Últimas indefectivações

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Sabor a chocolate

"Como a conhecida lenda do frango nos mostra, existem estatísticas para todos os gostos. E se o FC Porto tinha sido feliz nas últimas deslocações à Luz, também o Benfica só perdeu um dos últimos quatro jogos que realizou no Dragão (derrota que, aliás, nem merecia!).
Desta vez, com o nosso estádio vestido de gala, fomos claramente mais fortes durante a maior parte do tempo de jogo, obtendo um triunfo que só se revelou sofrido porque, a dada altura, Fábio Veríssimo viu algo que mais ninguém viu, deixando-nos pela terceira vez consecutiva a jogar em inferioridade numérica.
Não houve problema. Mesmo com dez, ganhámos, e soube-nos a... chocolate suíço.
Diante de um adversário que fez na capacidade atlética e do rigor defensivo (por vezes também do antijogo) as suas principais armas, o Benfica teria de vestir o fato-macaco para alcançar a vitória. Assim foi, lutando bravamente por cada posse de bola como se fosse a única, e disputando cada lance como se fosse o último.
Além do autor do golo, que está a atravessar um excelente momento, justificando plenamente a titularidade, há que destacar mais dois elementos neste clássico: Rúben Dias e Lema.
Muito se falou de centrais, e de ausências. O que é certo é que o jovem português foi o melhor em campo, e o possante argentino em nada comprometeu, acabando expulso num devaneio do árbitro após exibição consistente e ao longo da qual mostrou atributos. 
Agora, depois de saborear este doce triunfo, há que retomar o combate pela reconquista. Afinal, apenas ganhámos três pontos, e precisámos de muito mais vitórias para alcançar o nosso supremo objectivo."

Luís Fialho, in O Benfica

A Comunicação

"A justíssima vitória frente ao FC Porto começou antes de domingo à noite, e o mérito tem de ser também associado à Direcção de Comunicação do Sport Lisboa e Benfica.
Na passada sexta-feira, a BTV emitiu uma importante e oportuna entrevista a Luisão. Quem viu percebeu que, no domingo à noite, o dia seria de êxito. O nosso eterno capitão aproveitou este momento único para passar várias mensagens aos Benfiquistas. Luisão falou directamente ao coração dos adeptos:
'O Clube deu-me quase tudo, e eu tenho a obrigação de continuar com garra, determinação, respeitando o Benfica e fazer com que as pessoas também respeitem. A Mística também é feita pelo adepto. Ele tem a obrigação de fazer com que o Clube seja respeitado, esteja onde estiver. Os outros têm de perceber que está ali um Benfiquista'.
Estou convicto de que o apoio que veio das bancadas se deveu muito ao apelo de Luisão, que destacou a honestidade de Rui Vitória, a quem revelou gratidão. Sublinho a revelação feita sobre o papel do presidente. O capitão explicou que a fortíssima ligação de Luís Filipe Vieira ao plantel ajuda a explicar os 20 êxitos nos últimos 15 anos.
É conhecida a preocupação do presidente para que nada falte ao grupo de trabalho que tão meticulosamente construiu, juntamente com Rui Costa, Domingos Soares de Oliveira, José Eduardo Moniz e Nuno Gaioso Ribeiro. A vitória do passado domingo não foi apenas o triunfo da equipa técnica liderada por Rui Vitória e da equipa capitaneada por André Almeida. Foi também a vitória da administração da SAD, que criou um plantel que nos permite sonhar com um novo ciclo que nos levará ao penta."

Pedro Guerra, in O Benfica

Portugal... Que país espectacular!

