Últimas indefectivações

sábado, 1 de março de 2025

Regresso às vitórias...


Chaves 1 - 2 Benfica


Jogo muito complicado, sofremos um golo caricato logo no arranque, mas conseguimos a remontada, 1.º num Canto e depois com o Varela a aproveitar um erro dum adversário...
Não fizemos um jogo deslumbrante, mas fomos pragmáticos... O André esteve bem e mesmo a fechar a barra ajudou!
Jogo marcado, pela arbitragem feminina, que permitiu muitas entradas duras, algumas agressões...

Vitória apertada...

ABC 34 - 37 Benfica
17-19

Última jornada da 1.ª fase, com uma vitória em Braga, numa semana complicada, com o jogo na Suécia na Terça, e viagem ao Minho hoje.

BI: On Tour - Ao vivo e com amigos

BolaTV: Entrevista: Manteigas...

Juntos

𝟐𝟏 𝐚𝐧𝐨𝐬 de uma história Gloriosa ❤️⚪

🎂 Mais um ano, a mesma paixão! Parabéns ao nosso amor! 🥰

💫 Uma vez Benfica, para sempre Benfica! 🦅

🎶 Cantaram-se os Parabéns ao Sport Lisboa e Benfica! 🎉🎂

✨ Antigos jogadores deixam a sua mensagem neste dia especial! 😍

🦅 𝐏𝐚𝐢𝐱𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐦 𝐢𝐠𝐮𝐚𝐥 ❤‍🔥

🦅 E Pluribus Unum 🌍

🎉 Felicitações de quem vestiu o Manto Sagrado! 🌟

🏆 Mensagens de quem fez história de águia ao peito neste dia especial! ❤

Parabéns, Sport Lisboa e Benfica 🦅

𝟭𝟮𝟭 𝗮𝗻𝗼𝘀 𝗱𝗼 𝗮𝗺𝗼𝗿 𝗱𝗮𝘀 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗮𝘀 𝘃𝗶𝗱𝗮𝘀 ❤️

121

El Mítico #129 - Empaterkusen

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Sérgio Conceição e o AC Milan: uma relação com o futuro?

121.º aniversário


"O Sport Lisboa e Benfica celebra, hoje, 121 anos da data de fundação. E já está disponível o Relatório e Contas da SL Benfica, SAD relativo ao 1.º semestre de 2024/25, no qual foi registado um lucro de cerca de 40 milhões de euros. Estes são os temas em destaque na BNews.

1. Parabéns, Benfica
 No dia em que se celebra o 121.º aniversário do Sport Lisboa e Benfica, o Futebol Profissional associa-se ao momento, e as mensagens de parabéns ao Clube são simbólicas, expressivas e em várias línguas!

2. 121 anos de glória e paixão
Lendas do futebol e das várias modalidades do Sport Lisboa e Benfica relembram histórias marcantes, sentimentos vividos, e vitórias que moldam a grandeza do Clube.

3. Prestígio e grandeza ímpares
Consagrado, laureado e respeitado, o Sport Lisboa e Benfica é sinónimo de prestígio e de grandeza por todo o mundo.

4. Lucro de 40,3 milhões de euros da SL Benfica, SAD 40 no 1.º semestre de 2024/25
A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD comunicou nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o Relatório e Contas do 1.º semestre do exercício de 2024/25. O resultado líquido do período ascende a 40,3 milhões de euros positivos, o que representa uma melhoria de 22,2 milhões de euros face ao período homólogo do exercício de 2023/24.

5. Calendário
Estão definidos os horários e datas dos jogos do Benfica nas 25.ª e 26.ª jornadas da Liga Betclic.

6. Futebol no feminino
O jogo dos quartos de final da Taça de Portugal entre Benfica e Sporting, agendado para 22 de março, é no Estádio da Luz.
E a final da Taça da Liga entre os mesmos clubes, que será em Leiria no dia 9 de março, foi marcada para as 15h00.

7. Vitória em Valongo
O Benfica terminou a fase de grupos da WSE Champions League de hóquei em patins com o triunfo, por 1-3, em Valongo. Recorde-se que o primeiro lugar do Grupo B já estava assegurado pelos encarnados a priori.

8. Jogos do dia
A equipa B de futebol do Benfica joga em Chaves às 20h15. E em andebol os encarnados deslocam-se ao reduto do ABC (21h00).

9. Agenda para sábado
Do futebol de formação, os Juniores visitam o Vitória SC (15h00) e os Juvenis recebem o Vitória de Setúbal (11h00).
Na Luz há as seguintes partidas: basquetebol no masculino e no feminino, respetivamente com Vitória SC (19h00) e CAB Madeira (15h00).
Em voleibol, o Benfica visita o SC Espinho (17h00). Em futsal, deslocação ao Torreense (13h00). A equipa feminina de andebol atua no reduto da Academia São Pedro do Sul (15h00).

10. Chamadas internacionais
A mais recente convocatória da Seleção Nacional feminina de futsal, com vista ao apuramento para o Mundial, integra sete jogadoras do Benfica.
No atletismo, quatro atletas do Benfica estão convocados para a Taça da Europa de Lançamentos e cinco para o Campeonato da Europa de Pista Curta.

11. Atividades do Museu
Hoje há Benfica Quiz Night às 21h00. E, das 18h30 às 23h00, é possível visitar o Museu Benfica – Cosme Damião e o Estádio da Luz, incluindo o balneário da equipa de futebol profissional.

12. Casas Benfica Seixal e Peniche
Representantes destas embaixadas do benfiquismo estiveram na Luz no desafio com o SC Braga."

Lanças...


Aquecimento...


É a isto que se referiam quando falavam de critérios diferentes?

Na ressaca da vitória de ontem


"ELIMINÁMOS O MELHOR BRAGA DA ÉPOCA E EU SÓ LEIO CRÍTICAS AO LAGE!

1. O melhor Braga da época foi "esmagado" pelo menos durante 60/70 minutos e safou-se de sair da Luz vergado a uma goleada.
2. O Benfica apresentou-se na sequência de uma apertadíssima série de jogos, vários de elevadíssimo grau de dificuldade, e o melhor Braga da época não.
3. Também eu teria gostado que o Benfica tivesse estado todos os 90 minutos do jogo em cima deles, mas não me parece muito difícil de compreender e aceitar que a equipa tivesse recuado ou tivesse sido obrigada a recuar linhas para defender a vantagem da eliminatória na parte final do jogo. Alguém viu o Samu fazer uma defesa digna desse nome?
4. Em vez de saudarem o mais do que provável acesso ao Jamor, vi e li muitos Benfiquistas a criticarem as substituições do Lage. Parece até que a equipa não dá mostras de estar bem e que não atingimos um objetivo complicado face a uma das melhores equipas portuguesas, talvez melhor que Sporting e Porto nesta altura da época.
5. Entretanto, o Rui Borges, que ainda não ganhou dois jogos seguidos, vai sendo "branqueado" porque tem muitos jogadores lesionados. E o Martín Anselmi, que ganhou dois jogos em sete, um em campo neutro contra um Maccabi que acumulou 8 derrotas na Liga Europa e outro contra o Farense só conseguido com golo completamente irregular, vai sendo "branqueado" porque tem um sistema de jogo para o qual o plantel não foi construído.
6. Mas o Lage não herdou também um plantel construído em função dos desejos e necessidades de Schmidt? Mas o Lage não pegou também numa equipa com a época em andamento, sem ter oportunidade de a preparar numa pré-época? Mas o Lage não se debate também com problemas de vários e importantes jogadores lesionados?
7. O único título da época já disputado é nosso, ganho com todo o mérito, diga-se. Acresce que estamos bem na luta pela Liga e bem na luta pela Taça de Portugal. E mais: dos três ditos grandes o Lage é o único que se mantém na Europa do futebol ao mais alto nível.
8. Não sei - ninguém sabe - o que o futuro nos reserva, se vamos sair vitoriosos da Liga e/ou da Taça de Portugal, de que forma nos vamos conseguir bater com o super poderoso Barcelona. Mas vale a pena dar força à equipa para o que aí vem. E dar força à equipa passa por apoiar também o treinador. É o que vou continuar a fazer."

