Últimas indefectivações

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Gabriel... na luta!

Bruno Lage, uau!

"De treinador 'miúdo' o fulgurante senhor! Que obra! Personalidade da época, como Sérgio foi há um ano. Proezas no trabalho de ambos!; ainda maior o de Bruno. Jamor: a gala. Vivà Taça!

Personalidade da época no futebol português: Bruno Lage. Indiscutível. Tal como Sérgio Conceição o foi há um ano. Não por, simplesmente, terem conduzido campeão nacional. Sim porque, para ambos, a maratona até ao título foi drástica oposição de simples. Arrancaram em circunstâncias dificílimas, puros berbicachos, conseguindo arrumar a casa e erguê-la, em duríssima escalada, até ao êxito dito impossível!
Sérgio entrou num FC Porto vindo do 3.º lugar - no soma e segue de nada vencer ao longo de 4 anos(!) - e financeiramente encostado à parede por (saudável) imposição da UEFA, tendo de se despedir de pedras preciosas (Rúben Neves, André Silva - mesmo Diogo Dalot e Layún) e limitar-se a uma aquisição: Vaná, saído do Feirense para guarda-redes suplente. Sérgio recuperou, muitíssimo valorizando!, quem estava emprestado (Ricardo Pereira - veio render bom dinheiro, transferido para o Leicester -, Sérgio Oliveira, Aboubakar, Marega..), deu superior dimensão a outros, vide Brahimi, e, injectando raça num futebol práfrentex, devolveu o FC Porto ao topo, de forma incontestável!
Proeza ainda maior, ainda mais impensável, a de Bruno Lage! Porque chegou no penúltimo dia da 1.ª volta, quando o Benfica estava KO: no 4.º lugar... (a 7 pontos do campeão) e sendo ele, Bruno, requisitado à equipa B em emergência de mero interino... Então frisei que o Benfica desperdiçara meio campeonato com calendário muito favorável...; a sua 2.ª volta seria terrível!: ir a Guimarães, a Alvalade, a Braga, ao Dragão! - mais Moreira de Cónegos e Vila do Conde, o que significa deslocar-se ao território de todas as 6 equipas que se classificaram do 2.º ao 7.ª lugares! Martírio à vista! Desde logo, para treinador jovem, chamado à pressão e ilustre desconhecido.
Bruno Lage teve aquilo que Luís Filipe Vieira acaba de dizer ele próprio ter tido (traduzo para coragem). Sim, gigantesca coragem! Ok, pouco a perder... Mas, caramba!, treinador miúdo (peço-lhe desculpa), num ápice virou quase tudo de pantanas! Drástica mudança de esquema táctico, criança João Félix como 2.º ponta de lança, Pizzi crescendo noutro modelo de jogo, confiança transmitida a Gabriel (atenção: injustíssimo o que tenho ouvido e lido sobre Rui Vitória ter desligado de Gabriel; foi Vitória quem muito insistiu nesta contratação, feita em última hora, no fecho de Agosto - e depressa a lançou no 1.º onze, só que Gabriel, mostrando ser potencial mais-valia, ressentia-se de não ter feito pré-época, precisava de tempo...). Mais: inesperada a espectacular recuperação de Samaris, progressivo lançamento de outras crianças (Florentino, Ferro), detonação do melhor Rafa...
A estreia incluiu sofrimento e genica atacante: na Luz, face ao Rio Ave, viragem de 0-2 para 4-2. Os 2 jogos que se seguiram, porque fora de casa, foram importantíssimos: 2-0 nos Açores, 1-0 em Guimarães. Daí partiu embalagem... trituradora!: na Luz, 5-1 ao Boavista; em Alvalade, 4-2 (grande exibição, quiçá a mais categórica); de imediato 10-0 (!) ao Nacional, 3-0 nas Aves e, em casa, 4-0 ao Chaves (26 golos nestes 5 jogos!). Seguiu-se o teste dos testes: 2-1 no Dragão - personalidade para reviravolta, pois o FC Porto marcou primeiro... -, absolutamente decisivo! (quase incrível salto para... 1.º lugar).
Escorregadela, na Luz - 2-2, frente ao Belenenses -, absurda, após 2-0, porque consequência da súbita rajada de estapafúrdios/colossais brindes de Odysseas e Rúben Dias (muitíssimo pior do que o 2-2 do FC Porto em Vila do Conde por erros... colectivos). E fio à meada logo categoricamente retomado em casa de Moreirense 5.º classificado (4-0).
Senhor Bruno Lage: 19 jogos, 18 vitórias (1 empate), 72 golos - e mais 9 pontos - face ao FC Porto no mesmo período), que obra! Exactamente isso: miúdo Bruno Lage fulgurante a mostrar-se senhor! Também - e muito, tanto! - na diferença que impõe no público discurso. Oxalá consiga mantê-lo...
O que lhe correu mal (Taças nacionais e Frankfurt) e, sobretudo, a incógnita sobre o próxima futuro do Benfica e desde treinador... abordarei noutro dia.
(...)"

Santos Neves, in A Bola

O neto que todas as avós querem

"Dos livros de história já não se vai livrar Bruno Lage: a meia época ao serviço do Benfica será recordada daqui a 20 anos das mais variadas formas e há muito por onde escolher: desde a reviravolta na classificação, a recuperação de vários jogadores, o 10-0 ao Nacional ou os 103 golos. Outros treinadores (e respectivas personalidades) provavelmente iriam recordar-nos estes registos até não haver mais voz ou papel, mas o mais recente treinador campeão parece pertencer a uma casta diferente: terá, até, uma excessiva humildade que só será verdadeiramente compreendida se mantiver o registo em momentos de insucesso.
O que Lage já percebeu, apesar da pouca experiência no cargo, é que a linha que separa o elogio da crítica ao treinador do Benfica (um cargo mais escrutinado que o do primeiro-ministro) é tão frágil quanto um fio de seda. Lage recebe agora todos os louvores. E são mais que merecidos. Porque além da excelente condução de um plantel, o comandante das águias trouxe um discurso que deixa os sanguinários sem argumentos. Porque trata os rivais como adversários e não como inimigos; porque relativiza o que deve ser acessório; porque prioriza o essencial; porque é, como diria Joseph Blatter sobre Messi, o neto que todas as avós querem ter.
Mas esta aura só dura quando se ganha. Lage teve uma grande vantagem: tinha pouco a perder porque agarrara uma equipa em cacos e só os loucos lhe poderiam exigir o título. Na próxima época tudo será diferente: vai ser um dos máximos responsáveis pela construção (retoques) do plantel numa época me que as águias apostam numa Champions sólida, à semelhança das do FC Porto. Como se diz na gíria, vai aumentar a parada. Mas se há um homem capaz de surpreender é sem dúvida o treinador do campeão nacional."

Fernando Urbano, in A Bola

Casas do Benfica, por todo o lado...!!!

Pré-época definida...

"1 de Julho
Início dos trabalhos de pré-temporada

6 de Julho
Treino aberto aos Sócios, adeptos e Comunicação Social, no Caixa Futebol Campus

11 de Julho
Jogo particular no Estádio da Luz (adversário a definir)

13 de Julho
Jogo particular frente à Académica, no Estádio Cidade de Coimbra

15 de Julho
Viagem para San Francisco (Estados Unidos da América), iniciando a participação no ICC International Champions Cup

20 de Julho
Jogo SL Benfica-Chivas, em Santa Clara (Levi´s Stadium)

24 de Julho
Jogo AS Roma-SL Benfica, em Nova Jérsia (Red Bull Arena)

28 Julho
Jogo AC Milan-SL Benfica, em Foxborough (Gillette Stadium) Regresso a Lisboa"

SL Benfica

Plantel 2019/20

"Uma primeira passagem por aquilo que pode ser o plantel da próxima temporada.

Guarda-redes (2) - Odysseas Vlachodimos e Jasper Cillenssen (ex-Barcelona)
Saídas: Mile Svilar (empréstimo)
Jogadores Apontados até ao Momento: Jasper Cillenssen e Wuilker Fariñez (Millonarios)
Odysseas com um momento ou outro menos bom, foi uma mais valia do plantel. No entanto, tem vários defeitos. Controla mal a profundidade, treme bastante em lances com bolas cruzadas e tem um mau jogo de pés. É possível arranjar melhor. Svilar precisa de minutos de jogo, vai ser emprestado. Na minha opinião, Cillenssen faria sentido por empréstimo ou com um contrato curto (2-3 anos) para que depois Svilar assumisse o lugar a seguir. É um guarda-redes melhor que Odysseas e ao que tudo indica já terá tudo acordado entre os clubes. Wuilker Fariñez seria uma aposta com mais risco, mas que permitiria provavelmente um encaixe financeiro significativo daqui a uns anos. É um guarda-redes com muito potencial.

Laterais (4) - André Almeida, Tyronne Ebuehi, Nuno Tavares (ex-equipa B) e Contratação
Saídas: Álex Grimaldo (definitivo), Sebastien Corchia (fim do empréstimo) e Yuri Ribeiro (empréstimo/definitivo com percentagem do passe)
Jogadores Apontados até ao Momento: Albert Moreno (Liverpool), Mário Rui (Napoli) e Leonardo Koutris (Olympiakos)
Há três jogadores no Benfica com muita procura no mercado (#3, #6 e #79). Dos três, aquele que me parece mais provável que possa sair é o Álex Grimaldo. Yuri Ribeiro não teve uma boa época. Nunca conseguiu mostrar aquilo que fez no Rio Ave. André Almeida cumpriu e deve continuar. Tyronne Ebuehi vai fazer a pré-época pelo menos, visto que era uma grande aposta no ano passado. Só depois da pré-época é que poderemos atacar o mercado por um lateral direito. Neste momento, pelo menos para já, qualquer lateral direito apontado ao Benfica não faz sentido. Na outra ala, há uma vaga já aberta. É a de Yuri. Na equipa B há um jogador que tem cumprido bem nesta posição. Faz todo o sentido que Nuno Tavares suba à equipa principal. É um lateral forte fisicamente, com uma boa técnica e capaz de atacar muito bem. Saindo Grimaldo, devemos ir ao mercado por alguém capaz de render algo no imediato.

