Últimas indefectivações

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Excelente jogo...

Benfica 3 - 1 Antuérpia
25-20, 27-25, 22-25, 25-17


Talvez o melhor jogo da época, contra um adversário forte, com vários Internacionais: Belgas, Franceses, Alemães, Polacos, Finlandeses... Uma equipa que o ano passado jogou na Champions, depois baixou para a Taça CEV e chegou aos Oitavos.

Curiosamente o início dos Set's foi sempre complicado, mas conseguimos quase sempre dar a volta. A arma mais forte dos Belgas é o Serviço, têm 3 jogadores fortíssimos, e quando a Recepção do Benfica baixou de nível, eles fizeram sempre a diferença...
O 1.º Set foi relativamente controlado... mas no 2.º Set tivemos muitas dificuldades, chegámos a ter 6 pontos de desvantagem... estivemos com 20-24 no marcador, mas o Serviço do Zelão, o Bloco, e os contra-ataques quase todos finalizados pelo Ché, acabaram por dar numa reviravolta espectacular!!!
No 3.º Set conseguimos através do André uma boa vantagem, mas acabámos por desperdiça-la nos últimos pontos... O 4.º Set, com uma mistura de cansaço e nervossísmo, ambas equipas estiveram irregulares, mesmo assim foi aquele Set que o Benfica mais controlou desde início... Já após o 2.º tempo técnico, com 16-10, o Renan cometeu alguns erros graves, mas felizmente o Antuérpia acabou por não aproveitar...

Bem o Ivo na Recepção, proporcionando vários Contra-ataques; boa entrada do Ché para o lugar do Gaspar; o André o o Kolev foram os nossos melhores Servidores; muito importante os ataques pelos nossos Centrais, talvez a Zona onde podemos fazer a maior diferença...

Temos que ganhar dois Set's em Antuérpia, ou então vencer o Golden Set, não será fácil seguramente, esta equipa é forte, e se tiverem inspirados no Serviço temos que estar muito fortes na Recepção!

É verdade que o ano passado estivemos na Final desta competição, mas observando o jogo de hoje, e observando a lista dos outros participantes, o nível da Challenge Cup da CEV subiu muito este ano, com os Italianos a serem os grandes favoritos, não será nada fácil repetir a proeza do ano passado...

PS: Curiosamente amanhã temos mais um jogo das modalidades fundamental com uma equipa de Antuérpia... mas em Basket!!!

A grande barraca da cidade das fadas

"A estreia de Eusébio na Selecção Nacional ficou marcada por um dos maiores fracassos da equipa das quinas - derrota por 2-4 no Luxemburgo. Mais marcante ainda pelo facto de o Benfica ter acabado de se titular como campeão da Europa.

Na passada semana falei aqui de um dos episódios mais curiosos da história da Selecção Nacional, o famoso «Jogo da Madeira» disputada em Wembley.
Hoje recordo outro. O da estreia de Eusébio pela Selecção Nacional, precisamente antes da ida a Londres, e que tive a oportunidade de deixar registado no livro «Cinco Escudos Azuis».
Estamos, portanto, de novo em 1962.
No dia 31 de Maio, o Benfica sagrava-se campeão europeu, vencendo o Barcelona (3-2) e dando ao Futebol português o momento mais retumbante da sua História. Cinco dias depois, no Jamor, Portugal perdia com a Argentina (0-2, golos de Pando e da «estrela» Sanfilippo) num jogo em que mais parecia, como escreveu Vítor Santos em «A Bola», que a Selecção Nacional «arrotava a champanhe».
Armando Ferreira, o seleccionador, não resistiu à tentação de jogar com seis Benfiquistas na equipa principal - Costa Pereira, Germano, Santana, Águas, Coluna e Cavém (na segunda parte seriam sete, com José Augusto a entrar para o lugar de Yaúca) - e com o decorrer do encontro, o desgaste da duríssima final de Berna entrava pelos olhos dentro. «Isto tem sido de arrasar!», queixava-se Germano, definitivamente alcandorado a grande defesa-central do Futebol mundial. Os argentinos não lhes poupavam elogios: «Germano é maravilhoso! Onde é que o foram buscar?», perguntava o guarda-redes Roma.
Para a campanha de Outubro, com os jogos no Luxemburgo e em Wembley, é chamado à função de seleccionador Fernando Peyroteo.
Teria tempo, ao longo do resto da sua vida, de se arrepender de ter aceite o cargo. Os seus problemas começaram ainda antes da deslocação à «Cidade das Fadas», ou «Cidade de Opereta», como os jornais da época gostavam de se referir ao Luxemburgo, glosando a arquitectura barroca do Grão-Ducado da família de Nassau. Ao vetar a data de 18 de Outubro para a realização do Áustria de Viena-Benfica para a Taça dos Campeões (nesse tempo as datas dos jogos internacionais ainda se combinavam e dependiam da autorização das federações e, por conseguinte, dos seleccionadores), Peyroteo «comprou» desde logo uma guerra com os «encarnados» que, assoberbados por convites para jogar no estrangeiro, tinham problemas sérios para estabelecer um calendário. Além disso, a sua convocatória não foi isenta de polémica. Peyroteo seleccionava como jogava: a direito, duro, mas correcto. Deixou claro que alguns jogadores considerados indiscutíveis não seriam chamados por via da sua quebra de forma. José Augusto, Santana e Fernando Mendes, por exemplo. Para compensar, contava agora com a mais refulgente aparição do Futebol português, o jovem Eusébio que, com apenas 19 anos, deixava claro que se iria transformar rapidamente num dos melhores jogadores do Mundo.

