Últimas indefectivações

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Weigl

Admito, quando surgiu a notícia do interesse do Benfica no Weigl pensei que fosse mais uma treta dos pasquins! E esta convicção durou praticamente até ao 'fim'!!! Não por falta de capacidade financeira do Benfica, mas porque noutras ocasiões 'parecidas' nos últimos tempos, os jogadores têm recusado mudar-se para o Tugão!!!
Digo 'parecidas', porque de facto, não me recordo de uma contratação deste 'nível' no Tugão!!! Uma coisa é contratar um jovem esperança, que ainda não se afirmou, ou um jogador de carreira feita que vem ganhar mais uns cobres!!! Agora, um jovem jogador, 23 anos, que é uma 'certeza', não uma esperança, Internacional A pela Selecção da Alemanha, vir para o Benfica, é de facto, extraordinário...
Nos últimos anos temos tentado vários alvos no mercado Alemão, todos eles com 'estatuto' inferior ao Weigl, e quase sempre o negócio não se concretizou... Talvez, os 'conselhos' do Witsel, ou do Odysseas tenham 'facilitado', mas em caso de sucesso, uma contratação, que poderá 'abrir' espaço a outras contratações 'parecidas', principalmente do Mercado Alemão...

Em relação ao 'jogo jogado' ganhámos um médio de contenção de excelência. Bom na marcação, tacticamente disciplinado e com a bola nos pés não sendo um driblador, protege bem a bola, e passa bem, curto e longo... e vem com o 'andamento' da Bundesliga, com jogos de muita intensidade!

Nos últimos temos o Weigl, deixou de ser titular indiscutível (sendo que jogou mais a Central!!!), tem jogado, mas perdeu algum espaço... Sendo pragmático na análise, não sei se o Weigl seria titular nas equipas multimilionárias da Europa, mas teria lugar em qualquer equipa em Inglaterra ou em Espanha, ou em Itália.... Mas entre ficar no banco; ou ir para uma equipa de meio da tabela, lutar talvez pela permanência, preferiu ir para uma equipa, onde muito provavelmente vai ser titular, e onde vai jogar para ganhar todas as semanas... Além disso, o Benfica já 'provou' que consegue 'vender' os seus melhores jogadores para as equipas do Top financeiro da UEFA...

Neste momento com a dupla Gabriel/Taarabt a jogar bem, pode parecer estranho o Benfica apostar 'tanto' no meio-campo, mas se o Benfica quer mesmo ganhar 'tudo' temos que ter opções, para 'rodar' em todas as competições, e de facto tanto o Tino, como o Gedson, como o Samaris não têm dado o mesmo ritmo à equipa, do que a dupla titular!

E não me 'espantava' que o interesse no Bruno Guimarães também fosse 'verdadeiro' (outro, que duvidei deste do primeiro momento sobre a veracidade da notícia...), seria a 'verdadeira' aposta Europeia, com dois 'meio-campos' para a segunda parte da época, com a Liga e a Liga Europa em disputa!!!

2019

Pizzi 2019

Mensagem de ano novo



"O #PortoaoColo deseja a todos os seus seguidores um ano de 2020 cheio de saúde, sucessos e felicidade a nível pessoal e familiar. A nível desportivo, esperamos que 2020 seja, pelo menos, tão bom como foi 2019 para o Sport Lisboa e Benfica. Desejamos todos, que seja melhor ainda.
Como forma de comemorarmos esta entrada no novo ano, lançamos um vídeo com alguns dos melhores momentos de #PortoaoColo da temporada passada e da presente época. Pedimos desculpa pela duração do vídeo, mas foram escândalos atrás de escândalos e o vídeo “fez-se por si”. Aproveitamos, também, para desejar que 2020 nos traga menos trabalho. Seria muito bom sinal."

As 10 figuras do SL Benfica que marcaram 2019

"O ano de 2019, como já é habitual, foi um ano muito bem-sucedido para o SL Benfica. Do futebol às modalidades de pavilhão, a equipa encarnada foi campeã e conquistou as mais variadas honras nos diversos desportos e escalões. Atletas de qualidade é do que mais abunda a estrutura do clube lisboeta. Elaborei, então, um top 10 dos melhores atletas encarnados no ano de 2019. O grande foco vai para o futebol, as principais modalidades de pavilhão e o atletismo. Decidi não incluir atletas cuja modalidade não tenha campeonatos de clubes, portanto atletas como Fernando Pimenta – que merecia figurar neste top – ficaram de fora. Vamos lá a isso.
1. Pizzi A grande figura do futebol encarnado e um dos grandes destaques do campeonato e do desporto nacional no ano 2019. Foram 27 os golos apontados pelo internacional português, que ajudou o SL Benfica a sagrar-se novamente campeão nacional. Pizzi normalmente não figura na lista de jogadores preferidos dos adeptos, mas o seu valor é indiscutível e a distinção como melhor atleta do clube encarnado é inteiramente merecida. A classe e a qualidade que espalhou pelos relvados portugueses, no ano que chega agora ao fim, permanecerá na memória de qualquer benfiquista.
2. Pedro PichardoO cubano, naturalizado português, esteve em grande forma no ano de 2019. Campeão nacional de triplo salto e de equipas com o SL Benfica, venceu a etapa de Londres da Liga Diamante (terminou em segundo lugar no ranking final). Para ser um ano perto da perfeição só faltou a medalha nos mundiais de pista. Pichardo terminou num honroso quarto lugar, tendo perdido a medalha no último salto por apenas quatro centímetros.
3. João Félix A grande revelação da época. A excelente segunda metade de temporada que protagonizou e todo o mediatismo em volta do seu nome e da transferência para o Club Atlético de Madrid tornam João Félix uma presença obrigatória nesta lista. O internacional português, à data com apenas 19 anos, impôs-se na primeira equipa encarnada com uma facilidade tremenda, tendo adquirido mesmo o estatuto de um dos melhores jogadores da equipa.
A importância que Félix teve na conquista do 37° campeonato do SL Benfica foi tremenda. Decisivo frente a Sporting e Porto, marcou 17 golos em 29 jogos ao serviço das águias. A sua performance não passou despercebida e levou o Atlético a pagar 126 milhões de euros para assegurar os seus serviços, naquela que foi a maior transferência de sempre em Portugal.
4. Darlene A avançada brasileira chegou ao SL Benfica, já com selo de qualidade, para ajudar na luta pela promoção. A época da equipa de futebol feminino das águias dificilmente poderia ter corrido melhor. A equipa encarnada foi, facilmente, campeã da segunda divisão (com apenas um empate) e conquistou ainda de forma incrível a Taça de Portugal e a Supertaça.
Para estas conquistas, muito contribuiu Darlene. A internacional brasileira atingiu 69 golos em apenas 34 jogos ao serviço das águias: números completamente absurdos. Um destaque merecido para o desporto feminino e para Darlene.
5. Fernandinho O homem golo da equipa de futsal do SL Benfica. Fernandinho foi o melhor marcador da liga portuguesa de futsal, com 39 golos. O já experiente ala ou pivot brasileiro foi sempre um dos jogadores mais decisivos da equipa comandada por Joel Rocha, inclusive na final dos playoffs, frente ao Sporting, onde ajudou o Benfica a sagrar-se campeão nacional.
6. Seferovic No início da época, Seferovic partia no fundo da hierarquia dos pontas de lança, atrás de Castillo, Ferreyra e Jonas. No entanto, com a entrada de Bruno Lage, Seferovic adquiriu uma importância extrema na equipa. Apresentando-se na sua melhor forma, Seferovic conquistou o título de melhor marcador do campeonato com 21 golos. O prémio de melhor jogador suíço coroou a temporada do ponta de lança. A segunda metade de 2019 não tem sido tão positiva para o camisola 14, contudo Seferovic tem ainda muito tempo para voltar à sua melhor forma.
7. RobinhoO mágico da equipa de futsal do SL Benfica e um dos melhores atletas no panorama do futsal nacional e europeu. Consistentemente um dos jogadores fundamentais na formação de Joel Rocha, Robinho consegue fazer a diferença utilizando a sua elevadíssima qualidade individual. Quando o esférico está nos pés de Robinho, nunca sabemos o que esperar.
O ala brasileiro – naturalizado russo – juntou o título de melhor assistente em Portugal ao campeonato nacional conquistado ao serviço do Benfica.
8. Zelão O experiente central brasileiro Flávio Soares, conhecido no mundo do voleibol como Zelão, realizou uma das melhores temporadas de águia ao peito. Zelão ajudou o SL Benfica a bater a fortíssima equipa do Sporting CP na final do campeonato nacional e contribuiu para a histórica classificação da equipa encarnada para a Liga dos Campeões de voleibol. Esta posição podia igualmente ser atribuída ao zona 4 das águias, André Lopes.
9. Lucas Ordóñez É verdade que não foi, de todo, um ano positivo por parte da equipa de hóquei em patins dos encarnados. No entanto, o avançado argentino Lucas Ordóñez destacou-se do resto da equipa e apresentou-se a bom nível (foi o segundo melhor marcador do campeonato, tendo ficado apenas atrás de Gonçalo Alves, do FC Porto). No início desta época, a equipa comandada por Alejandro Domínguez tem apresentado melhorias no nível de jogo, comparativamente à época passada, tendo Ordóñez mantido o elevado nível exibicional.
10. JonasEste não foi, de longe, um dos melhores anos de Jonas ao serviço do SL Benfica, mas o brasileiro acaba por entrar neste top sobretudo por razões simbólicas. 2019 ficará marcado na memória colectiva benfiquista como o ano em que Jonas acabou a carreira: o ano em que uma das lendas modernas do clube pendurou as botas.
Mesmo num ano menos bom, Jonas ainda marcou sete golos que ajudaram o Benfica a conquistar o título. Todos os adeptos de bom futebol desejavam que Jonas continuasse a espalhar classe nos relvados nacionais, mas infelizmente as lesões não o permitiram. Em jeito de homenagem, aqui temos Jonas Gonçalves."

Julian Weigl


"Muitas vezes tenho sido crítico com a qualidade individual das equipas em Portugal. Talvez porque seja difícil recordar confrontos entre Porto e Benfica recheados de jogadores que chegaram às melhores equipas Europeias, sabendo que dos actuais planteis pouquíssimos terão algumas probabilidades de lá chegar.
É essa qualidade individual que inviabiliza tantas vezes o bom jogo – Se as linhas de passe estão lá, se os movimentos também e se quem recebe demora uma eternidade, recebe mal seja na orientação ou no gesto técnico, é claro que é o individual que atrasa o colectivo. Veja-se a melhoria do Benfica com a entrada no 11 de Chiquinho pós lesão e Taarabt. Jogadores diferentes, e parece que o colectivo melhorou. Não, o Benfica melhorou, mas foi por resolver problemas individuais, e… Bruno Lage voltou a ser um bom treinador.
Com isto chegamos a Weigl.
O médio alemão associado ao SL Benfica seria um jogador de natureza bem diferenciada na realidade nacional.
A velocidade a que percebe o jogo e a forma eficiente como dá sempre seguimento às bolas que por si passam, sem erro técnico, sem erro de decisão.
Weigl, pelo que mais importa no jogo nos dias de hoje (capacidade para Ver – Analisar – Executar com enorme qualidade) seria mais um elemento com uma capacidade ímpar para elevar o jogo “colectivo” do Benfica para outro tipo de patamar. E se há de facto um projecto europeu… este terá sempre de passar por encontrar este tipo de jogadores – Um médio determinante na boa fluidez do jogo ofensivo pela qualidade da sua tomada de decisão e a ausência de erro técnico."

Benfiquismo (MCCCXCVIII)

Juntos!

1 de Janeiro

Cadomblé do Vata (Gala das Galas!!!)

"Gala "Os Melhores de 2019 - A Mão de Vata"
Melhor Jogo de 2019 - o joguinho feito entre B. SAD e FCP para encobrir os acontecimentos do túnel do Jamor.
Melhor Golo de 2019 - ex. aequo Jardel e Rúben Dias a favor do Portimonense, no jogo que mudou a história do ano.
Melhor Treinador de 2019 - Sérgio Conceição "O Maior". Perdeu Taça da Liga, Campeonato, Taça de Portugal e Qualificação para a Champions, sem que alguma vez visse o seu lugar colocado em causa. 
Melhor Jogador de 2019 - Bruno Lage pela arriscada e bem sucedida jogada de recuperar Adel Taarabt.
Melhor Árbitro de 2019 - Carlos Xistra, para manter a tradição vigente na arbitragem nacional de colocar sempre os piores no lugar dos melhores.
Melhor Dirigente de 2019 - Frederico Varandas que tem dirigido brilhantemente o Sporting CP rumo ao abismo.
Melhor Empresário de 2019 - Paulo Rodrigues por ter destruído metade do Estádio do Bonfim, demonstrando como se tratam os caloteiros.
Melhor Diário Desportivo de 2019 - Gazeta dos Desportos, que mesmo extinto foi melhor que os outros 3 juntos.
Melhor Contratação de 2019 - Chiquinho pelo Benfica, repetindo o título de há um ano quando foi contratado... pelo Benfica.
Melhor 11 de 2019 - Franco Cervi, seguido de Marega e Raphinha.
Prémio Carreira 2019 - Jonas Pistolas, em forma de agradecimento por ter tornado o ataque do Glorioso numa verdadeira carreira de tiro.
Melhor Página de 2019 - A Mão de Vata... se todos os anos o Mendes se pode coroar Melhor Empresário do Ano na sua gala no Dubai, porque razão entregarei este prémio a outro?"

Cadomblé do Vata (Clube à 'distância'!!!)

"Ao espraiar as palavras que se seguem, não procuro de forma alguma ser ressarcido de todos os danos que me provocaram, mas vendo a minha vida em retrospectiva, considero-me um dos grandes prejudicados pelo Vietname do Benfica. Quando Manuel Damásio, do alto das suas calças vermelhas atacou barbaramente o Sport Lisboa e Benfica com Antrax Jorge, eu já era adepto do Glorioso há uns valentes anos. Tinha cravados no cinto títulos de campeão nacional, Taças de Portugal, Supertaças e finais europeias. As minhas mãos já haviam emitido sonoros estampidos de aprovação para craques da valia de Chalana, do Valdo, da Gomes & Mozer Lda, do Sr. Paneira, do rapazola Rui Costa, de uns suecos altos, loiros e craques, do Mimalho de Ouro JVP (antes e depois do Vieira entre o João e o Pinto), ou do tanque Profeta de Cabo Frio.
Com alguns choros compulsivos de meia dúzia de insucessos a juntar à Glória do quotidiano, no Verão de 1994 sentia-me reparado para outros vôos. Talvez ainda não tivesse nível para ser adepto de um AC Milan (à data) de sonho, mas via-me facilmente a deixar para trás a paixão pelo Benfica e abraçar o amor por um Real Madrid ou um Manchester United durante 6 ou 7 anos, para depois regressar à casa de partida e por cá passar uma reforma dourada a vitórias e títulos. Mas a calamidade abateu-se sobre o Gigante da Luz, o interesse no estrangeiro esfriou e fui por cá ficando, primeiro assistindo em sofrimento à delapidação moral d'O Clube e posteriormente abraçando entusiasmado o regresso ao seu estatuto de Maior do Universo e Arredores. A bater à porta dos 40 anos, daqui já não saio e daqui já ninguém me tira, com tudo o que isso acarreta de bom ou mau para o SL Benfica.
Os 25 anos que mediaram o sonho de uma aventura além fronteiras e a conformação de que a estadia pela Luz vai ser prolongada, permitiram-me acompanhar centenas de jogadores. Desde os que, nos longos anos de dor, só deixavam a Catedral empurrados, porque aqui haviam atingido o pico de carreira e ninguém os queria em mais lado algum, aos que actualmente por cá aterram já a pensar em dar "às de Villa Diogo", porque o prestígio e política do clube lhes proporciona essa visão. Sejam contratados ou cá formados, todos parecem apreciar mais o Sport Lisboa e Benfica à distância do que com o Manto Sagrado no corpo. Fica é sempre a dúvida se os elogios dirigidos à Nação Encarnada lá ao longe, são sentidas declarações de amor, pézinhos que mantêm a porta do regresso aberta, para quando depois das 30 primaveras, mais dinheiro não houver para ganhar além 2ª Circular ou apenas lembretes de que já cá estiveram mas preferiram sair?"

Uma vitória dos recursos humanos

"Fernando Gomes tem exercido a presidência da FPF com inegável sucesso, e tornou-se um caso de estudo, pelo consenso que gerou

Acabou bem o ano de 2019, com a notícia da recandidatura de Fernando Gomes à presidência da FPF. Há ainda muito trabalho por fazer (e tanto já foi feito...) e fazem falta pessoas que saibam pensar e estar, que passem a vida para adicionar o não para subtrair, muito menos para dividir, com os olhos postos na multiplicação de recursos. Em Fernando Gomes vê-se alguém que desmontou a mesquinhez da clubite, mostrando urbi et orbi que quando se age privilegiando o que nos une e não aquilo que nos separa, o céu é o limite.
A FPF de Fernando Gomes nunca teve medo de apostar na competência, e tem feito da política de recursos humanos a sua principal força; ao mesmo tempo, aventurou-se em processos pioneiros, um, o do VAR, apontado, antes dos outros, o caminho do futuro, e outro, o Canal Onze, de contornos mais complexos, com potenciais danos colaterais, cujo desenvolvimento poderá condicionar um mercado audiovisual a que a Federação Portuguesa de Futebol não expectável pertencer. O futuro, tão insondável no âmbito da comunicação social, a nível global, dirá de sua justiça...
Disse, atrás, que apesar do muito que já foi feito ainda há muito mais por fazer:
a) No domínio da arbitragem, por exemplo, alargando os campos de recrutamento, qualificando carreiras e combatendo opacidades;
b) No âmbito dos quadros competitivos, incrementando politicas de regionalização e criando condições para reciclar o elefante branco que dá pelo nome de Campeonato Nacional de Seniores;
c) No quadro do futebol feminino, aprofundando, sem concessões, o magnífico trabalho entretanto realizado;
d) E, last but not least, criando mecanismos que permitam melhorar a imagem do futebol, penalizada por décadas de más práticas que em nada têm contribuído para uma percepção colectiva civilizada do desporto-rei.
Não é aceitável que o futebol de um país que é campeão da Europa e vencedor da Liga das Nações; que é campeã do Mundo de Futebol de praia e campeão europeu de futsal; que deu ao mundo três Bolas de Ouro, e se tem substituído ao Estado no fomento do desporto, seja sujeito, por exemplo, a uma política fiscal agressiva e castradora. E essa batalha, política, só pode ser ganha com uma nova imagem.

Ás
Bruno Lage
O 'seu' Benfica disputou 33 jogos da Liga em 2019, ganhou 31, empatou um e perdeu outro. Pelo caminho conquistou um Campeonato Nacional que estava perdido e fechou o ano na liderança, com mais quatro pontos que o segundo. Os números são impressionantes e é um dos destaques de 2019.

Ás
Jorge Jesus

Muitos foram aqueles que torceram o nariz quando assinou pelo Flamengo, muitos mais encolheram os ombros quando o ouviram falar no Brasileirão, na Libertadores e no Mundial de Clubes. Chega ao fim do ano cidadão honorário do Rio de Janeiro e comentador de Portugal. Absolutamente fantástico!


Ás
Fernando Santos
Ao título europeu de 2016, Portugal juntou a vitória na Liga das Nações de 2019, mostrando que a saga de França e a gesta de 10 de Julho, em Paris, não foram obra do acaso. Pelo caminho, Fernando Santos implementou uma revolução de veludo na Selecção, criando condições para uma grande década de vinte, no século XXI.

O que terá dito, na Liga, o técnico do B-SAD?
«No intervalo houve tensão entre mim e o treinador do Belenenses (...). Não, não agredi»
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto
Sérgio Conceição quebrou o silêncio e garantiu não ter agredido o homólogo do B-SAD, Pedro Ribeiro. Este, porém, ouviu-se na SIC, gritou alto e bom som que tinha levado um soco, qualificando o agressor com um epíteto bovino. Daí a curiosidade: o que disse, na Liga, quando foi inquirido, Pedro Ribeiro? Manteve que foi agredido? E se sim, por quem? E se não, por quê?

Jesualdo Ferreira
Entre o primeiro projecto que abraçou, treinar a novel Selecção Nacional de Juvenis na época de 1974/1975, e a chegada ao banco do Santos, passou-se uma vida dedicada ao futebol, com sucessos aquém e além-mar. Em boa hora, o clube de Pelé, com a formação no ADN, escolheu o técnico português de 73 anos para preparar o futuro, mostrando aos clubes nacionais que escolher profissionais pelo bilhete de identidade é prova de pouco tino. Lamentavelmente, há muita experiência e qualidade no nosso futebol precocemente afastada.

Vírus da chicotada psicológica anda por aí
Não é só me Portugal, onde metade dos treinadores da Liga não chegaram ao Natal, que prosperam as chicotadas psicológicas. Em Inglaterra, onde a tradição já não é o que era, só em Londres caíram Pochettino, Emery e Pellegrini e em França chegou ao fim a aventura (extraordinária) de Jardim no Mónaco"

José Manuel Delgado, in A Bola

Em fora de jogo estamos nós

"No futebol inglês é tudo mais simples, directo e transparente do que no futebol português. Até a questão do VAR. Nada de novo, portanto.

Prefiro, por agora, não entrar na discussão sobre se deve, ou não, dar-se uma tolerância de alguns centímetros nos foras de jogo. Dependerá sempre, julgo, da justificação que me derem. Caso digam que as linhas que vemos nas transmissões televisivas, aparentemente oficiais, não são fidedignas, é provável que esteja de acordo. Se me disseram que é, apenas, injusto anular um golo por um centímetro é mais provável que seja contra, porque chegará, de certeza, o dia em que, num qualquer jogo decisivo, um centímetro será suficiente para fazer a diferença na forma como quem marca o golo chega à bola e entrarmos, aí, em nova discussão que é, precisamente, o que as linhas de off side pretendem evitar. Por isso, para já, vou partir de dois pressupostos:
1 - As linhas de nos dão na transmissão, e que o VAR vê quando tem de decidir, são fidedignas;
2 - Um fora de jogo é, sempre, um fora de jogo, seja um centímetro ou de um metro. Dizer mais do que isso é perder tempo, porque escancara as portas ao inútil o meu fora de jogo de um centímetro é ridículo e uma roubalheira, o teu fora de jogo de um centímetro é, apenas, a lei de que tanto nos queixámos ao longo dos anos.
Prefiro, portanto, falar de algo que me faz muito mais confusão no que à forma como nos mostram, como telespectadores, a decisão que, numa sala bem longe do local onde se desenrola a acção, alguém decide, muitas vezes, o desfecho decide, muitas vezes, o desfecho de uma partida. Já percebeu, caro leitor, a brutal diferença entre as transmissões dos jogos da Premier League e os da Liga Portuguesa? E não, não estou a falar na intensidade, no ritmo, no espectáculo. Estou a falar mesmo do momento em que o VAR entra em acção para confirmar ou anular um golo quando entra em campo a tal questão do fora de jogo que de repente tanta confusão parece fazer a tanta gente.
Das imagens que nos chegam de Inglaterra, o ecrã divide-se e na parte maior lá aparece a forma como o VAR utiliza as linhas para chegar a uma decisão. Podemos, portanto, acompanhar o momento em tempo real tudo o que está a acontecer e percebendo, de imediato, qual o desfecho da avaliação mesmo antes de o árbitro a anunciar ao estádio. Tudo às claras. Pode, depois, discutir-se, lá está, se um centímetro deve, ou não, se suficiente para anular um golo. Mas essa é oura questão. Em Portugal, claro, é tudo diferente. Temos as imagens de quem está a transmitir o jogo, é verdade, e delas podemos logo retirar algumas conclusões. Se o fora de jogo for evidente, não há sequer grande problema. A questão é quando se trata, de facto, de um off side de poucos centímetros. Lá ficamos nós à espera que alguém na Cidade do Futebol veja as imagens, lhes ponha as linhas em cima, veja onde está o é, o joelho ou a cabeça de quem ataca, veja onde está o pé, o joelho ou a cabeça de quem defende e decida. Só percebemos se o golo é anulado ou validado quando o árbitro o anuncia no estádio. E, muitas vezes, só podemos ver o que sustenta a decisão uns minutos depois (quase sempre muitos minutos depois...) quando a repetição, já com linhas em cima e o anúncio dos centímetros que colocavam em jogo ou fora dele o jogador que fez o golo, nos é concedida pela realização.
Prefiro - e calculo que a maioria dos telespectadores também prefira - a forma como as coisa são feitas em Inglaterra. É mais simples, mais directo e, acima de tudo, mais transparente. Como tudo no futebol inglês quando comparado com o futebol português. Nada de novo, portanto. Mas devia fazer-nos pensar- Sendo verdade que Portugal, e a Federação Portuguesa de Futebol, foi pioneira na questão do VAR, há o sério risco de, por uma questão de protecção dos árbitros que, já o escrevi, não os ajuda em nada (pelo contrário...), perdermos o comboio europeu e, pior, alimentarmos discussões absurdas em torno de uma ferramenta que devia ser unânime."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Paragem de Natal - erro antifutebol

"Pior do que haver uma sobrecarga de jogos é haver uma subcarga de jogos. Nada mais bloqueador do desenvolvimento natural dum jogador e duma equipa do que a inacção competitiva. Claro que as equipas profissionais tentam corrigir a ausência de competição treinando-se com intensidade, mas nada consegue substituir um jogo a sério, nada transmite aos jogadores a mesma necessidade permanente de se superarem.
Daí que esta paragem de Natal do futebol português seja um erro antifutebol. Não se compreende à luz da natural expectativa do adepto, não se compreende em função das óbvias necessidades de encaixes financeiros dos clubes e não se compreende na perspectiva dos principais protagonistas do jogo, os futebolistas.
Assim sendo, a imposição destas férias natalícias constitui um erro tão óbvio quanto primário, que não deve, mais, ser repetido.

No próximo fim de semana, o campeonato recomeça com dois jogos que geram grande expectativa. O Vitória de Guimarães recebe o Benfica, líder da prova, e o Sporting recebe o FC Porto num clássico que todos os anos entusiasma e se renova. Com todo este interregno pelo meio, ninguém sabe com o que contar das equipas em confronto. Quem estava a passar por momentos de elevados índices de qualidade, como era o caso do Benfica e, também, do FC Porto, há de esperar não ter perdido balanço, mas após esta prolongada paragem, ninguém o poderá garantir. Tal como o Sporting não pode garantir se irá continuar o seu difícil caminho de recuperação. Teremos de esperar para ver quem melhor consegue resolver os erros alheios."


Vítor Serpa, in A Bola

Adeus, 2019! Viva, 2020!