Centrais (4) - Rúben Dias, Ferro, Jardel e Germán Conti/Branimir Kalaica (ex-equipa B)
Aqui não estou à espera de muitas mudanças. Jardel tem contrato por mais um ano. Não acredito que alguém pague a cláusula de Rúben Dias. Ferro, pelo menos para já, não parece ter mais mercado que Rúben Dias. A única questão prende-se com o 4º central. Germán Conti não impressionou. Enquanto Kalaica fez boas exibições na equipa B. Há duas hipóteses aqui. Ou Kalaica é emprestado, ou vai fazer a pré-época e tem oportunidade de discutir o lugar com Conti. Dada esta juventude toda disponível, não acredito que acabemos por ir ao mercado por um defesa centro.

Médios Centros (5/6) - Andreas Samaris, Florentino Luís, Gabriel, Adel Taarabt, Gedson Fernandes e Chiquinho (ex-Moreirense)
Saídas: Filip Krovinovic (empréstimo) e Ljubomir Fejsa (definitivo)
Terminámos a época com sete jogadores que podiam fazer esta posição, mas um deles mal víamos (Krovinovic) e outro jogou muito pouco (Fejsa). Seis parece o número máximo de jogadores que podemos ter nesta posição. Os Fejsa e Krovinovic parecem estar de saída. Krovinovic porque foi uma sombra do que já fez no passado. Precisa de voltar a jogar com regularidade. Fejsa porque não se encaixa neste sistema que privilegia a posse de bola. Samaris, Florentino Luís, Gabriel, Taarabt e Gedson têm lugar garantido. O reforço, que também parece estar mais ou menos fechado, é Chiquinho. Chiquinho fazia esta posição na Académica. No Benfica pode jogar também no lugar de João Félix e muita gente tem apontado para a o lugar do Pizzi, que também acredito que possa ser lá adaptado, apesar de nunca ter feito a posição. Para já deixo-o aqui, pois é o seu lugar natural. Tiago Dantas, David Tavares e Ilija Vukotic devem fazer parte da pré-época com a equipa. Nuno Santos, caso não seja emprestado, também deve fazer a pré-época. Dada esta juventude toda disponível, não acredito que acabemos por ir ao mercado por um médio centro.

Extremos (5/6) - Rafa Silva, Pizzi, Jota, Caio Lucas (ex-Al-Ain) e Salvio
Saídas: Franco Cervi (?) e Andrija Zivkovic (empréstimo/definitivo)
Rafa e Pizzi foram os melhores jogadores da temporada do Benfica. Eu acredito que uma preocupação de Bruno Lage neste verão será criar um sistema alternativo ao 4-4-2 actual, que contará com extremos mais encostados à linha. Nesse sentido, Salvio e Jota têm lugares garantidos. Ambos são extremos muito desequilibradores. Jota pode explodir na próxima temporada. Estes quatro parecem-me ter o lugar assegurado. Zivkovic nunca contou para Bruno Lage deve sair. A partir daqui muita coisa pode acontecer. Franco Cervi está longe de me encher as medidas, mas a verdade é que foi recorrentemente uma opção para Lage e pode ficar. Caio Lucas assenta bastante bem naquela ideia de termos um sistema alternativo. Seria um bom reforço. Há ainda Chris Willock na equipa B que também calharia bem. Acredito que só fiquem 5 jogadores, eventualmente 6 se Chiquinho ficar definitivamente a lutar pelo lugar de Félix ou de médio centro. Dada a quantidade de jogadores disponíveis, não acredito que acabemos por ir ao mercado por um extremo.

Avançados (4/5) - Jonas, João Félix, Haris Seferovic, Heriberto Tavares (ex-Moreirense)/Jhonder Cadiz (ex-Setúbal) e Contratação
Jogadores Apontados: Jhonder Cadiz (ex-Setúbal), Raúl de Tomas (Rayo Vallecano) e Dyego Sousa (Sp. Braga)
João Félix e Haris Seferovic, a menos que alguém bata a nota, serão os titulares do Benfica na próxima temporada. Jonas disse no programa da manhã da TVI que vai voltar depois das férias. Temos também Chiquinho e Rafa que podem vir a fazer a posição de Félix. Há pelo menos uma vaga no plantel. É a alternativa a Haris Seferovic Raúl de Tomas é um craque. Não é tão físico como o Seferovic, mas é mais móvel, capaz de rematar com os dois pés - aliás durante imenso tempo acreditei que fosse esquerdino - e sabe finalizar também de cabeça. É muito completo. Seria uma boa alternativa ao suíço. Mas tenho as minhas dúvidas que o Benfica seja capaz de pagar o que o Real Madrid deverá pedir. É jogador para custar 25M ou mais. Já Dyego Sousa tem as suas vantagens. É mais barato, é mais físico que Seferovic, mas também finaliza bem com os dois pés, é muito forte no jogo aéreo, sabe receber a bola e acima de tudo, está bem adaptado ao Campeonato Português. Poderia não render muito financeiramente no futuro, mas era jogador para garantir 20-25 golos durante 3-4 épocas. Não seria um mau reforço. Dependendo do posicionamento do Chiquinho, vejo outro jogador a entrar aqui. Um jogador que se tem falado pouco, mas também fez uma boa temporada é o Heriberto Tavares. Para mim seria a alternativa perfeita ao João Félix. É um jogador rápido e muito forte tecnicamente, e que começa a mostrar alguma evolução na dimensão táctica do jogo, que me parecia o principal problema na equipa B. Alternativamente, Jhonder Cadiz do Setúbal tem sido apontado. É outro jogador móvel e muito forte tecnicamente que se poderia encaixar aqui. 

Em suma, só acredito em investidas no mercado por um guarda-redes e um ou dois pontas de lança. Caso Grimaldo saia ou caso Ebuehi não convença, poderemos ir ao mercado por um lateral esquerdo e/ou um lateral direito. Todas as outras posições estão bem definidas neste momento e com profundidade com qualidade na equipa B. Não faria sentido investir."

Cadomblé do Vata (orgasmos precoces!!!)

"Em Dezembro de 2015, o Sporting CP preparava-se para passar o Natal em 1º lugar, com os "lampiões" a longos 7 pontos de distância e a verdade desportiva imperava neste canto à beira mar plantado. Como tal situação já não se verificava desde que o 25 de Dezembro nem feriado era, na SportingTV cantavam-se trovas de gozo aos encarnados. Acontece que o Natal propriamente dito já foi passado em 2º, o SL Benfica já só ia a 5 pontos e a verdade desportiva mirrava mais do que a voz dos cantautores verdes e brancos. Quando em Abril "veio o Mitroglou e comeu", tudo descambou e à falta de caneco de 1º Classificado, em Alvalade tiveram de se contentar com o título de Campeão da Verdade Desportiva e uma jarra do Rui Santos.
A 4 de Janeiro do presente ano, o FC Porto seguia ufano na liderança com 7 pontos de vantagem sobre o "Carnide", alicerçadas em arbitragens de tal nível que faziam adivinhar um Mundial 2022 só com árbitros portugueses. O "Carnide" estava mais distante da luta pelo título do que o André Pereira e o Felipe da linha defensiva do Vitória e do Feirense. Acontece que LFV sem saber bem como, acertou na chave do Euro Milhões e quando no início de Março Jorge Sousa apitou para o final do Clássico, o Glorioso tinha empurrado o FC Porto do 1º lugar, com a mesma força que Militão utilizou para estatelar o pobre Arsénio Moreirense. Terminada a Liga com o SL Benfica a segurar um adiantamento para o FC Porto, comparável ao do Herrera antes de facturar ao Sporting CP de bicicleta, a famigerada verdade desportiva foi encontrada pelos azuis, esticada numa valeta, como um Nakajima ou um Rochinha na área portista.
Temos assim que em Portugal, a verdade desportiva sucumbe com facilidade aos títulos do Benfica e as arbitragens só são exemplares quando os encarnados estão para trás do sol posto classificativo. Mesmo nos anos 90 a imparcialidade magnânima imperava no trabalho dos que iam de férias para o Brasil ou os que contrariando indicações médicas, tinham relações sexuais antes dos jogos. Homens desta cepa já não se fazem. O próprio presidente da FPF, corrupto andrajoso colado a Luís Filipe Vieira, era um excelente chefe de família enquanto liquidava facturas de fornecedoras prostitutas. De nada vale que os 2 rivais tenham somado 40 minutos em superioridade numérica em 4 jogos contra o SL Benfica, que tenham beneficiado de 2 penaltys ou que no único golo azul contra o agora campeão, Pepe estivesse fora de jogo no momento em que Marega desvia a bola com o peito. A retórica tem de ser mais forte do que os factos. Ou então alguém vai ter que levar com uma medalha de 2º lugar pelos queixos."

Cadomblé do Vata (Diferenças...)

"Diferenças de rendimento, no campeonato e noutras competições.