"Não estamos habituados a ouvir esta frase, muito menos a dizê-lo entre portugueses, mas quando alguém de fora entra a desfazer, aí puxamos pelo argumentário e vamos desfilando vantagens de invejar meio mundo.
No entanto, é bem diferente quando falamos com imigrantes de várias partes e ouvimos dizer que nos queixamos muito e sobre quase tudo, mas que temos uma vida tranquila, pacata e boa como há em poucas partes.
Estas considerações vêm a propósito da forma como somos vistos por aqueles que procuram o nosso país em desespero porque a guerra, o ódio ou o radicalismo já não lhes permite serem cidadãos na sua própria pátria.
Na nossa memória colectiva estão os exilados políticos do Estado Novo e os refugiados dos novos países africanos que nasceram com o fim do império colonial. Foram acontecimentos duros e traumáticos, para os próprios e para a sociedade portuguesa, mas, apesar de tudo, não atingiram os patamares de violência e crueldade que enchem diariamente os telejornais, mesmo descontando a diferença abissal face aos nossos dias em termos de exposição mediática. Quem vem de regiões exangues pela guerra como o Magebe e o Médio Oriente ou da África Subsariana, para  ficarmos só por África, encontra em Portugal a mais saborosa das recompensas: a segurança!
Para os portugueses, no entanto, é difícil imaginar a vida truncada de um dia para o outro pelos acontecimentos da guerra, a família destroçada, filhos perdidos, vizinhos desaparecidos, empregos desfeitos, lutas diárias pela água e pelo pão que há muito deixaram de estar garantidos. Para os jovens e crianças, a fragilidade da sua condição amplia os problemas, interrompe-lhes os estudos, leva-lhes os amigos, obriga-os a fugir e a sobreviver sem lançar raízes em parte nenhuma quando a idade pede sonhos e a realidade impõe pesadelos.
Fugiram a pé, em contentores e caixas de camiões, apanharam boleias, subornaram, trocaram haveres, passaram por situações que querem esquecer, mas chegaram ao mar e reuniram o necessário para comprar meio metro quadrado em qualquer coisa que flutuasse e navegaram com o coração nas mãos à espera do milagre da chegada.
Mas chegaram, e o destino trouxe-os a Portugal, muito vezes sem que esse fosse o seu objectivo principal. E então descobriram um país onde a violência não é regra, onde o clima é ameno e as pessoas querem e sabem acolher. Como qualquer rosa tem espinhos, mas esses são de pouca monta depois do calvário que passaram, por isso abrem sorrisos e dizem à boca cheia 'Portugal é espectacular!', ganham crescentemente um sentimento de gratidão e de pertença, reganham confiança e voltam a sonhar. Muitos querem ser portugueses,  e, para além da escola, o desporto é uma grande máquina integradora que pode ajudá-los a tirar partido do privilégio que foi terem aportado ao nosso país e pode também ajudar Portugal a tirar da sua gratidão e do seu potencial o melhor partido. Afinal somos um país feito de mundo e temos no nosso universalismo a nossa maior força. Só assim se explica que um país tão pequeno tenha um fenómeno clubístico como o Benfica e que um clube desta grandeza abra as portas e dedique atenção desta maneira a um punhado de jovens. Merecem-nos tudo, e nós sabemos disso: Carrega, Benfica!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Os conselheiros (musicais) da FPF

"Os conselheiros de disciplina, pelos vistos, autoconsideram-se, agora e também, especialistas em música.
Curiosa peritagem adicional, para alguém de quem se esperaria tudo, menos isso. Mas obviamente que, desde já, com a recente investida em que baralharam factos e conceitos tão secantes como futebol profissional, regulamentação, espectáculo, entretenimento, festa e público, eles próprios chumbam rotundamente no que terá sido, historicamente, o seu primeiro 'exame de admissão à especialidade'...
É que nem eles, nem o delegado que terá escrevinhado o relambório sobre o clássico de domingo, sabem, sequer, o que é um 'pasodoble'. Ponto e vírgula. Ou para que serve, essencialmente, o género musical em questão e, em especial, aquela lindíssima e vibrante música de dança de Pascual Marquina, com as suas inesquecíveis oito barras de acordes em arpejo, que vão de mi menor para fá menor e levam a sol maior, antes de voltar à coda. Ponto. Nem imaginam. Ponto, parágrafo. Nem eu lhes vou explicar: não valeria a pena gastar, nisso, o meu latim.
Evidentemente que, a um conselheiro de disciplina, não se pode exigir que saiba tudo. Que perceba tudo. E, de tudo, ainda menos. Mas, pelo menos, impõe-se que a um conselheiro (e, ainda mais, a um grupo deles) seja reclamado o permanente uso do bom senso, de quilate naturalmente diferente daquele que poderá exigir-se a um qualquer delegado da bola, de ouvidos tornados oclusos pela cegueira da censura.
Desta vez, devo confessar que, a propósito deste assunto, aproveitei para me actualizar e li, de cabo a rabo, todas as cento e quarenta e tal páginas da última versão do Regulamento disciplinar da FPF, publicada no início do passado mês de Julho. E evidentemente que, por bom senso dos autores, nada lá está escrito sobre escolhas musicais nos sistemas sonoros dos estádios. Nada se diz sobre fados, valsas, marchinhas brasileiras, mazurcas, pasodobles ou rockalhadas que, putativamente, possam ferir as delicadas sensibilidades de multidões em festa. Era só o que mais faltaria, neste clima em que a boçalidade das trevas parece prevalecer sobre as subtilezas da alegria. Também o regulamento da instituição dirigida por Fernando Gomes é, obviamente, omisso, acerca de playlists recomendadas aos clubes, ou relativamente aos indexes da execrável censura que implacavelmente tive de sofrer no exercício da minha profissão, antes do 25 de Abril.
Na minha opinião, decisões desta natureza são impuras, espúrias e não mais que sujas. Ofendem o bom senso e o pensamento livre. São mesquinhas e impróprias. Merecem indignação, repúdio e, elas, sim, castigo exemplar para juízos destes. Do alto do seu 'conselheirismo', põem-se a pensar por outros, impedindo-lhes a liberdade inócua da festa, de alegria e bom humo e, sobre o que não conhecem, julgam, mas, eles, sim, ainda impunes.
Decisões destas não só não fazem nenhuma falta à 'indústria' do futebol como são exemplarmente próprias do espírito censório e pacóvio, que não faz falta nenhuma à sociedade portuguesa do século XXI."