"Se esquecermos a habitual propaganda, pouco mudou por cá. Benfica e FC Porto, sendo esta a hierarquia mais recente, lutam pelo domínio. O Sporting debate-se com lutas internas e acrescenta-lhe a crise financeira, agravada com as mais-valias perdidas no hara kiri de Alcochete. Ao SC Braga faltará cultura de vitória, que só se enraizará com paciência, teimosia e um rumo.
2019 despede-se enquanto águias e dragões tentam, circunstancialmente ou não, tornar-se mais criativos, a partir do duplo-pivot. Já os leões aparentam estar mais imunes à Lei de Murphy. Sinais a confirmar na Europa. Hopefully.
Bruno Fernandes e Pizzi permanecem como figuras maiores do campeonato e não se veem mudanças no horizonte. A cortar o êxtase dos golos e das vitórias, e a tentar atenuar o desânimo das derrotas, o ruído continua a pairar sobre réus escapatórias, agora os VAR. Já atingiu mais decibéis - ou estaremos já habituados -, mas continua presente. Resistem para já as linhas de fora de jogo porque não há conhecimento sobre um processo que deveria ter sempre intervalo de erro.
Há chicotadas a mais, os dirigentes são os agentes mais fracos. Federação e Liga não fogem ao politicamente correcto e, também por isso, é tão aceitável o status quo. As importações de jogadores e treinadores mantêm-se de fraca qualidade e tudo se reflecte em campo. É o que o país forma e exporta que vai mantendo o seu nome bem vivo no panorama internacional. Aí, mesmo com a nata que produzimos, a Selecção joga de menos. Ou novo raio cai segunda vez no mesmo sítio ou o Euro-2020 será duro. Bem mais do que eleger o figura do ano. Acima de Messi, Ronaldo ou Van Dijk, Jurgen Klopp montou um Liverpool extraordinário e merece todas as honras.
Na despedida, fica o desejo: que 2020 nos traga, sobretudo, ainda melhor futebol jogado e falado, claro. Bom ano!"

Luís Mateus, in A Bola

Benfica After 90 - Benfiquistas Worldwide - Bermuda...

5 Resoluções de Ano Novo do SL Benfica

"Estamos perto do fim do ano 2019, um ano recheado de grandes memórias para os adeptos benfiquistas: a reviravolta no campeonato com exibições de categoria e a vitória em pleno Estádio do Dragão; os festejos de um título que parecia impossível em 2018; a goleada de mão cheia no derby da Supertaça; e agora o término de um ano em que a equipa lidera o campeonato com sensações de um futebol em crescendo de qualidade (finalmente).
Este ano que termina, contudo, não foi um mar de rosas: houve uma abordagem desastrosa ao mercado de inverno, consecutivas exibições de muito pobre qualidade entre Setembro e Dezembro e ainda a eliminação da Liga dos Campeões da Taça da Liga.
Assim, o ano 2020 surge com novas esperanças, novos objectivos e novas oportunidades de remendar o que de pior se fez em 2019. É neste contexto que deixo as minhas cinco resoluções de ano novo.
1. Sucesso europeu – A resolução de todas as resoluções. O sonho comanda a vida e este sonho deverá sempre comandar a vida do Sport Lisboa e Benfica. Arrancamos 2020 com a oportunidade de uma boa campanha na Liga Europa. O primeiro objectivo será a afirmação frente ao FK Shakhtar; depois, é lançar a equipa para as meias-finais e, a partir daí, começar a almejar o título. Esta afirmação na Liga Europa servirá como base para um Benfica europeu no seu lugar – a Liga dos Campeões. Na segunda metade de 2020, chegará a verdadeira prova ao Benfica Europeu. Com a evolução do trabalho da equipa técnica e com uma assertiva abordagem ao mercado de transferências, restará disputar os seis jogos da Liga dos Campeões e apurarmo-nos sem mácula para os oitavos-de-final da competição. Atacar a conquista da Liga Europa e lançar a equipa às eliminatórias da Liga dos Campeões. Viver o sonho europeu. Um desejo do Benfica, e não só meu.
2. Título nacional – Esta é a resolução anual, este é o desejo de uma obrigação que nunca muda. Em Maio, o Sport Lisboa e Benfica tem de/deve festejar a conquista de mais um campeonato nacional. Estamos num bom caminho, e em 2020 teremos de cimentar a liderança e concluir a época como a principal força em Portugal. Sem claudicar e sem temer o Dragão.
3. Estabilização de uma ideia de bom futebol – A ideia e a qualidade de jogo têm sido a maior interrogação no percurso de Bruno Lage enquanto técnico encarnado. Nos seus primeiros meses na frente do Sport Lisboa e Benfica, vimos uma equipa com pressão alta e linhas juntas, com futebol simples e criativo, de bola no chão e progressão em apoios. Esse futebol foi perdendo força e pareceu simplesmente deixar de existir com a chegada do Verão e a saída de João Félix. Na corrente época, tem sido confuso perceber qual a ideia de jogo da equipa, e a qualidade do futebol praticado tem sido de uma pobreza atroz. Em Dezembro, finalmente Lage parece ter cimentado as suas apostas e o estilo de jogo pretendido. Para 2020, desejo continuidade, desejo uma equipa pro-activa, com bola e que goste de lhe dar carinho. Uma equipa à procura do jogo e a ditar os tempos do mesmo. Um Benfica que entusiasme em campo.
4. Amadurecimento na abordagem ao plantel – A abordagem ao mercado de transferências tem sido dos pontos fracos dos últimos anos no Sport Lisboa e Benfica. No último Verão não foram reforçadas as posições mais carenciadas e chegaram reforços desnecessários e que nada têm conseguido dar à equipa: Caio e RDT, por exemplo. Já em Janeiro, espero que possam chegar pelo menos dois/três jogadores que fortaleçam a equipa com o objectivo claro de atacar a Liga Europa: um central, um médio defensivo e um segundo avançado. Uma prenda no sapatinho.
5. Comunicação limpa – É daquelas resoluções “Miss Mundo”, do género “final da fome no mundo” ou “o fim de todas as guerras”. O futebol português está um lodo e infelizmente a direcção liderada por Luís Filipe Vieira é dos principais players deste lodo. Sem ponta de esperanças, desejo que em 2020 o clube finalmente se distancie em definitivo de figuras como Pedro Guerra e André Ventura e, principalmente, que a BTV possa ser um canal benfiquista e para os benfiquistas e não o antro de politiquices e comunicação suja para o qual tem sido utilizado. Desejo uma BTV onde exista liberdade e variedade de pensamento, um canal onde se respire futebol e onde a a crítica seja bem-vinda, e não um pecado. Um espaço que não alimente o crescimento de figuras como José Nuno Martins e José Marinho. Mais Tonis e menos Marinhos. Mais Simões e menos Guerras."

Benfica After 90 - Benfiquistas Worldwide - Boston...

Bolinhas!!!!

"Não pensem que deixámos passar em claro o último Sorteio (lol) da Taça de Portugal. Estivemos apenas a gozar o nosso período de férias a que também temos direito.
Com efeito, o Sorteio (lol) tinha à partida 4 equipas da 1ª Liga e 3 equipas de escalões inferiores que podiam sair ao Calor da Noite. Adivinhem os que aconteceu? Sorte do caraças, as 3 equipas de escalões inferiores calharam em sorte (lol) ao Calor da Noite, ficando as outras equipas da 1ª Liga todas no caminho do Benfica. A sorte (lol) há anos que protege o Calor da Noite, Não vamos mais longe, a sorte (lol) deste ano ditou estes adversários ao Calor da Noite: Coimbrões (fora), V. Setúbal (casa), Santa Clara (casa), Varzim (casa) e Ac. Viseu/Canelas (meia final a duas mãos). Ou seja, o mais longe que Calor da Noite se deslocou foi a meia dúzia de quilómetros de casa (Gaia-onde se disputou o jogo com o Coimbrões). Há coisas fantásticas de facto!
Mas, o mais grave que vamos denunciar hoje nem é esse Sorteio (lol). As nossas fontes dizem-nos que quando os clubes chegaram as bolas já estavam em potes separados...como é possível?!
Ainda mais sério é aquilo que (também) a Sporttv anda a fazer no sentido de facilitar o trabalho do Calor da Noite nesta competição. As pressões neste momento recaem no Académico Viseu e está em cima da mesa um pagamento de 45.000€ para o Académico não fazer o jogo no Fontelo alegando que não tem condições de iluminação suficiente para fazer um jogo à noite, Ora, isto não é mais do que uma mentira selectiva uma vez que há dois anos a Selecção Nacional jogou no Fontelo à noite e com transmissão televisiva, contra a Arábia Saudita. Ou seja, o que existe aqui é basicamente a tentativa de um pagamento para obrigar o Académico de Viseu a jogar em terreno neutro, aumentando assim as hipóteses do Canelas ser bem sucedido nesse jogo e assim jogar a meia final com o Calor da Noite, permitindo a estes ir com a equipa B para ambos os jogos da meia final...Lembramos que as meias-finais estão agendadas para dia 5 e 12 de Fevereiro, ou seja, no meio de duas deslocações sempre difíceis do Calor da Noite a Guimarães e a Setúbal e recepção ao Benfica.
Portanto, temos as famosas bolas quentes da FPF a fazerem o seu trabalho habitual, mas como isso pode não ser suficiente, o Calor da Noite, através da Sporttv, quer certificar-se que nos jogos das meias-finais da Taça de Portugal pode mesmo rodar a equipa toda para o embate decisivo com o Benfica para o Campeonato.
É uma teia que já está mais do que identificada mas que importa sempre denunciar. Pelo menos para saberem que não somos parvos.
Mais um escândalo a juntar a tantos outros."

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Cadomblé do Vata (Reencontros...!!!)

"O congolês Arnold Issoko, aquele setubalense que em 2016 se tornou no 1° jogador da Liga Portuguesa a abandonar antes do apito final voluntariamente e encharcado em.lágrimas, um jogo irrelevante para a classificação da sua equipa, por ter falhado um golo isolado no Estádio da Luz, assinou contrato com o Farense, que conta na sua administração com André Geraldes, suspeito no caso Cashball e que à data do evento arnoldiano era dirigente do clube que mais teria beneficiado com o golo não facturado pelo Menino da Lágrima sadino. 3 anos depois, poderão chorar juntos, rumo à desidratação eterna."

Ser mais VARista que o VAR

"O meu café da esquina é curioso. Antes de mais por ser *literalmente* de esquina, o que faz com que tenha uma arquitectura estranha, meio enviesada lá dentro, algo que a esplanada acaba por compensar, com a vista para o largo. Depois, parece estar sempre aberto, como que a abraçar tanto os finais de dia solitários como os domingos preguiçosos de quem teve compridos sábados. E, mais importante, o café continua a custar 60 cêntimos.
Depois também há a televisão invariavelmente a dar futebol, apesar do café ter lugar para pouco mais de uma dezena de pessoas lá dentro, o que me parece constituir o mais pequeno estádio do planeta. Mas, cheira-me, o mais pequeno estádio do planeta já teve grandes discussões planetárias, porque não se tem um papel a dizer “É proibido assistir aos jogos na TV ouvindo em simultâneo o rádio” se não houvesse para tal razão.
Mas adiante. No último sábado, entrei eu no meu café da esquina, onde sou nova cliente porque também nova no bairro sou, mesmo a tempo de pedir uma bica, sentar-me numa das poucas mesas e ver Teemu Pukki receber um cruzamento na esquerda, receber com classe e finalizar também em grande estilo na baliza do Tottenham. O finlandês com nome de desenho animado japonês festejou à grande, porque o golo foi muito bom, o Norwich é último e estar a ganhar 2-0 à equipa de Mourinho é interessante.
Acontece que há VAR, por estes dias a sigla mais discutida em Inglaterra, e o VAR viu que o cotovelo de Pukki estava uns centímetros à frente do último defesa do Tottenham e lá se foi o 2-0, lá se foi aquela jogada fantástica, aquela recepção de classe e aquela finalização de luxo. Por causa de uns milímetros de cotovelo.
Fast forward para domingo. Entro eu no meu café da esquina, onde sou a cada dia cada vez menos nova cliente, peço a bica e sento-me na mesa e já só apanho o início da 2.ª parte do Liverpool - Wolverhampton - porque o domingo é preguiçoso e o sábado foi comprido. Faço um scroll rápido na rede social do passarito e percebo que por pouco falhei o déjà vu, porque ainda na 1.ª parte houve mais bernarda por causa do VAR, desta vez um braço de Virgil van Dijk que passou incólume no lance que deu o golo do Liverpool e mais um fora de jogo tirado a régua e esquadro pelo VAR na jogada que daria o empate ao Wolverhampton.
E assim, meus caros, o país e o campeonato que se orgulhava de nunca falar de árbitros começou a falar deles desenfreadamente por causa da tecnologia que, supostamente, servia para não termos de falar mais dos homens do apito.
Tem sido assim semana após semana na Premier League: gente antes aparentemente imune ao insulto fácil e à crítica de cabeça quente a pedir guilhotina ao VAR, as redes sociais cheias de frames dos lances, cheios de linhas paralelas e perpendiculares, a várias cores, como se de repente o AutoCAD tivesse chegado ao futebol, linhas essas que provam foras de jogo antes absolutamente impossíveis de decifrar ao olho humano, por serem tão milimétricos, por envolverem partes da anatomia que antes achávamos nem contarem para essas contas.
O britânico não gosta disso porque o britânico é um liberal nisto do futebol: gosta da menor intervenção possível do árbitro e por isso é que os jogos na Premier League são tão frenéticos, tão intensos, com tão poucas paragens porque não é cá um empurrãozito que vai fazer o juiz sacar do apito. E o VAR veio baralhar essa realidade, muitas vezes por centímetros. Será justo?
No meu café da esquina comecei a problematizar a questão, a tentar encontrar uma solução, como se algum dia a resolução dos problemas do futebol saíssem de uma mesa de café num bairro lisboeta. E estas foram as minhas conclusões: ainda me parece evidente que o VAR é bom para o futebol e prova disso é a última jornada da fase de grupos da Taça da Liga, em que a sua falta foi mais que muita. O futebol sem VAR, pelo menos cá, é o futebol que privilegia demasiadas vezes o provocador, o piscineiro, o simulador. E pelo meio há erros colaterais, há esses foras de jogo demasiado zelosos, penáltis que continuam a ser uma questão ideológica. Na Premier League, como a cultura já não permite per se os provocadores, os piscineiros e os simuladores, talvez se notem mais os excessos de zelo.
Mas se o cotovelo está 3 centímetros adiantado, deixa de ser fora de jogo? Talvez não. Não sei se o futebol pode abarcar margens de tolerância, como no código da estrada, mas confesso que também me faz espécie que a popa do cabelo de um jogador seja a diferença entre um golo e um fora de jogo. Morto por uma ida ao barbeiro.
Saí do meu café da esquina sem qualquer tipo de solução para a paz no mundo, mas enquanto adepta de futebol tendo a acreditar que quando a Premier League pede discussão, a discussão deve ser feita. Como tudo na vida, as regras são mutáveis, ainda mais quando se estão a dar os primeiros passos. 
Serve isto, quiçá, para o novo ano que aí vem. Que 2020 nos dê cabeça fria para discutir o que vale a pena ser discutido e para deixarmos de lado as batalhas que não podemos ganhar. O VAR está aí e não irá embora, mas não há mal nenhum em tentar torná-lo um pouco melhor."

O jejum do futebol

"O Sporting prepara-se para igualar em anos o recorde do FC Porto sem vencer o campeonato português. Em 2020, os já 13 pontos de distância que tem para o líder Benfica parecem ser inalcançáveis, mas no futebol tudo pode acontecer. O Sporting, que já não vence o campeonato desde 2002, ou seja, vai a caminho de 19 anos de "jejum", tal como o FC Porto entre 1959 e 1978, já esteve 18 anos (1982 a 2000) sem conhecer o sabor da conquista do maior ceptro nacional, assim como o Benfica, que esteve 11 temporadas consecutivas, entre 1994 e 2005. Em todos estes casos, associam-se a "crises" que os clubes passam ou passaram, gerando grandes controvérsias entre grupos de adeptos, dirigentes, etc...
No entanto, basta sair de Portugal, mas permanecendo na Europa, para encontrarmos um caso de um clube que também já não vence o campeonato há muito tempo, mas que não se fala em crise. No noroeste de Inglaterra, na terra dos Beatles, o Liverpool não conquista a Premier League desde 1990, ou seja, vai fazer 30 anos em Maio de 2020. Mas entre este período de tempo, o clube inglês venceu vários troféus nacionais e internacionais, entre eles duas Champions, uma Taça UEFA, três supertaças europeias e o mais recente Mundial de Clubes. Pode-se falar em cenário de crise no Liverpool?
Os "reds", justamente no período em que a Liga Inglesa se reformula e que começou a atrair os olhos do mundo pela qualidade do espectáculo e da sua competitividade, nunca mais conseguiram vencer o troféu, mas mantiveram o seu poder institucional, mediático e financeiro. Esta é a realidade do Liverpool, um clube tradicional com história nos primórdios do futebol mundial, uma massa adepta apaixonada com o vibrante "You'll Never Walk Alone" em Anfield Road, mas que raramente entrou em guerras internas, entre dirigentes ou adeptos. Exceptuando a temporada passada, em que ficou a apenas 1 ponto do City, a campanha de 2013/14, quase seria a da quebra do jejum do Liverpool, mas, na jornada 36, quando a equipa capitaneada por Gerrard e treinada por Brendan Rogers recebeu o Chelsea, tinha 3 pontos a mais para o Manchester City e 5 para os londrinos treinados por José Mourinho, porém, a escorregadela do capitão a meio campo que deu origem ao primeiro golo da derrota frente ao Chelsea, em casa, por 0-2, fez com que animicamente a equipa perdesse o título tão desejado duas jornadas depois para os citizens de Manuel Pellegrini. No entanto, não viraram cara a luta e a atmosfera em torno do clube continuou em alta.
O carisma puro do clube, ainda para mais com um treinador como Jürgen Klopp, fez com que após a terceira melhor temporada de sempre - no que toca ao número de pontos conquistados - o clube entrasse para esta época com a vontade de cedo resolver o assunto, aproveitando também os deslizes que o Manchester City de Guardiola tem tido até à data para se isolar na liderança, com mais 13 pontos que o Leicester, que é segundo.
E é essa a grande diferença dos portugueses para os ingleses. Um ano, basta um ano, para que cá se comece a falar em crises e mais algumas coisas para justificar o insucesso interno.
O Liverpool é um exemplo máximo da perseverança, persistência e afinco que superou adversidades e obstáculos para atingir os seus objectivos, mas como já escrevi acima, no futebol tudo pode acontecer..."