Adversários Europeus do Sport Lisboa e Benfica
Bayern - Campeão alemão + Finalista da Taça da Alemanha (por disputar)
Ajax - Campeão Holandês + Taça da Holanda + Semi Finalista da Champions
Galatasaray - Campeão Turco + Taça da Turquia
PAOK - Campeão Grego + Taça da Grécia
Dinamo Zagreb - Campeão Croata + Finalista da Taça da Croácia (por disputar)
AEK - 3º no Campeonato Grego + Finalista da Taça da Grécia
Eintracht - 7º no Campeonato Alemão
Fenerbahce - 8º no Campeonato Turco (falta 1 jornada)

Adversários Europeus do Futebol Clube do Porto
Galatasaray - Campeão Turco + Taça da Turquia
Liverpool - 2º na Premier League + Finalista da Champions (por disputar)
Lokomotiv - 3º no Campeonato Russo + Finalista da Taça da Rússia (por disputar)
Roma - 6º no Campeonato Italiano (falta 1 jornada)
Schalke 04 - 14º no Campeonato Alemão"

“O Diego era extraordinário. Liderou a equipa pelo talento e sem um grito”: Maradona levou a Argentina ao título mundial sub-20 há 40 anos

"Rubén Rossi foi campeão do mundo ao lado de Diego Maradona, no Mundial sub-20 de 1979, no Japão, e é das vozes mais respeitadas da Argentina quando o assunto é futebol de formação. O ex-futebolista argentino, de 58 anos, (...) no dia que arranca o Campeonato do Mundo sub-20, na Polónia

De que se lembra daquele momento em que sabe que vai jogar o Mundial sub-20?
Tenho tudo muito presente. A minha carreira foi muito estranha porque eu nunca joguei no futebol de formação. Comecei a jogar com 17 anos no Colón, de Santa Fé, joguei nove jogos no torneio local, depois joguei dois jogos na 3.ª divisão e aí fui convocado para a selecção juvenil, a uma pré-selecção. Era a primeira vez que ia o [César] Menotti para pegar na equipa. Bom, a partir daí começa a minha história na selecção juvenil [sub-20]. Estreio-me contra o Cosmos, dos Estados Unidos, na província de Tucumán, na Argentina. No Cosmos jogava Franz Beckenbauer, Carlos Alberto, campeão do mundo em 70, Giorgio Chinaglia… Ou seja, o flaco Menotti não me pôs a coisa fácil na estreia [risos]. Ganhámos 2-1. A partir daí, fui ao Sudamericano, no Uruguai, onde nos classificámos para o Mundial juvenil [sub-20]. Quando a equipa começa a treinar, a meio de Junho, em 79, voltam a convocar-me para a selecção e o César confirma-me que ia jogar na equipa. Fui sempre titular. Creio que fui o único que jogou todos os minutos de todos os jogos no Sudamericano, no Uruguai, e no Japão. Depois, com o desenrolar do campeonato, coroámo-lo com a obtenção do título.

Viajar até ao Japão, para um miúdo, era todo um mundo novo, não?
Sim. Na realidade, para mim, foi tudo um mundo novo, não só viajar até ao Japão. Primeiro, viajámos até aos Estados Unidos, a Los Angeles, jogámos um jogo no Estádio Olímpico, em que ganhámos ao México 2-1. Depois, viajámos para Tóquio e, sim, era um mundo distinto ao que nos toca viver agora. Creio que o avanço tecnológico dos últimos 30 anos não se deu no resto da Humanidade. Nessa época, o Japão era mais para lá do que agora, mesmo que siga mantendo a mesma distância geográfica. Através da comunicação podemos ter um acesso muito mais importante do que naquela época, em que poucas pessoas viajavam ao Oriente. Havia muito pouco, havia que recorrer a outro tipo de informações. Sim, era toda uma coisa nova, um desafio muito lindo. Foi encontrar um mundo distinto do que cada um conhecia aqui na Argentina.

Era estranho ter como treinador o campeão do mundo? [César Menotti foi campeão do mundo no Argentina-78]
Sim, sim, para mim era estranhíssimo [risos]. No ano anterior, eu estava a começar a carreira no clube e, no ano a seguir, tinha-o a ele como treinador, que foi quem me marcou futebolisticamente. Não só porque mantenho uma amizade com ele há 40 anos; não só, e digo-o sem vaidade, porque creio ser dos que mais estudou a sua ideia futebolística; e, para além disso, porque tenho a sorte de ser docente e director da área formativa da escola de treinadores que leva o seu nome. Ele marcou-me muitíssimo. Até esse momento, eu jogava muito bem à bola, tinha um conhecimento de futebol pelo meu pai, que também foi futebolista e treinador. Mas, aprender a jogar futebol realmente, aprendi com Menotti: ensinou-me a manejar os espaços, a manejar os tempos, a servir-me do engano, a saber fazer os avançados caírem na armadilha e perceber que há ações na linha de fundo que servem para depois criarem mais à frente Maradona, Ramón Díaz ou Calderón, que eram jogadores brilhantes que jogavam nessa equipa.

Como era Menotti?
Menotti é um… a ver… primeiro temos de ter em conta de quem estamos a falar. Se pensamos que as duas últimas revoluções no futebol são o Milan de Arrigo Sacchi e o Barcelona de Pep Guardiola, e ambos os treinadores disseram que muitas das suas ideias sustentaram-nas em Menotti e na filosofia de Menotti, tenhamos em conta de quem falamos. Isto do ponto de vista profissional. Desde o ponto de vista humano, o César é uma pessoa muito inteligente. Com os seus 80 anos, absolutamente lúcido. Estou permanentemente reunido com ele, a falar da escola. Passo três dias por semana em Buenos Aires, sempre com ele. Tem uma capacidade de análise e uma capacidade para descobrir coisas num jogo de futebol que nunca vi noutra pessoa. É absolutamente inteligente, muito inteligente. Com uma convicção, princípios e ideais em que, fundamentalmente, a sua filosofia de vida se vê reflectida no campo de jogo. Recordo uma frase que diz assim: “Conhece-se mais uma pessoa numa hora de jogo do que num ano de conversação” - Platão disse isso. E, nessa hora de jogo, uma pessoa é como é na vida e na vida Menotti é uma pessoa sem trampa [truques/armadilhas], que gosta de conseguir as coisas da forma que lhe corresponde, e o mesmo que ele apregoa no mundo de futebol: jogar para ganhar, que não é o mesmo de tratar de ganhar de qualquer maneira.

E alguns nomes dessa equipa da Argentina, no Japão?
Os jogadores que mais se destacaram formavam assim: Sergio Garcia, Abel Carabelli, Juan Simón, Hugo Alves, Juan Barbas, Osvaldo Rinaldi, Diego Armando Maradona, Osvaldo Escudero, Ramón Díaz e Gabriel Calderón. A maioria voltou a jogar noutra seleção argentina. Simón e Gabriel Calderón foram vice-campeões em Itália; Barbas e Ramón Díaz jogaram no Mundial de 82; Osvaldo Rinaldi e eu integrámos a selecção pré-olímpica de 1980… Ou seja, o nível que alcançaram alguns jogadores como Simón, Barbas, Ramón Díaz, Calderón e nem falemos de Maradona, para mim os maiores jogadores de todos os tempos, faz com que aquela seleção seja recordada muito mais pelo título do que pela maneira como o conseguiu.

Como era Diego naquela altura?
Um ser humano extraordinário, excepcional. Um rapaz de 18 anos que já era um homem, que já tinha mais de dois anos na primeira divisão. Já tinha treinado com a selecção mundial de 78 e era um miúdo extraordinário. Liderou a equipa sem a necessidade de um grito, nunca faltou ao respeito a um companheiro. Era mais um na equipa, porque assim tratou de o promover flaco Menotti. Era uma pessoa excepcional de quem guardo as melhores recordações.
E já tinha perdoado Menotti por não o ter levado ao Campeonato do Mundo de 78?
Há um ano, numa reportagem para um canal de televisão da Argentina, perguntaram-lhe quem tinha sido o melhor treinador que teve na carreira. Ele disse: “O melhor e o maior treinador que tive, sem lugar para dúvidas, foi César Luis Menotti”. Os jornalistas ficaram surpreendidos porque o tinha deixado de fora do Mundial de 78, e ele respondeu “sim, sim, mas foi com quem mais aprendi”. A única autoridade que diz respeito ao treinador baseia-se no afecto e sensibilidade, e depois na sabedoria. Perante estes factores, todos os futebolistas acabam por render. Não tem nada que ver com quem manda ou outro tipo de autoridade, que está mais perto de autoritarismo, que tem mais que ver com um chefe do que com um líder. Um líder convence, um chefe ordena. Menotti vai sempre convencer a partir do conhecimento.

Ele desfrutava mais perto de miúdos ou era igual?
Ele continua a desfrutar agora! É um apaixonado pelo jogo de futebol. Creio que desfrutou muito dessa equipa, porque disse que foi a equipa que mais identificou a sua forma de entender este jogo. Também temos de ser sinceros: quando fomos jogar este Mundial, não é que nos tenhamos juntado um mês antes e fomos jogar, tínhamos um montão de jogos particulares, jogámos um Sudamericano, jogámos contra equipas poderosas, não me lembro de termos jogado contra equipas de juveniles. Fazia-nos sempre jogar contra selecções de províncias da Argentina ou países das fronteiras, ou contra equipas tão fortes como o tal Cosmos. Deu um carácter e uma convicção à equipa quanto à ideia futebolística. Vou confessar algo, há 40 anos que penso o mesmo: na nossa cabeça não entrava a palavra ‘perder’, era muito difícil que pensássemos nisso. Primeiro, pela equipa, depois porque tínhamos o melhor jogador do mundo a jogar por nós.

