Últimas indefectivações

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

2 pontos perdidos

Benfica B 2 - 2 Tondela

Empate perfeitamente evitável... esta não foi das melhores exibições da equipa B, mas mesmo assim jogámos o suficiente para vencer. Alguns erros infantis na defesa, acabaram por ser fatais... então o 2.º golo do Tondela foi ridículo: 1.º é o Jardel a passar a bola para um adversário, mas o Varela conseguiu safar... menos de 10 segundos depois, foi o Steven a perder a bola infantilmente, e desta vez o Varela não conseguiu defender!!! Tudo isto com o Tondela a jogar com 10 !!!
Nos últimos minutos, com o Vasco Santos feliz da vida, foi impossível dar a volta: eram cantos transformados em pontapés de baliza, agarrões constantes não assinalados, numa jogada houve 4 faltas junta da meia-lua do Tondela nenhuma foi marcada...!!! E a cereja em cima do bolo, já nos descontos, tivemos a expulsão do Lindelof, que não agride adversário nenhum... Até podia dizer que o árbitro caiu na fita do adversário, mas o teatro foi tão mal feito, que o Vasquinho só 'caiu' porque quis!!!
No meio disto tudo, o melhor em campo acabou por ser o Varela, que nos contra-ataques do Tondela esteve quase sempre bem...

Objectivamente (Formação)

"Estou verdadeiramente entusiasmado com a ascensão mediática de alguns miúdos da Formação do Benfica que começam a ter o reconhecimento público do seu mérito.
Ivan Cavaleiro é o nome de quem todo o Mundo fala de momento. As suas fotos vão enchendo páginas de jornais e as notícias que as complementam falam do interesse dos grandes «tubarões» da Europa do Futebol.
Nós já sabemos que é assim que se passa à fama e é assim que se começam carreiras de sucesso. Ninguém tenha dúvidas que a imprensa faz e desfaz vedetas. O bom é saber depois gerir e aproveitar todas estas situações e tirar partido delas.
Ivan Cavaleiro é um enorme jogador. Desde há muito que nele se vê talento. As oportunidades de aparecer na primeira equipa não têm aparecido mas parece que agora é de vez. João Cancelo, Sandicino Silva, Romário Baldé, Renato Sanchez, Gonçalo Guedes, Fábio Cardoso e muitos outros que se têm destacado no magnífico trabalho da Formação potenciada pelo Armando Jorge Carneiro, vão aparecer e a insistência do presidente Luís Filipe Vieira «nesta tecla» espero e desejo que seja bem persistente para que qualquer que seja o treinador do SL Benfica entenda que é pela Formação que deve passar o futuro do Glorioso.
São estas as boas notícias para os benfiquistas que não andam muito contentes com o desempenho e os resultados da equipa principal. Podemos concentrar-nos agora na esperança e na aposta da verdadeira Mística dos que entram no Clube por amor desde tenra idade. A maioria destes jovens vibram pelo Benfica desde que entraram nas escolinhas obrigando os pais a sacrifícios redobrados para os acompanharem aos treinos.
Vemo-los muitas vezes no Estádio, treinando, vivendo esse sonho de um dia entrarem no team de Honra.
É bom ver que muitos deles podem agora concretizar esse desejo de tantos anos."

João Diogo, in O Benfica

O anjo da guarda de Jesus

"O número de jogos em que Oscar Cardozo vem salvando a pele de Jorge Jesus, marcando golos que vão adiando o agravamento de uma crise latente no Benfica, assume relevância especial por dois motivos: porque já não era suposto ele estar nesse lugar de salvador da pátria e porque acentuam o erro na resolução do incidente da final da Taça.
Desde que lhe foi permitido retomar o lugar na equipa, o paraguaio, sem deslumbrar nem empolgar, vai marcando o ponto, jogo após jogo, resolvendo situações de extrema dificuldade ofensiva que a equipa de Jesus vem revelando, como se colocasse em causa toda a estratégia e processos de um treinador que fez nome pela agressividade e capacidade "artística" dos seus atacantes. A inferior estética do varão paraguaio tem sido, ao longo dos anos motivo para muitos analistas colocarem em causa a sua importância e até os seus méritos como melhor goleador estrangeiro da história do clube, tendo atingido nesta semana uma cifra de 34 golos nas provas da UEFA que dificilmente será igualada.
O Benfica tem uma tradição de exigência teórica nunca satisfeita, sempre em busca do avançado ideal. Lembrando Jardel que não foi contratado ao Grémio porque só marcava golos e não sabia jogar (sic). Lembrando Jimmy Hasselbaink que não vestiu a camisola encarnada porque era demasiado barato (idem). Lembrando os nórdicos Magnusson e Manniche que passaram à história por serem altos e toscos.
O que aconteceu neste ano, depois do incidente do Jamor, foi que muitos benfiquistas festejaram o fim da carreira do paraguaio, exorbitando um problema disciplinar que podia e devia ter sido resolvido em 24 horas com uma multa e pedido de desculpas público. Mas todos achavam que assim se viam livres de um jogador que apenas marca golos e raramente se destaca em notas artísticas ou jogadas de mágica. Até Jesus parecia inebriado com a substituição do paraguaio por um leque de artistas da bola oriundos da brilhante escola sérvia.
O que a dura realidade veio demonstrar, porém, é que sem o velho e desengonçado Oscar, bem afundado em problemas andaria Jorge Jesus por estes dias. Ninguém o pode garantir, mas talvez as vitórias em Guimarães e no Estoril e os empates com Belenenses e Olympiacos nunca tivessem acontecido, e o Benfica contasse menos 5 pontos na Liga e menos um na Champions. Para Jorge Jesus, Oscar tem sido um anjo da guarda, para a equipa um, abono de família, para os adeptos, sempre, um mal-amado."