José Nuno  Martins, in A Bola

'The Gray Lady'

"O New York Times (NYT), um dos mais influentes jornais do mundo, fundado em 1851, não é propriamente conhecido pelo espaço que dedica às notícias sobre Portugal. A eleição de um Presidente da República cá do burgo vale, quando muito, uma breve, um novo governo, o mesmo, ou nem tanto. Por isso, nunca o diário nova-iorquino, conhecido como The Gray Lady, gastaria tempo e espaço com os bastidores do futebol português. Para perceber a razão de um artigo no NYT sobre os emails do Benfica, é preciso olhar mais longe, para um problema global, que está na ordem do dia, e interessa à generalidade dos cidadãos utilizadores da Internet: a segurança. Foi esse tem a que levou o jornal do 620 da oitava avenida da Big Apple a interessar-se pelos emails do Benfica, os blogues que os divulgaram e o hacker que os roubou. Se juntarmos à equação uma ordem judicial de um tribunal da Califórnia e ainda a Google e outros gigantes, que acolheram, nas suas plataformas, os divulgadores do material subtraído dos servidores da Luz, temos uma notícia importante à escala mundial, que interessa a quem quer usar o emails como ferramenta segura, e também a quem precisa de estabelecer critérios para trazer as notícias até à opinião pública.
A evolução da Internet foi exponencial nas últimas duas décadas e muitas áreas da sociedade não acompanharam esse desenvolvimento. Continuam a existir demasiadas zonas sem lei, que vão sendo aproveitadas enquanto não forem devidamente enquadrados. Mas é uma questão de tempo e estes leaks à portuguesa acabaram por conhecer a ribalta planetária, quiça como exemplo de como a exigência de transparência dos tribunais norte-americanos se sobrepôs ao anonimato que vinha sendo permitido pelas empresas multinacionais de serviços on-line."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Aquilo que deveria deixar o Delgado preocupado, é como uma empresa portuguesa (YoungNetworks) - criminosa - tem a capacidade de 'plantar' uma notícia no New York Times!!!

A devastação duma avalanche

"O reinado de cinco anos e meio de Bruno de Carvalho no Sporting foi uma avalanche. De emoções, de palavras, de actos, de esperanças, de ilusões, de títulos (nas modalidades), de desilusões, de processos judiciais, de publicações nas redes sociais, de guerras, de - muitas vezes - vergonhas próprias e alheias. E esta avalanche que parecia arrastar, enrolado, o país para um sítio muito recôndito, só parou perante a imponência de uma Assembleia Geral destitutiva, quando os sócios decidiram que não queriam mais aquele caminho.
As avalanches são um fenómeno natural e, por norma, demora-se algum tempo até que se consiga descortinar toda a devastação causada. Transpondo para o Sporting, também se pode aplicar esta análise. Agora, paulatinamente, o clube promete começar a reerguer-se. Todos os efeitos da avalanche-Bruno de Carvalho ainda estão por detectar. No entanto, já há muitos sinais de que, nessa torrente, também se foi a qualidade de excelência da formação.
O Sporting, durante muito tempo -retirando os últimos três anos - quando não teve os mesmos recursos financeiros dos rivais, recorreu à formação para equilibrar o plantel. Muitas vezes, com sucesso. Apesar de não ganhar o Campeonato Nacional há 16 anos, de Alcochete brotaram talentos inquestionáveis - a base da Selecção campeã europeia foi made in Sporting.
Agora, os sinais que chegam é que a fonte secou. É certo que há Jovane Cabral e Miguel Luís pode estar na calha, mas basta olhar para a classificação da equipa de sub-23, com os leões em oitavo, para se perceber que a excelência não afunda. A isto pode-se juntar a descida de divisão da equipa B na época passada. São só dois sinais, mas muito preocupantes. Sem os milhões da Champions, quase sem margem negocial e com pouca formação, o caminho pode ficar repleto de gelo. E gelo fino."

Hugo Forte, in A Bola

Alvorada... do Santos

O sonho continua

"Os escolhidos por Fernando Santos produziram uma exibição de classe com resultado final a confirmar a nossa superioridade.