Em que posição jogava?
Jogava como segundo marcador central, o que antigamente se conhecia como “6”.

Por isso a camisola 6, então…
Claaaro, mas agora os jogadores já usam a 34, 48, 92… mas naquela época jogava o 4, 2, 6, 3… 8, 5, 10… 7, 9, 11. Era assim que se posicionavam os números. Nunca acreditei nesse tipo de numeração tática, porque, assim que rola a bola, os jogadores movimentam-se. Não faz sentido. Algum dia haverá um jornalista que explique como arrancava uma equipa parada. As equipas mudam permanentemente, com as acções do jogo, não é que estejam sempre quatro no fundo, três no meio e três à frente. Nunca vi uma equipa jogar assim.

No primeiro jogo do Mundial ganhavam por 4-0 aos 25 minutos, com três golos de Ramón Díaz e outro de Maradona. Eram demasiado bons?
Era outro mundo. No Sudamericano, nos dois primeiros jogos, fizemos 11 golos: seis ao Peru e cinco ao Equador. Hoje é muito difícil que aconteça. Depois da Indonésia, ganhámos 4-1 à Polónia, que era uma equipa poderosa. O jogo que mais sofremos foi com a Jugoslávia, eram muito poderosos. Mas ao ganhar à Indonésia, sim, a equipa demonstrou que ia ser protagonista nesse torneio. Não sabia se ia ganhar, mas que ia ser protagonista, sim. Contra a Indonésia mostrámos que ia ser duro alguém ganhar-nos.

Nos “quartos”, outro 5-0, com mais três golos de Ramón Díaz. Havia algum debate sobre a figura ou Diego era Diego, o número 1?
A ver… o Ramón foi avançado graças ao flaco Menotti, pois quando chegou a esse Mundial era volante pela esquerda. E não era um grande definidor. Quem lhe ensinou a definir, a manejar o engano dentro da área, o ameaçar como arma letal e a utilizar a velocidade nos últimos metros da cancha foi flaco Menotti. Meteu-o a número ‘9’, para meter Diego como ‘10’, como volante de criação. Diego transmitia sempre outra coisa, entendes? Ramón podia fazer os golos, mas quem liderava desde o talento era ele. Liderava pelo conhecimento do jogo, pelo talento… Creio que jogando com ele também crescíamos futebolisticamente.

Era o futebol puro…
Sim, melhorava-nos a todos. Entrávamos com outra predisposição quando o tínhamos em campo. Era como ter um elemento na equipa que sabe que vai dar um salto de qualidade num determinado momento. Esse era Diego. Diego tinha a capacidade de resolver uma acção quando ninguém esperava e, com essa acção, resolver o jogo também.

De que se lembra da final?
O que mais me lembro é a charla técnica que deu Menotti. No mundo em que vivemos, imaginamos uma charla técnica com três televisores, a analisar 200 vezes o adversário, não sei, com um quadro com 800 setas que vão e vêm. No entanto, Menotti sentou-se numa cadeira e disse: “Para mim, vocês já ganharam. Já são campeões pela forma como jogaram. Mas, se hoje ganham jogando como têm feito, vão passar 30 anos e as pessoas vão lembrar-se desta equipa”. Na verdade, equivocou-se: já passaram 40 e as pessoas continuam a recordar. Eu tenho um caderno em que anotei muitas das coisas que aprendi com Menotti como futebolista. Tenho-o guardado. Não acredito no futebol antigo e no futebol moderno, acredito num só futebol: o que se joga bem e o que se joga mal. Como na música, na pintura e em qualquer das outras artes. As coisas fazem-se bem ou fazem-se mal. Não há um Mozart antigo e um Mozart moderno, um Maradona antigo e um Maradona moderno.
Tem alguma lembrança da equipa de Portugal?
Desse Mundial, não, porque eles jogavam noutra zona. Não me lembro, na verdade. Passaram 40 anos. Nessa época não havia grande referência a outras equipas. Eu nunca vi um vídeo ou nunca me falaram de como jogavam os adversários. Sabíamos por aí algumas coisas pontuais de alguns, mas não conhecíamos bem como jogavam os adversários. A ver: se eu e tu formos enfrentar o Messi ou o Cristiano Ronaldo, sabemos quais são as acções que realizam, certo?

Hm, hm…
O que não sabemos é quando as vão fazer. Isso não se pode fazer. Se eu sou o central e vamos jogar contra o Barcelona, tu és o treinador e dizes-me: “Rubén, o Messi vai do sector direito e arranca para dentro, ele ataca esse espaço”. Sim, isso já sei, mas não sei quando o vai fazer, e tu tampouco. Então, por isso o futebol é tão lindo e surpreendente. No vídeo, posso ver o que se passou, mas não vou ver o que se pode passar. Se eu tapo um caminho, o talento vai tratar de encontrar outro.

São génios do espaço e tempo, dominam tudo…
Sim, absolutamente. O mesmo com o Cristiano Ronaldo: todos sabem que cabeceia e ninguém o pode neutralizar; todos sabem que corta [para dentro] e remata mas ninguém o pode neutralizar; todos sabem que faz diagonais e ninguém o pode neutralizar. Todos sabem que faz tudo, o que se passa é que nunca sabem quando. É por isso que o futebol é tão hermoso.
Há 40 anos, o Rubén tinha 18. Foi fácil normalizar o triunfo ou alguns ficaram deslumbrados? Menotti foi importante nesse momento?
Ele foi muito importante. Eu recordo-me que, no primeiro jogo que ganhámos no Sudamericano, no Uruguai, creio que foi 5-0 ou 6-0 ao Peru, entrámos todos eufóricos no balneário e Menotti entrou e fez shhhhh com o dedo: “Não gritem, porque no outro balneário há um grupo de jogadores que está triste”. Isso sempre tive presente. Tínhamos 18 anos, imagina. O jogador mais novo da equipa era Diego. Sim, foi uma loucura. A Argentina vivia um momento político muito estranho, havia uma junta militar. Num período de obscuridade, essa equipa deu algo de luz a uma sociedade que estava muito oprimida, calada e muito assustada, sobretudo.

As pessoas foram esperá-los ao aeroporto ou foi mais família?
Não, não. As pessoas esperaram-nos como vi poucas vezes fazerem a uma selecção juvenil. Esperaram-nos no [aeroporto] Ezeiza. Para que tenhas uma ideia, desde o aeroporto de Santa Fé, onde eu nasci, até ao estádio do Colón, onde jogava, normalmente o trajecto demorava uns 20 minutos se havia trânsito, eu demorei uma hora e um quarto. Era impressionante a gente que havia, não só no aeroporto, daí fomos transferidos para um estádio e depois, de helicóptero, para a AFA, a Associação de Futebol Argentino, e a gente que havia nas ruas era impressionante. Talvez a recepção à selecção do Mundial de 86 tenha sido maior, tinha outra envergadura, mas no âmbito juvenil não sei se outra selecção argentina, em qualquer disciplina, tenha tido a recepção que tivemos.

Ficaram amigos?
Sim, a maioria tivemos uma relação de amizade. Há pouco, os meus companheiros criaram um grupo de WhatsApp, onde comunicamos permanentemente. Está o Gabriel Calderón, que vive em França, o negrito [José Luis] Lanao, que vive em Espanha, bom… apenas um par de jogadores não está nesse grupo. Estamos a pensar juntar-nos.
Num programa de televisão, creio que no “La llave del gol”, contou que o levaram a França e o presidente acabou decepcionado...
[Risos] Sim, o que aconteceu é que me levaram para uma equipa da terceira divisão e, nessa época, não havia vídeos, nada. E os recortes diziam que eu tinha jogado com o Maradona. E o presidente acreditava que eu era o Maradona e quando me viu jogar deu-se conta de que não tinha nada que ver [risos]. Foi uma história risonha. Mas fui muito feliz nessa equipa, fui muito feliz na minha época de futebolista porque desfrutava jogando. Na época de juvenil, quando tive Menotti como treinador, fui o mais feliz que uma pessoa pode imaginar ser numa profissão.

E quase 40 anos depois, convidou-o para a escola de treinadores. Qual é o plano de Menotti?
Ele foi induzido por nós, porque lhe dizíamos que tinha de deixar um legado. A partir daí, fui convocado para armar os programas de estudo. Desenvolvemos o programa de acordo com a sua ideia, ele corroborou tudo e estamos a tratar que essa ideia se propague por todo o mundo. Para que uma ideia que sustentou a filosofia de treinadores do nível de Arrigo Sacchi ou Guardiola, ou Valdano, não se perca. Trata-se de uma ideia que sobretudo se baseia em quatro ações que tem o futebol: defender, recuperar, desenvolver [o jogo] e definir. É uma ideia muito ambiciosa e ele está muito feliz e compenetrado em tudo o que se está a fazer.

Quando entrevistei Ángel Cappa [Aqui], disse-me que para ele existiram dois revolucionários no futebol: Rinus Michels, pelo manejo do espaço e tempo, por encurtar as equipas, e Menotti, pelos conceitos.
Sim, estou absolutamente de acordo com o Ángel. Creio que foram os dois maiores treinadores da história do futebol. Conceptualmente, Menotti foi o melhor; e Rinus Michels pelo manejo das questões de espaço e tempo, da redução do espaço, do povoamento desses espaços pela equipa holandesa, quando eram desocupados pelo adversário.

