Últimas indefectivações

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

5 minutos: Arouca...

Filhos pródigos


"O Filho Pródigo é provavelmente uma das parábolas mais conhecidas. Passe a alusão bíblica, lembrei-me desta parábola por ela contar a história do filho mais novo que, depois de esbanjar uma fortuna, regressa a casa arrependido e é recebido de braços abertos, reencontrando a felicidade e a tranquilidade. Estão a ver as semelhanças?

Estou, obviamente, a referir-me ao feliz regresso de Gonçalo Guedes, mas também à continuidade de Enzo no plantel do Benfica.
Começando pelo Gonçalo: não há muitos casos de jogadores que tendo saído por uma verba muito elevada (30 milhões) para jogar no PSG, passando depois pelas ligas espanhola e inglesa, regressem para jogar no clube de formação e de coração. A exceção famosa e conhecida foi, precisamente, Rui Costa, um exemplo de benfiquismo. Regressar, estrear-se com um único treino entrando na segunda parte para marcar um golo de belo efeito é a história perfeita. Magnífica parábola do futebol. Cinematográfico.
Mas também Enzo, não tendo chegado a sair, depois de atingir as alturas no Mundial esteve bem longe da casa onde joga (de cabeça pelo menos). E também aqui era uma fortuna colossal o que o podia ter afastado da Luz. A serenidade e a inteligência de Schmidt ajudaram ao regresso de corpo e alma e, mais do que pródigo, Enzo voltou a ser um prodígio a pautar todo o jogo do Benfica na vitória por 3-0, nos Açores. Dois verdadeiros anticiclones a serem determinantes num Benfica que termina a primeira volta de forma convincente, mostrando ter recuperado o ritmo de jogo.

Positivo: O Benfica a vencer bem nos Açores; a equipa feminina a golear no dérbi (5-0).

Negativo: Os inqualificáveis insultos a Nicolía, no Dragão Arena."

1 de Fevereiro


Benfica Podcast #472 - February is here

Vermelhão: Alegria no frio!!!

Arouca 0 - 3 Benfica


Mais uma vitória, contra um adversário complicado; 6.º classificado da Liga, só atrás do Casa Pia e dos 4 'da frente'; que ainda a semana passada foi eliminado na Taça da Liga, com uma arbitragem habilidosa contra os Lagartos; num relvado que parecia um areal (mais uma vez...); com uma camada de frio gélido que ainda tornou o ervado ainda mais duro; horário completamente impróprio a meio da semana; com um palhaçito corrupto com um apito na boca e outro sentado na cadeira do VAR; sem 3 titulares indiscutíveis de fora... dois por lesão; ainda sem o Draxler que tem sido um dos primeiros a sair do banco; e como é sabido por todos no meio da novela de Inverno: Enzo...!!!

Fechando esta sequência de 3 jogos fora da Luz consecutivos, com mais 3 pontos; jogando antes dos nossos adversários diretos, colocamos pressão, e damos tempo e confiança à nossa equipa, neste período importante pós-fecho da janela de transferências, permitindo aos dois jovens contratados nórdicos, o tempo necessário para terminar a integração... Algo que será fundamental até ao fim do campeonato!

Não fizemos um grande jogo, não criamos muitas oportunidades, não rematámos muito e não tivemos jogadores a resolver os problemas individualmente... Chegámos à vitória, com dois grandes momentos coletivos, concretizados pelo João Mário, duas obras de arte, ao trabalho de toda a equipa!!!

E se ofensivamente fomos eficazes, defensivamente também demos poucas oportunidades. O Arouca criou algum perigo nas bolas paradas e pouco mais... Aliás, neste momento temos 4 golos sofridos fora de casa: 3 em Braga e 1 no Estoril quando já havia goleada!!!


Alguma surpresa no onze inicial, com o Guedes a fazer de Ramos e o Chiquinho de Enzo!!! Creio que a ideia foi dar consistência ao meio-campo e surpreender na velocidade no ataque... algo, que com o estado do relvado, não foi nada fácil!!!

João Mário com os golos, Aursnes nas 'assistências' foram muito importantes....; Bah continua a melhorar; Tino bem; e apesar de não ser como é óbvio o substituto do Enzo, mais um jogo competente do Chiquinho, que para a maioria dos nossos jogos do Tugão, dentro do actual bem organizado Benfica, é suficiente...

No momento que escrevo esta crónica, a transferência do Enzo ainda não é oficial... e existe sempre a esperança de um papel chegar fora de horas, como já aconteceu em mercados anteriores (com outros clubes)!!! Mas a concretizar-se a saída do Enzo, é um golpe duríssimo nas ambições europeias do Benfica, e torna muito mais complicado os objetivos internos: Liga e Taça. Não conhecendo os números, nem a forma de pagamento... nem as 'exigências' (ou não...) do jogador (Roger deu a entender que...), não vou fazer julgamentos... mas conhecendo a forma como se fabrica campeões no Tugão, onde o Benfica precisa de ser muito melhor do que os outros para vencer, hoje perdemos uma vantagem importante...!!!