Não era excessivo pensar que a selecção portuguesa poderia regressar da sua viagem à Polónia com proveitos consideráveis e susceptíveis de contribuir de forma decisiva para a entrada na final “four” do campeonato da Europa que vai ter lugar no próximo ano de 2020.
Como escrevíamos ontem, feitas as necessárias comparações quanto à qualidade das duas selecções, a nossa apresentava-se claramente em vantagem, por todas as razões. E isso ficou demonstrado na última noite, na Polónia, onde os escolhidos por Fernando Santos produziram uma exibição de classe com resultado final a confirmar a nossa superioridade.
Em função da vitória alcançada, Portugal manteve o primeiro lugar, agora com seis pontos, a uma distância considerável de italianos e polacos que, à vista, não parecem reunir possibilidades de recuperar o espaço perdido até aqui.
Recordemos que os dois próximos jogos se vão disputar em Novembro, com a Itália lá, e com a Polónia num dos estádios portugueses.
Para além da vitória obtida, ficou a garantia de que temos selecção capaz de assegurar o futuro, ou seja, com condições bastantes de estar presente nas fases finais dos próximos europeu e mundial.
E, se foi possível poder contar a curto prazo com Cristiano Ronaldo as hipóteses aumentam substancialmente.
Sem o melhor do mundo foi possível vencer a Polónia na sua própria casa. Com a sua importante colaboração aumentam as probabilidades de estarmos em condições de fazer boa figura nos próximos cotejos internacionais."

A mais-valia da Liga das Nações

" se joga a Liga das Nações. Uma nova competição de selecções organizada pela UEFA (a primeira em quase 60 anos), concebida para substituir as datas FIFA até agora preenchidas por jogos particulares, que visa o aumento de receitas e um maior interesse dos adeptos nas partidas das suas selecções. Além disso, surge aqui o atractivo de haver mais uma prova para se tentar conquistar e uma via alternativa para se garantir uma qualificação para o próximo Europeu de Futebol, que se disputa em 2020.
A criação desta nova prova teve dedo português. É bom lembrar. Foi o director-geral da FPF, Tiago Craveiro, que em 2014 começou a pensar e a trabalhar na ideia, pouco tempo depois mesmo apresentada aos responsáveis máximos do futebol europeu. A UEFA recebeu bem a proposta e convidou as principais federações europeias para discutir o assunto. E apesar das várias reticências e críticas apontadas por alguns países (Alemanha, Holanda ou Espanha, por exemplo), o projecto foi mesmo para a frente.
No fundo, esta ideia de dividir as 55 selecções em 4 divisões, fazendo com que as principais selecções joguem entre si, permitiu atrair o interesse das televisões. Jogos como Alemanha-França ou Portugal-Itália, por exemplo, valem mais se tiverem um carácter oficial, em vez de serem meramente partidas particulares em que se dão oportunidades a jogadores menos utilizados. E a verdade é que a venda dos direitos da competição veio mesmo a gerar receitas de milhões para a UEFA.
E mesmo para as selecções mais fracas, nas Ligas B, C, D, esta é uma excelente oportunidade para gerarem receitas e ganharem rotinas internacionais com adversários do mesmo nível competitivo, sempre com a ambição de subir de patamar. Ainda ontem a UEFA anunciou um aumento de prémios da Liga das Nações na casa dos 50%, com o prémio de participação na Liga A, onde Portugal está presente, a crescer de 1,5 para 2,25 milhões de euros.
A Liga das Nações, goste-se ou não do formato da competição, acaba por ser uma óptima ideia, porque eleva a fasquia competitiva para todas as selecções, durante uma fase que, no passado, sempre foi de maior descompressão, com imensos jogos amigáveis pelo meio. Os adeptos passam assim a ter a oportunidade de ver as suas selecções a disputarem mais jogos oficiais, perante equipas de exigência máxima, existindo a possibilidade de conquistar uma nova competição e adquirir uma segunda oportunidade de qualificação para os principais torneios internacionais. Assim, a cada ano ímpar, surge um novo campeão, que se juntará aos vencedores do Mundial e do Euro nos anos pares. 
Fernando Santos já salientou que para os seleccionadores esta prova acaba por ser bem-vinda porque permite avaliar os jogadores num cenário mais realista e exigente, o que ajuda a perceber ainda melhor que papel podem desempenhar pelas suas selecções. Por seu lado, para os clubes, o facto de existirem ainda mais jogos oficiais de selecções acaba ser visto, talvez, de forma mais negativa, já que os seus atletas acabarão por ter um maior nível de desgaste físico do que acontecia até aqui.
Resta saber também como é que as federações vão encarar a competição. Vão usar os melhores atletas ou aproveitar a Liga das Nações para rodar novos atletas? Temos observado casos distintos. O grande desafio da prova será a sua competitividade e a qualidade dos espectáculos que conseguir gerar. Se isso for garantido, o seu sucesso estará mais próximo.

O Craque – Génio do Oriente
Comandado dentro de campo por um pequeno talento japonês, o Portimonense foi protagonista de um fenómeno raro: marcar 4 golos a um grande do nosso futebol na liga. Shoya Nakajima já tinha mostrado valor na temporada transacta, com 10 golos e 10 assistências. Este ano já leva 4 golos e 3 assistências, afirmando-se como um dos jogadores mais influentes do campeonato. Leitura de jogo acima da média, remate fácil e muita velocidade. Qualidades que fazem dele um activo desportivo e financeiro muito importante para a equipa de Portimão.