O que está mal com o futebol, Rubén?
Estou cansado de repetir que, no futebol de formação, compete-se para aprender a jogar e não para aprender a ganhar. Há uma exacerbação do triunfo no futebol infantil até aos 12, 13 anos. Há demasiados maestros e o único que ensina a jogar à bola é o jogo. A carreira desportiva de um futebolista divide-se em duas etapas: aprender a jogar à bola até aos 13, 14 anos e aprender a jogar futebol dos 13 anos para a frente. Na primeira etapa, o único e exclusivo maestro é o jogo; na segunda, o formador, que sabe de futebol, ajuda esse jovencito que jogava à bola a jogar futebol. Hoje não acontece assim. Vou ser mais claro: no futebol infantil, são necessários ajudantes; no futebol juvenil, são necessários formadores; no futebol profissional, de primeira divisão, estão os treinadores. Quando os treinadores vão para o futebol infantil, a formação fica de pernas para o ar, porque querem ganhar de qualquer maneira. Então, usam os miúdos, começam a armar sistemas tácticos, a fazer outros tipos de questões que nada têm a ver com a formação. O que agora os alemães chamam ‘automodelação’, a autoaprendizagem, aqui na Argentina foi desenvolvido durante muitos anos, e os jogadores argentinos povoaram os melhores clubes do mundo. O desespero pelo resultado desportivo faz com que o menino não aprenda o fundamento do jogo. Paradoxalmente, no futebol infantil, o fundamento da técnica individual aprende-se em grupo. Estão todos desesperados para ganhar como for, estão todos desesperados para ter jogadores de bom porte físico, que percorrem muito terreno, fortes. E, depois, dá-se o paradoxo de o Barcelona jogar com Xavi, Iniesta e Messi, que marcaram a história do futebol do mundo e não mediam mais de 1,78m. Actualmente, as medições dizem que um dos jogadores que menos corre é Messi, o mesmo com Busquets e Piqué, que eram a coluna vertebral dessa equipa. Se não entendem que a preparação física serve para sustentar o talento, cada dia vai haver mais atletas e menos futebolistas.

Por cá, podem ler-se notícias sobre pais que entram no campo e batem nos árbitros ou insultam os miúdos. O que se passa com o futebol de formação?
Bom, para isso tenho a velha frase de Napoleão, quando lhe perguntaram em que idade devia começar-se a educar as crianças. Ele disse “dez anos antes de nascerem, começando pelos pais”. Há que fazer entender aos pais, formadores e treinadores que procurem a felicidade dos filhos. Nestas idades, a responsabilidade maior não tem de estar posta no jogo, mas sim na escola. O jogo é outra coisa, é a liberdade, a alegria, a felicidade. Converteram o jogo num trabalho e, precisamente por isso também, na adolescência encontra-se o maior abandono de futebolistas. Esse miúdo cansou-se. Começou aos seis anos numa escolazinha de futebol e, aos 15, já são nove anos que joga, submetido a pressões que ninguém imagina, porque tem de treinar quatro vezes por semana, senão o treinador não o mete. E, em dia de jogo, tem de jogar bem e ganhar, sobretudo ganhar. Então, aos 15 anos é um veterano de mil batalhas: cansou-se, fartou-se dos pais, treinadores e directores, de todo o mundo que a única coisa que lhe exigiu foi o triunfo e não lhe deu nada de felicidade.

É por isso que escolheu o futebol jovem para trabalhar? Para mudar mentalidades…
Eu escolhi porque, um dia, quando deixei de jogar futebol, comecei a pensar como era possível que um miúdo de um bairro muito humilde da Argentina, de uma província como Santa Fé, que nunca jogou em divisões do futebol de formação, tenha sido vice-campeão no Uruguai, campeão mundial no Japão, campeão pré-olímpico com a selecção do Interior na Colômbia, nomeado para a pré-convocatória para os Jogos Olímpicos de Moscovo, sem passar pela fase sensível, a área funcional, a neurociência e tudo o resto. Esse foi o meu caso. A partir de mim como autorreferência, que é muito feio mas é assim, comecei a estudar e a dedicar-me a isto. Jamais quis trabalhar no futebol da primeira divisão. Nunca. Mais: quando formalizava um contrato como coordenador de algum clube, metia sempre uma cláusula a dizer que jamais ia treinar em qualquer divisão. Eu amo ajudar os miúdos a crescerem, para aprenderem a jogar, ajudar os formadores. O desafio, que é uma utopia, que nunca se vai concretizar mas que nos ajuda a viver, é tratar de mudar esta mentalidade, tratar de que os miúdos voltem a ser felizes e voltem a divertir-se. Vai ser a única forma de, para aqueles que somos neutros, nos divertirmos quando formos ao estádio. Os adeptos querem ganhar e nada mais que isso. Eu e tu estamos a falar de um dos treinadores mais famosos de todos os tempos, ou o mais importante, que nunca foi campeão mundial, como Rinus Michels. E, no entanto, ficou na lembrança de toda a gente. Isso para mim continua a ser o mais importante.

Está contente com as mudanças da AFA? A mensagem de Pablo Aimar, por exemplo; a ideia de que Placente saca a mochila aos miúdos [retira peso e pressão]; a história de os jovens limparem as botas…
Sim, estou muito contente. Sabes que o Menotti é o director das selecções nacionais... E também sempre vi muito bem Aimar e Placente, são dois rapazes com as ideias muito claras e que ajudam no desenvolvimento humano dos futebolistas. Está muito bem encaminhado. Mas a mim preocupa-me outra coisa: é a genética do futebolista argentino. Há que proteger esse talento e às vezes está muito desprotegido. Não estou a falar das seleções jovens da Argentina, estou a falar do futebol jovem do país. Há que cuidá-lo mais, protegê-lo. Na Europa deram-se conta, como agora dizem os alemães, que o miúdo tem de aprender jogando. Vai chegar um momento em que não vão comprar mais futebolistas. Nós temos uma base genética muito importante, mas temos de fazer um esforço renovado para proteger esse talento e não atirá-lo para o lixo, procurando o atleta. Na América Latina, as componentes atlética e colectiva chegavam sempre tarde ao futebolista, porque antes de nada manejava muito bem a bola. Como disse Pep Guardiola: ninguém se aproxima deste jogo porque gosta de correr, aproxima-se porque gosta de jogar.

O que é o melhor do futebol?
O futebol é uma bonita desculpa para ser-se feliz; se não servir para ser feliz, não serve para nada. O mais importante é ir a uma cancha e desfrutar de um espectáculo, e esse espectáculo tem de ser brindado pelos futebolistas. Não pago para ver trabalhar. Pago para ver jogar."

Momentos...

Jamor no feminino...!!!

Fado

Jota, Campeão Total !!!

Especial...

Flamenco

Benfica After 90 - Match Day 34 - Campeões!

Reconquista...

Embalo colectivo dos nossos Juniores!

Obrigado pelo reconhecimento!

"Desde que a Reconquista se tornou uma realidade – há cinco dias – que o Benfica tem vindo a receber as mais diversas felicitações. A cada hora, a cada minuto! Tornou-se impossível quantificar com precisão a quantidade de mensagens recebidas, mas são já milhares, com toda a certeza.
São felicitações formais de muitas e distintas entidades. De muitos organismos (ligados ao Desporto nacional e não só). De muitos clubes (portugueses e não só). São mensagens particulares de dirigentes e ex-dirigentes desportivos. De atletas e de antigos atletas. De Benfiquistas e de não-Benfiquistas. De centenas de destacadas personalidades da nossa Sociedade e também de muitos anónimos.
Todos eles, sem excepção, nos fizeram questão de apresentar – sob as mais diferentes formas – os parabéns pelo 37.º título de campeão nacional, reconhecendo o mérito e a justiça desta conquista.
Na recta final de uma semana de comemorações – que encerram amanhã quando o Presidente entregar o troféu ao Museu Cosme Damião – é tempo, pois, de aqui agradecer a todos os que nos felicitaram. Obrigado!

PS: O seleccionador nacional anunciou a convocatória para a fase final da Liga das Nações. O Benfica é, orgulhosamente, o clube português mais representado, com 4 jogadores na lista final de Fernando Santos: Rúben Dias, Pizzi, Rafa e João Félix. Nos 23 chamados, no entanto, há 9 convocados que são produto do Caixa Futebol Campus. Desejamos as maiores felicidades à participação de Portugal nesta competição, assim como à Selecção de Sub-20 para o Campeonato do Mundo que hoje tem início. Boa sorte!"

Os homens do título: Rúben Dias, o defesa que caminha para xerife

"Não há defesa no Benfica com tantas acções defensivas e na Europa só há nove jogadores com melhor percentagem de tentativas de desarme completas. Eis Rúben Dias.

