser goleado? Não. Mas isto não foi muito melhor. Senti-me como um adepto do Pevidém provavelmente se sentiu ao defrontar o Benfica e não sei como lidar com essa ideia.

4 - Um problema crónico
Então se Bruno Lage fez, na minha opinião, uma leitura correta do adversário e da estratégia, o que falhou? O mesmo de sempre. O Benfica não tem jogadores fisicamente capazes de batalhar contra um adversário destes. Não há velocidade, não há tamanho, não há agressividade. E isto tem muito a ver com o perfil de jogadores que continuamos a contratar para determinadas posições. Não me entendam mal, não acho que temos de ir a correr contratar gazelas com 2 metros para todas as posições, mas existem sectores onde a aceleração, potência, velocidade e capacidade técnica são fundamentais para dar à equipa armas para ultrapassar adversários que são muito fortes fisicamente. Dos jogadores que estiveram em campo com a nossa camisola, apenas um tem velocidade e potência, mas jogou sempre sozinho e foi completamente abafado pelos adversários, acabando por sair ao intervalo sem glória. Então e que posições são essas onde é fundamental ter jogadores com argumentos físicos? Na minha opinião, que vale tanto como as outras, são estas: laterais, extremos e avançados. Olhando para os nossos laterais, só Bah tem velocidade, mas longe de fazer a diferença com esses argumentos. É só mais rápido que os outros colegas da mesma posição e sofre quando apanha um adversário mais rápido pelo seu flanco. Carreras é muito interessante a nível técnico, mas não tem aceleração. Nos extremos... talvez Tiago Gouveia tenha algumas destas características, mas para além de ausente é um pouco irregular. Ou seja, temos bons jogadores tecnicamente, mas são facilmente controlados quando têm de jogar mais isolados apostando no 1 Vs 1 e contra-ataque. Os nossos avançados são grandes, mas, não me levem a mal, não têm sido grande coisa. Ontem o Pavlidis foi completamente incapaz de segurar uma bola que fosse. Parecia um menino a jogar entre Palhinha, Upamecano, Min-Jae... e basicamente toda a restante linha defensiva alemã. Falta, ou pelo menos faltou neste jogo, agressividade! E assim fomos constantemente empurrados para a defesa enquanto ficámos na expectativa à espera de um milagre do futebol. Não aconteceu e perdemos.

5 - Qual é a solução?
De imediato? Nenhuma. Temos de jogar com o que temos e é algo que, provavelmente, não se resolverá tão depressa. Mas sinto que devemos começar a olhar para esta questão de outra forma porque o futebol de alto nível em 2024 não é amigo de equipas pouco agressivas e sem capacidade física. Assim seremos sempre comidos, seja em Portugal, onde os nossos adversários têm apostado mais neste perfil de jogadores com grande sucesso, como na Europa.
Ganhar ao FC Porto."

Treinadores: a eterna dança


"Portugal parece andar para trás no que diz respeito a projetos sustentados de treinadores num clube. Será tudo uma questão de economia. Mas também há a própria dinâmica dos treinadores...

HÁ poucos dias, Bernardo Silva e Pep Guardiola constatavam o óbvio: o crescimento sustentado do Sporting no panorama futebolístico português deveu-se a um trabalho de continuidade, desenvolvido pelo homem que agora ruma a Manchester para ser rival semanal dos que terça-feira foram rivais pontuais em Alvalade, para a Liga dos Campeões.
Depois do próximo domingo, dia da despedida efetiva de Rúben Amorim do Sporting, em Braga, não restará na Liga portuguesa um único treinador que tenha começado a época anterior, 2023/2024, ao serviço do respetivo clube, salvas as exceções das duas equipas que subiram da II Liga, Santa Clara e Nacional (será por acaso?).
Havia outro, Luís Freire, mas foi despedido esta semana do Rio Ave depois de perder cinco jogos, quatro dos quais contra as quatro equipas teoricamente mais poderosas do campeonato — Sporting, Benfica, FC Porto e SC Braga —, não perder em casa há quase um ano e ter passado ano e meio sem poder contratar jogadores. Subiu a equipa da II Liga à primeira, mas tudo se esquece com demasiada facilidade.
Após um período marcado por aparente estabilidade, que parecia indiciar novos tempos, com a longevidade de treinadores como Sérgio Conceição, Rúben Amorim ou o próprio Luís Freire, o futebol português voltou ao rame-rame das chicotadas por dá cá aquela palha, órfão de projetos e refém de conjunturas que podem nada querer dizer. Ou então podem querer dizer muito, como por exemplo ter gestões profissionais e empresariais que, dada a natureza negocial do futebol, se regem por princípios de valorização de ativos para posterior venda, mesmo que os ativos não tenham tido o aval do treinador. Se os ativos não agem pode haver problemas. Há saídas de técnicos, já esta época, que deixam gatos escondidos com rabos enormes de fora no que respeita à sagrada autonomia dos treinadores sobre a constituição das equipas. Mas caberá aos treinadores denunciá-lo com todas as letras, se acharem pertinente.
Há também que ter atenção, nesta dança eterna, a dinâmica da própria classe: todos amigos na teoria, mas concorrentes no que ao mercado de trabalho respeita. Será a lei da vida. Por cada treinador que é despedido há um que volta a ter emprego. E muitos, sabemo-lo, posicionam-se favoravelmente para o que der e vier, de forma mais ou menos mediática. É a economia, estúpido..."

Futebol de ricos, num país de pobres


"Assistir a futebol em Portugal é, cada vez mais, um passatempo de ricos. E apenas de ricos. Pela primeira vez em muito tempo, não podemos assistir a futebol nos canais abertos. Seja do campeonato, algo que já acontece há muito tempo – demasiado, até -, seja das competições europeias. E para nós, benfiquistas, a situação ainda consegue ser pior. Segundo dados da DECO Proteste, os adeptos do Benfica têm de pagar, pelo menos, mais 24% do que os restantes adeptos de futebol. Isto porque, como todos sabemos, à Sport TV temos de acrescentar a BTV para assistir aos jogos caseiros do nosso Clube. Por exemplo, um adepto do Sporting ou do Porto, que queira ver os jogos do seu clube no campeonato nacional e nas competições europeias, terá de pagar 34.99€. Já um adepto do Sport Lisboa e Benfica ainda terá de acrescentar a BTV no valor de 11,49€, perfazendo um total de 46,48€ por mês.
Longe de mim querer opinar sobre como deveriam ser geridos os canais públicos... Mas não seria uma mais-valia estes canais passarem a transmitir os jogos nacionais e internacionais dos nossos clubes? Sim, eu sei, a Sport TV comprou esses mesmos conteúdos. Mas – e ainda por cima numa altura em que tanto se fala no futuro da televisão pública – não seria uma grande aposta do canal público a aquisição destes direitos? Não seria uma forma de reverter a quebra em audiências e receitas? E não esqueçamos que novos contratos terão de acontecer a partir da época 2027-2028, com a tão afamada centralização dos direitos televisivos.
Se, ao início, a aposta na BTV era compreensível por todos, numa luta contra a hegemonia da Sport TV, agora não o é. Até porque, neste momento, parece-me que jogamos ao lado da Sport TV e não contra o seu monopólio. Recordemos o jogo adiado contra o Nacional por causa do nevoeiro.
Ou seja, a opção dos dirigentes do Sport Lisboa e Benfica tem sido clara e inequívoca: andar de mãos dadas com quem gere a transmissão do futebol em Portugal. Mas e a BTV? Porque é que continuam os adeptos do Benfica a ter de pagar mais para ver o mesmo número de jogos de futebol que os outros adeptos? Não seria justo o acesso à BTV ser gratuito para sócios? Ou, de repente, uma luta pelos direitos do clube acaba por ser revelar, afinal, apenas mais um negócio capitalizado pela paixão dos adeptos? Suspeito que assim seja.
Que Rui Costa e a restante direção não queiram afrontar quem manda na transmissão do futebol em Portugal, é uma opção. Errada, na minha opinião, mas é uma opção. Que Rui Costa e a restante direção continuem a compactuar com a penalização dos seus associados e adeptos… Pois, isto não pode ser opção, muito menos num clube fundado pelo povo e para o povo. Um clube que, em vez de um passatempo para ricos, ambicionou ser uma oportunidade de sonho e glória para aqueles que a vida impede de vencer. Para aqueles que dificilmente poderão optar por pagar 46,48€ por mês para viver o seu clube.
Posto isto, cumpre perguntar: vai o Sport Lisboa e Benfica continuar a optar pelo que não pode ser uma opção?"

SportTV - NBA - S03E05

Zero: Afunda - S05E14 - Afirmação de Neemias e os Warriors em grande