Benfica em Paz


"Nem me queria manifestar, estou farto do divisionismo criado e alimentado por uma pequena minoria…daquelas que querem dar lições de moral e ensinar Benfiquismo aos demais Benfiquistas que não pensem igual a si, mas que depois nem nas próprias casas conseguem passar esse benfiquismo de pai para filho (entendedores, entenderão)!
Mas não me podia furtar ao debate dos estatutos, o debate mais repugnante a que assisti nos últimos anos!
Eu assisti a um presidente ser vaiado, enxovalhado, insultado, tudo e um par de botas por mais do que uma vez, fizeram dessas AG’s uma feira de vaidades, onde o presidente lhes fez as vontadinhas todas, os deixou destratar tudo e todos, os deixou fazerem gato de sapato de tudo e todos, escreverem e rescreverem os estatutos a seu prazer, meter pessoas das suas facções na comissão dos mesmos, fizeram cair presidentes das AG, tiveram tudo tudo tudo!
Chegada à hora da verdade ainda querem mais e mais e mais!
Já li de tudo…e vou enumerar algumas…
- que a AG de votação não deveria ser em dia de jogo,
- que não deveria ser dia das casas do Benfica no dia da votação da AG;
- que querem supervisionar os boletins de voto, as votações, os cartões de sócios, o diabo a sete;
Colocam em causa tudo e todos, mas nunca olham para si próprios!
Que estilo de liderança é uma que não confia em ninguém e que está sempre a liderar ao sabor do vento???
Hoje querem isto amanhã querem aquilo!
Do que tem medo estes ditos democratas?
Tem medo que no dia da votação haja uma presença massiva de Benfiquistas votantes???
Então mas não é isso mesmo que se pretende???
Que haja uma grande adesão às urnas?
Do que tem medo afinal???
Metam na cabeça, são uma minoria organizada, nada mais.
Não há Benfiquistas de primeira nem de segunda, somos todos Benfiquistas, parem de se meter em bicos de pés porque todos já perceberam o que são e o que querem!
Manietar o Benfica!
Lamento, mas não aceito isso, estamos em 2025, não estamos mais em 1904, e se chegamos cá foi porque nunca nos deixámos manietar por uma minoria porque sempre mas sempre fomos democráticos!
Aceitem os resultados da votação dos estatutos seja ela qual for e deixem o Benfica em paz de uma vez por todas, em Outubro terão novamente espaço para aparecerem, mas daqui até lá deixem o BENFICA EM PAZ!!!!
Já agora a minha intenção de voto é só minha, e aos milhares de Benfiquistas espalhados pelo país e pelo mundo, votantes, só vos peço, votem em consciência, leiam os estatutos novos e os antigos, comparem-nos e votem em consciência! Isto sim é democracia!"

Liga portuguesa: trituradora de treinadores


"São já 17 as trocas de técnicos na divisão principal, só nos últimos sete meses. Há três clubes que já vão no terceiro treinador. E só quatro mantêm o mesmo líder desde o início da época

Os números atuais da Liga portuguesa mais parecem do sul-americano Brasileirão, um dos maiores cemitérios de treinadores do Mundo, terra quente onde se ferve em pouca água, onde, à mínima falha de um treinador, seja ela qual for, o destino está traçado: despedimento!
Veja-se, por exemplo, o caso de Pepa, protagonista de emocionante e dramática subida do segundo para o escalão principal com o Sport Recife e que, há apenas dois dias, perante eliminação da Taça do Brasil aos pés de conjunto que nem nas quatro divisões nacionais atua, foi imediatamente alvo de pressões para que se demitisse ou para que o clube o afastasse do cargo.
É assim o futebol em países onde as emoções se sobrepõem muitas vezes à razão, onde Direções seguem o coro de adeptos ou das redes sociais, sem que, aqui e ali, se pare um pouco para pensar, ou para decidir com ponderação, ou para não deixar cair a aposta num caminho ou num projeto. Não! Qual quê? Há ligas onde a impaciência é rainha, onde a ditadura do prazer (ou resultado) imediato não permite que os arquitetos (treinadores) que procuram desenhar um novo edifício tenham tempo para fazê-lo com critério e onde o cargo de treinador é um alvo constante.
É assim no Brasil, já sabemos, e é cada vez mais assim, também, em Portugal. E, desengane-se quem pense o contrário, começa a ser assim, até, em Inglaterra... Mas centremo-nos no caso português, porque, mesmo sendo habitual assistirmos ano após ano a uma certa dança de treinadores, o que está a acontecer esta época ultrapassa todos os limites da razoabilidade.
Contas feitas, só nos 18 clubes do principal escalão do futebol português, são já 17 as trocas de treinadores: a última foi a saída de César Peixoto do Moreirense. Sim, leu bem: dezassete! Desses 18 emblemas, há três que já vão no terceiro treinador – Sporting, Vitória de Guimarães e Aves SAD – sendo que leões e conquistadores sofreram com a contratação dos seus primeiros treinadores da época por outros emblemas: Ruben Amorim pelo Manchester United e, em consequência, Rui Borges pelo Sporting.
E isto tudo em sete meses, o que quase resulta, em média, em duas trocas de técnico por mês. A razia atingiu, assim, 14 equipas da primeira divisão nacional, pelo que só quatro treinadores se mantêm em funções desde o início da temporada: Vasco Matos no Santa Clara, João Pereira no Casa Pia, Ian Cathro no Estoril e Tiago Margarido no Nacional, nem de propósito quatro das equipas mais interessantes do panorama português, mas que também passaram, aqui e ali, por pequenas crises de resultados.
Fica a pergunta: as várias mudanças de treinador trouxeram reais alterações ao futebol das equipas onde estas aconteceram?
Para o ajudar, aqui fica a lista das 17 alterações de treinador desde julho de 2024, por ordem cronológica:
Gil Vicente – Tozé Marreco por Bruno Pinheiro por José Pedro Pinto
SC Braga – Daniel Sousa por Carlos Carvalhal
Benfica – Roger Schmidt por Bruno Lage
Farense – José Mota por Tozé Marreco
Estrela da Amadora – Filipe Martins por José Faria
Arouca – Gonzalo García por Vasco Seabra
Rio Ave – Luís Freire por Petit
Sporting – Ruben Amorim por João Pereira; e por Rui Borges
Aves SAD – Vítor Campelos por Daniel Ramos; e por Rui Ferreira
Famalicão – Armando Evangelista por Hugo Oliveira
V. Guimarães – Rui Borges por Daniel Sousa; e por Luís Freire
FC Porto – Vitor Bruno por Martin Anselmi
Boavista – Cristiano Bacci por Lito Vidigal
Moreirense – César Peixoto por Cristiano Bacci"

O Pep que já não é Guardiola, e uma explicação para o colapso


"Manchester City foi perdendo a sua identidade, enquanto o Real Madrid criou uma que lhe tem trazido enorme sucesso, num caminho que começou a ser desbravado por... Mourinho

Se Francis Fukuyama, meio japonês meio norte-americano, cientista político e económico de corpo inteiro que provavelmente nunca tocou numa bola, analisasse o jogo, chegaria muito provavelmente à conclusão de que este se encontra num impasse, num equilíbrio aparentemente perfeito em cima do ponto final da sua história.
Caso se tivesse interessado pelo soccer em Nova Iorque ou em Harvard, no Massachusetts, talvez não evitasse apaixonar-se pelo som do couro a bater nas redes ou pelas reações das bancadas, como com tantos outros que isolou e reproduziu enquanto hobby quando fugia dos assuntos mais sérios que o perseguiam intelectualmente. Mas isso é outra história.
O choque entre guardiolismo e kloppismo levou a que praticamente todas as equipas sigam princípios idênticos, joguem praticamente da mesma forma. É o raio da síntese, o que fica do embate de titãs, a tese e a melhor das antíteses. Não é novidade, acontece desde que os malucos dos ingleses começaram a pontapear bexigas de boi entre as pernas de outros gentlemen até alcançarem o clímax, banhados de testosterona, na periferia de três paus de madeira.
Os sistemas perderam relevância, diluíram-se em ajustes à procura de superioridades numéricas por todo o campo, em nome de um domínio territorial, com expressão posterior no resultado. São pontos de partida, intervalos no tempo ou mero alinhamento defensivo, representando um momento que não reflete o jogar, porém sim o impedir do adversário em fazê-lo. No fundo, o 3x5x2, o 3x4x3, o 4x4x2 e 4x3x3 não são mais do que simplificações rudimentares ultrapassadas do que é o futebol na atualidade.
A pressão e a respetiva fuga tornaram-se gato e rato a derrubar móveis e a espalhar o caos por todo o lado em longas perseguições, e as novidades aparecem hoje sobretudo aí, na contagiante criatividade de nomes como De Zerbi, Thiago Motta, Xabi Alonso e, sempre, Guardiola, verdadeiros influenciadores, que vão acrescentam variantes à sua primeira fase de construção para levar a bola até perto da baliza contrária, distribuindo-se depois agressivos pelo campo a assumirem a sua vez para que os rivais provem do próprio veneno.
O modelo é semelhante um pouco por todo o lado. Com bola, constrói-se a partir da baliza. A três ou a dois, com ou sem guarda-redes e com os laterais mais ou menos projetados. Tenta-se ligar com o meio-campo, que depois procura associar-se rapidamente ao ataque. Sem bola, sobem-se as linhas para pressionar de forma agressiva, com a da defesa mais perto da do meio-campo, de forma a que a construção rival tenha menos tempo e espaço para pensar e executar de forma limpa. Se possível, grita-se para que haja encurtamentos e assim se apertar mais. Se o ataque rápido não for possível, gere-se a bola, liga-se o modo ataque posicional, montando o cerco à baliza que se pretende atacar.
Se o Manchester City partiu do ataque posicional para incorporar a verticalidade de extremos como Savinho e Doku e a potência e acuidade na área de Haaland, o Liverpool acrescentou a presença imperial de Mac Allister, a explosividade de Szoboszlai e ambivalência de Gravenberch para escrever estrofes a rimar com juego de posición no emocional You’ll Never Walk Alone.
Na realidade, as equipas são sempre um pouco mais uma destas coisas do que a outra, mas tentam revelar-se a soma das duas, devido a heterogeneidade que enfrentam: adversários a encontrar-se algures num ponto muito próprio deste caminho, com jogadores mais fracos ou mais fortes em determinadas dinâmicas, e terrenos e climas que obrigam a abordagens mais complexas, por exemplo. Neste mundo cada vez mais monocórdico há diferenças impostas pela qualidade individual. No treino, nas vertentes teórica e prática, pelo treinador; nos jogos, na concretização do plano através do nível da tomada de decisão e definição que os jogadores apresentam, além do que estes trazem de fora da caixa.
Num jogo que está permanentemente a tentar ter bola ou a movimentar-se para recuperá-la – claro que ainda há uma percentagem de clubes que assenta em blocos baixos e em transição e outros que não abdicam da pressão alta a todo o custo –, os jogadores começaram a passar por um molde que, ao mesmo tempo, eliminava projetos menos bem-conseguidos: o posicionamento e a leitura tática, juntamente com o passe, tornaram-se mais importantes do que o drible e houve até um momento em que Guardiola ameaçou, em jeito de caricatura, jogar com 11 médios em simultâneo, a fim de controlar sempre a bola.
O catalão mudou de ideias, chegou à sua Liga dos Campeões pelo City já com Haaland incorporado, mas quando se pensou que se iniciaria uma fase de domínio planetário, começou sim a descaracterização da equipa, em busca de soluções diferentes, que a tornam sobretudo mais parecida com todas as outras. É verdade que não foi imediato e houve conquistas internas, mas o colapso chegou, talvez até em jeito de karma. É que uma equipa de Guardiola nunca antes foi mais do mesmo.
Quando o espanhol voltou a abrir a porta aos dribladores, vários outros treinadores já o tinham feito e um nunca deles abdicara. Com a habitual liderança tranquila, em que entrega aos jogadores grande parte das decisões, Carlo Ancelotti transformou o Real Madrid numa verdadeira máquina de transições, com Vinícius Júnior, Rodrygo, Mbappé, e ainda Guler, Brahim e Endrick. É verdade que herdou os merengues de Mourinho, que nos jogos com o Barcelona não tinha pudor de estacionar o autocarro – e embora ofensivo, esse Real tinha forte presença de ligações Benzema-Ronaldo nos ataques rápidos –, mas a viragem na direção da sólida organização defensiva e das saídas em velocidade começou na primeira passagem, prolongou-se, embora com insucesso, vom Benítez, e depois, aí de volta à glória, em Zidane.
Quando Florentino Pérez tentou recuperar o ataque posicional, via Lopetegui, deu-se mal. Zizou voltou menos entusiasmante em termos europeus e Ancelotti sucedeu-lhe então para levar mais duas Ligas dos Campeões para o museu, não sendo descabido que volte a consegui-lo na edição em curso. Mesmo que tenha também essa capacidade de se organizar em associação – o tal ponto próprio no seu caminho – , a identidade está mais do que vincada. O que garantirá resultados até que apareça nova antítese que contrarie Fukuyama."

O menos que pode ser mais


"Nesta semana, Benfica apurou-se para os oitavos de final da Champions pela terceira vez nos últimos quatro anos, mantendo-se como a única equipa portuguesa com a possibilidade de vencer todos os troféus em que está envolvido, “despachou” um sempre aguerrido Boavista com uma facilidade que não se antevia (recorde-se o que fez em Alvalade) e aproximou-se do primeiro lugar no campeonato. Fê-lo depois de lesões graves de dois potenciais titulares e com a ausência de jogadores como Di María, Florentino e Barreiro. Nestes jogos, os reforços de inverno, que tanto tinham sido criticados, revelaram-se fundamentais e houve ainda espaço para lançar jovens como Leandro, Félix e Prioste, que mostraram qualidade e temperamento para estes “voos”. Ganhou, assim, mais jogadores quando parecia ter menos e mostrou, como aqui escrevi na semana passada, que tem plantel para lutar por todos os títulos. Na terça-feira, frente a um excelente Mónaco (vamos todos ouvir falar muito de Akliouche) soube resistir e, dias depois, só com cinco dos habituais titulares, só não goleou um Boavista reforçado porque encontrou um Vaclik do “outro mundo.” Agora que, infelizmente, Porto e Sporting foram eliminados das competições europeias, o Benfica terá de se habituar, a começar já com Braga e Barcelona, a fazer mais com menos. Menos dias de descanso, menos foco numa só prova e, no caso do Barcelona, menos orçamento (espera-se, nada mais que isto). Acreditemos todos nisso porque, juntos, o menos pode ser mesmo mais."

Zero: Senhoras - S05E24 - E agora? Portugal já é elite?

SportTV: NBA - S03E21 - Bons e maus momentos

Na Delantera Eléctrica havia um homem chamado Mundo


"Epi, Amadeo, Mundo, Asensi e Gorostiza – nomes recitados como saídos do Romanceiro Gitano

Mundo é um grande nome para um jogador de futebol. Para um jogador de futebol e para qualquer um, seja jogador de futebol ou não, já agora. Claro que não cai do céu aos pontapés. Ou seja, o homem chamava-se Edmundo Suárez de Trabanco, nascido em Baracaldo, margem esquerda do rio Nervíon, no País Basco, não longe do centro de Bilbau, no dia 22 de janeiro de 1916. E a margem esquerda também faz sentido. Porque Mundo foi daqueles que enfrentou o Caudillo. E para isso era preciso coragem porque quando Franco pegava alguém de ponta, esse alguém podia muito bem ir parar aos campos de concentração de La Isleta, na Grande Canária, ou de Miranda de Ebro, na província de Burgos, erguido em 1937 com ajuda dos nazis alemães.
«Claritas aguas del Ebro
rojillas van a Aragón
el llorar de los prisioneros
las tiñen de ese color…».
Foi Paul Winzer, também conhecido por Walter Mosig, membro da Gestapo que impingiu a ideia aos falangistas. Paul, um daqueles canalhas homéricos de pai e mãe, seria acolitado por Gonzalo Queipo de Llano y Sierra, um general que o ascoroso Francisco transformou em marquês como se não passasse de um boneco de corda, o obsceno compulsivo que ordenou o fuzilamento de Federico García Lorca.
Mundo jogou por vários clubes da Vascónia até chegar ao Athetic de Bilbao e sair. Um ano apenas, um jogo somente e contra o Barakaldo Club de Fútbol, nem de propósito, no Estádio de Lasesarre, onde dera os primeiros pontapés numa pelota. Depois começou a Guerra Civil. Voltou à bola em 1939, encaixado numa equipa, Recuperación de Levante (o nome diz tudo), que albergava os soldados que tinham combatido pelos republicanos na região do mesmo nome. Num embate amigável promovido pelo Valência, Edmundo entrou pelos olhos dentro com a mesma facilidade com que as bolas por si chutadas entraram pelas balizas valencianas. Foi logo contratado. Deixou de ser recuperado, seja lá isso o que for, não tenho pachorra para fascismos bacocos.
A aventura de Mundo em Valência durou doze temporadas. Mas não teve, que bom para ele, de a viver sozinho. De 1940 a 1946 gozou da companhia de Epifanio Fernández Berridi, também basco, de San Sebastián, três anos mais novo (23 de abril de 1919), que jogava a ponta-direita. E da do valenciano Amadeo Ibáñez, que era como se fosse seu gémeo, pelo menos pela data da vinda à superfície deste planeta redondo e apenas ligeiramente achatado nos polos (22 de fevereiro de 1916), interiordireito sobre o qual alguém escreveu: «Él era delantero, pero con la llegada de Mundo empezó a jugar de interior. Ha estado en todas las posiciones del campo, de hecho tengo una foto de él como portero». Gente para toda a obra. Como Vicente Asensi Albentosa, igualmente valenciano, de Alcudia de Crespins, interior-esquerdo, onde nasceu a 28 de Janeiro de 1919, outro monstro das canchas que foi recuando, primeiro para defesa central e finalmente para guarda-redes. Falta falar de Guillermo Gorostiza Paredes, esse finguelinhas fantástico, mais um basco, de Santurce, registado a 15 de fevereiro de 1909, extremo-esquerdo, o mais velho de todos e por margem folgada, empurrado para o serviço militar na marinha, em El Ferrol, herói do Athletic onde formou a primera delentera histórica do futebol espanhol com Lafuente, Iraragorri, Bata, Chirri II e Unamuno.
Em Valência, este quinteto foi apelidado de Delantera Eléctrica. Em 1940-41 ganhavam a primeira Copa del Rey para o clube. Pela primeira vez na história o Valência era campeão – e logo a seguir outra vez (1941-42 e 1943-44). Toda a cidade os guardou na memória para sempre. O Camp de Mestalla enchia-se de gente entusiasmada e divertida. Mundo sagrou-se nessas duas épocas de glória por duas vezes o melhor marcador do campeonato espanhol. Havia uma alegria pairando no ar como se a Primavera nascesse a cada dia. Os radialistas gritavam alto os seus nomes. Por ordem do lugar em campo de cada um: Epi, Amadeo, Mundo, Asensi e Gorostiza. Como um poema do Romanceiro Gitano."