Muitos lhe criticam o ímpeto, a dureza, por mais intermitente que ela seja, as vezes em que se precipita, próprio talvez das guelras e da vontade indómita de quem é ainda jovem. Mas o certo é que, aos 22 anos, Rúben Dias já vai na segunda temporada completa no eixo da defesa do Benfica, com a presença em campo de quem caminha para xerife, com a aura da tal mística que o clube e seus dirigente tanto apregoam, com o carimbo de futuro capitão, isto se entretanto não chegar alguém com um cheque bem chorudo que o leve para outras paragens.
E posto isto, não há defesa do Benfica que tenha tido tantas acções defensivas no 1.º terço do terreno - que para um defesa é o terço que interessa - como Rúben Dias. No total foram 177, às quais o central mais utilizado tanto por Rui Vitória como por Bruno Lage juntou ainda mais 33 ações no terço intermédio e cinco já no último terço do terreno.
Com um total de 44 desarmes, 32 deles completos, ao longo da temporada, Rúben Dias destaca-se até na Europa neste particular: é o 10.º jogador dos principais campeonatos europeus em percentagem de tentativas de desarme completas, com 89,8% de acções bem sucedidas. A tudo isto, o central titular da Selecção Nacional juntou ainda 30 intercepções, 14 bloqueios de remate, cinco bloqueios de cruzamentos e 14 bloqueios de passe.
Nas 34 jornadas do campeonato (Rúben Dias participou em 32 delas, somando 2866 minutos), o defesa fez 108 alívios, 53 deles cabeça e 85 deles dentro da área, além de ter provocado 24 foras de jogo a adversários.
Rúben Dias fez valer também o seu 1,87m para ganhar 63,6% dos duelos aéreos defensivos e recuperou a posse de bola 149 vezes. Amarelos foram 10 e marcou ainda três golos em 21 remates, os três de cabeça, frente a Sporting, Nacional e Sp. Braga. Deu também uma assistência para golo.
Não terá sido ainda o ano da definitiva maturidade de Rúben Dias, que ainda tem por onde crescer, mas a sua influência no onze titular do Benfica é inegável, não só pelo que joga mas também pelo que manda - e quem tem 11 anos de casa pode já dar-se ao luxo de mandar qualquer coisinha."

O triunfo da reconquista (ou como Lage deu um novo ar ao Benfica)

"Chegados ao fim da maratona de 34 jornadas iniciada a 10 de Agosto de 2018 o Sport Lisboa e Benfica arrecada o 37º título do seu historial. O grande objectivo delineado por Luís Filipe Vieira e a “estrutura” foi cumprido, com 2 pontos de vantagem sobre o último campeão, o Futebol Clube do Porto.
E isto numa época em tudo invulgar, com uma mudança de treinador (Rui Vitória passou a pasta a Bruno Lage no início de 2019, depois de uma ameaça de mudança semanas antes, travada pelo próprio Vieira) e uma segunda volta a todos os níveis de excelência.
A derrota em Portimão ditou a mudança no comando técnico e foi a última que o Benfica sofreu esta temporada… a partir daí foram 19 jogos em que os 100% de eficácia só não foram conseguidos porque os encarnados empataram com o Belenenses SAD logo após o decisivo triunfo no Dragão. De resto, foram 19 os jogos sem perder e com a melhor série de vitórias da época, nove em duas ocasiões, só interrompidas por esse empate com os azuis, ainda para mais em pleno Estádio da Luz e depois da equipa estar a vencer por 2-0.
Com Bruno Lage como líder do grupo o Benfica conseguiu um histórico registo de eficácia de quase 95%, com 49 pontos conquistados, ultrapassando o registo de Jimmy Hagan.
Bruno Lage igualou igualmente o feito de Sven-Goran Eriksson, pois o treinador sueco fora, em 1990/91, o único até agora a vencer fora os rivais FC Porto, Sporting e SC Braga na mesma época. 
2018/2019 fica igualmente marcada pelo número de golos que o novo campeão conseguiu, 103 em 34 jornadas, o que passou a ser o melhor registo da equipa no Campeonato Nacional com uma média superior a 3 golos por jogo.
Impressionante? Sem dúvida.
O Benfica sagra-se campeão com o melhor ataque da prova, a segunda defesa menos batida e o melhor marcador da Liga, o suíço Seferovic.
O FC Porto não mostrou igual consistência e acima de tudo, parece-me, a confiança suficiente para ter argumentos de forma a revalidar o título.
Luís Filipe Vieira tem, obviamente, uma importante quota-parte neste feito, já que, depois da aposta em jogadores formados na Academia do Benfica, decidiu apostar tudo num treinador da casa, “made in Seixal”.
E com sucesso. Bruno Lage introduziu no jogo dos encarnados uma nova táctica, rentabilizou recursos que não estavam a atingir os patamares pretendidos com Rui Vitória (basta olhar para Samaris, Seferovic e acima de tudo João Félix, estes dois a demonstrarem um entendimento fora do normal) e acima de tudo trouxe uma linguagem mais ao alcance dos comuns mortais. Sem dúvida que isto aproximou os adeptos da equipa, as estrelas dos que enchem os estádios e na maratona os planos de Lage, jogo a jogo materializaram-se num título que os benfiquistas apelidaram de “Reconquista”. No final, não foi preciso o sprint com a meta à vista, bastou a uma equipa que chegou a estar a 7 pontos do FC Porto manter um nível exibicional e de concretização como há muito não se via.
O título é do Benfica, dos benfiquistas, dos jogadores e todo o staff e pelo que se viu, o clube está a criar as condições para que volte mais vezes a encher o Marquês de Pombal com uma maré vermelha de fazer inveja. Não é assim de admirar que os adeptos se identifiquem cada vez mais com a equipa e a sigam, vá por onde vá. Ficou o sabor amargo das competições europeias onde o Benfica queria acima de tudo mostrar que os resultados da época passada foram um autêntico “erro de casting”, mas de resto, a nível nacional o principal foi alcançado: um título é um título, e isso sim, arrasta multidões.

P.S.: e sim, concordo com Bruno Lage e com o que o treinador do Benfica disse quando usou da palavra no palco dos festejos do 37."

Tribuna de Honra - Campeões e o resto...

“Lage” de betão

"Lage foi sobretudo importante pela sua maneira de ser e de estar, pelos valores que soube transmitir, pela mensagem que disseminou sempre que esteve à frente das câmaras.

Praticamente desconhecido até há uns meses atrás, Bruno Lage viu o seu nome atingir o estrelato ao conduzir o Benfica ao 37.º título nacional de futebol, menos de cinco meses após ter substituído Rui Vitória no comando dos encarnados.
Tendo tomado conta de uma equipa moralmente fragilizada, a sete pontos de distância do seu principal rival, o Futebol Clube do Porto, Lage conseguiu um registo impressionante de 18 vitórias e um empate, com 72 golos marcados e 16 sofridos, apresentando um futebol bonito e catapultando para a ribalta um punhado de jovens que, até há bem pouco, jogavam na equipa B dos encarnados. 
Capaz de unir em seu torno um grupo de jogadores que andavam perdidos, de lhes transmitir a velha mística, de congregar novos e velhos em torno da célebre reconquista, de dar a mão a alguns proscritos, de fazer regressar aos estádios uma mole humana que apoiou incessantemente a sua equipa, Lage foi sobretudo importante pela sua maneira de ser e de estar, pelos valores que soube transmitir, pela mensagem que disseminou sempre que esteve à frente das câmaras.
Tivesse ganho ou perdido, o mais importante foi que retirou pressão aos seus jogadores, que lhes disse para, embora com determinação, se divertirem e fazerem aquilo de que mais gostavam, não acicatou os ânimos, não entrou em conflitos com os adversários, que respeitou e soube fazer-se respeitar.
Em muito pouco tempo, soube ganhar e ser elegante na vitória, afirmando que há coisas bem mais importantes na vida para além do futebol e disse esperar que a reconquista significasse a reconquista do bom futebol e das boas maneiras, havendo que dar mérito aos adversários e que defender princípios e valores.
Num momento em que o futebol é uma das maiores indústrias do mundo, em que as televisões pagam muitos milhões pelas transmissões televisivas, em que jogadores que há pouco atingiram a maioridade são transacionados por mais de uma centena de milhões de euros, é importante que haja alguém que coloque o futebol na sua real dimensão, que valorize os adversários, que não invetive os treinadores e jogadores dos outros clubes, que relativize a importância do desporto face a outros aspectos mais importantes da vida humana.
O futebol alimenta paixões e arrasta multidões, mas tem que se colocar este fenómeno no seu devido lugar. O que se passou este fim de semana no estádio do Vitória de Setúbal constitui um excelente exemplo. A homenagem que congregou público, jogadores do clube da casa e dos visitantes em torno do capitão do Vitória, Nuno Pinto, regressado aos relvados, por escassos cinco minutos, num momento em que combate, com aparente sucesso, um cancro, foi bem demonstrativa de que, por mais importância que se lhe dê, o fenómeno desportivo tem que ser colocado na sua real perspectiva, não fazendo do ódio e da rivalidade as suas bandeiras.
Mais do que o treinador que levou o Benfica à reconquista do campeonato nacional, Lage deve ficar na história do desporto nacional pelo seu discurso, pela forma como lidera, pelo exemplo que demonstra, pela amizade que parece nutrir pelos homens que comanda.
Como em qualquer outro desporto, os treinadores passam de bestas a bestiais e de bestiais a bestas num brevíssimo espaço de tempo. Lage terá, certamente, que conviver com a derrota, como conviveu com a vitória, e momentos haverá em que aqueles que o aplaudiram o apuparão e aqueles que agora o querem para sempre lhe mostrarão a porta da saída.
Fazemos votos para que continue, nesses momentos menos luminosos, a saber demonstrar toda a elegância que relevou ao longo destes cinco meses e que possa contribuir para escrever uma página bonita da história do futebol nacional, sendo imitado por muitos outros seus colegas de profissão. Se assim for, teremos uma “lage” de betão, que não se deixará abater pelos insucessos que, estamos certos, conhecerá ao longo da sua carreira."