A Jogada – Clássico pobre na nota artística
O Benfica ganhou o clássico com o FC Porto e foi o grande vencedor da jornada, conquistando pontos às outras equipas do top 5 da liga. Um jogo com raras oportunidades de golo, muitas faltas (44) e inúmeras perdas de bolas (221) indicia que as equipas se tentaram anular e que dificilmente conseguiram ter espaço para criar. Acabou por ser um pormenor, numa desorientação da defesa portista, que fez a diferença a favor dos encarnados. Vitória justa, pela eficácia e vontade que o Benfica demonstrou na 2.ª parte. Mas face à qualidade dos intervenientes, este jogo podia e devia ter sido muito melhor.

A Dúvida – Chaves em modo duplo na Taça
O mundo do futebol por vezes gera situações bizarras. Na Liga Europa, o Leipzig e o Salzburg, clubes que são propriedade da uma mesma empresa, foram sorteados no mesmo grupo e já se defrontaram entre si, um tema que tem gerado polémica. E em Portugal temos o insólito de duas formações do Desp. Chaves terem marcado presença no sorteio da Taça de Portugal: a equipa principal e a equipa satélite. O próprio clube flaviense mostrou-se surpreendido com esta realidade, que as regras possibilitam, ao contrário do que acontece às equipas B. Faz sentido que assim aconteça?"

Profissão: treinador

"O desporto é uma das actividades que reúne a capacidade de despertar grandes emoções nas sociedades modernas. Mesmo aqueles que se dizem indiferentes não deixam de manifestar uma opinião sobre um ou outro acontecimento desportivo.
Os Jogos Olímpicos são a expressão máxima da grande evolução do Homem e local privilegiado para avaliação das políticas desportivas de uma Nação. Neles sucedem-se os recordes Olímpicos, mundiais e europeus. Aprecia-se a evolução das capacidades físicas, técnicas, tácticas e psicológicas dos atletas.
Estranha-se que, sendo os resultados obtidos pelos atletas uma consequência do trabalho desenvolvido pelos treinadores, de forma muito frequente não seja feita qualquer referência ao importante papel do treinador. A realidade é que sendo o treinador a figura central do processo da preparação desportiva dos atletas é urgente que se reconheça, em Portugal, a importância social e desportiva desta profissão.
As funções desempenhadas pelos treinadores têm um inequívoco impacte nas pessoas que treinam, na sociedade, nas actividades económicas e do mundo do desporto em geral.
Os treinadores só conseguirão um reconhecimento social pela competência e princípios éticos que demonstrarem possuir.
Esta competência resulta do seu Saber. Este Saber consegue-se através do estudo contínuo e pela participação em cursos e acções de especialização.
Ser treinador de Alto Rendimento e preparar candidatos e candidatas a participarem em Jogos Olímpicos, e aí classificarem-se para as meias-finais e finais, exige que possua sólidos conhecimentos científicos e profissionais. Devem possuir competências para gerir e liderar as equipas multidisciplinares com o objectivo de manterem um controlo na evolução positiva do rendimento desportivo dos atletas e das atletas. O Saber deve ser partilhado por treinadores de grande sucesso olímpico, em iniciativas específicas.
De forma sistemática, a formação dos treinadores que preparam atletas de Alto Rendimento e aqueles integrados nos Projectos da Preparação Olímpica, não são considerados no quadro nacional da formação de treinadores. Iremos continuar a assistir às exigências de resultados de topo, esquecendo que um dos pilares fundamentais para que os mesmos possam surgir, de forma regular e consistente, é a boa formação dos treinadores para as diferentes funções que desempenharão no sistema desportivo português.
Até agora e apenas nos últimos anos têm valido as formações dinamizadas pelo COP no sentido de capacitarem os treinadores com conhecimentos de dimensão olímpica.
Mesmo com esta ausência do reconhecimento, mesmo perante o facto de não serem referidos nos discursos oficiais, os treinadores portugueses continuarão a desempenhar as suas funções levando a que as equipas e os atletas individualmente dêem alegrias aos portugueses com as suas vitórias, coisa que, até agora, só esses o têm conseguido nas várias frentes nacionais e internacionais."

O Tribunal Arbitral do Desporto três anos depois

"Desde o dia 1 de Outubro de 2015 que podemos contar em Portugal com um centro de arbitragem especializado na resolução de conflitos desportivos. A arquitectura deste centro assenta num bom postulado: a competição desportiva necessita de uma jurisdição célere e especializada e, assim, adequada ao sistema desportivo português. Sucede, porém, que decorridos três anos sobre a entrada em funcionamento do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) muitos são as dúvidas que atingem o regime jurídico que o rege. Entre outras perplexidades, não podemos ignorar as questões em torno da independência do centro e da independência e imparcialidade dos árbitros.
Com efeito, se o TAD não proceder ao recrutamento de novos árbitros para integrar a sua lista, aqueles que nela se encontram e que são sucessivamente nomeados pelas mesmas partes colocam em causa os deveres de independência e imparcialidade, designadamente os que resultam das IBA Guidelines on Conflict of Interest in International Arbitration, às quais este centro aderiu por intermédio de recepção através do estatuto deontológico dos árbitros. Deste modo, as sentenças arbitrais proferidas por colégios arbitrais compostos por árbitros, nas condições acimas apresentadas, poderão vir a ser hipoteticamente anuladas, a breve trecho, com fundamento na violação de princípios fundamentais, tais como o direito ao processo equitativo que, a este respeito, não se encontra assegurado. Como tal e a suceder, esta circunstância assume-se como um péssimo agoiro para a justiça arbitral desportiva e, acima de tudo, para a credibilidade no Desporto.
Trata-se de um problema real que só pode ser ultrapassado com um novo recrutamento de árbitros (e substituição de parte dos actuais) ou o alargamento da lista de árbitros, tal como sucede, regularmente, noutros centros de arbitragem de referência. Não podemos ignorar que a anulação das sentenças arbitrais pode ter efeitos devastadores na confiança das partes na credibilidade da instituição arbitral.
Todavia, esta questão mais imediata não permite ignorar que os escândalos do futebol também chegaram ao TAD, levando a descredibilizar – pelo menos publicamente – algumas das suas decisões, o que, por sua vez, em nada contribuiu para a confiança no sistema desportivo. Se retivermos um contexto estrutural da falta de independência do centro de arbitragem, o problema da independência e imparcialidade dos árbitros deve ser uma questão fulcral a discutir numa futura reforma.
Por outro lado, as custas do TAD – que até são a nosso ver inconstitucionais – foram o pecado mortal da falta de sucesso do mesmo. Na verdade, é conhecido que este centro arbitral necessita que lhe sejam submetidos mais de cem processos por ano para ser financeiramente auto-sustentável. Sucede, porém, que este número nunca foi atingido em nenhum dos anos (fixando-se em seis processos em 2015, em 31 processos em 2016, em 76 processos em 2017 e, até à data, nos 66 processos em 2018) sendo, como é sabido, o Estado (todos nós) uma das entidades a apoiar economicamente o TAD. Podemos, com alguma segurança, concluir que a sustentabilidade económica do centro muito dificilmente será atingida ainda este ano.
Assim sendo, o TAD regista dificuldades estruturais ao nível da sua independência e imparcialidade e, em geral, da sua transparência, mas, acima de tudo, no que concerne à viabilidade financeira do desenvolvimento da sua actividade, o que deveria, por si só preocupar todos os cidadãos. Com efeito, não existe uma justificação para que o Estado se demita do exercício da função jurisdicional (pelo menos num primeiro momento) e não se preocupe com a qualidade (em sentido amplo, compreendendo todos os problemas acima referidos) dos serviços de arbitragem (e de mediação) que são oferecidos por este centro.
Tal como não se percebe que, aparentemente, inexista uma intenção legislativa de discutir uma reforma do TAD, principalmente, quando a maioria dos seus problemas são mais do que conhecidos. Não se pode esquecer, neste contexto, que a arbitragem é um excelente meio de resolução de litígios, mas, como tudo na vida, a distorção deste meio quando adaptado a um sector social “especial”, que exige, por exemplo, maiores garantias de independência e imparcialidade, pode vetá-lo a um destino inevitável. É isto que pretendemos evitar ao reivindicarmos uma reforma do TAD.
Passados três anos podemos concluir que ao TAD só restam duas alternativas: ou existe uma reforma abrangente ou, em alternativa, deve pensar-se no seu encerramento. Da minha parte, aposto na primeira solução, mas se a segunda hipótese não estiver a ser ponderada e se esta configuração se mantiver, o encerramento será uma realidade fatal. A finalizar e para evitar esta circunstância, lanço o desafio a todos os operadores do sistema desportivo para que se unam em torno de uma justiça desportiva, verdadeiramente nova, aproveitando, assim, todas as potencialidades da arbitragem como um mecanismo de resolução de conflitos credível."

Aquecimento... Selecções e o resto...

Conversas à Benfica - episódio 39

Benfiquismo (CMLXXVI)

Preparados...

Dedicado às virgens...!!!

O filho do carroceiro

"Tuberculose matou-lhe o pai, carta dum padre mudou-lhe o destino; Não quis assinar acta, nunca quis ser presidente

1. Nasceu, por Novembro de 1885, num casebre pobre da Travessa do Alqueidão, ao Lumiar, filho de um carroceiro - que haveria de morrer, tuberculose, 10 anos depois. Tinha então cinco irmãos - e a mãe, num ardume de lágrimas, pediu ao padre da freguesia que a ajudasse no que pudesse - para fugir à miséria...