A maior «barraca» da Selecção Nacional
Com a vitória da Inglaterra, em Wembley, frente a esse mesmo Luxemburgo (4-1), Portugal estava agora obrigado a ganhar aos luxemburgueses e a empatar, pelo menos, em Londres, para obrigar os britânicos a um terceiro jogo em terreno neutro. Mas a viagem à «Cidade das Fadas» foi uma espécie de viagem ao inferno. Uma derrota dolorosa por 2-4, deitava por terra qualquer réstia de aspirações de nos qualificarmos para o Mundial do Chile. A selecção de Peyroteo era quase de «risca ao meio». Isto é, jogava com uma defesa à base do Sporting e com um ataque à base do Benfica. Ora veja-se: Costa Pereira (Benfica); Lino (Sporting), Morato (Sporting), Lúcio (Sporting) e Hilário (Sporting); Pérides (Sporting) e Coluna (Benfica); Yaúca (Belenenses), Eusébio (Benfica), Águas (Benfica) e Cavém (Benfica). Um 4.2.4 bem explícito, seguindo o sistema em voga, imposto de forma definitiva pelo Brasil de Vicente Feola, em 1958. Vestida à moda de Espanha, camisola grená e calções azuis, como era habitual nessa altura, Portugal mergulhou mansamente no naufrágio. Os defesas não se entendiam uns com os outros, não acudiam às dobras, atropelavam-se desajeitadamente e facilitavam as rápidas incursões dos adversários. O ataque não descobria a forma de ultrapassar a feroz defesa do Luxemburgo. Coluna jogava excessivamente recuado. Cavém estava abandonado no flanco esquerdo; Águas entalado entre dois centrais e Eusébio não conseguia fornecer jogo ao seu «capitão» no jogo amaldiçoado da sua estreia com as 'quinas' ao peito.
A desvantagem de 0-1 com que foi para o intervalo era surpreendente mas compreensível. O início do segundo tempo foi confrangedor: aos 53 minutos, Schmidt, que já tinha apontado o primeiro golo, fez o 2-0; três minutos depois, fez o seu «hat-trick», aproveitando um pontapé de baliza de Costa Pereira dirigido aos pés de Vandivint que isolou de imediato o seu avançado. Os portugueses não queriam acreditar no que lhes estava a acontecer. E só então esboçaram finalmente uma reacção, mais ditada pelo orgulhoso do que pela arte de um jogo colectivo.
A oito minutos do fim, Eusébio arranca pela direita, junto à linha lateral, e vai levando a bola para o centro, driblando primeiro um, depois outro e ainda outro adversário. O remate de pé esquerdo foi indefensável. Porque parecia ter força para ainda encostar às cordas o seu frágil opositor. Mas, dois minutos depois, Hoffmann faz o 4-1. Novo pontapé de longe, de pé esquerdo, de Yaúca, reduziu a desvantagem no último minuto. A derrota envergonhava uma selecção que parecia interromper, assim, o seu lento progresso na íngreme subida da montanha do prestígio internacional. Peyroteo, lançava, apesar de tudo, um grito de revolta: «Vamos ganhar em Inglaterra!» Ninguém o levava a sério. Os ingleses espantavam-se: «Ninguém acreditava que pudesse acontecer. Mas aconteceu! O desfecho deste encontro é um dos maiores choques do Futebol europeu e mundial!», escreveu Peter Lorenzo, enviado-especial do «Daily Herald». E acrescentava: «Eusébio, o novo jogador-maravilha dos campeões europeus, começou a jogar como um mestre e marcou um soberbo golo de vinte e cinco metros». A paixão inglesa por Eusébio começava aí. Durará, talvez, para sempre. Os luxemburgueses rejubilavam: «Este foi o mais belo dia do Futebol do Luxemburgo!», titulava o «La Meuse». E seguia no mesmo tom: «Batemos uma autêntica equipa nacional, uma equipa nacional, uma equipa que os melhores temem e que fez há bem pouco 'match' nulo com a Inglaterra. Uma equipa que tem nas suas fileiras cinco campeões da Europa e não tinha perdido ainda a esperança de se deslocar ao Chile. E foi precisamente esse aspecto que fez desta jornada a mais bela do nosso Futebol: batemos Portugal num encontro oficial e não num desses desafios amigáveis sem grande importância. Este êxito foi conquistado pelos nossos representantes com toda a regularidade, sem se aproveitarem de acidentes nem de incidentes»."

Afonso de Melo, in O Benfica

Início da 'Reconquista'...!!!

"1. Considerando as declarações e as condutas públicas, protagonizadas de forma reiterada ao longo da presente época desportiva por parte da «Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD», através dos seus dirigentes Bruno Miguel Azevedo Gaspar de Carvalho, presidente do conselho de administração, Jaime Marta Soares, presidente da mesa da assembleia geral do «Sporting Clube de Portugal” (accionista clube fundador da «Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD»), Octávio Joaquim Coelho Machado, director-geral de futebol da «Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD», e Jorge Fernando Pinheiro de Jesus, treinador principal da equipa da «Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD», o conselho de administração da «Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD» decidiu apresentar participações disciplinares junto da Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
2. Com tais participações disciplinares, pretende a «Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD» que os órgãos jurisdicionais desportivamente competentes averiguem e apreciem tais condutas, no local próprio e em aplicação dos regulamentos aplicáveis.
3. Nessas participações constam comportamentos que se enquadram na prática de ilícitos disciplinares muito graves e/ou graves, tais como, entre outros, “exercício e abuso de influência”, “coacção sobre árbitros”, “declarações sobre arbitragem antes dos jogos”, “declarações sobre a organização das competições” e “lesão da honra e da reputação dos órgãos da estrutura desportiva e dos seus membros, árbitros e demais agentes”.
4. A «Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD» aguardará pela investigação e apreciação dos factos pelas entidades jurisdicionais competentes, sem prejuízo das providências a tomar em sede criminal, cível e contra-ordenacional.
5. A «Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD» informa que não tem intenção de emitir quaisquer outras declarações públicas sobre a matéria objecto de participação, de modo a preservar o bom nome e imagem das competições e de assegurar o respeito pelos agentes desportivos e pelos titulares dos órgãos desportivos competentes.
6. A «Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD» informa ainda que se reserva a faculdade de comunicar a sua conduta processual junto da CII da LPFP à Secretaria de Estado do Desporto e Juventude (para o efeito de aplicação do artigo 14º do Regime Jurídico das Federações Desportivas – DL n.º 248-B/2008, de 31 de Dezembro).
Lisboa, 01 de Dezembro de 2015"

Lixívia 11 (Benfica e Corruptos -1 jogo)

Tabela Anti-Lixívia:
Benfica........... 21 (-5) = 26
Sporting......... 29 (+5) = 24
Corruptos....... 24 (+2) = 22

Milagre! Ganhámos um jogo fora, com a Lagartixa do Huguinho no apito!!! Mas ele deu luta...!!!
O lance mais escandaloso é o penalty sobre o Pizzi... será esse que ficará na memória, mas houve muitos outros lances, que não sendo tão óbvios, provam a má-fé do dito cujo!!! Vimos o André cortar a bola com o peito, e ser marcado livre lateral perigoso contra o Benfica... Vimos um corte limpo de cabeça do Eliseu dar livre directo frontal contra o Benfica, que por acaso a bola foi à barra... Vimos o Guedes ser atropelado quando saia para contra-ataque, com nada a ser marcado... dando um ataque perigoso ao Braga... etc. etc. etc... foram constantes este tipo de empurrões. Vimos o Baiano chegar ao fim do jogo, sem um Amarelo... etc. etc...
E como é habitual nestas circunstâncias, os profissionais da crítica, acharam que o 'erro' mais importante, foi um putativo penalty cometido pelo Lisandro!!! Quando quem provoca o contacto é o Hassan, que quando percebe que não chega à bola, mergulha para a piscina, forçando um contacto!!!