Campeoníssimo Simões

"Falta pouco mais de um mês. Em Dezembro, António Simões comemora 70 anos de idade. Ícone do Benfica, actualmente na equipa técnica do Irão, o antigo jogador do nosso Clube continua na posse de um invejável recorde. Em mais de meia centena de finais da Liga dos Campeões (antiga Taça dos Clubes Campeões Europeus), continua a ser o mais jovem vencedor de sempre.
Simões é um dos grandes motivos de orgulho do Benfica, da sua história centenária. Detentor de dez faixas de Campeão Nacional, outros títulos, muitos troféus, imensas honrarias, emprestou classe ao colectivo, interveio como dirigente, particularmente para pôr termo a um dos mais dramáticos períodos da sua vida do Glorioso.
Sobre ele, escrevi um dia: ele era o Rato Mickey, na sua principal alcunha, imagem de agilidade em corpo minguado; ele poderia ser o Speedy Gonzalez, conceito de rapidez, de velocidade; ele poderia ser também o Astérix, noção de combatente, de indomável; ele poderia ser ainda o Lucky Luck, ideal de oportunidade, de precisão; e porque parecia driblar mais rápido do que a própria sombra, ele só poderia ser o Simões; que ao poema chamava finta.
O tributo à finta, a consagração do poema, a justa homenagem ao grande Simões, por ocasião do seu 70.º aniversário, não pode passar ao lado do universo benfiquista, dos responsáveis do Clube. Porque Simões é mais do que antigo grande jogador de Futebol, detém um registo que aumenta a auto-estima da nação vermelha."

João Malheiro, in O Benfica

10 anos

"1. Passam hoje 10 anos e parece que foi ontem. Foi um dos dias mais memoráveis da nossa vida colectiva: a inauguração do novo Estádio.
Meses antes, fora a emocionada despedida do antigo, de tão gloriosas recordações. Seguira-se a um período de discussão: justificava-se ou não um novo Estádio? A opção pelo sim viria a revelar-se muito importante para a recuperação do Clube. E ao Estádio juntar-se-iam pavilhões, piscinas, um campo sintético para as escolas, zona comercial, fazendo do nosso complexo um caso único no País. Lá dentro, nasceria a Benfica TV e, cá fora, o nosso Museu Cosme Damião. Sem contar com o Seixal... Pelas nossas instalações passam diariamente milhares de pessoas, enquanto as dos nossos rivais estão desertas ao longo da semana. Além disso, dá gosto andar por ali e ver o cuidado com que toda a extensa zona é tratada diariamente, com árvores plantadas, canteiros bem arranjados, enfim, pequenos pormenores que, normalmente, escapam a quem passa mas são importantes para dar ambiente a toda aquela zona. Faz hoje 10 anos, foi dia de festa, animada pela voz do saudoso Fialho Gouveia. Muito cresceu o Clube entretanto, mesmo sem que o Futebol nos dê as alegrias que merecíamos...

