Últimas indefectivações

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Paraíso e inferno

"O Benfica joga com o Belenenses um jogo que pode ser marcante na época. Contra estes azuis há tantos pontos em disputa como no da semana seguinte contra outros azuis. E tudo ficaria mais azul com uma vitória. A recepção ao Belenenses, jogo com história e tradicionalmente difícil, lembra o pior jogo da última época. Foi no inodoro, insípido e incolor jogo contra o Belenenses do último ano que o Benfica da época transacta se despediu das más exibições, para embalar numa senda de êxitos permanentes.
Este ano chegamos melhor em matéria pontual e devemos fazer muito melhor em exibição e resultado. Espero ter um plantel fechado aos boatos e rumores que destabilizam em permanência aquilo que será o futuro da época. Este jogo será muito mais complicado que o de Coimbra, pois o adversário é bem melhor. Nota mais para outra excelente exibição do André Almeida em Coimbra, normalmente esquecido em muitas análises.
Jorge Jesus sabe que será o culpado de tudo se algo correr mal. É assim a vida de treinador. Há um ano não havia ninguém no mundo do futebol que não referisse Klopp, o treinador do Dortmund, como um dos melhores do mundo. E hoje que está em último na Liga Alemã? Será dos piores do mundo? Este ano foi Simione, a estrela, de forma merecida, mas mais dois tropeços e fica perto de Klopp. Treinador que ganha faz história, mas quando perde passa à história. Este ano (espero que não) ainda vou ouvir críticas a Rui Vitória. No mundo do futebol o paraíso e o inferno moram lado a lado. Na efémera apreciação dos adeptos só há um critério perene, as vitórias.
Ganhar amanhã ao Belenenses sedimenta essa nossa ambição dos títulos que nos interessam, porque os títulos dos jornais pouco duram, pouco interessam e não são os que gostamos de festejar. Queremos o 34.º porque o 33.º já foi há muito tempo."

Sílvio Cervan, in A Bola

Tudo pelo título!

"Se, no início da temporada, o Campeonato já era apontado como o principal objectivo do nosso Futebol, depois da eliminação europeia não resta nenhuma dúvida acerca de onde concentrar energias.
Não é a primeira vez que o Benfica sai cedo da cena internacional.
Recordo que nem mesmo Eusébio e seus pares evitaram algumas eliminações prematuras, como por exemplo de 1964 ou em 1967 - anos em que os 'encarnados' não resistiram à segunda eliminatória. Mais tarde, muitos se recordarão de um Aris de Salónica, de um FC Liegeois ou, pior ainda de um Celta de Vigo. Nem só de glórias se escreve a história de qualquer grande clube. A novidade é que, com duas finais, uma meia-final e dois quartos-de-final em cinco anos (que valeram o brilhante 5.º lugar no ranking da UEFA), ficámos mal habituados. E esta época, tudo correu mal. Desde o sorteio, ao fatídico primeiro jogo em casa, seguido de uma arbitragem hostil na Alemanha, de pecados de concretização no Mónaco e na Rússia, e de resultados inesperados noutros jogos do nosso grupo - que levaram a que eventuais sete pontos não cheguem, sequer, para sonhar com um 3.º lugar.
O que lá vai, lá vai. Agora importa concentrar todas as forças naquilo que há para conquistar, e que é... quase tudo. Quem comenda isolado o Campeonato com nove vitórias em 11 jogos, quem mantém as aspirações na Taça de Portugal e na Taça da Liga, e já guarda a Supertaça na bagagem, só pode estar confiante numa temporada triunfante.
O grito 'nós só queremos Benfica campeão!' nunca fez mais sentido. É, de facto, esse o nosso desígnio. Há que fazer de cada jornada uma final, e disputar cada lance como se fosse o último. Com regresso dos lesionados (Sílvio, Eliseu, Fejsa e Rúben Amorim), o lote de opções aumentará. E sem o desgaste europeu, a capacidade física da equipa poderá manter-se a top.
Não nos falta nada. Temos jogadores, treinador, estrutura envolvente, motivação, um mar vermelho de milhões a apoiar. E agora também um calendário desanuviado.
Em Maio, estaremos no Marquês."

Luís Fialho, in O Benfica

Contas da SAD

"Foram apresentadas à CMVM os dados do relatório intercalar do 1.º trimestre do Benfica, denotando um expressivo número que fala por si mesmo: um resultado líquido consolidado de 746 mil euros. Quer isto dizer que o resultado global das finanças benfiquistas traduz um saldo positivo geral altamente satisfatório no quadro actual do Futebol.
Este resultado evidencia os resultados de um política de gestão simultaneamente cauteloso e arriscada, que foi prudente em momentos-chave das negociações no mercado e soube arriscar na medida necessária para, sem comprometer os resultados desportivos, arrecadar receitas fundamentais ao dia-a-dia de um colosso como o Benfica. Exemplo disso mesmo foi o negócio de Cardozo, de Oblak (por 16 milhões de euros) ou de Markovic (por 12,5 milhões de euros).
O resultado global positivo de 746 mil euros não deriva, no entanto, exclusivamente da alienação de atletas, mas de um conjunto de apostas decisivas de Luís Filipe Vieira que começam já a evidenciar frutos expressivos e duradouros. Nesse campo, deverá ser destacado o aumento considerável das receitas de TV, dos patrocínios empresariais, duas áreas-chave que nenhum clube moderno da dimensão do Benfica poderá negligenciar. Ora, é precisamente nesta área que os números se revelam ainda mais mágicos e estimulantes: um crescimento de 25% face ao período homólogo do ano passado. Aliás, se excluirmos os direitos dos atletas, o aumento face a 2013/14 foi de cerca de 53,1% no âmbito dos resultados operacionais.
Finalmente, um dado que nos deve orgulhar e que traduz essencialmente o reconhecimento público do trabalho que tem vindo a ser feito no Benfica: as receitas de bilheteira voltaram a crescer e atingiram o valor de 1.6 milhões. Mesmo num contexto de crise e retrocesso económico, os Sócios não abandonam o seu clube. Reforçam até a sua presença. Os resultados ai estão... e esmagam qualquer adversário!"

André Ventura, in O Benfica