Nos outros jogos, não houve erros graves... Destaco mais uma vez o Manuel Mota por ter marcado um penalty contra os Corruptos (bem marcado) e ter expulsado o Flopes do banco. Independentemente dos erros, é para mim, um dos árbitros mais isentos em Portugal!
Não acho que o Tonel tenha feito penalty de propósito. Quem jogou à bola, sabe que naquele tipo de jogadas, o jogador tem pouco controle sobre o braço: a partir do momento, que se faz o gesto de impulsão com os braços (fazendo força para baixo), se o adversário 'meter' o corpo por baixo (fazendo força para cima), é como se o braço tivesse preso... Não existe acto deliberado, o que no espírito da Lei, não é penalty, mas nestas circunstâncias é sempre marcado...

Agora, aquilo que mais uma vez foi evidente nesta jornada, é que nem os Corruptos, nem os Lagartos jogam alguma coisa!!! Se no caso dos Corruptos, isso já é mais ou menos aceite, até pelos próprios adeptos (apesar do fortíssimo investimento nas últimas duas épocas), só os jornaleiros ainda estão com dúvidas...; no caso dos Lagartos, é cada vez mais evidente que a grande época Lagarta, são os 3 jogos com o Benfica, todos os outros foram uma 'merda', sendo constantemente salvos pelos apitadeiros...

O Benfica também não tem jogado bem, e este jogo em Braga não chega para eu mudar de opinião, mas a diferença pontual no Campeonato tem sido construída claramente pelos árbitros, tudo o resto é treta...

Anexos:
Benfica
1.ª-Estoril(c), V(4-0), Tiago Martins, Nada a assinalar
2.ª-Arouca(f), D(1-0), Nuno Almeida, Prejudicados, (1-2), (-3 pontos)
3.ª-Moreirense(c), V(3-2), Jorge Ferreira, Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
4.ª-Belenenses(c), V(6-0), Bruno Paixão, Nada a assinalar
5.ª-Corruptos(f), D(1-0), Soares Dias, Prejudicados, (-1 ponto)
6.ª-Paços de Ferreira(c), V(3-0), Rui Costa, Beneficiados, (3-1), Sem influência no resultado
8.ª-Sporting(c), D(0-3), Xistra, Prejudicados, (3-3), (-1 ponto)
9.ª-Tondela(f), V(0-4), Veríssimo, Nada a assinalar
10.ª-Boavista(c), V(2-0), Esteves, Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
11.ª-Braga(f), V(0-2), Hugo Miguel, Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado

Corruptos
1.ª-Guimarães(c), V(3-0), Veríssimo, Nada a assinalar
2.ª-Marítimo(f), E(1-1), Hugo Miguel, Nada a assinalar
3.ª-Estoril(c), V(2-0), Duarte Gomes, Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
4.ª-Arouca(f), V(1-3), João Capela, Nada a assinalar
5.ª-Benfica(c), V(1-0), Soares Dias, Beneficiados, (+2 pontos)
6.ª-Moreirense(f), E(2-2), Vasco Santos, Nada a assinalar
7.ª-Belenenses(c), V(4-0), Jorge Ferreira, Nada a assinalar
8.ª-Braga(c), E(0-0), Soares Dias, Nada a assinalar
10.ª-Setúbal(c), V(2-0), Tiago Martins, Nada a assinalar
11.ª-Tondela(f), V(0-1), Manuel Mota, Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Tondela(f), V(1-2), Xistra, Prejudicados, Beneficiados, (0-1), Sem influência no resultado
2.ª-Paços de Ferreira(c), E(1-1), Manuel Oliveira, Nada a assinalar
3.ª-Académica(f), V(1-3), Bruno Esteves, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Rio Ave(f), V(1-2), Hugo Miguel, Nada a assinalar
5.ª-Nacional(c), V(1-0), Veríssimo, Beneficiados, Impossível contabilizar
6.ª-Boavista(f), E(0-0, Soares Dias, Nada a assinalar
7.ª-Guimarães(c), V(5-1), Rui Costa (Hélder Malheiro), Nada a assinalar
8.ª-Benfica(f), V(0-3), Xistra, Beneficiados, (3-3), (+2 pontos)
9.ª-Estoril(c), V(1-0), Jorge Ferreira, Prejudicados, Beneficiados, (1-0), Sem influência no resultado
10.ª-Arouca(f), V(0-1), Cosme, Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
11.ª-Belenenses(c), V(1-0), Soares Dias, Nada a assinalar
8.ª jornada
9.ª jornada
10.ª jornada


Épocas anteriores:

'Red' 'Bulo' ganha asas

"Segunda-Feira importante para as contas do título. O Sporting precisava de ganhar ao Belenenses e, à falta de melhores argumentos, recorreu à estrelinha que há mais de dois milénios acompanha o nome de Jesus e arrecadou os três pontos, ao sprint, sobre a meta; o Benfica, que tinha uma empresa bem mais complicada, em Braga, depois do triunfo leonino estava obrigado a regressar à Luz com um triunfo, sob pena de não só deixar fugir para além do razoável Sporting e FC Porto, como ainda de colocar-se em posição de grande vulnerabilidade face aos arsenalistas.
Com golos madrugadores e uma exibição quase sempre competente, os encarnados acabaram por levar a água ao seu moinho. Valerá a pena, olhando para o que aconteceu na pedreira que Souto Moura transformou em obra de referência, falar um pouco de Renato Sanches, de 18 anos, conhecido pelos amigos de infância por Bulo. Assinou uma exibição sólida, mostrou que pisa com segurança os terrenos de meio-campo e provou que muitas vezes a solução está dentro de casa. Não será abusivo dizer que estamos perante um jogador que pegou de estaca na primeira equipa do Benfica, mais um que se junta a uma ínclita geração de centro-campistas que vai fazer história no futebol português. Pelos vistos, Red Bulo ganha asas...
Já em Alvalade, para contrariar uma exibição pálida que fazia pairar o espectro do empate, Jorge Jesus também não teve dúvidas em recorrer à juventude que é prata da casa e acabou por ser feliz. Moral da história? Recorrer ao mercado externo é necessário; só se deve fazê-lo, porém, depois de avaliar bem o que existe dentro de portas. A isto chama-se uma gestão racional de recursos."

José Manuel Delgado, in A Bola

A identidade

"O Benfica entrou em Braga a jogar sobre brasas. O jogo foi lançado como sendo decisivo para a equipa (que perdendo ficaria, alegadamente, afastada da corrida ao título) e, ainda mais, para o treinador (uma nova derrota seria, era sugerido, o fim da linha para Rui Vitória). Não me parece que nenhuma das conjecturaras fosse válida. Em todo o caso, o Benfica jogou contra fantasmas pré-anunciados e, mesmo continuando a revelar fragilidades, ganhou com justiça. E venceu num terreno onde o Benfica dos últimos anos teve sempre bastantes dificuldades.
Em Braga, apresentou-se uma equipa mais próxima da ideia de jogo de Rui Vitória. Em lugar da indefinição táctica que tem assolado o Benfica, desta feita a opção foi por um sistema que permitiu ter superioridade numérica constante no centro do terreno e que procurou anular o jogo interior do Braga.
Mas não tenhamos ilusões: o resultado foi melhor do que a exibição e a pressão alta - muito por força da altíssima rotatividade de Renato Sanches serviu para ocultar os crónicos problemas de posicionamento defensivo da equipa. Quando o Benfica teve energia para forçar perdas de bolas do Braga, o jogo correu de feição. O pior foi quando a equipa se encolheu, entregou a iniciativa ao Braga e expôs as suas debilidades.
Para memória futura ficará, contudo, a confirmação de que Renato Sanches pode bem ser o elo de ligação que faltava no meio-campo do Benfica. Resta agora consolidar uma identidade táctica que ajude a afirmação plena dos jovens talentos. O que tem faltado desde Agosto"

Pedro Adão e Silva, in Record

Até Alvalade se 'vestiu' de vermelho!

"Uma viagem à América do Sul, um regresso atribulado e uma recepção apoteótica, desde o Aeroporto até à Baixa.