2. Claro que prefiro que o FC Porto perca no relvado, mas há outras derrotas que merecem ser assinaladas, tanto mais que quase passaram despercebidas quando foram anunciadas, muito escondidamente, numa pequena coluna de jornal. O assunto foi, na altura, muito falado mas, depois, esquecido: a questão dos anúncios da Cabovisão mandados colocar pela Liga atrás das balizas. Alguns clubes protestaram na altura mas tudo acabou por serenar e a publicidade, lá está. Mas o FC Porto foi mais longe e apresentou um protesto. Agora, o Conselho de Justiça da Federação indeferiu o recurso pois entendeu que a Liga respeitou uma regulamentação aprovada em 2005 pelos clubes. Dias depois, nova derrota, desta feita no caso-Kléber que o FC Porto foi buscar ao Marítimo 'à má fila', como se costuma dizer. Os insulares protestaram (entenderam ter direito a cinco milhões de euros), o Tribunal Arbitral da Liga não lhes deu razão mas, agora, uma vara civil do porto anulou aquela decisão e tudo volta à estaca zero. Enfim, naquele clube, que se diz super organizado, também há derrotas destas..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

A Catedral

"A novíssima Catedral está a comemorar os 10 anos. A Catedral é um dos pilares em que assenta a glória do Glorioso e não é apenas um majestoso palco para a competição desportiva - no Futebol, que se joga no maior Estádio de Portugal - não andamos a brincar -, e das modalidades que se disputam em dois modernos e confortáveis pavilhões. Para além disso, a Catedral é um verdadeiramente centro de culto do Benfiquismo. No 10.º ano da Catedral decorre o primeiro ano do Museu Cosme Damião, um repositório eloquente da mais dotada e criativa tecnologia museológica. Lá está a História do Clube, integrada na História da sociedade, e lá estão, em dado passo do percurso histórico, os seis anteriores campos do Sport Lisboa e Benfica - Campo da Feiteira, Campo de Sete Rios, Campo de Benfica, Estádio das Amoreiras, Estádio do Campo Grande, Estádio do Sport Lisboa e Benfica (Luz).
Lá estão também a gesta dos simples e ignorados Benfiquistas a erguerem o estádio do Clube do seu coração, com sacas de cimento e trabalho voluntário. E as grandes enchentes, as grandes vitórias, as jornadas inesquecíveis. Para mim, as enchentes inesquecíveis são tanto os 135 mil espectadores na vitória do Benfica sobre o fcp (4 de Janeiro de 1987 - hat-trick de Rui Águas), como a enchente do fantástico exemplo de cidadania, de civismo e de Benfiquismo das últimas eleições do SLB, as mais concorridas de todos os tempos.
O espaço físico da Catedral contempla o relvado, os pavilhões, o espaço de cultura do Museu, os espaços de convívio e de lazer, como restaurantes e cafés, mas também as zonas comerciais e as lojas do fantástico merchandising do Benfica. 
Não há dúvidas: o Benfica é mais que um Clube. E a Catedral é o seu lugar de culto."

João Paulo Guerra, in O Benfica

A nossa casa

"Celebra-se hoje o décimo aniversário do nosso belo e grandioso Estádio.
É o maior do País, já conquistou a sua identidade própria, sem deixar de honrar a memória da velha Luz, e terá, em Maio próximo, a prenda que merece: o jogo mais importante do ano em competições de clubes. Pois é. Já lá vai uma década desde o dia em que aquilo que parecia impossível se tornou realidade aos nossos olhos.
Ao longo destes dez anos, muitos foram perdendo a memória desse tempo. É natural, e muito bom sinal que assim seja. Efectivamente, o Benfica de hoje nada tem a ver com aquele que Manuel Vilarinho e Luís Filipe Vieira herdaram. Em 2003, estávamos em convalescença da mais grave doença de que padecemos num século inteiro de história. As inúmeras fragilidades que o nosso Clube revelava pareciam impedir-nos até de sonhar.
Os que, como eu, ainda se recordam desses momentos, lembram-se também de quase se beliscarem para acreditar que, contra ventos e marés, contra o cepticismo e a angústia, tinham por diante uma obra de tão bem emoldurar a nossa paixão.
Nesta década, de muitos foram os momentos de glória ali vividos. Poderíamos evocar o triunfo sobre o Sporting, em 2005, que praticamente valeu esse Campeonato; também a vitória sobre o Rio Ave em 2010, que lançou o País em festa; para além de grandiosas jornadas europeias, entre as quais dois Quartos-de-Final da Champions League, e duas Meias-Finais da Liga Europa (a última das quais selada com o acesso à Final).
Grandes nomes do Futebol mundial pisaram aquele relvado. Messi, todos os Ronaldos, Ibrahimovic, Iniesta, Zidane, Maldini, Pirlo, Kaká, Rooney, Robben, Del Piero ou Van Persie são apenas alguns. Do nosso lado, tivemos Di Maria, Aimar, Fábio Coentrão, Rui Costa, David Luíz, Ramires, Javi Garcia, Witsel, Miccoli, Nuno Gomes e Simão, para referir apenas figuras que já não constam do plantel actual.
Mais décadas se seguirão. Mais vitórias também. Por tudo aquilo que representa, a Nova Catedral é um marco indelével na história do Benfica."

Luís Fialho, in O Benfica