O mistério do túnel e outros

"Convenhamos que o desmentido de Conceição é muito estranho. Ninguém, acusado injustamente de agredir outra pessoa, está 20 dias calado. Desmente-a de imediato. E não com ar descontraído mas com ar indignado.

Três semanas depois da suposta agressão ao treinador do Belenenses, Pedro Ribeiro, no túnel do Jamor, Sérgio Conceição veio finalmente falar do assunto. Para dizer que não agrediu ninguém. Fê-lo com ar descontraído e sorridente, como se fosse uma brincadeira. E o jornalista, subserviente, não lhe perguntou o óbvio: por que esteve tanto tempo calado?
Convenhamos que o desmentido de Conceição é muito estranho. Ninguém, acusado injustamente de agredir outra pessoa, está 20 dias calado. Desmente-a de imediato. E não com ar descontraído mas com ar indignado. E os factos estranhos não ficam por aqui: por que razão um funcionário do FC Porto impediu Conceição de falar do caso a seguir ao jogo? Não devia deixá-lo esclarecer tudo? O que quis esconder?
Portanto, a questão está longe de estar encerrada. Acreditando que Conceição não agrediu Pedro Ribeiro, das duas uma: alguém o fez ou o treinador do Belenenses representou um número de teatro. 
Toda a gente o ouviu gritar alto e bom som que tinha levado “um soco” – palavra que não deixa lugar a dúvidas. E depois, na conferência de imprensa, toda a gente o ouviu dizer, referindo-se a uma alegada agressão do treinador do Porto, “não confirmo nem desminto” – o que, na gíria, significa ‘confirmo’.
Mas se Conceição está a falar verdade quando agora nega a agressão, e o treinador de Belém foi sincero quando a confirmou, só há uma conclusão a tirar: foi outra pessoa que agrediu Pedro Ribeiro. E essa pessoa só pode ser um responsável do Porto.
Imaginemos que houve uma troca acesa de palavras entre os dois treinadores – e que, no meio da confusão, alguém atinge o treinador do Belenenses. Este convence-se de que foi Conceição – mas o agressor foi outro. E o treinador nortenho não quis esclarecer o assunto para não incriminar uma pessoa do clube.
Só esta hipótese explica os factos que estão à vista: a reacção do treinador de Belém, o silêncio do treinador do Porto, o gesto do funcionário que não o deixou falar, o desmentido frouxo de Conceição três semanas depois. Resta saber, agora, quem foi o agressor. Certamente uma pessoa importante da estrutura do FC Porto – eventualmente um dirigente – para merecer tantos cuidados e tão complicadas manobras de encobrimento…
Já agora, refiro mais dois mistérios, ambos ainda nortenhos: os despedimentos de Sá Pinto e Lito Vidigal. O primeiro estava a realizar um bom trabalho no Braga. Apesar da má classificação no campeonato, a equipa estava a jogar bem e a fazer um brilharete na Europa.
E o segundo estava a fazer uma magnífica temporada no Boavista, com a equipa num plano que nunca atingiu nos últimos anos.
O que ditou os despedimentos? Só podem ter sido conflitos com os presidentes. E, valha a verdade, Sá Pinto e Vidigal são homens com mau feitio."

Empate...fora de horas!!!

Sp. Covilhã 2 - 2 Benfica B
Anjos, Santos


Começamos o jogo praticamente a perder... mas não nos 'encolhemos', fomos na minha opinião, claramente melhores, e quando ao minuto 90 concretizamos finalmente a remontada, só pecava por tardia!!! Mas como tem acontecido nestas ocasiões, o jogo só acaba quando Benfica sobre um golo: desta vez, uma assistência médica, mais do que justificada, a 20 segundos dos 95' deu para 'esticar' o jogo mais uns minutos, até que num ressalto, o Covilhã empatou!!!

PS: Pela 2.ª vez o Benfica foi distinguido gala dos Globe Soccer Awards com o prémio da Melhor Academia....

Porque o seguro não cobre furtos nem vandalismos

"Num destes dias festivos trazia este jornal na sua primeira página a constatação de um facto singular por parte do jogador Bruno Fernandes. O "capitão" do Sporting "lamenta a propaganda que visa baixar o seu "rendimento". Ora isto da propaganda tem muito que se lhe diga, como o próprio Fernandes sabe muitíssimo bem. E é verdade que o seu rendimento, que não apresenta quebras, bem poderia ter vindo por aí abaixo se o jogador fosse impressionável ou fraco de espírito, o que não é. Até um profissional competentíssimo, como é o seu caso, dificilmente resistiria, como ele resistiu no verão passado, a três meses de propaganda sem que houvesse um dia em que Bruno Fernandes não estivesse vendido nas primeiras páginas dos jornais portugueses ao Real Madrid, ao Tottenham, ao Barcelona, ao Paris Saint-Germain, ao Bayern Munique, ao Manchester City, ao Borussia Dortmund e ao Manchester United, um de cada vez, lembram-se?
Foi, de facto, um mercado de verão marcado pelo reino da fantasia no que tocou ao simpático Bruno Fernandes. Nem um cêntimo a menos dos 126 milhões que os espanhóis pagaram ao Benfica por Félix! Era o que nas cervejarias, nos transportes públicos, nos escritórios, nas oficinas, em todas as padarias, na banca amiga e nas praias a nação sportinguista exigia ao seu presidente pela venda do jogador que Jorge Jesus foi resgatar ao Calcio. E, durante três meses a fio, Fernandes esteve "preso por detalhes" na iminência de embarcar para paragens para onde, obviamente, nunca embarcou.
Nada disto espanta. A rivalidade e a inveja juntas são o diabo. E se o último mercado de verão foi dominado internacionalmente pela venda de João Félix ao Atlético de Madrid, imagine-se só a dimensão do abalo que, nacionalmente, se viu provocado por essa transacção luso-espanhola mirabolante. Está agora aí à porta o mercado de inverno e Bruno Fernandes sabe o que o espera. Por isso, antecipando o que vem a caminho, enviou um recado polido ao presidente do Sporting. "Tão cedo não sairá ninguém pelo valor de João Félix", disse. Que é como quem diz, deixem-se de fantasias.
Entretanto, o ex-presidente do Sporting sofreu um delíquio emocional neste Natal porque deu de caras com o presidente do Benfica no papel de convidado de um programa popular de entretenimento na RTP. E ele, sim ele, que podia tão bem estar lá com o seu à-vontade congénito perante as Câmaras no lugar de Vieira não fosse ter sido destituído e estar agora sujeito ao contratempo de um "julgamento de fantasia" somado aos contratempos de lhe terem cortado o telemóvel e vandalizado o automóvel ou vice-versa. E, como se tudo isto não bastasse - o Vieira, o tribunal, o telemóvel, o automóvel - o ex-presidente ainda constatou que "o seguro não cobre furtos nem vandalismos" o que, pelos vistos, não sabia. Mas devia saber.
Oh, se devia."

Os protagonistas de 2019

"João Félix foi a revelação do ano. Viseu sente orgulho neste 'filho da terra'. E se viseense que escreve proclama-o sempre. Com orgulho.

1. Esta coluna tem como um dos seus lemas e palavra protagonistas. São eles - e elas - que nos motivam semana a semana. E nas vésperas do arranque de um Ano Novo, de uma nova década e da comemoração dos setenta e cinco anos deste jornal vamos fazer, nesta pausa desportiva em Portugal - em contraponto à atractiva e impressionante festa do futebol em Inglaterra - a lista dos nossos protagonistas em 2019. É; como sempre, uma perspectiva pessoal com a consciência que só os homens - e as mulheres - calados é que não erram. Vamos, então, às nossas escolhas.

2. Bruno Lage é o treinador do ano. Entrou, com desconfiança, no Benfica e conquistou tudo e todos. Ganhou a Liga, o que parecia impossível. Mobilizou consciências e entusiasmou as bancadas. E o seu discurso, bem diferente, cativou. E, depois, resistiu em momentos menos fáceis e chega ao final deste Dezembro na liderança da Liga NOS e sabendo que tem um arranque de 2020 com jogos bem complexos e determinantes. Tal como foi, aliás, o arranque de 2019.

3. Jorge Jesus conquistou o Brasil, o Rio de Janeiro, o Flamengo, o Brasileirão e a Libertadores. Levou ao Brasil de hoje o Portugal contemporâneo, competente e de excelência no que respeita à liderança de equipas, à sua mobilização técnico-táctica e a um forte espírito colectivo. Como se pressente com a ida de Jesualdo Ferreira para o mesmo Brasil. E assumindo, Jorge Jesus nos momentos marcantes, a nossa bandeira e a nossa forma de ser e de estar. Do Rio de Janeiro a Doha, palco da final do Mundial de Clubes, muito lhe agradecemos. E a justiça da outorga da comenda por parte do nosso Presidente da República é indiscutível e merece um geral aplauso.

4. Fernando Santos levou, uma vez mais, a nossa Selecção à fase final de uma grande competição internacional de futebol, no caso o próximo Europeu, o Europeu de doze cidades. E também nos levou à conquistou da primeira edição da Liga das Nações num ano de ouro da nossa Federação, com conquistas igualmente no futebol de praia, no futsal e no futebol jovem. Fernando Gomes, e a sua estrutura próxima - onde entra o novo Canal 11 - mais o Tiago Craveiro, fazem parte de uma equipa vencedora. Que vai ter um 2020 com novos desafios. E um deles é a complexa fase final do Europeu de 2020. Entre Budapeste e Munique. Numa primeira fase, assim o desejamos!

