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terça-feira, 24 de maio de 2016

Uma razia

"Com o brilharete na Champions, a conquista do campeonato, a imagem positiva de que goza hoje a formação do Benfica e com os clubes ingleses inundados de dinheiro, o mais provável é que se assista a uma razia no plantel encarnado. Se o mercado for racional, da equipa que terminou a época a titular devem sair seis jogadores. Renato e Gaitán são dossiers encerrados e só se meia Europa andar distraída é que Ederson e Lindelof não irão pelo mesmo caminho. Já Jonas e Jardel, por oferecerem uma combinação importante de maturidade com qualidade, deviam ser preservados.
Perante este cenário, não faltarão lamúrias e muitos se apressarão a pintar de tons trágicos a próxima temporada. Não vai ser fácil reconstruir, uma vez mais, uma equipa ganhadora, mas também não vejo razões para tremendismos. Há, porém, erros que não podem ser cometidos.
Um deles é cair na ilusão romântica de que, no futebol actual, é possível a um clube português competir com ofertas de clubes ingleses, espanhóis e, claro está, chineses. Não só não é, como seria um erro se o Benfica tentasse responder a propostas salariais irrecusáveis para os atletas e que se traduzem em grandes mais-valias para o clube.
Um pouco de memória é suficiente para percebermos o equívoco que teria sido acompanhar salários exorbitantes oferecidos a jogadores que pareciam insubstituíveis (Maxi), além de que um clube português não tem condições financeiras para recusar ofertas de 30 milhões de euros, qualquer que seja o jogador (Enzo). Quem diz o contrário, está rendido à demagogia e deixa-se iludir. O que, é sabido, é meio caminho para acumular derrotas"

"Acampando pela Europa"

"Caracóis, 'strp-tease' e outros episódios pitorescos

'Ao romper da alva' do dia 31 de Julho de 1977, partiu do Estádio da Luz uma representação do Benfica rumo ao XXXVIII Rali Internacional de Campismo e Caravanismo, em Zilvermeer, na Bélgica. 'Eram seis horas e quinze minutos quando os três autocarros (...) iniciaram a sua marcha', 'levando a bagagem confortantes abraços de despedida e votos de boa viagem'.
Ao longo de 29 dias e 'mais de 7000 quilómetros', que incluíram a passagem por oito países e a estadia em 14 parques de campismo, houve de tudo um pouco...
Os contratempos começaram a caminho de Madrid, com um dos autocarros a deixar 'os sapatos pelo caminho...', pois 'de momento a momento ia disparando pedaços de borracha no descascar continuo dos pneus'. Continuaram, umas centenas de quilómetros depois, no trajecto Andorra-Nimes, com o mesmo autocarro a ficar 'empanado no caminho. Desta feita correias partidas. Mas, como o que é preciso é descontracção, vem a proposta do chefe do autocarro: «vamos apanhar caracóis!» E, descontraídos, lá foi tudo apanhar caracóis'. Já apanhados, e não havendo espaço para desperdício, a 'grande caracolada' aconteceu em Lyon, regada 'e bem, por dezenas de litros de cerveja'.
Nos restantes dias de viagem, houve espaço para muitos outros episódios pitorescos. Entre eles, a 'violentíssima carga de água' inesperada, que provocou 'com graça e de borla, (...) um «strip-tease» colectivo (...). Mas nada de ideias eróticas. Cada qual na maior compostura tratou de mudar de trajo, da cabeça aos pés'. Porém, nada que pudesse retirar à representação portuguesa a certeza de 'ter sido (...) aquela que demonstrou ter mais vida, saber comunicar' e 'saber traduzir o que o campismo significa'.
Estas e muitas outras peripécias foram narradas no jornal O Benfica, entre Novembro e Dezembro desse mesmo ano, com o título 'Crónica de uma grande viagem - Acampando pela Europa' e autoria de João Correia Ribeiro, então presidente da secção de campismo do Clube.
Para além do futebol, ao longo do tempo praticaram-se no Sport Lisboa e Benfica cerca de quarenta modalidades, incluindo o campismo. Ao visitar o Museu Benfica - Cosme Damião, poderá conhecer melhorar a veia ecléctica do Clube."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

Há talento, tanto talento

"Portugal acaba de se sagrar campeão da Europa de sub-17. Um feito histórico, revelador do talento que temos no nosso país e do trabalho que tem sido desenvolvido ao nível da formação, quer nos clubes, quer nas selecções.
Estamos efectivamente a assistir a uma mudança de paradigma! A afirmação do futebol português é hoje uma certeza, da base ao topo da pirâmide, com dimensão internacional. As vitórias não acontecem por acaso. A Federação, em particular, garante às associações, aos clubes e às seleções as condições de sucesso.
Treze anos depois, a Selecção Nacional de sub-17 recupera um título que nos deve orgulhar. Temos muitas e boas razões para acreditar no 'talento' nacional. Além do título de campeão da Europa, esta selecção entrou para a história ao tornar-se no país com a média mais baixa de golos sofridos em todas as fases finais da competição. É obra!
Permitam-me enumerar aqueles que contribuíram para este sucesso. Jogadores que nos fazem regressar à infância, que nos dão confiança, que marcam a nossa identidade. José Gomes, avançado de apenas 17 anos, foi o melhor marcador do Europeu com sete golos. Diogo Dalot, lateral-direito, mostrou um 'talento desconhecido' ao apontar dois golos nas meias-finais e final. Diogo Costa, guarda-redes de 16 anos, revelou uma grande segurança, tendo em conta a tenra idade. João Filipe dinamizou o ataque português e deixou belos pormenores durante a competição. Gedson Femandes foi o pêndulo do meio-campo e Diogo Queirós capitaneou uma equipa destinada ao sucesso. Diogo Leite, Rúben Vinagre. Domingos Quina, Thierry Correia, João Lameira, Mickael Almeida, Rafael Leão, Mesaque Dju, Luís Silva, João Virgínia, Florentino e Miguel Luís merecem o nosso reconhecimento.
Uma palavra de apreço e de agradecimento para o meu amigo Hélio Sousa, um homem simples, discreto, que com o restante staff da Selecção Nacional fazem um trabalho diário incansável em prol do futebol jovem português. Parabéns a todos!
Que este título sirva de inspiração para o que aí vem: Euro'2016 e Jogos Olímpicos. Acredito em Portugal, acredito no futebol português, acredito, sobretudo, nos nossos jovens. Força, Portugal! Um abraço a todos do tamanho do nosso futebol!"

Benfiquismo (CXIII)

Festa...

Recordar 1993/94