Uma lufada de ar fresco chamada Bruno Lage

"Faria todo o sentido, nesta etapa, fazer uma reflexão mais aprofundada sobre as competências de liderança do treinador do SLB e da forma como conduziu a sua equipa ao sucesso, quando o campeonato parecia já comprometido.
Em boa verdade, Lage assume-se como um “produto do ano 2019”, num futebol português que se encontra recheado de excelentes exemplos de liderança no futebol – Sérgio Conceição, Abel Ferreira, Luís Castro (já para não referir os que se destacam em terreno internacional, como é o caso de Nuno Espírito Santo, Marco Silva ou Leonardo Jardim, entre outros) – onde, todos eles, à sua medida, poderiam ser “case study” para um manual de “boas práticas”.
Contudo, poucos dias após o primeiro aniversário do que foi, possivelmente, um dos episódios mais tristes do futebol português (o ataque à academia de Alcochete), eis que, Bruno Lage destaca-se uma vez mais, por um discurso e uma postura pouco usual no futebol português – de conciliação e responsabilização, num claro apelo à massa associativa para a elevação do seu comportamento enquanto adeptos, no futebol e na sociedade em geral.

A Mensagem de Lage
O Benfica garantiu o 37º título na última jornada do campeonato e Bruno Lage subiu ao palco para agradecer aos benfiquistas, á equipa, a Vieira, ao staff, à estrutura, ao plantel, sobretudo a um jogador especial de 35 anos.
Respeitar os adversários? Tratá-los pelo seu nome? Valorizar as suas vitórias para que as que possam ser vividas na primeira pessoa, possam ter ainda mais significado? Deixar o Futebol no devido lugar, responsabilizando cada um a dedicar a energia que direcciona à sua equipa de estimação, para temáticas de maior relevo na sociedade actual (saúde, educação, economia)?
Em mais de vinte anos de carreira, não recordo um treinador que de forma tão recorrente e, aproveitando cada momento da sua visibilidade, colocasse sempre temáticas tão fracturantes em cima da mesa.
O seu lado humano (ou, por outra, a forma como o exerce... porque “lado humano”, todos têm) mostra ser, de facto, o principal motivo porque este treinador se destaca e, muito provavelmente, por esta mesma razão irá acolher afectos de adeptos de diferentes cores clubísticas a muito breve trecho. 
Bruno, mesmo sem intenção, modela de forma exemplar como se pode aproveitar o espaço dos “media” de uma forma responsável e com uma clara missão de unificação de esforços e vontade no sentido de elevar o futebol a um patamar mais digno (o “bom futebol”, como aliás refere).
Quantas vezes assistimos a um uso irresponsável das “montras dos media” (e redes sociais) apenas para disseminar o ódio gratuito e a estupidificação? Quantas pessoas, com notória visibilidade publica, aproveitam estes momentos de “palco” apenas para seu próprio proveito ou para semear discórdia e conflitos alheios?
Como bem disse, “futebol é apenas futebol e há coisas mais importantes na nossa cidade e nosso país pelas quais temos que lutar – se se unirem, tiverem a força e a exigência que têm no futebol (...) seremos um País melhor.”
A mensagem de Lage traz esperança não ao adepto mas ao povo português e, curiosamente, a forma como a este se dirige faz lembrar um outro treinador que, envolvendo-se grandemente com o “adepto”, viria a conquistar o cidadão, pintando as janelas de um pais com bandeiras portuguesas (Scolari).
Para já, fica aguçada a curiosidade de acompanhar o seu percurso e a expectativa que o seu DNA não se altere."

Um Benfica ganhador

"The following post was submitted by Sergio Rodrigues from Toronto CA, it is with great honour that we share his story of bonding, saudade, and the love for Benfica that he inherited from his father.
10 years ago today – May 24, 2009 – my father Antonio passed away unexpectedly from a heart attack. The Portuguese have a habit of honouring departed souls with a missa in their name. Benfica Independente has given me this opportunity to honour him and give our story, and the story of thousands of immigrants, a voice.
Having immigrated from Portugal, my father followed the path of his brother and settled in Toronto, Canada. A small but growing Portuguese population greeted him and although some of the customs from back home could easily be found on Dundas Street West, this was pre-internet, pre-satellite, pre-IPTV. Following his beloved Benfica meant paying $10 a head at the Casa do Benfica to watch the closed-circuit satellite feed. But my father, like many immigrants, worked 12 hour days and watching live was an occasional Sunday luxury. The only option was to listen to the relato on the radio from RDP Internacional on Asas do Atlantico or CIRV 88.9 FM. I was 9 years old when I listened to my first relato, the infamous Mão de Vata Semi-Final vs. Marseille. Weeks later, I would watch my first Benfica match on TV, the 1990 European Cup final against AC Milan.
Bonding with a Portuguese father can be weird and awkward at times, but my dad and I instantly connected when it came to all matters Benfica. Rui Aguas, Ricardo Gomes, Valdo, Mozer – all names that I started to idolize alongside the names of famous hockey and baseball players.
But given this was still pre-internet, getting any Benfica content was hard to come by across the Atlantic. We were limited to days old A Bola newspapers and a weekly program on the multicultural TV channel CFMT, Bola Ao Centro. There was no twitter, no youtube highlights of your favourite player. Soccer rarely featured on TSN, the only Canadian sports network at the time. We were more likely to watch a week old broadcast of Norwich – Queens Park Rangers than anything else. When the only soccer program on Canadian television - Soccer Saturday - expanded its content and started to feature matches of the week from around the continent, I was ecstatic. Benfica-Sporting, Benfica-Porto, Porto-Sporting were always regular features, albeit one week delayed.
As the content started to role in, my love affair with Benfica would start to grow. My dad was my source, feeding me constantly with newspapers, taking me to the club for Sunday morning matches. When Benfica came to Toronto for a summer friendly match against AC Milan, a “rematch” of the 1990 final, I was overjoyed to finally watch them live. 20,000 Benfiquistas and Milanistas mixed together on the old stands of Varsity Stadium –this 10 year old was in heaven. My dad, ever eager to pass along many decades of knowledge, told me stories of the old Estadio da Luz, of players, like Eusebio, Bento, Nene, and Chalana. One thing my dad never taught me was the words lagartos and porcos. It was a matter of respect for him. He never felt the need to disrespect FC Porto fans or Sporting fans, my tios Antonio and Jose, included. In his mind, Benfica was above this and we needed to set an example of respect and humility.
The summer of 1994 was peak-Benfiquismo. We travelled to Portugal and visited the Cathedral for the first time. Sacred ground he said as we waited for Claudio Caniggia to arrive. Meeting Joao Pinto was euphoric, even for the adult filming the encounter on our camcorder. But there’s no better feeling than watching your first Benfica match with your dad at the Luz. It being the Supertaca match against Porto was the cherry on the cake. Joao Pinto would leave the match with a busted nose after a clash with Paulinho Santos but nothing could ruin that night.
Things went south for the club after that fateful night. That summer ushered in a long period of suffering for many Benfiquistas. Damasio was hated. My teenage years were long and painful, sometimes watching Benfica as that rare teenager in a smokey Portugal Billiards on Dundas St West. Losing to the likes of HJK Helsinki, Bastia, and Celta de Vigo were low points during the lean years. But for whatever reason, my dad kept the faith. Relato on every week, the bar came calling on Sundays when he was free from his work schedule. I thought he was mental but he kept supporting from afar, doing his part. When we won the title in 2005, he was the happiest man alive. Little did he know it was going to be the last league title he’d ever celebrate.
In a 15 year stretch between 1994 and 2009, my dad would only witness Benfica lift 1 Portuguese title, 2 Tacas de Portugal, a Taca de Liga, and a Supertaca. Didn’t matter, his faith in this club was solid. Um dia o Benfica do passado vai voltar. Um Benfica ganhador. Um Benfica demolidor.
When my father passed, everything was a blur. I remember hearing that four days after his death, Jorge Jesus was appointed our manager. Didn’t care. Nothing really mattered. I could have easily sunk into a depressing state with the weight of world on my shoulders. But Benfica was that coping mechanism, that link between the past I didn’t want to let go and a future to live for because for me, it was a continuation of a love affair with a club. When Cardozo scored those two goals against Rio Ave, clinching our 32nd title, a sense of bittersweet happiness came upon me. He may have not been at my side but I knew my dad was watching and celebrating.
10 years later, Benfica has returned to the summit of Portuguese football. 6 Liga NOS titles, 2 Tacas de Portugal, 6 Tacas de Liga, 3 Super Tacas, & 2 European finals. There isn’t a day that passes that I don’t get asked “That’s Benfica right?” by a curious stranger when I wear the jersey on the street. The last 15 years of his life may have been a suffered one as a Benfica fan but my dad would be the first to point out that the lows are followed by the highs in life. A decade later, um Benfica ganhador has returned and I know my father is watching from afar with a smile on his face."