5. João Félix foi a revelação do ano. Chegou à equipa principal do Benfica e embalou, com uma transferência extraordinária e milionária, para Madrid e para o Atlético. Torna-se um jovem dourado e merece toda a sorte do Mundo. Viseu sente orgulho neste filho da terra! E este viseense que escreve proclama-o sempre. Com orgulho.

6. Pizzi e Bruno Fernandes são profissionais de futebol. São excelentes jogadores, fazem a diferença nos seus clubes e são rivais aguerridos. Mas, para além de tudo, são amigos e assumem, publicamente, essa amizade. Dão um exemplo de um desportivismo que muitos sentiam perdido. Cada golo ou cada assistência de um deles é uma explosão de competência e instantes de excelência. Mas cada troca de simpáticas palavras entre eles levam-me a um imenso sorriso onde se combina a identidade e a amizade, a sinceridade e a disponibilidade. Eles são grandes! Mesmo grandes!

7. Jorge Fonseca, judoca campeão do mundo, e Fu Yu, tenista de mesa e que conquistou o ouro nos Jogos de Minsk, são dois exemplos marcantes do Portugal inclusivo. Do Portugal que acolhe e que mobiliza talentos. Um e outra não são portugueses de origem. Mas um e outra são a expressão, no desporto, de um Portugal que sabe receber e sabe potenciar. E um e outra foram justamente considerados os atletas do ano.

8. O desporto no feminino cresce em Portugal. Mais clubes e mais praticantes. Grandes clubes a chegar a modalidades, como o Benfica no futebol,  que aumenta a sua atractividade. De Bárbara Timo (judo) a Cláudia Neto (futebol), de Diana Durões (natação) e Patrícia Esparteiro (Karaté) vamos conhecendo grandes atletas que acompanham Rosa Mota e Aurora Cunha, Ana Oliveira e Manuela Machado, Inês Henriques e Telma Monteiro, Patrícia Mamona e Carla Couto, entre tantas e tantas outras que em diferentes momentos mostraram um  imenso talento e nos fizeram sorrir de alegria!

9. No hóquei em patins, modalidade que merece mais cuidado entre nós, fomos campeões do mundo -em Barcelona! - e no atletismo com João Vieira, por exemplo, ou no surf  com Frederico Morais mostrámos ao Mundo, e uma vez mais, um Portugal de competência e de excelência. Um País pequeno, mas com uma língua imensa, mas que se afirma no desporto e em diferentes modalidades. Que não, apenas, no futebol com Cristiano Ronaldo ou Bernardo Silva ou com treinadores como José Mourinho e Marco Silva, Pedro Martins e Paulo Sousa, Luís Castro e Paulo Fonseca, entre tantos outros que em diferentes ligas projectam, e muito, o nome de Portugal.


10. O VAR também foi um protagonista do ano. O VAR e o assistente do VAR (AVAR). Ajudou, em muitos casos, para a efectiva verdade desportiva. Mas em outros momentos, por vezes em situações inequívocas, falhou redondamente. Sabemos que os olhos do árbitro de campo e do VAR são olhos humanos. Mas perturba, e muito, que se nós em casa vimos um empurrão claro, o VAR, com mais câmaras à disposição, o não veja, ou sequer o vislumbre. Ele e o AVAR! E estas falhas não ajudam, antes pelo contrário, na credibilização de uma nova ferramenta do futebol contemporâneo. E que custa milhões!


11. No meio de 2019 Iker Casillas apanhou um valente susto e abandonou, naturalmente, os relvados de futebol. Ele que no Real Madrid, na selecção espanhola e no Futebol Clube do Porto encheu as balizas e fez defesas impressionantes. Também Jonas deixou os relvados. Aquele beijo ao Rui Costa no final do jogo em que o Benfica conquistou mais um título é um momento único de afecto. De um homem e de um cidadão, de um profissional e de um benfiquista do coração. Com ele os verdadeiros amantes do futebol sentiam prazer em largos momentos. O toque e o remate, a cabeçada e a arrancada para a baliza, a disponibilidade e a entrega ficam na nossa memória. Um guardou as redes. O outro abalou muitas vezes as redes. Um e outro fizeram muito, e bem, ao futebol português.

12. Este artigo é o último de 2019. Doze meses doze protagonistas. Desejo a todas e todos os leitores um Bom 2020. Mas desejo, também, uma Boa Década. Com a consciência que cada um de nós é um ser que não se repete! Feliz Ano Novo!"

Fernando Seara, in A Bola

SL Benfica: O Melhor 11 de 2019

"2019 será sempre relembrado no universo benfiquista como o ano de consagração de Bruno Lage e da sua Reconquista: que é dele, sempre será dele e só ocorreu graças a ele e a uma gestão miraculosa que se traduziu num campeonato ganho numa volta. Varreu, passou com a esfregona e colocou os adereços nos lugares certos, trouxe outros nunca antes experimentados e até recuperou alguns que já ganhavam pó no sótão. É sob a sua égide que este onze é embrulhado e colocado ao dispor de cada benfiquista: os onze melhores de um ano inesquecível a nível nacional, faltando só a consagração internacional.
Guarda-Redes
Odysseas Vlachodimos Louvores a Fernando Ferreira, treinador de guarda-redes e companheiro de Bruno Lage. Muitas graças ao homem que tornou possível uma evolução meteórica das qualidades do guardião grego: o Odysseas de hoje é muito melhor que o Odysseas que começou o ano civil. Mérito do staff e do próprio atleta.
Lateral-Direito
André Almeida Futebolices à parte, o ano especial de André Almeida vale muito pela sua superação e pelo respeito à camisola que veste. O homem que ultrapassou a fase final do último campeonato em gestão de esforço – e que fez questão de nunca parar – sempre insistiu em ajudar os seus colegas a chegarem ao título. André Almeida é a personificação dos valores benfiquistas, por muito que a sua qualidade enquanto futebolista seja posta em causa. Ainda hoje se ressente daquelas semanas infernais.
Defesa Central
Rúben Dias Numa era virada para o valor mercantil de cada futebolista, a melhor coisa que se pode dizer de Rúben Dias é que é imprescindível pelo seu carisma, capacidade de liderança e espírito de sacrifício. Foram 51 jogos oficiais: 51 jogos onde não precisou da braçadeira para ser o chefão da turma em campo.
Defesa Central
Ferro Ao contrário do nome, Ferro não se distingue pela dureza em cada lance: é pela souplesse com a qual se move, num levitar fantasmagórico que baralha pressões adversárias, na visão 360º e na capacidade de passe, sempre à vontade do freguês: curto, médio ou longo, no pé ou no espaço – é o que o colega quiser. Sempre de cabeça levantada e o ar inocente dos génios. Agarrou-se à titularidade quando o papá Lage chegou à casa grande e por ali se deixou estar. 
Lateral Esquerdo
Grimaldo Vruuuuuuuuuuum! Lá vai ele. Os colegas perguntam: onde vai o Álex? E ninguém sabe responder. Quando o descobrem, já ele passou a linha média e vai a todo o gás intrometer-se na rede adversária, pela ala ou em zonas interiores. Foi assim, a ir embora desta forma, que se tornou o mais assíduo nas contas do campeonato – totalista – e o que mais minutos somou neste ano civil. Um duende motoqueiro que desafia as leis da física.
Médio Direito
Pizzi Luís Miguel Afonso teve um ano em cheio. Depois de voltar à direita – o seu lugar de eleição – o seu “futérebro” sofreu mutação genética e dotou-o de poderes sobrenaturais: 27 golos e 26 assistências, 134 no teste de QI e, finalmente, importância em jogos internacionais. Começou 2019-20 com… uma assistência em 30 jogos de Liga dos Campeões. Acabou a fase de grupos com três golos e três assistências. O melhor Pizzi de sempre.
Médio Centro
GabrielAr desinteressado, a condescendência da meia baixa mais a bota preta Adidas, o pé esquerdo arrogante e o queixo levantado, armado aos piparotes: Gabriel veio dos anos 80 para nos relembrar, semana a semana, que no bom futebol a personalidade conta muito e é a bola que se desloca, nunca o jogador. A cadeirinha que usava para se sentar no grande círculo passou a cadeirão com a chegada de Bruno Lage, tornando Seu Gabriel o dono da fazenda encarnada.
Médio Centro
Adel Taarabt Era o tal que já estava cheio de pó, encaixotado no sótão. Lage reparou que mais um fantasista na equipa não fazia mal nenhum e foi rapidamente lá acima puxar o Adel do meio da tralha toda. Tanto jogo pautou e tantos espaços descobriu, que acaba o ano na melhor forma de sempre, a jogar a 8 como nunca ninguém pensou e a fazer parelha ímpar com Gabriel a meio-campo. Samaris foi essencial no 37, mas Adel tem outro perfume…
Médio Esquerdo
RafaTornou-se em 2018-19 num extremo com golo, muito golo. Depois de épocas e épocas a ser acusado de inconsequente, Rafa elevou o nível e tornou-se no melhor extremo a jogar em Portugal. Rato atómico assentava-lhe bem, se não fosse já a alcunha de Miccolli; Speedy Gonzalez também, mas reduzi-lo à comparação com um desenho animado não faz jus a toda a sua qualidade e importância no futebol benfiquista. Rafa, e só Rafa, já chega para meter medo. O Rafa do Benfica. 
Segundo Avançado
João FélixUma vez o João disse a alguém que podia ser só uma curte. Se pensarmos bem, isso foi o que ele fez connosco: só uns beijinhos. Foram seis meses de uma curte mirabolante, umas carícias deliciosas, momentos que nos fizeram apaixonar e perder toda a lucidez. Quando o João pegava na bola, todos nós éramos a tal menina galanteada. E é justo dizer que adorámos. Estávamos prontos para assumir a relação, mas o Mendes foi mais rápido a chegar-se à frente. 
Ponta de Lança
Carlos Vinícius No primeiro jogo do ano civil, alinhou pela equipa adversária. No final de 2019, é o ídolo da plateia da Luz com todo o mérito: demora 49 minutos para marcar um golo no campeonato. São 10 em 12 jogos, uma importância brutal na manobra da equipa, e relega Seferovic, o melhor marcador da edição passada, para o banco de suplentes. E, inexplicavelmente, consegue fazer tudo isto de braços cruzados."

O que esperar do mercado de Inverno

"Julian Weigl, Bruno Guimarães, Edmond Tapsoba (já desmentido), Jean-Clair Todibo ou Benjamin Henrichs. A nível de rumores, não me lembro de uma janela de transferências tão rica, apesar de também tudo apontar que a primeira confirmação seja mesmo um Yony Gonzalez que deverá ser emprestado. Mas afinal o que devemos esperar do mercado de inverno?
Nota inicial importante: Não estou dentro da cabeça dos responsáveis do Benfica, logo não sei o que tencionam fazer. Esta é a minha opinião que melhor se encaixa com aquilo que os responsáveis do clube têm dito e feito. Não é o meu desejo. É o que eu acho que quem decidiu o que fazer nas últimas janelas decidiria na próxima dado o plantel corrente, as suas soluções, extravagâncias e necessidades...
1. Guarda-Redes. Apesar de Ivan Zlobin ainda não se afirmar como um segundo guarda-redes seguro, a verdade é que Mile Svilar vem ganhando algum andamento na equipa B, com exibições muito seguras, e Odysseas Vlachodimos continua a valer pontos, tendo desenvolvido uma capacidade simpática no controlo da profundidade e apesar do jogo dos pés não estar a evoluir muito. Vejo a possibilidade do Benfica poder estar interessado num segundo guarda-redes no verão. Neste mercado de inverno não creio que seja uma prioridade.
2. Defesas Centrais. Aqui vai haver pelo menos uma mexida. German Conti aparentemente não convenceu Bruno Lage. Esta época tem a desculpa da lesão, mas a verdade é que tem 209 minutos desde que Bruno Lage assumiu o cargo. Tudo indica que estará de saída e é algo que faz sentido. O Benfica tem utilizado a mesma dupla de centrais sempre e tem em Jardel uma alternativa relativamente segura. O quarto central que mal tem sido necessário pode ser ocupado por um dos rapazes da equipa B, que é o que faz mais sentido visto que gastámos seis milhões no Morato no verão. Eu já vi o brasileiro jogar mais vezes do que no jogo em Setúbal. Sinceramente acho que ainda tem que evoluir muito até podermos falar nele como uma alternativa para o onze titular, mas como quarto central que treina com a equipa A e joga na equipa B, não me estranha tanto. Ou seja, apesar de haver vários centrais apontados ao Benfica (Todibo, Lautaro Valenti, Rúben Semedo) não creio que o clube avance numa contratação para aqui. A menos que além de Conti, haja mais alguém que também esteja de saída (o que não me parece provável).
3. Defesas Laterais. Aqui também vejo a necessidade imediata, mas não acredito que se avance porque essa necessidade já está suprida a longo prazo. Tomás Tavares começa a conquistar espaço. Nuno Tavares teve uma passagem pelo onze inicial muito positiva. Ambos precisam de crescer e se o clube fosse buscar alguém para qualquer um dos lados iria tirar o espaço necessário para crescer. Só vejo o Benfica a ir buscar alguém se for por empréstimo. Não acredito que possa haver mexidas. Aliás, se fosse para haver, já o teriam feito no verão e os rapazes só impressionaram desde então.
4. Médios Centros. Esta é das posições mais preenchidas no plantel. Temos sete médios centros (Taarabt, Gabriel, Florentino, Gedson, Samaris, David Tavares e Fejsa), mais uma série de jogadores que podem fazer a mesma posição (Pizzi, Chiquinho, Zivkovic). No entanto tem sido a posição onde mais jogadores têm sido apontados. Isto deve-se, na minha opinião, a ser a posição mais desgastante que temos no nosso sistema e onde temos muitos jogadores que não correspondem ao perfil desejado. O Benfica de Bruno Lage quando tem semanas europeias tende sempre a rodar os médios centros mais do que outra posição qualquer. E nesse caso, para Bruno Lage apenas três jogadores parecem encaixar naquilo que o treinador pede (Taarabt, Gabriel e Florentino, especialmente os primeiros dois). David Tavares tem jogado muito pouco. Gedson tem aparecido mais noutras posições (apesar de eu achar que é ali que ele rende mais). Samaris, estranhamente, tem contado pouco mais do que David Tavares, apesar de eu achar que o Samaris da época passada dificilmente não tinha lugar aqui. E Fejsa simplesmente não se encaixa no sistema. Não me espantava que houvesse duas saídas aqui (Fejsa de certeza, talvez ainda Samaris e/ou até o empréstimo do Gedson). Em sentido inverso chegaria o Bruno Guimarães que é um jogador muito ao estilo de Taarabt ou um Julian Weigl mais ao estilo do Gabriel. Se não chegasse ninguém, talvez as saídas fiquem-se pelo Fejsa. Ou seja, a haver mexidas aqui será porque há falta de jogadores que se encaixem no sistema e não tanto por falta de qualidade na posição.
5. Médios Ala. Aqui também me parece que não haverá muitas mexidas. A equipa tem extremos em excesso e naturalmente vai ter que sair pelo menos um (Zivkovic perfila-se como o principal candidato visto que mal tem jogado), sendo que pode até sair um segundo (Caio Lucas). Rafa e Pizzi são os donos da posição. Franco Cervi tem ocupado o lugar da Rafa. Jota é um jogador que - creio eu - é uma questão de renovar para ganhar outra dimensão. Gedson também vê algum tempo de jogo aqui. Esta é uma posição que só deverá ter entradas e nenhuma saída. Yony Gonzalez é um jogador ainda menos interessante do que o Caio Lucas. Não o vejo a fazer parte do plantel. Há ainda um problema por resolver que é o caso de Chris Willock. O inglês nem sequer uma convocatória teve no WBA. Tem jogado na equipa de reservas. Parece-me um problema de extrema urgência que está por resolver.
6. Avançados. Aqui parece-me a posição que precisa de mexidas mais complicadas. O Benfica joga neste momento com dois avançados. Na verdade com um segundo avançado e um ponta de lança. O problema é que o clube tem três pontas de lança (Vinícius, Seferovic e RDT) e apenas um segundo avançado (Chiquinho). Claramente que pelo que se viu nesta primeira volta, não há necessidade de três pontas de lança. Acho que Bruno Lage dificilmente não quererá que o clube encontre um futuro mais interessante para um deles (RDT tem sido o mais falado, mas acho que RDT é um jogador mais interessante que Seferovic, que também não é mau, simplesmente não é tão bom). Se vai acontecer ou não, acho mais complicado porque RDT representou um investimento significativo e Seferovic não parece ter tanto mercado. Acho que acontecendo, o clube deveria ir contratar alguém para jogar na equipa B e subir à equipa principal caso alguém se lesionasse, um pouco ao estilo do que parece que vai acontecer com os centrais. Gianluca Scamacca tem sido falado. A posição de segundo avançado é a mais frágil no plantel neste momento. A nossa melhor alternativa a Chiquinho é Rafa que já titular a médio esquerdo. De resto, ninguém se encaixa verdadeiramente lá. É a posição que mais sentido faz o Benfica ir ao mercado à procura de alguém. É aqui que eu espero uma contratação.
Em suma, prevejo que o Benfica entre no mercado:
- à procura de um médio centro e de um segundo avançado, mas que se não conseguir nenhum negócio suficientemente atractivo pode até não contratar ninguém
- que eventualmente se conseguir se desfazer de RDT ou Seferovic possa ir buscar um ponta de lança jovem para jogar na equipa B e treinar com a equipa A
- que um dos jovens centrais da equipa B - Morato parece partir em vantagem - assuma o lugar de 4º central que é um lugar que na primeira metade da época viu 90 minutos de tempo de jogo
- tudo o que forem notícias de guarda-redes, laterais, centrais ou extremos, desde que não sejam jogadores dentro daquele perfil para valorizar - comprar, emprestar e vender mais caro - parecem-me notícias mais para vender jornais do que notícias com algum fundamento."