Recém-conquistada a 'dobradinha' de 1954/55, o Benfica partiu para a América do Sul numa digressão histórica. Aí alcançou o quarto lugar no Torneio Charles Miller e o honroso segundo lugar (ex aequeo com o Valência) na Taça General de Brigada Marcos Perez Jimenez, realizados no Brasil e na Venezuela, respectivamente. Durante a digressão, a comitiva benfiquista foi alvo de várias festas e homenagens, principalmente no Brasil, onde a comunidade portuguesa era mais representativa.
A 7 de Agosto de 1955, um mês e meio após a partida, a delegação benfiquista regressou à capital portuguesa. O cansaço dos jogadores era visível após os 11 jogos realizados no estrangeiro, mas traziam consigo o orgulho de tão bem terem representando o seu Clube e o país e o carinho com que tinham sido recebidos no estrangeiro. Uma escala de voo inesperada levou a várias alterações de hora de chagada, mas o público que esperava a equipa não desanimou porque, em Lisboa, preparava-se a mais grandiosa recepção que um clube de futebol tinha recebido até então.
A cidade vestiu-se de vermelho: bandeiras, emblemas, lenços, chapéus... Homens, mulheres e crianças, todos traziam consigo um acessório encarnado. Era este o ambiente nas imediações do Aeroporto e nos bairros vizinhos, incluindo 'o Bairro de Alvalade, onde foi distribuída uma circular aos moradores, assinada por sócios de  vários clubes de Lisboa, pedindo à sua população para enfeitarem varandas, ostentarem bandeiras e dísticos'. O  ambiente festivo e os gritos de 'BENFICA! BENFICA! BENFICA!' ecoaram desde aí até à Baixa, onde se situava a Secretaria do Clube. Foram necessárias três horas para que o autocarro com os jogadores conseguisse completar este trajecto, devido ao mar de gente que encheu ruas, praças e avenidas para felicitar a caravana benfiquista.
À chegada à Secretaria, foram exibidos os troféus trazidos da digressão, perante o delírio da multidão que aplaudia e acenava. Entre estes objectos estava a Taça O Mundo Português exposta na área 26. Benfica universal do Museu Benfica - Cosme Damião."

Marisa Manana, in O Benfica

Sem demoras...!!!

Braga 0 - 2 Benfica


Quando as coisas correm mal, normalmente além das arbitragens (e mesmo essas...!!!), não existem muitas desculpas: o treinador é mau, os jogadores são maus, os dirigentes são maus, não existe mística, não existe atitude... etc., etc., etc.,.. Quando as coisas correm bem, é tudo um mar de rosas...
O futebol é um dos desportos, onde é mais difícil definir a justiça no resultado: posse de bola, remates, fintas... normalmente nada disso interessa. Aquilo que conta são as bolas dentro da baliza!!!
Este foi um daqueles jogos típicos, onde tendo menos posse de bola, menos remates, jogando com as linhas baixas, dando o domínio territorial ao adversário, o Benfica foi um justo vencedor!!! Aceito que não é fácil, fazer esta distinção - que de facto até é subjectiva -, mas hoje parece ter sido indiscutível: fomos eficazes, e além dos golos criámos mais algumas oportunidades claras que não foram golo por 'milagre': desvio a rasar o poste, bola na barra... boas defesas do guarda-redes adversário... além do penaltyzinho do costume, não assinalado!!! Tudo isto, com o apitadeiro a inclinar o campo constantemente, com as faltas e faltinhas a meio campo, sempre assinaladas para o mesmo lado (por exemplo a bola na barra do Júlio, é numa falta inexistente...)... Sendo que o Braga, foi competente na recuperação de bola (com a ajuda do apitadeiro), na 1.ª fase de construção, mas quando se aproximou da área do Benfica, insistiu nos cruzamentos, mostrando pouca criatividade... E mesmo com os Centrais do Benfica (notou-se aqui a ausência do Luisão) a facilitarem no ar, não foram eficazes. As duas melhores oportunidades do Braga, foram mesmo na sequência de um erro individual do Fejsa, e num erro do árbitro... Por mérito próprio, acabaram por criar pouco perigo...
Fomos pragmáticos, ficámos em vantagem cedo, com mérito, e depois soubemos defender, sem dar muitos espaços, com solidariedade e suor... só faltou o 3.º golinho no contra-ataque...
Por falar em ausências, não esquecer que hoje não tivemos disponíveis: o Luisão, o Semedo, o Salvio, o Samaris, o Sílvio (além do pouco utilizados Ederson, João Teixeira e Djuricic... e do auto-proscrito Taraabt!!!) e por opção o Vitória deixou no banco a dupla de avançados da última partida da Champions! É verdade que o plantel tem lacunas, mas ainda temos 'alguns' jogadores!!! E já agora, para os mais distraídos, hoje jogámos com cinco portugueses a titular, dois deles sub-19!!!