2. A primeira ajuda do padre foi lembrar-se da Casa Pia - e em carta que de pronto escreveu (falando da «extrema pobreza? da viúva) suplicou ao Paço Real que providenciasse no sentido de lá lhe acolher o mais novo dos rapazes «para lhe dar educação que a desgraçada Rosa não podia».

3. Na CPL admitiram-no em Abril de 1896, atribuindo-lhe o número 2545 - e, do exame para lhe detectar o grau de instrução saiu como não sabendo ler e escrever - analfabeto como pai e mãe. Outra coisa se lhe percebeu depressa, porém: o jeito para «aprender bem tudo o que lhe ensinavam na escola».

4. Não tardou aperceberem-se-lhe outros jeitos - e empolgante espírito de iniciativa e de liderança. Arrastado por isso, em finais de 1901, entregou, a um director da Casa Pia, documento a requisitar «autorização para comprar uma bola de futebol» - juntando-lhe «lista de subscritores de 200 réis cada e de um regulamento para a prática do futebol por esse grupo de 14 alunos».

5. Aos 17 anos a Casa Pia de Lisboa achou-o «apto a ganhar os meios de vida», empregou-o como funcionário da administração da Casa Palmela. E ele fundou a Associação do Bem, para nela congregar os antigos alunos da CPL «com simpatia pelo desporto».

6. A Mário de Oliveira contou-o em Março de 1945 em A Bola: «Pensou-se, desde o princípio, nos jogadores que deram à Casa Pia a vitória estrondosa de 1897 contra os ingleses do Carcavelos, julgando-os dispostos a voltar ao jogo. Veio o primeiro treino,  marcado para o campo do Hipódromo de Belém, nele compareceram 24 jogadores. Ao segundo, no domingo imediato, apenas 18 - e ao terceiro 12 ou 13. E quando os treinos fundavam, os que podiam reuniam-se em almoço, na casa do António das Caldeiras, à esquina do Largo de Belém...»

7. Num desses treinos surgiu, afoito e exótico, figura que o espantou: «Apareceu como apareceria sempre depois: equipado por completo: Kepi preto, camisa branca, calção preto, meias e botas de futebol. Mas o que dava mais nas vistas era uma grande faixa sobre a camisa, a tiracolo, com as três cores da bandeira francesa. Não jogava, dava apenas uns pontapés». Era Manuel Gourlade, funcionário da Farmácia Franco - e a Associação do Bem transformou-o no seu treinador.

8. Querendo a Associação do Bem fazer partida contra o FC Lisbonense dos Pinto Basto - faltavam jogadores para equipa completa. Foi, então, que Gourlade se lembrou de que, no andar de cima da farmácia, viviam os irmãos Rosa Rodrigues, que tinham formado grupo de futebol com a alcunha do pai, armador de pesca: Os Catataus - e ao desafio os chamou. No primeiro jogo perderam, no segundo ganharam.

9. A vitória atirou-os para «festa rija» na cervejaria em frente à Farmácia Franco - e, ao soltar-se, num brado, a ideia: «Vamos fazer um novo clube» - foram fazê-lo para a sala da farmácia. Primeira sugestão de nome foi Grupo de Football Lisboa. José da Cruz Viegas (militar de na I Guerra Mundial, penaria, prisioneiro, nas masmorras alemãs), contrariou-a com curioso argumento: «As iniciais dariam GFL, talvez suasse Guarda Fiscal de Lisboa». Falou-se, então, em Grupo Sport Lisbonense - em Grupo Sport Lisboa se ficou (mas o Grupo caiu...)

10. Também foi ele quem o revelou nessa edição de A Bola de 1945: «A primeira manifestação de actividade do Sport Lisboa foi treino marcado para 28 de Fevereiro de 1904. Para a compra da bola fizemos empréstimo de 4500 réis - e o treino fez-se num terreno nas Salésias». A ele coubera-lhe a redacção da acta da fundação do SL - mas, por modéstia, esquivou-se a escrever o seu nome nela. O resto é o que se sabe - e o que se sabe (além dos ganhos de glória farta) foi o que aconteceu quando, por falta de campo, para evitar que o Sport Lisboa se esfumasse, ele teve a ideia de o fundir com o Sport de Benfica. Deu Sport Lisboa e Benfica (seu presidente não quis ser nunca - como não quisera ser do Sport Lisboa, antes já...)"

António Simões, in A Bola

Sabe que é? O FC Porto na vida dele - Eusébio

"Depois de a Juve o querer levar para Itália, aos 15 anos, o ataque portista; Única expulsão, nas Antas (e ridícula...)

1. Antes ainda do Benfica, embeiçou-se o FC Porto por ele: «É verdade que disse que se não fosse futebolista seria bailarino na Broadway, mas sabia: o meu futuro era o futebol - e aos 15 anos a Juventus quis contratar-me. Foram falar com a minha mãe, ao ouvir falar de Itália, ela não quis conversa».

2. Depois da tentação da Juve, foi o Belenenses a Moçambique: «Também me quiseram, davam 110 contos por mim - e foi logo a seguir que apareceu o FC Porto a oferecer 150». Nesse torneio participou a Ferroviária de Araraquara, treinada por José Carlos Bauer. Mandou telegrama para o Brasil a perguntar se podia tentar levá-lo para lá (e de lá não lhe responderam...)

3. Ao passar por Lisboa, Bauer fez visita a Béla Guttmann (que o treinara no São Paulo). Falou-lhe do «menino tímido» de Lourenço Marques em tal fervor que Guttmann suplicou ao seu presidente que pagasse o que fosse preciso por ele - e o Benfica, sabendo do assédio do FC Porto, mandou entregar 250 contos (só para eles) à casa de zinco e colmo onde vivia (250 contos hoje seriam 91530 euros).

4. O Sporting entrou na jogada, perdeu-a nos 400 contos que levaram o Sporting de Lourenço Marques a mandar para o Benfica a sua carta de desobrigação. Já a caminho da eternidade, o primeiro golo ao FC Porto marcou-o em véspera da final da Taça dos Campeões (que venceu) - acabou 3-1 e Carlos Pinhão escreveu: «Tanto o procurou, perante sucessivos malogros, que o alcançou, festejando-o como se se tratasse já de golo ao Real Madrid». (Foi jogo para a Taça - que o Benfica ganhou ao V. Setúbal).

5. Em 15 épocas no Benfica, só perdeu oito jogos oficiais na Luz - e o primeiro, me Novembro de 1962, para o FC Porto: 1-2 (sendo dele o golo). Já Desmond Hackett lhe chamara Black Panther - e ele não lhe achou graça: «Havia um bando de assaltantes na América que se dominava assim, por isso custou-me engolir essa historia da Pantera Negra. Mas com o tempo passei a gostar. E muito...»

6. Nas Antas, sofreu sete derrotas - a primeira, na primeira vez em que lá jogou, foi a 8 de Dezembro de 1961: 1-2 (e não marcou) - atormentado pelo joelho, teve de ser injectado, largou o campo a coxear. 11 dias operaram-no ao menisco, abriu-se-lhe o calvário: o Departamento Clínico lançou-lhe: «40 baixas por lesão» só entre 1964 e 1974 - o ano em que voltou a perder com o FC Porto na Luz. Jogou outra vez massacrado em dor, fizeram-lhe logo depois a sexta operação ao joelho.

7. Em 1964 jogou-se a única final de Taça entre ele e o FC Porto. O Benfica treinado por Lajos Czeiler, venceu por 6-2 - e Américo, o guarda-redes portista contou-o: «Um escândalo... A partir de certa altura passámos a insultar o árbitro de tudo, a perguntar-lhe se não tinha vergonha na cara de estar a arbitrar daquela maneira - e até na tribuna à frente do presidente da República, fizemos o mesmo. Ele, comprometido, não foi capaz de expulsar mais nenhum de nós, já tinha expulso o Jaime, posto o Benfica a vencer com penalty incrível».  (Foi ele que o marcou, ao longo da sua vida quatro falhou - e nenhum com o FC Porto).

8. Vezes sem conta o afirmou: «Comigo no Benfica, o FC porto nunca foi campeão». É verdade. Mas foi o FC porto que lhe aplicou a derrota mais pesada que equipa portuguesa lhe aplicou: 4-0 (nos quatro golos de Lemos). E foi contra o FC Porto que sofreu a única expulsão: «Antes dum livre, o árbitro disse-me para não mexer na bola, precisava de a ajeitar, ajeitei - e ele expulsou-me. Foi de tal forma injusto que o público todo desatou a aplaudir-me e Otto Glória, o treinador portista, me foi abraçar».

9. O futebol acabará de ganhar nova regra: as substituições - e foi nas Antas a primeira vez que tal lhe aconteceu, a 15 de Setembro de 1968: Otto Glória pôs Jacinto por causa de lesão que se diria podia ter-lhe arruinado de vez a carreira (e não...)

10. O último golo como benfiquista marcou-o ao FC Porto - a 31 de Março de 1975 em Paris (na vitória por 5-1). A camisola do Benfica voltou a vestir na festa de homenagem a Carlos Lopes - quando já andava pela América. Foi a Alvalade numa «equipa de miúdos», na cabina lançou-lhes em brado: «O futebol, para mim, nunca pode ser uma brincadeira. Mais: não gosto de perder! Portanto, vamos lá ganhar este jogo!» - e o Benfica ganhou por 3-2..."

António Simões, in A Bola