Com o sol por dentro

"Se o meu amigo José Vidal vendesse nostalgia, era milionário. Mas ele não precisa disso para que a vida seja para lá da vida

Tombo pelas escadas com a facilidade com que uma enguia se escapa do pescador pelos lamaçais do Sado. As escadas de minha casa, em Alcácer, são íngremes como as escarpas dos Himalaias e eu bem sei porque já escorreguei numas e noutras. Os estragos resumem-se ao pulso da mão direita pelo que resolvo reentrar em casa e escrever isto que vos deixo antes que efeitos secundários me embaracem os movimentos do qwerty. Estico os dedos, faço-os estalar nos nós, e comento em voz baixa, sussurrante: «Partamos, então, na fascinante aventura da crónica...».
Roubo a frase ao meu já desaparecido camarada de trabalho António de Sousa, portuense, figura arredondada de Hercule Poirot de cabeça de ovo mas sem bigode. Era um tipo castiço. Passava metade do tempo na Lua e só isso justificou que, passados uns meses de irritantes ruídos no motor do seu automóvel, o tenha feito descer à Terra e, numa oficina qualquer, um mecânico tenha descoberto que guardava debaixo do capô o cadáver de um gato já com algum dose razoável de degradação. 
Bom, antes de disparar pela escadaria, estava convencido de que estas linhas iriam ser dedicadas a Jorgen Hansen, um boxeur dinamarquês que lutou pelo título mundial de pesos pesados e era tão ou tão pouco pesado e tão ou tão pouco resistente que ganhou a alcunha de Gamla: Gamla Hansen, o Velho Hansen. Quando me ergui a custo para recolher a papelada que se espalhara até à saída para a Rua Rui Salema, apalpando cotovelos, joelhos e outras matérias que se encontram um pouco por todos os açougueiros do país, transformei o Gamla Hansen no Gamla Ven que é o José Vidal, camarada, companheiro, um daqueles irmãos que a vida fez o infinito favor de me oferecer e, de repente, a memória disparou em todas as direcções._«Gamla ven!».
Eu e o Vidal falamos muito da morte. Falamos demasiado da morte. Imaginem o ridículo de se pensar na morte ao fim de 14 degraus! Era um insulto do pior para Eisenstein e para o seu Couraçado Potemkin, ainda que com cadeirinha de bebé a despencar-se da Escadaria de Odessa. E, já agora, acrescento que na Escadaria de Odessa mantive-me tão firme como a estátua de Armand Emmanuel Sophie Septemanie du Plessis (Duque de Richelieu) que se conserva imóvel lá no topo. Não fiz concessões!
O Zé Vidal podia ficar milionário se vendesse nostalgia. Ele que na noite de Natal de 1968, porque não quis ir parar com os costados a Nambuangongo ,onde o meu tão querido mestre Manuel Alegre diz que não viste nada, e o meu outro tão querido mestre, Fernando Assis Pacheco, dizia que as bombas rebentavam nas mesas de cabeceira, desembarcou em Estocolmo para lá ficar até hoje, filhos, netos, e tudo e tudo. Foi confidente da Amália e um dia perguntou-lhe: «Por que gosto eu tanto de música italiana». E ela, em italiano: «Perché tu sei um romantico Giuseppe». Tem um passaporte assinado pelo Pavarotti e cantou fado com Carlos Paredes à guitarra, algo que a foto que vem adjunta não deixa mentir.
O Zé odeia a morte, como eu. Mas eu raramente falo da morte. Há uns dias, n’O Dinis, no Carvalhal, vendo o mar de um azul impossível, começou a fazer-me uma lista de todos aqueles que conhecemos na nossa existência tão comum e tão parceira que já faz com que tenhamos o mesmo sangue: Eusébio e Coluna, Fernando Mendes e Damas, Aurélio Márcio e Alfredo Farinha, Cruyff e Di Stéfano, Vítor Santos, Nuno Ferrari, António Capela, Carlos Pinhão (saravá!), Carlos Miranda, Cruz dos Santos, Homero Serpa, Margarida Ribeiro dos Reis, Carlos Silva, Vítor Campos, José Saramago, Baptista Bastos, Gervásio e Livramento, os carinhosos Viriato Mourão e Ramos Rosa, José Plácido e João Canena, agora até Camolas e mais e tal e tal e tal que temos a vida muito mais cheia de mortos dos que de vivos. Escuta Zé, o sangue que temos juntos não sei de que tipo é, mas sei que é positivo. Se soubesse cantar afinado, com voz de fazer tremer as pernas das senhoras da canasta, cantaria:
«Gli amici miei son quasi tutti via
E gli altri partiranno dopo me
Peccato perché stavo bene
In loro compagnia
Ma tutto passa tutto se ne va...».
Um pouco por todo o mundo fomos atrás do futebol e dos jornais, das imagens e das histórias, daquilo que fez de ambos habitantes do ponto mais alto da curiosidade e da ternura. A partir daí, não sei mais nada.
«Che sarà che sarà che sarà?
Che sarà della mia vita chi lo sa?
So far tutto o forse niente
Da domani si vedrà
E sarà, sarà quel che sarà».
Sento-me na praia da minha infância porque todas as praias são espelhos da minha infância. Há, em todo o redor, a paz infinita de quem foi à procura das coisas ignorando os cantos que o mundo tem e as fronteiras erguidas pelos homens obscenos. Há sempre um poema, dizia o meu pai, há sempre um poema! E eu, que estava proibido de olhar o céu de frente, fixo-o sem vergonha porque ele vive para sempre dentro de mim."

Benfiquismo (MCLXXXIX)

Illuminati !!!

Sabe que é? A Fátima, de bicicleta - André Almeida

"Andava no atletismo, amigos não queriam jogar com ele; Como Maradona, Puskas (e Viagra...) lhe cruzam a vida

1. Bruno Vieira Amaral, dos grandes escritores da nova geração, disse dele numa das suas notáveis (e poéticas) crónicas: «É como um epifenómeno na indústria farmacêutica procura-se um medicamento para a tensão arterial e descobre-se o Viagra». Fê-lo, por achar que, mesmo lá, no Benfica, não o valorizam como merece. «Dos mil olheiros que quinzenalmente visitam a Luz nenhum vem com a missão declarada de o observar. Nenhum clube do mundo gastaria recursos ao desbarato para o fazer. Vendê-lo é, por isso, uma impossibilidade técnica. Aposto que nem Jorge Mendes - um homem capaz de vender dentes a um pato - seria capaz de encontrar clube disposto a pagar para o contratar. Ora, é isso mesmo que o torna tão valioso para o Benfica...»

2. Nasceu por Setembro de 1990 - e aos quatro anos já andava pelo atletismo no Mealhada, clube de Loures: «Fui com a minha irmã, afeiçoei-me, venci imensas provas». Para o futebol acabou arrastado por influência do avô - e sobretudo do pai: «Começou por ser uma brincadeira. O meu pai era treinador e levou-me com ele, ganhei o bichinho».

3. Adorava Zidane - e pelas ruas de Loures, nos jogos com os amigos, mostrava tanta finura no pé, que um deles o tratou por Maradona - e os outros foram na onda de enfiada. Às vezes, esse seu jeito também dava em amuo, um dos amigos revelou-o: «Em certas alturas, ninguém queria jogar com ele porque não passava a bola a ninguém...»

4. Ainda andou a fazer as duas coisas: atletismo e futebol - e aos 12 anos saltou do Loures para o Sporting. Fugaz foi a passagem por lá porque achando canseira de mais ter de andar a correr entre Loures e Alcochete para se treinar, mudou-se para o Alverca - para a evitar. Saltou para os juniores do Belenenses - e não tardou a encantar Jaime Pacheco.

5. Tinha 18 anos, antes de desafio com o Marítimo, a ele (e ao Pelé), Pacheco largou em clamor: «Vocês estão bem miúdos, são atrevidos». Era sinal do que aconteceu logo depois: convocou-o e, a 10 minutos do fim lançou-o a jogo: «Estávamos a perder, e Jaime Pacheco, que era muito engraçado, antes de eu entrar, disse-me apenas: 'Desfruta destes 10 minutos porque vais ter muitos mais ao longo da tua carreira'...»

6. Na temporada seguinte, a de 2008-2009, passou a ser figura habitual na equipa - nessa equipa do Belenenses que desceu à II Liga. E foi já na II Liga que José Mota o adaptou de médio a lateral. Com tal fulgor fez a função que o Benfica o contratou. Tinha 22 anos, Jorge Jesus achou melhor mandá-lo «rodar» para Leiria. Não o deixou lá estar muito tempo...

7. Na época de 2013-2014, essa em que o Benfica ganhou o campeonato, a Taça e a Taça da Liga era já habitual titular. Paulo Bento abrira-lhe a selecção e levou-o ao Mundial do Brasil e tendo perdido por 4-0 com a Alemanha com João Pereira a lateral direito, contra os Estados Unidos pô-lo a jogar, destino atacou-o num fogacho: «Aleijei-me num lance em que fiz carrinho aos 10 minutos. Continuei com a dor, não queria sair, ao intervalo, quando o médico me disse: É melhor saíres, podes agravar a lesão', fiquei no balneário muito triste» (os Estados Unidos acabaram por empatar 2-2, Portugal ficou-se pela fase de grupos).

8. A história continuou a rasgar-se, cada vez em maior encanto, a seus pés - e, apesar da mágoa das duas finais perdidas na Liga Europa, conseguiu o que nem Eusébio conseguira: é o único português tetracampeão pelo Benfica. Esse título de 2016-0217 arrastou-o a aventura: foi, com amigo do triatlo, a Fátima de bicicleta agradecê-lo. Veloso antes o dissera: «É jogador polivalente é para lateral é ele e mais 10»...

9. Golo que marcou ao Portimonense levantou hipótese do brilharete lhe dar o Prémio Puskas. Foi o seu terceiro no Benfica, houve quem o achasse um... «chouriço», ele não: «Honestamente, tentei chutar à baliza. A minha intenção até era chutar para a zona do primeiro poste. A bola saiu daquela maneira e saiu perfeita, porque entrou...»

10. Esse golo ao Portimonense não chegou para fazer do Benfica penta, o FC Porto deixou-lhe esfarrapado o sonho. Sempre de bigodinho e capitão (e alma), campeão voltou a ser agora (e, além dos 5 campeonatos, já tem 3 Taças da Liga, 3 Supertaças, 2 Taças)."

António Simões, in A Bola