Já critiquei o Júlio César, hoje esteve muito bem, com duas boas defesas em momentos importantes, e transmitindo tranquilidade ao resto da equipa. É verdade que aquele 1.ª grande defesa nasce num mau passe do Fejsa, mas quem coloca a bola no Sérvio com a mão, é o Júlio arriscando uma saída sob pressão, com um jogador de pouca confiança nestas situações... este deverá ser um pormenor a não repetir.
O Almeida regressou à direita, e como de costume, esteve bastante regular a defender, e na 1.ª parte até subiu várias vezes. O Lisandro e o Jardel, pela relva estiveram muito bem, mas no jogo aéreo demonstraram dificuldades... neste aspecto, o Luisão é insubstituível actualmente no Benfica: não é uma questão de velocidade, de impulsão... é uma questão de leitura de jogo, e posicionamento. O Eliseu, na 1.ª parte foi o nosso defesa em maior dificuldades, até porque o Guedes cometeu alguns erros de marcação, mas com o decorrer da partida melhorou.
O regresso do Fejsa merece ser saudado. Acabou por coincidir com o castigo do Samaris, e ainda bem que assim foi!!! Defensivamente muito bem, esteve inclusive menos impetuoso, fazendo menos faltas, e assim acabou por não ser ultrapassado em fintas simples... algo que acontece muitas vezes quando vai à 'queima'! Nas saídas de bola, falhou pelo menos 2 vezes, mas numa o poste e logo o seguir o Júlio César salvaram!!! O Renato voltou a ser titular, e deu mais um passo a caminho da titularidade segura... pessoalmente, acho que esteve melhor do que no Cazaquistão, talvez não tenha sido tão vistoso, mas no posicionamento esteve praticamente perfeito... só naqueles últimos minutos, quando foi para as Alas, já cansado, teve algumas falhas desculpáveis.
O Guedes está cansado. Como eu disse desde início, o Guedes não é Extremo, e isso nota-se ainda mais com o cansaço... O Pizzi, foi extremamente importante nestes últimos dois jogos. Em conjunto com o Renato no meio, dão mais critério nas saídas de bola do Benfica, além disso o Transmontano partindo da Ala, dá muitas ajudas aos dois médios-centros em termos defensivos...
O Nico regressou, talvez na posição que ele mais gosta, mas aqueles dribles junto à linha são mais perigosos, no meio, acaba muitas vezes por ser perder... Mas neste tipo de jogos, com as linhas baixas, é melhor solução do que o Jonas, porque consegue transportar a bola mais metros em velocidade... Outro regressado foi o Mitro, principal responsável pelo 1.º golo, grande trabalho...
Na forma como o jogo estava fiquei com algum medo das substituições (até porque o Nico foi para uma das Alas...), mas a entrada do Jiménez e do Jonas foram importantes, e até conseguimos 'esticar' um pouco mais o jogo.
Como é costume, no actual contexto do Campeonato, qualquer jogo fora do Benfica, vai ser lançado como decisivo da forma mais histérica possível pelos avençados do costume... O historial recente do Benfica em Braga é mau. O Braga estava numa fase muito boa. Tudo isto misturado, esta vitória acaba por ser muito importante... Mas os 3 pontos da Sexta-feira com a Académica são tão 'decisivos' como foram estes!!!
Ganhámos um jogo fora da Luz, com o Hugo Miguel a apitar!!! Milagre... o penalty não assinalado sobre o Pizzi, será outro daqueles momentos para recordar, estilo o penalty do Aimar em Coimbra, transformado em falta contra o Benfica!!! O facto do Pizzi não ter levado Amarelo nesta jogada, é a prova que o Huguinho até estava bem disposto!!!


PS: Hoje, também foi publicado os resultados financeiros do primeiro trimestre, com um resultado positivo de 12,238 milhões de euros.