Agora, analisando o Mercado, extra-Enzo, foi uma das melhores janelas de transferências de sempre do Benfica!!! 'Limpámos' uma série de jogadores emprestados e outros que estavam no plantel, mas não eram opções, e contratámos 3 jogadores: dois jovens com potencial e um regresso dum dos 'nossos', todos para posições ofensivas... Ficamos claramente com mais opções, no trio de apoio ao ponta de lança, e mesmo com o mais que provável 'recuo' do Aursnes para o lugar do Enzo, teremos muitas opções para as 4 posições da frente... O sucesso da época, na minha opinião, vai depender muito da saúde física da dupla Tino/Aursnes...


Sábado, mais um jogo complicadíssimo, com um Casa Pia, especialista a jogar em contra-ataque. Fundamental recuperar o Ramos e o Rafa, e começar a dar minutos ao Casper e mesmo ao Andreas... E se hoje era importante somar os 3 pontos, para colocar pressão nos jogos de amanhã, com o Casa Pia será ainda mais importante, pois só iremos jogar novamente para o campeonato com o Boavista na Luz, 17 dias depois!!!

Rotação com vitória...

Benfica 103 - 67 Sangalhos
21-15, 26-19, 32-14, 24-19

Muitos minutos aos menos utilizados, com vitória tranquila...

Derrota em Viseu...

Ac. Viseu 2 - 0 Benfica


O Académico tem vindo a fazer uma excelente 2.ª parte da época, a derrota de hoje não é dramática, mas é mais uma, numa sequência muito negativa, onde a equipa parece sem ideias!
Mesmo assim, tivemos muito perto do 1-1, com algumas boas oportunidades, e com um penalty a favor do Benfica a ser transformado em falta ofensiva(!!!), e depois já nos descontos sofremos o 2-0 de penalty!

E assim se jogam 15 milhões de euros ao lixo!! 🤔

Amorim: «O que para nós é o jogador mais caro da história, é um dia normal nos outros clubes»


"✅ Paulinho - 22,9M€.
✅ Esgaio - 5,5M€ por 80% do passe.
✅ Marco Cruz - 11M€
🔜 Diomandé - 7,5M€.
Memória curta ou palha para burros?"

Um talento fora da medida


"Torres não convencia à primeira vista, mas dentro de campo demonstrou que o talento tem pouco que ver com simetria

'Não se deve julgar o livro pela capa'. É, provavelmente, o provérbio mais repetido, mas possivelmente o menos repercutido. O futebol não é exceção. À chegada de um novo jogador, desconhecido da mairia dos adeptos, a sua aparência é analisada ao pormenor como se daí fosse possível apurar as qualidades. Coluna foi um desses casos, mal desembarcou em Lisboa, 'tem todo o ar de verdadeiro crack (...), mede 1 metro e 73 cm e pesa 68 quilos. Não há dúvida: fisicamente, o novo n.º 9 dos encarnados é bem proporcionado'.
Se no caso do moçambicano a avaliação foi positiva, em relação a José Torres a primeira impressão era completamente oposta. A disputar um lugar, o de avançado, em que se privilegiam características como velocidade, agilidade e técnica, o seu perfil - esguio e com 1,98m - à primeira vista não se enquadrava.
No Benfica desde 1959, as primeiras épocas de águia ao peito foram à sombra de José Águas, não participando nas brilhantes campanhas europeias em que os benfiquistas se sagraram bicampeões. A partir da temporada 1962/63, ganhou protagonismo, assumiu-se como titular e alterou a opinião dos críticos. As suas boas exibições mereceram a chamada à seleção nacional, realizando o primeiro jogo pela equipa das quinas frente à Bulgária, em 23 de janeiro de 1963.
Passou a ser presença assídua nas convocatórias de Portugal a partir do apuramento para o Campeonato do Mundo de 1966 e foi peça-chave na excelente campanha lusa. A seleção chegou à penúltima jornada a precisar de apenas um ponto para alcançar, pela primeira vez, a fase final da competição. No Estádio das Antas, perante o vice-campeão do mundo, a Checoslováquia, Torres demonstrou que a importância de um avançado não se limita ao número de golos. Eleito o melhor jogador em campo no empate a zero, recebeu rasgados elogios por parte da imprensa: 'tendo lutado, de princípio a fim do decisivo e sensacional encontro com os checos, com uma energia e uma generosidade que o tornaram indomável'; a sua acção refletiu-se em tudo quanto de bom fez o onze'.
No Campeonato do Mundo, os portugueses surpreenderam e deixaram o mundo do futebol rendido, num percurso que parecia destinado ao título, interrompido só pela equipa da casa, a Inglaterra. Derrotados nas meias-finais, os lusos defrontaram a URSS no jogo de atribuição do 3.º e 4.º lugar. Torres voltou a ter uma prestação fantástica, ganhou o penálti que permitiu a Eusébio dar vantagem a Portugal e, a dois minutos do final, com os equipas empatadas a uma bola, o avançado garantiu o triunfo num remate em habilidade.
A sua excelente prestação ficou patente na votação para melhor jogador europeu do ano, ao ser o 2.º melhor português nessa lista, classificando-se em 10.º lugar. Aparentemente descoordenado, Torres provou que o seu talento extravasava as medidas, alcançando o estatuto de classe mundial.
Saiba mais sobre a carreira deste fenomenal avançado na área 23 - Inesquecíveis do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica